O que pode causar formigamento ou dormência periférica?

A sensação de formigamento ou dormência nos braços ou pernas requer atenção. Quando os episódios ocorrem sem causa aparente ou de forma repetida, isso pode indicar problemas de saúde mais sérios, que exigem diagnóstico e tratamento médico. Algumas possíveis causas são hérnia de disco, artrite, diabetes, infecções e até mesmo tumores. Continue a leitura para entender melhor quando formigamento e dormência são preocupantes. 

O que é formigamento e o que é dormência?

Dormência – é a perda de sensibilidade ou sentido em qualquer parte do corpo. Ela acontece com mais frequência nos dedos, mãos, pés, braços ou pernas, sendo que essa perda de sensação pode ser completa ou parcial.

Formigamento – também é mais frequente nos dedos, mãos, pés, braços ou pernas, mas provoca uma sensação de queimação, como se a parte afetada estivesse sendo perfurada por pequenas agulhas.

O que pode causar formigamento ou dormência em várias partes do corpo?

O formigamento e a dormência podem ter diversas causas. É possível que essas sensações sejam temporárias e não indiquem nada mais sério, como quando os nervos do braço são pressionados ao dormirmos com o peso do corpo sobre ele, ou ao mantermos as pernas cruzadas por muito tempo, por exemplo. A sensação de dormência e a de formigamento são temporárias nessas situações, elas desaparecem um pouco depois que a pressão é retirada do membro.

Em outros casos, no entanto, a dormência e o formigamento podem acontecer em episódios sem alguma causa aparente e até se manifestarem de forma crônica. Podem vir também junto com outros sintomas, como dor e coceira. É aí que o alerta deve ser ligado, pois é possível que seja um indício de algo mais sério. Veja algumas condições podem causar os sintomas de formigamento e/ou dormência:

  • Hérnia de disco –  ocorre quando o revestimento de um disco vertebral (localizado entre os ossos da coluna) se rompe e seu interior gelatinoso é empurrado para fora, ficando protuberante. Essa protuberância pode comprimir ou irritar os nervos próximos, causando dor, dormência ou fraqueza em um braço ou perna;
  • Medula espinhal comprimida – a medula espinhal pode estar comprimida pelos ossos, sangue (hematomas), pus (abcessos), tumores (cancerígenos ou não) ou um disco com ruptura ou hérnia;
  • Nervo comprimido devido à artrite, esporões ósseos – esporões são protuberâncias ósseas que se desenvolvem ao longo das bordas das vértebras. No entanto, os esporões ósseos também podem ocorrer em quase todos os ossos do corpo. Na verdade, eles costumam se formar nas articulações, onde dois ou mais ossos se unem para criar movimento.

Outras condições médicas que podem causar formigamento ou dormência:

  • Diabetes
  • Infecções, como HIV e doença de Lyme
  • Doenças nos rins
  • Uso de medicações ou drogas
  • Esclerose múltipla
  • Derrame
  • Artrite
  • Tumores
  • Metástase do tumor cancerígeno para a coluna
  • Mordidas e picadas de animais/insetos
  • Exposição a veneno/substâncias tóxicas
  • Álcool

Como é feito o diagnóstico do formigamento e da dormência?

Com formigamento ou dormência persistentes, é importante procurar atendimento para que o médico investigar possíveis causas e, se for necessário, pedir exames complementares para chegar ao diagnóstico e indicar o tratamento mais adequado para o caso. É importante, na consulta, detalhar tudo para o médico, por exemplo: quando a dormência teve início, em qual parte do corpo, quão rápido ela se espalhou e se foi realizada alguma atividade que poderia ter causa direta, além de qualquer outro sinal ou sintoma que tenha sido percebido, mesmo que não tenha, aparentemente, ligação com o caso.

Para ter um diagnóstico definitivo, talvez seja necessário que o médico peça mais exames, tais como:

  • Exame de sangue – importante para averiguar se há diabetes, alteração nos rins e deficiência de vitaminas;
  • Exames de imagem – como tomografia e raio-x, entre outros, para identificar, por exemplo, nervos rompidos ou comprimidos, hérnias de disco, tumores, derrame e lesões cerebrais;
  • Estudos de condução nervosa – eletrodos são colocados sobre o nervo a ser estudado e o músculo ligado a ele. Um pulso elétrico é enviado ao nervo e o teste determina se o sinal foi transmitido corretamente e em velocidade normal. Se não, é um sinal de lesão ou dano do nervo;
  • Eletromiografia – uma pequena agulha é inserida em um músculo. A atividade elétrica é registrada quando o músculo está em repouso e contraído. Este teste, muitas vezes realizado com estudos de condução nervosa, ajuda a detectar danos nos nervos e músculos.

Como tratar formigamento e dormência?

O tratamento vai depender diretamente do que está causando o formigamento e/ou a dormência. Alguns tratamentos comuns para formigamento e dormência são:

  • Controle do açúcar no sangue para pessoas com diabetes;
  • Exercícios de fisioterapia para fortalecer a coluna ou facilitar os movimentos;
  • Cirurgia para remoção de tumor ou reparar problemas na coluna.

Como prevenir o formigamento e a dormência?

Manter um estilo de vida saudável ajuda a prevenir muitos casos de formigamento e de dormência. Então, é importante adotar uma dieta balanceada e fazer exercícios regularmente depois de uma avaliação médica para saber se existe algum tipo de impedimento, não fumar e reduzir o consumo de álcool, além de ir ao médico periodicamente.

Prestar atenção nos medicamentos tomados e em seus possíveis efeitos colaterais, pois alguns podem causar má circulação.

Conteúdos relacionados

Como evitar dores nas costas provocadas por má postura?
Você sabe o que é “text neck” ou síndrome do pescoço de texto?
Uma inimiga chamada Enxaqueca

Referências


Como a ergonomia pode ajudar a combater a lesão do esforço repetitivo (LER)?

Ficar a maior parte dos dias sentado na mesma posição, digitando no computador, é a realidade de muitos trabalhadores, o que desgasta bastante o corpo. Fazer uma atividade repetitiva de forma contínua pode causar lesão do esforço repetitivo, conhecida como LER. Muitas vezes, você não percebe a repetição de alguns movimentos, porque já faz parte da sua rotina. Por isso, é importante estar atento à ergonomia para que trabalhe confortavelmente, sem sobrecarregar o seu corpo. Saiba como pequenos hábitos podem ajudar a evitar a LER.

O que é LER?

LER significa lesão por esforço repetitivo e pode ser causada por alguns fatores, como:

  • Atividades repetitivas;
  • Realizar ação de alta intensidade por um longo tempo, sem descanso;
  • Má postura ou atividades que façam a pessoa trabalhar em uma posição desconfortável.

Essas situações exigem bastante esforço de músculos, nervos e tendões. Sendo assim, a LER atinge principalmente partes da região superior do corpo, como:

  • Antebraços e cotovelos;
  • Pulsos e mãos;
  • Pescoço e ombros.

O problema se instala lentamente e geralmente passa despercebido ao longo dos anos. Quando é notado, normalmente a região afetada já está comprometida. Em alguns casos, a LER pode ser considerada doença ocupacional, ou seja, problema de saúde desenvolvido ou adquirido devido à atividade profissional ou às condições do ambiente de trabalho.

É uma das doenças que mais afeta os trabalhadores brasileiros, sendo responsável pela maior parte dos afastamentos.

Quais são os sinais e sintomas da LER?

A LER se desenvolve gradualmente, existem estágios que variam de leve a grave. Normalmente os principais sinais e sintomas desse tipo de lesão na região afetada são os seguintes:

  • Dor ou sensibilidade;
  • Rigidez;
  • Formigamento ou dormência;
  • Fraqueza;
  • Cãibra;
  • Inchaço.

Quando a LER está no início, você pode perceber a dor ou alguma alteração apenas se estiver realizando uma ação repetitiva específica. Ao parar a atividade, a dor pode desaparecer. No entanto, sem o tratamento adequado, os sinais e sintomas se tornam constantes, causando períodos mais longos de dor.

Como fazer a prevenção da LER?

Incorporar alguns hábitos ao seu dia a dia podem ajudar a prevenir a LER e outros problemas de saúde, como:

Manter uma boa postura ao se sentar, principalmente se estiver trabalhando – procure regular a altura da cadeira. Se não for possível, use um apoio para os pés não ficarem suspensos e uma almofada na região lombar.

Fazer pausas regulares de tarefas longas e repetitivas – se está há muito tempo sentado, digitando ou escrevendo, por exemplo, levante para ir ao banheiro, beber água ou somente para movimentar o corpo.

Praticar exercícios de respiração se estiver estressado – respire fundo e solte o ar lentamente. Isso ajuda a diminuir o nível de ansiedade e estresse. Você pode fazer isso de onde estiver. Se for possível, mude de ambiente por alguns minutos.

Como a ergonomia pode contribuir para evitar a LER?

Ergonomia estuda as adaptações do trabalho para que as pessoas possam desenvolver as atividades de maneira segura e eficiente. Geralmente grandes companhias têm uma área dedicada a essa ciência.

Porém, mesmo que a empresa onde você atua não tenha esse setor, é essencial cuidar da ergonomia no seu ambiente de trabalho, principalmente em tempos de pandemia, quando a maioria das pessoas passou a trabalhar no formato “home office”.

Inclusive, existe uma Norma Regulamentadora número 17 (NR 17) que estabelece várias recomendações ergonômicas, como o limite de cinco horas por dia para o trabalho de digitação e o intervalo de dez minutos a cada 50 minutos de digitação.

Veja outras indicações para manter a ergonomia e não sobrecarregar seu corpo:

  • Mantenha postura adequada com ombros relaxados, pulsos retos, costas apoiadas no encosto da cadeira;
  • Mantenha as plantas dos pés totalmente apoiadas no chão ou em um suporte;
  • Mantenha um ângulo reto entre suas costas e o assento de sua cadeira;
  • Não use apoio de pulso durante a digitação, pois pode provocar compressão nos nervos (túnel do carpo);
  • O monitor do computador deve estar a uma distância mínima de 50 cm e máxima de 70 cm (distância equivalente ao comprimento de seu braço). A altura da tela deve ser entre 15 e 30 graus abaixo de sua linha reta de visão.
  • Beba água regularmente durante o dia.

Como é feito o diagnóstico da LER?

Após ouvir o relato dos sinais e sintomas da LER, o médico pode examinar a região afetada e pedir alguns exames adicionais, como raio-x e exame de sangue, para descartar outros problemas de saúde.

As alterações provocadas por esse tipo de lesão também podem indicar osteoartrite ou condições inflamatórias das articulações, por exemplo. Se nada for constatado, possivelmente o médico concluirá o diagnóstico da LER por exclusão de outras doenças.

Como é feito o tratamento da LER?

A primeira providência é identificar e modificar a tarefa ou atividade que está causando os sinais e sintomas da LER. Pode ser que você precise parar a atividade completamente. Se estiver relacionado ao seu trabalho, compartilhe o caso com o seu gestor e com o departamento de RH. Juntos podem encontrar alternativas que não coloquem a sua saúde em risco.

Para controlar a dor e outros desconfortos, o médico pode indicar o uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, além de sessões de fisioterapia, pois ajuda a melhorar a postura e a fortalecer ou relaxar os músculos. Ioga e massagem também podem ser boas opções para relaxar a área atingida.

Atenção! Nunca se automedique. O médico é o profissional habilitado para avaliar o seu caso e indicar o tratamento mais adequado.

Conteúdos relacionados

Referências

https://www.nhs.uk/conditions/repetitive-strain-injury-rsi/diagnosis/ – acessado em 05/04/2022

https://www.nhs.uk/conditions/repetitive-strain-injury-rsi/ – acessado em 05/04/2022

https://bvsms.saude.gov.br/lesoes-por-esforcos-repetitivos-ler/ – acessado em 05/04/2022

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2019/abril/ler-e-dort-sao-as-doencas-que-mais-acometem-os-trabalhadores-aponta-estudo – acessado em 05/04/2022


Quando procurar um gastroenterologista?

Dor de estômago, enjoo, azia e má digestão são problemas recorrentes, que acometem a maior parte das pessoas e, na maioria das vezes, se resolvem sem intervenções médicas. No entanto, quando esses sintomas se tornam recorrentes a recomendação é procurar pelo gastroenterologista – o médico especialista no diagnóstico, prevenção e tratamento de problemas do aparelho digestivo. Continue a leitura e saiba mais sobre essas e outras situações em que é indicado procurar um gastroenterologista.

O que faz um gastroenterologista?

O gastroenterologista é o profissional da medicina com especialização no sistema digestivo. Isso significa que ele possui conhecimento aprofundado nas seguintes partes do corpo humano:

  • Boca;
  • Esôfago;
  • Estômago;
  • Pâncreas;
  • Fígado;
  • Intestinos;
  • Reto.

Assim, o gastroenterologista está preparado para diagnosticar, tratar e prevenir doenças que afetam todos os órgãos listados. Portanto, esse profissional pode cuidar desde pacientes com sintomas de refluxo gastroesofágico ou diarreia até casos mais complexos, como o câncer de estômago.

Quais as principais doenças tratadas pelo gastroenterologista?

Os problemas mais recorrentes do sistema digestivo diagnosticados, acompanhados e tratados pelo gastroenterologista são:

  • Gastrite – irritação na parede interna do estômago causada pelo aumento de ácido gástrico, geralmente provocado por maus hábitos – como tabagismo e ingestão de álcool em excesso – infecção pela bactéria H. pylori e estresse.
  • Refluxo gastroesofágico – é o mau funcionamento do esfíncter – válvula de conexão entre o esôfago e o estômago. Isso faz com que a acidez do estômago migre até o esôfago, causando sensação de queimação devido à mucosa irritada do tubo gástrico. As principais causas são má alimentação, hérnia de hiato e obesidade.
  • Intolerância à lactose – é deficiência na produção da enzima responsável por metabolizar o açúcar do leite, essencial para a digestão correta de alimentos lácteos. As pessoas intolerantes à lactose, quando consomem leite ou derivados, podem ter reações como cólica e distensão abdominal, diarreia e náusea.
  • Síndrome do intestino irritável – alteração do funcionamento do intestino de causa ainda pouco conhecida, que provoca episódios de dor, inchaço abdominal, diarreia, gases e constipação.
  • Intolerância ao glúten – incapacidade ou dificuldade do organismo em digerir o glúten – presente no trigo, cevada e centeio – que provoca danos à parede do intestino. Entre os sintomas estão diarreia, dor e inchaço abdominal e dificuldade na absorção de nutrientes.
  • Pancreatite – inflamação no pâncreas, geralmente causada por pedras na vesícula ou consumo crônico de álcool.
  • Hepatite – inflamação no fígado que pode ser causada por abuso de substâncias tóxicas – bebidas alcoólicas, medicamentos e drogas ilícitas – infecções virais e até mesmo por uma deficiência do sistema imunológico (hepatite autoimune).
  • Cirrose – lesões no fígado persistentes que evoluem para um quadro inflamatório crônico, principalmente devido ao uso abusivo de álcool, acúmulo de gordura no órgão e hepatite crônica.

De todas as doenças listadas, a gastrite e o refluxo gastroesofágico são as de maior incidência. A segunda, inclusive, acomete cerca de 12% da população brasileira, segundo levantamento do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Vale ressaltar também que o câncer de estômago é o terceiro tipo mais comum entre os homens. Em 2019, a doença vitimou 9.636 pacientes do sexo masculino e 5.475 mulheres no país.

Quais sinais e sintomas indicam a necessidade de procurar um gastroenterologista?

A consulta ao médico especializado em gastroenterologia deve ser feita quando os sintomas abaixo se tornarem frequentes:

  • Cólicas abdominais;
  • Diarreia persistente;
  • Má digestão;
  • Excesso de gases;
  • Prisão de ventre;
  • Sensação de bolo na garganta;
  • Ânsia de vômito;
  • Náusea;
  • Urina escura;
  • Fezes claras;
  • Olhos amarelados;
  • Dor abdominal persistente, principalmente se acompanhada de febre.

Atenção: na presença dos sintomas citados, evite a automedicação, mesmo que uma dor persistente possa ser contida pelo remédio, por exemplo. Medicamentos sem a orientação médica e em excesso, como o anti-inflamatórios e antibióticos podem causar danos ao aparelho digestivo.

Quais exames o médico gastroenterologista pode pedir?

Além de exames mais comuns como o de sangue, fezes, urina e raio-x, o gastroenterologista pode precisar de outras análises para chegar ao diagnóstico do paciente. Por isso é possível que o médico solicite os seguintes exames:

Endoscopia – nesse exame o médico insere um tubo bem fino e longo, com uma câmera na ponta, na boca do paciente e até o estômago. Assim ele consegue enxergar e registrar imagens dos órgãos do aparelho digestivo para constatar alterações. É recomendado quando há suspeita da gastrite e refluxo, por exemplo.

Colonoscopia – consiste na inserção de uma espécie de tubo – com uma câmera na ponta – no ânus do paciente. Assim como na endoscopia esse exame permite mapear os órgãos internamente, observando alterações do tecido do intestino grosso. Esse exame é comumente solicitado em casos de diarreia persistente, alteração das fezes e dores abdominais persistentes.

Deglutição de bário ou enema – neste exame o paciente ingere um líquido (bário) que destaca áreas dos órgãos nem sempre visíveis nos exames de raio-x comuns. Assim, o médico tem mais precisão para detectar inflamações, tumores e obstruções, principalmente no intestino. Pode ser importante para investigar a causa de sintomas variados, como dores abdominais, fezes com sangue, entre outros.

Como prevenir problemas do aparelho digestivo?

É válido destacar que alguns sintomas e doenças relacionadas ao trato digestivo podem ser evitadas com medidas relativamente simples. Má alimentação, tabagismo e alcoolismo estão entre os principais fatores de risco. Assim, a recomendação é:

  • Adotar uma dieta rica em nutrientes – verduras, frutas e proteína magra;
  • Evitar o consumo de alimentos gordurosos e com muito açúcar;
  • Não fumar;
  • Consumir bebidas alcoólicas com moderação;
  • Realizar atividade física com frequência;
  • Dormir ao menos sete horas por noite;
  • Controlar o estresse;
  • Consultar um médico e realizar exames de rotina;
  • Evitar a automedicação.

Em casos que não é possível evitar um problema de saúde, como os de intolerância ao glúten e à lactose, será preciso seguir uma dieta específica e fazer uso de medicamentos. Mas, via de regra, com um estilo de vida mais saudável e mudanças de hábitos, é possível diminuir e até evitar problemas no sistema digestivo. 

 

Referências

Como evitar dores nas costas provocadas por má postura?

A dor nas costas é um dos principais fatores de piora da qualidade de vida da população e até de incapacitação. De acordo com o Ministério do Trabalho, mais de 55 mil trabalhadores pediram afastamento entre janeiro e julho de 2021 por problemas na coluna – foi a segunda maior causa de licenças médicas em 2021, perdendo somente para as dispensas por Covid-19. Embora existam causas genéticas e individuais para o problema, o principal fator para desencadear a dor é a má postura. Continue a leitura e entenda mais sobre o que causa o problema e como tratá-lo.

Quais os tipos de dores nas costas?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população no mundo tem ou terá algum tipo de dor nas costas em algum momento da vida. O quadro, considerado multifatorial, tem como principal causa a má postura durante o trabalho e/ou estudo, mas não só isso. São causas comuns das dores nas costas:

  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Perda de massa muscular;
  • Trabalhos repetitivos;
  • Sobrecarga muscular;
  • Problemas psicológicos.

Existem três tipos mais frequentes de dores nas costas:

Dor cervical ou no pescoço – também chamada de cervicalgia, a dor no pescoço costuma estar associada à postura incorreta durante o uso do computador e do celular – especialmente quando exige que se dobre o pescoço para cima ou para baixo por longos períodos.

Dorsalgia – é a dor no meio das costas, que pode ser desencadeada por má postura ou por pelo uso incorreto de bolsas e mochilas pesadas.

Lombalgia – é a ocorrência de dor nas costas mais comum – estima-se que 80% da população mundial sofra com dores na região lombar, localizada na parte baixa da coluna, queixa que só perde a dor de cabeça. É provocada por má postura ao sentar-se ou dormir.

Por que a má postura provoca dor nas costas?

Os especialistas consideram uma boa postura aquela em que a coluna vertebral está posicionada de forma neutra, sem prejudicar o contorno e curvatura natural. Isso mantem os músculos, articulações e ligamentos alinhados de forma que nenhuma estrutura fique sobrecarregada, além de manter o corpo flexível e em equilíbrio.

Quando a postura não está correta, ela causa uma sobrecarga na região das costas. Isso pode causar tensão muscular na região e nas articulações; e ainda lesões durante exercícios físicos, trabalho doméstico ou qualquer outra atividade do dia a dia – processos que acabam provocando dor.

Quais as consequências de uma má postura?

Além da dor e do risco de gerar lesões durante atividades físicas, quando mantida por muito tempo, a postura errada também pode provocar redução de mobilidade, do equilíbrio corporal e pronação do pé – quando a pisada torna-se excessivamente voltada para dentro).

A sobrecarga de algumas estruturas da coluna – tendões, músculos e articulações – também pode provocar a degeneração dos discos invertebrais, levando a problemas como:

  • Hérnias de disco – quando o núcleo de um disco vertebral se projeta para fora e comprime um nervo, causando dor, dormência e/ou fraqueza nos membros inferiores ou superiores;
  • Contraturas musculares;
  • Torcicolos;
  • Escoliose postural – um tipo de desvio da coluna.

Outros problemas que podem ser provocados pela má postura são redução da capacidade pulmonar – sobretudo para quem anda “curvado” – e outras dores associadas, como a dor de cabeça e na região temporomandibular.

Existe tratamento para corrigir a má postura?

Sim, é possível corrigir a postura errada. O primeiro passo é estar atento aos hábitos diários e como eles podem interferir na forma como você fica em pé, senta ou se deita. É preciso aumentar o nível de consciência corporal para entender quais movimentos estão sendo realizados de forma errada.

Uma forma de alcançar esse objetivo é praticando exercícios físicos e atividades que proporcionem essa auto-observação, como ioga, meditação e pilates. No dia a dia, algumas medidas simples também podem fazer diferença:

  • Mudar a configuração da sua estação de trabalho, aumentando a ergonomia no local;
  • Adquirir uma cadeira específica para trabalhar (caso você fique muito tempo em frente ao computador);
  • Mudar a forma como se senta na cadeira, tentando manter a curvatura natural da coluna (vale incluir uma almofada para dar mais suporte à lombar) e tomando cuidado para não projetar o pescoço para frente;
  • Observar a forma como olha o celular e evitar passar longos períodos com o pescoço dobrado para baixo;
  • Evitar usar o telefone segurando-o com o pescoço enquanto realiza outras tarefas.

Se sentir dificuldades em aplicar essas mudanças à rotina, um profissional de fisioterapia pode ajudar aplicando uma técnica chamada reeducação postural global (RPG). Por meio de exercícios específicos, o tratamento auxilia na liberação de tensões musculares, no aumento da força e flexibilidade e no realinhamento postural. São trabalhados movimentos que estimulam a consciência corporal e a respiração, permitindo que a postura e os movimentos articulares voltem a acontecer de forma correta.

Em último caso, um ortopedista também pode ajudar no tratamento recomendando o uso de corretores chamados órteses posturais, que irão auxiliar o corpo a manter a postura correta.

Lembre-se que corrigir a postura pode parecer estranho e incômodo no começo, já que o corpo está acostumado a manter-se de outra forma. Com um pouco de prática e persistência, a postura correta vai se tornar mais natural e ficará mais fácil de ser alcançada.

Como evitar dores provocadas pela má postura?

A maioria dos casos de dor por má postura é transitória, ou seja, dura alguns dias ou no máximo semanas, sem grandes repercussões para a saúde geral. Para evitar passar por isso, algumas atitudes podem ajudar:

  • Deitar-se no chão ou em um colchão duro por cerca de dez minutos, com as pernas apoiadas sobre uma cadeira;
  • Praticar pequenas sessões de alongamento durante o dia, esticando braços e pernas;
  • Se trabalhar muito tempo sentado, planejar pausas para esticar as pernas e melhorar a circulação sanguínea;
  • Dormir de lado – de preferência para o lado esquerdo;
  • Checar se colchão e travesseiro estão adequados;
  • Tomar um banho quente antes de dormir, aproveitando a pressão da água para massagear as possíveis áreas doloridas;
  • Sentar-se de maneira a encostar as costas no encosto da cadeira e apoiar os dois pés no chão, sem cruzar as pernas ou sentar em cima de uma delas.

Em último caso, quando a dor já está instaurada, analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados para aliviar o problema, desde que prescritos por um médico de confiança.

Referências

 

Você sabe o que é “text neck” ou síndrome do pescoço de texto?

O surgimento dos dispositivos móveis, como celulares e tablets, causou não só mudanças tecnológicas e sociais, mas também afetou a nossa saúde. Um exemplo disso é síndrome do pescoço de texto, também chamada de text neck, que pode ser ocasionada por uma sobrecarga na região do pescoço ao olharmos para a tela ou digitarmos mensagens no celular frequentemente todos os dias. Em um país como o Brasil, onde cerca de 80% da população tem acesso ao celular e passa, em média, mais de cinco horas por dia diante das telas, a conta para a saúde pode chegar bem rapidamente. Então, continue a leitura e conheça mais sobre a síndrome do pescoço de texto ou text neck, quais são os sintomas e como evitar esse tipo de problema.

O que é a síndrome do pescoço de texto ou text neck

O text neck ou síndrome do pescoço de texto é uma lesão por esforço repetitivo no pescoço, como quando se fica muito tempo com a cabeça inclinada para baixo. Esse hábito pode causar lesões sérias na coluna e pescoço, tais como:

  • Deformidade óssea;
  • Inflamação no ligamento;
  • Estiramento muscular;
  • Compressão da hérnia de disco e outros problemas.

Qual a relação entre o uso de celular e a síndrome do pescoço de texto?

O uso prolongado de dispositivos móveis é a causa da síndrome do pescoço de texto. Basta observar que, na maioria das vezes em que as pessoas estão mexendo nos dispositivos móveis como celulares e tablets, elas estão de pescoço baixo digitando, lendo ou jogando.

Em uma posição neutra, nossa cabeça pesa de 4 a 5 kg. Com a cabeça inclinada para baixo, esse peso aumenta em até cinco vezes, causando uma pressão excessiva nos músculos, tendões e ligamentos do pescoço que precisam suportar muito mais peso. É essa pressão que pode causar problemas na região e levar ao desenvolvimento da síndrome do pescoço de texto.

Durante a pandemia do coronavírus, muitas pessoas passaram a trabalhar em casa em função das medidas de distanciamento social para diminuir o contágio. Muitas vezes, o home office foi instituído sem que os ambientes domésticos estivessem preparados no que diz respeito às questões de ergonomia do local de trabalho.

Se você passou a trabalhar em casa durante a pandemia e faz uso de dispositivos móveis durante todo o dia, é preciso levar em consideração algumas medidas para evitar a síndrome do pescoço de texto:

  • Altura da tela do computador – deve estar disposta a altura dos olhos, para evitar o curvamento da coluna por longas horas;
  • Regulagem de mesa e cadeira – os móveis precisam estar em conformidade com a altura de quem as utiliza para oferecer conforto;
  • Tipo de cadeira – opte sempre por cadeiras com encosto para evitar curvar a coluna.

No seu home office, esteja atento para garantir que cada item esteja disposto de forma a facilitar a utilização, sem prejudicar a saúde física.

Quais são os sintomas da síndrome do pescoço de texto? 

Um dos sintomas mais comum da síndrome do pescoço de texto é a dor no pescoço. Porém, há outros sintomas que você pode sentir que indicam um problema na região. Fique atento se você sentir alguns desses outros sintomas – juntos ou isolados:

  • Dificuldade de movimentar o pescoço;
  • Dor de cabeça constante;
  • Dor nos ombros;
  • Dor nas costas
  • Região do trapézio tensa e resistente;
  • Formigamento ou sensação de dormência em mãos e dedos.

Atenção: conhecer os sintomas e procurar ajuda de um profissional da saúde o quanto antes é essencial para prevenir danos que podem se tornar permanentes com o passar do tempo.

Como evitar a síndrome do pescoço de texto?

É fundamental ficar atento à postura corporal é fundamental para evitar a piora das dores. Para isso, siga as seguintes orientações:

  • Mantenha o pescoço ereto;
  • Leve o celular até a altura dos olhos e não o contrário;
  • Para maior equilíbrio do corpo, segure o aparelho com as duas mãos e digite com os dedos polegares;
  • Se for utilizar o celular deitado, mantenha as costas apoiadas no colchão e leve o celular até a linha dos olhos.
  • Ao longo do dia, faça alongamentos que trabalhem a região do pescoço, peito e parte superior das costas.

Essas dicas são importantes para que a sua coluna se mantenha alinhada. Considere também reduzir o tempo que você passa frente às telas. Segundo relatório do AppAnnie, o brasileiro está, ao lado do indonésio, em 1º lugar no volume de uso de celulares entre os 17 países analisados. Apesar de sermos um povo muito conectado, não podemos abrir mão da nossa qualidade de vida e bem-estar.

Como é o tratamento para a síndrome do pescoço de texto?

Quando os problemas causados pelo uso excessivo dos dispositivos móveis causam esse tipo de desconforto, buscar ajuda de um médico ortopedista ou fisiatra é fundamental para que sejam realizados os exames necessários avaliar a gravidade do quadro. O tratamento indicado deverá auxiliar na recuperação da mobilidade e alívio das dores. Os principais tipos de tratamento são:

Medicamentos – o médico pode prescrever analgésicos, anti-inflamatórios ou relaxantes musculares para alívio da dor.

Fisioterapia – o fisioterapeuta irá orientar nos exercícios de postura, alinhamento e exercícios para fortalecer a região do pescoço. Terapias que usam o calor e o frio e a estimulação elétrica também ajudam no alívio da dor e na descompressão da área.

Imobilização de curta duração – nos casos mais extremos, pode ser necessário usar um colar que apoia o pescoço para ajudar a aliviar a dor, tirando a pressão das estruturas do pescoço. O uso deve ocorrer conforme indicação médica.

Tempo de tela – o médico também poderá orientar o paciente a gerenciar melhor a quantidade de horas usando dispositivos para diminuir o tempo de tela e evitar a flexão excessiva do pescoço.

Conteúdos relacionados

Referências

Covid-19 e influenza: como conseguir diferenciar?

Desde o início de 2022, o Brasil enfrenta o agravamento da pandemia de Covid-19 devido à disseminação da variante Ômicron, com alto potencial de transmissão. Ao mesmo tempo, uma epidemia de gripe causada pela variante H3N2 do vírus influenza também tem afetado país. Ambas doenças têm sinais e sintomas parecidos, além da mesma forma de contágio. Continue a leitura e saiba como é possível diferenciar Covid-19 e influenza.

Sinais e sintomas da Covid-19 e influenza: quais as semelhanças e diferenças?

Tanto a Covid-19 quanto a gripe causada por influenza são doenças causadas por vírus, portanto altamente contagiosas, e que afetam principalmente o sistema respiratório. Com isso, o quadro gripal causado por ambas pode confundir o diagnóstico. Mas há sinais e sintomas específicos de Covid-19 e influenza, que variam de acordo com o tipo do vírus e com a evolução da doença em cada pessoa.

  • Covid-19

Causada pelo novo coronavírus, cerca de 80% dos casos correspondem a pacientes assintomáticos ou com sinais e sintomas leves, sobretudo aqueles com esquema vacinal completo. Já 20% dos infectados precisam de internação devido a complicações da doença. Veja os sinais e sintomas de Covid-19, de acordo com as variantes mais comuns no Brasil:

Vírus original – essa cepa, mais incidente no começo da pandemia, pode causar febre, tosse seca, cansaço, perda do paladar e/ou olfato. Com menos frequência, é possível ocorrer inflamação na garganta, dor de cabeça, irritação nos olhos, erupções cutâneas e diarreia. Os casos mais graves são associados a falta de ar, dor no peito, perda da fala ou mobilidade e confusão mental. 

Variante Delta – febre, tosse persistente, coriza, espirros, dor de cabeça e dor de garganta. A cepa apresenta evolução rápida e alto risco de hospitalização, sobretudo entre as pessoas não-vacinadas.

Variante Ômicron – cansaço extremo, dores pelo corpo, dor de cabeça e dor de garganta. A maior parte dos casos têm sido relatados como leves, porém altamente transmissível e com grande número de mutações.

Os casos sintomáticos de Covid-19 levam de cinco a 14 dias após a infecção para se manifestarem.

  • Influenza

São três tipos de vírus influenza conhecidos por infectar seres humanos: A, B e C, sendo que o A e o B são responsáveis por causar epidemias de tempos em tempos, em diversas partes do mundo. O tipo A é o mais conhecido, sendo dividido em duas principais variantes: H1N1 e H3N2. Esta última tem sido responsável pela epidemia de influenza em algumas regiões do Brasil desde o início de 2022.

Todos os tipos de influenza, incluindo o H3N2, causam sinais e sintomas semelhantes, que podem ser:

  • Febre alta e súbita, logo no início da infecção;
  • Inflamação na garganta;
  • Tosse, que pode durar de uma a duas semanas;
  • Dor de cabeça;
  • Dor no corpo e articulações;
  • Mal-estar;
  • Calafrios;
  • Coriza;
  • Perda de apetite;
  • Irritação nos olhos;
  • Diarreia e/ou vômitos, principalmente em crianças.

Os casos sintomáticos se manifestam entre três a cinco dias após a infecção.

Como confirmar o diagnóstico da Covid-19 e influenza?

As semelhanças entre os quadros gripais da Covid-19 e influenza não permitem que o diagnóstico seja feito apenas com base no exame clínico e histórico de saúde do paciente. Para confirmar ou não a presença das doenças, é necessário realizar testes específicos. Confira a diferença entre eles:

  • RT-PCR – é considerado o teste padrão-ouro pela Organização Mundial da Saúde para detectar a presença do coronavírus. O exame é colhido por meio de um swab, introduzido no nariz ou garganta, e deve ser feito entre o terceiro e sétimo dia após o início dos sintomas.
  • Antígeno – o exame acusa a infecção ativa pela Covid-19 e é mais rápido e simples que o RT-PCR, sendo uma alternativa viável principalmente em locais com altos números de casos, onde há unidades de saúde e laboratórios sobrecarregados. Também é realizado via swab e deve ser feito entre o quinto e sétimo dia após o início dos sintomas.
  • Sorológico – não é indicado para detectar a infecção ativa pela Covid-19, já que o exame detecta anticorpos somente depois de uma a duas semanas da contaminação. O objetivo do exame é saber se a pessoa já teve ou não a doença.
  •  Testes para influenza – existem dois tipos de teste para detectar influenza: o teste rápido, que acusa os tipos A e B, fica pronto em duas horas, mas possui menor sensibilidade; e o teste molecular para detecção de influenza A, que identifica também a cepa do vírus.
  • PCR multiplex – é como um RT-PCR para covid-19, mas que também é capaz de detectar os tipos de influenza.

É possível estar infectado com Covid-19 e influenza ao mesmo tempo?

Sim, uma vez que a forma de contágio é a mesma para ambas as doenças – contato com saliva, objetos contaminados e que são levados à boca, micropartículas suspensas no ar que contenham o vírus – é possível se infectar com Covid-19 e influenza ao mesmo tempo. Nesse caso, os sintomas serão simultâneos e não há diferenças tão notáveis.

Como prevenir o contágio da Covid-19 e influenza?

A vacinação é o método mais eficiente e seguro de impedir as formas graves das doenças, evitando complicações, sequelas, hospitalizações e a morte. A vacina contra a Covid-19 está disponível para todas as pessoas acima de 5 anos de idade. Já a vacina contra o vírus influenza protegem contra os tipos A e B, mas ainda não incluem a imunidade contra a variante H3N2. Outros cuidados para evitar o contágio e transmissão da Covid-19 e influenza são:

  • Uso de máscaras, sobretudo em locais fechados e na presença de outras pessoas;
  • Evitar aglomerações, principalmente em locais fechados e/ou com pouca ventilação;
  • Higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool em gel – ao entrar e sair de estabelecimentos, andar de transporte público e ao chegar em casa.

Conteúdos relacionados

Referências

Como identificar e combater os sintomas de refluxo gastroesofágico?

O refluxo gastroesofágico, também conhecido como refluxo gástrico, afeta cerca de 12% a 20% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia (SBMDN). Ele pode causar dores intensas no estômago e na região do peito e pode deixar um gosto nada agradável na boca. Quando os sintomas do quadro são crônicos, é possível que os pacientes tenham dificuldade de fazer tarefas do dia a dia e exercícios físicos e também sintam desconforto na hora de se alimentar.

O que é refluxo gastroesofágico

Considerado uma doença digestiva, o refluxo gastroesofágico acontece quando o músculo chamado de esfíncter esofágico inferior, que controla a passagem entre o esôfago e o estômago, não se fecha completamente, permitindo que o ácido gástrico ou a bile (secreção produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar) volte para o esôfago. Isso causa irritação na mucosa dessa parte do tubo digestivo, gerando os sintomas dolorosos ou incômodos.

Não se sabe exatamente por que o problema acontece, mas diversos fatores podem contribuir para o mau funcionamento do esfíncter esofágico inferior, como características biológicas, fisiológicas e estruturais da pessoa.

Quais os sinais e sintomas de refluxo gastroesofágico?

Os sinais e sintomas de refluxo gastroesofágico podem aparecer em episódios isolados ou de maneira mais frequente, a depender da gravidade do quadro de cada paciente. Entre os mais frequentes estão:

  • Azia ou queimação que se origina na boca do estômago, mas pode atingir a garganta;
  • Dor torácica intensa, que pode ser confundida com a dor da angina (dor no peito causada pela diminuição do fluxo de sangue no coração) e até com sinais do infarto do miocárdio;
  • Tosse seca;
  • Dificuldade em engolir;
  • Regurgitação de alimentos;
  • Líquido azedo na boca;
  • Sensação de ter um “nó na garganta”;
  • Dificuldade em dormir por várias horas (pelo incômodo causado pelos sintomas);
  • Doenças pulmonares que se repetem, como pneumonias, bronquites e asma.

Quando devo procurar um médico para tratar o refluxo gastroesofágico?

Você deve procurar um profissional de saúde para tratar o quadro se experimentar sintomas graves ou frequentes e se os efeitos causados pelo refluxo gastroesofágico estiverem prejudicando o seu dia a dia, impedindo de realizar as tarefas rotineiras de forma natural.

Também é recomendado que você procure atendimento médico imediato se tiver dor no peito, especialmente se ela for acompanhada por falta de ar ou dor na mandíbula ou no braço. Como a dor no peito também pode acontecer devido a um ataque cardíaco, mesmo que você tenha sido diagnosticado anteriormente com refluxo gastroesofágico, o melhor é buscar ajuda especializada o quanto antes por segurança.

Como é o tratamento do refluxo gastroesofágico?

O tratamento do refluxo gastroesofágico pode ser clínico ou cirúrgico. O primeiro é feito com medicamentos que diminuem a acidez do suco gástrico e com mudanças simples de hábitos, adotando um estilo de vida saudável, o que inclui:

  • Manter o peso recomendado pelo médico para sua altura, idade e tipo físico;
  • Evitar alimentos e bebidas que podem agravar o quadro, segundo a orientação do médico;
  • adotar uma dieta balanceada, com boa variedade de alimentos naturais e pouco processados;
  • Não fumar, já que nicotina pode relaxar o esfíncter esofágico inferior, piorando os sintomas;
  • Seguir os horários indicados pelo médico para se alimentar;
  • Fazer exercícios físicos regularmente após o médico avaliar se você tem algum impedimento e quais são os mais adequados para o seu caso.

O tratamento cirúrgico pode ser realizado em cirurgia convencional, na qual é feito um corte no abdômen para acessar a área a ser operada, ou por laparoscopia, que é uma técnica minimamente invasiva. Nela, são feitas apenas pequenas incisões na região abdominal para introdução do laparoscópio, instrumento que permite ver dentro do corpo do paciente e operar os instrumentos cirúrgicos. O tratamento cirúrgico é indicado

  • Nos casos de hérnia de hiato, condição em que parte do estômago impulsiona o músculo do diafragma);
  • Para os pacientes que não respondem bem ao tratamento com medicamentos e mudanças de estilo de vida;
  • Ou quando é necessário confeccionar uma válvula antirrefluxo (pequeno acessório usado para aliviar os sintomas).

Geralmente, os procedimentos cirúrgicos para o tratamento de refluxo gastroesofágico são feitos com anestesia geral e costumam ser relativamente rápidos, durando entre 30 e 40 minutos.

Conteúdos relacionados

Referências


Quais são os sintomas da Doença de Parkinson?

Embora um dos sinais mais conhecidos da Doença de Parkinson seja tremores que acometem, principalmente, as mãos, cerca de 20% dos pacientes podem não apresentar essa característica. O principal indicador do Parkinson, na verdade, é o quadro de bradicinesia, que faz com que as pessoas que têm a doença realizem movimentos mais lentos, caracterizados, muitas vezes, pela dificuldade de andar, pouca ou nenhuma expressão facial, além de um “arrastar de pés” durante caminhadas. Saiba mais sobre a doença e como ela pode se manifestar de diferentes formas, de acordo com o estágio em que se encontra cada paciente.

O que é Doença de Parkinson?

A Doença de Parkinson é uma enfermidade progressiva do sistema nervoso, parte do cérebro que controla dos movimentos. O quadro surge devido à degeneração de células presentes na região do cérebro chamada de substância negra. Essas células são responsáveis por produzir a dopamina, substância que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) por todo o corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos do paciente, provocando os sintomas.

Ela é a segunda doença degenerativa mais prevalente no mundo, só fica atrás do Alzheimer. O quadro não é fatal ou contagioso e, geralmente, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do paciente.

Quais são os sinais e sintomas da Doença de Parkinson, como a doença se manifesta?

Os sinais e sintomas do Parkinson incluem alterações motoras e não-motoras. Os primeiros sinais são sutis e, por isso, podem passar despercebidos. É possível que eles se manifestem até uma década antes da manifestação mais grave da doença, que ocorre apenas quando há degeneração de boa parte das células que produzem dopamina.

Entre esses sinais e sintomas mais leves estão a constipação, redução do olfato e o transtorno comportamental do sono REM, que faz com que os pacientes se mexam muito durante o sono. Outros sintomas comuns que podem aparecer ao longo do desenvolvimento da doença são:

  • Lentidão de movimentos, chamada bradicinesia;
  • Agitação ou tremor em repouso, que pode piorar se o paciente está nervoso;
  • Rigidez dos braços, pernas ou tronco;
  • Problemas com o equilíbrio e quedas;
  • Alterações de humor – como depressão, ansiedade, irritabilidade;
  • Alterações cognitivas – como falta de atenção, problemas visuo-espacial, psicose e alucinações;
  • Suor excessivo, principalmente nas mãos
  • Mudanças sensoriais – como dor, sensação de aperto, formigamento e queimação;
  • Voz baixa e suave;
  • Tontura e desmaios;

Qual a importância do diagnóstico da Doença de Parkinson ser feito o mais cedo possível?

O diagnóstico da doença de Parkinson logo no início do curso da doença é de extrema importância para um tratamento eficaz, capaz de retardar a evolução dos sintomas – o que fica mais difícil com o passar do tempo. A grande dificuldade, porém, é que ainda não há exames que forneçam um diagnóstico preciso e, por isso, muitas pessoas descobrem o quadro apenas com o aparecimento de sinais mais graves.

O diagnóstico é feito por exclusão. Com exames para analisar o cérebro, como eletroencefalograma, tomografia computadorizada e ressonância magnética, os médicos conferem se a pessoa possui nenhuma outra doença. Além disso, os especialistas acompanham o histórico clínico do paciente e a presença de sinais e sintomas que podem indicar a presença de Parkinson.

Existe tratamento para a Doença de Parkinson?

Apesar dos avanços da medicina, não existe cura ou forma de prevenir o Parkinson. Entretanto, há tratamentos que podem melhorar significativamente os sintomas causados pela doença e, consequentemente, a qualidade de vida dos pacientes.

Medicamentos – existem diferentes tipos de remédios que podem ser usados para tratar a Doença de Parkinson.

Mudanças no estilo de vida – incluindo a prática de exercícios físicos no dia a dia e uma rotina de alimentação saudável também contribuem para que aqueles que têm Parkinson tenham uma vida melhor. No entanto, é necessário supervisão profissional.

Terapias complementares –  como fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico também podem fazer parte do tratamento e beneficiar os pacientes, auxiliando no controle de sinais e sintomas e na adaptação de tarefas cotidianas.

Cirurgia – para alguns casos específicos, os profissionais de saúde também podem sugerir procedimentos cirúrgicos com o objetivo de regular determinadas regiões do cérebro e melhorar os sintomas.

Conteúdos relacionados

Referências

Hábitos que ajudam a prevenir a enxaqueca

Dor latejante em um dos lados da cabeça, aversão à luz, aos ruídos sonoros, náuseas e vômito. Quem já sentiu esses sintomas provavelmente estava passando por uma crise de enxaqueca. O mal afeta 15% da população no planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, mais de 30 milhões de pessoas enfrentam o problema e precisam lidar com as consequências físicas e emocionais da doença. Isso porque a enxaqueca provoca dor e mal-estar tão intensos que impossibilitam a realização de atividades simples do dia a dia. Alguns hábitos, no entanto, podem ajudar a prevenir essas crises, mas é fundamental o acompanhamento médico para o tratamento adequado.  

O que é enxaqueca?

A enxaqueca é um distúrbio neurológico no qual a dor de cabeça costuma ser intensa e incapacitante. É considerada uma cefaleia (dor de cabeça) do tipo primária, que ocorre devido a disfunções neuroquímicas no cérebro. Portanto, não é um sintoma, mas sim a própria doença. Em geral, a enxaqueca vem acompanhada de outros sintomas, que podem incluir:

  • Aversão a sons, cheiros e luzes;
  • Enjoo;
  • Distúrbios de visão;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade de memória e fala.

Os sintomas de enxaqueca podem durar até 72 horas e, em casos crônicos, os episódios comumente acontecem em 10 a 15 dias no mês.

Quais são as causas da enxaqueca?

As causas da enxaqueca não são totalmente conhecidas, mas existem indícios de que haja um componente genético. Pessoas com familiares de primeiro grau diagnosticados com a doença têm até 80% mais chances de desenvolvê-la. As mulheres também costumam ser mais afetadas, devido às oscilações hormonais do período menstrual e menopausa.

O estresse é outra causa bastante comum, já que nessa circunstância o corpo libera grande quantidade de cortisol e adrenalina, afetando a frequência cardíaca. Esse desequilíbrio resulta na dor de cabeça intensa e demais sintomas como náusea.

Vale ressaltar que, ao longo da vida, qualquer um pode ter uma enxaqueca isolada e entre os fatores de risco estão:

Estilo de vida – privação constante do sono, dietas alimentares desequilibradas e sedentarismo podem contribuir para a enxaqueca.

Álcool e tabagismo – a nicotina presente no cigarro provoca a constrição dos vasos sanguíneos, alterando toda a circulação corporal, o que aumenta as chances de dores de cabeça. O uso abusivo de bebidas alcoólicas também causa esse efeito.

Doenças psíquicas – sintomas de depressão e ansiedade, como oscilação do sono e de humor, podem aumentar as crises de enxaqueca.

Problemas de saúde bucal – alterações orofaciais, como a disfunção temporomandibular, que afeta a articulação da mandíbula, também elevam a prevalência das dores de cabeça.

Fatores externos dias muito quentes e iluminados, vento, odores como o de perfumes podem desencadear uma crise.

Como é o tratamento para enxaqueca?

É importante que o tratamento para enxaqueca seja recomendado por um médico. O profissional realizará os testes clínicos necessários, investigará o histórico médico e familiar do paciente e provavelmente solicitará exames como a ressonância magnética, que produz imagens do cérebro e dos vasos sanguíneos. Esse cuidado é fundamental para descartar outras doenças.

A partir do diagnóstico da enxaqueca, o médico pode receitar, conforme o caso, alguns tipos de medicamentos para alívio da dor, tais como:

  • Analgésicos;
  • Medicamentos para prevenir náusea;
  • Triptanos – classe de medicamentos que age sobre os preceptores da serotonina, levando a constrição dos vasos e diminuição de episódios de inflamação que causam a enxaqueca. Existem versões em comprimido, spray nasal e injeção. Em geral não são recomendados a pessoas com risco de AVC e problemas cardíacos.
  • Opioides – composto por substâncias que podem ser altamente viciantes são recomendados em último caso, quando outros tratamentos não foram eficazes.

Existem ainda alguns tipos de medicamentos que podem ajudar a prevenir as crises de enxaqueca, dependendo das características de cada caso. Eles só devem ser utilizados com prescrição médica, por exemplo:

  • Antidepressivos – os antidepressivos possuem substâncias capazes de evitar os episódios de enxaqueca, mas possuem efeitos colaterais comuns dessa classe medicamentosa, como sonolência;
  • Anticonvulsivantes – podem inibir a incidência de dores de cabeça menos frequentes. Mas também são acompanhados de efeitos colaterais como náusea e tontura;
  • Betabloqueadores – também são recomendados para prevenção de crises de enxaqueca;
  • Terapias hormonais – se você é mulher, converse com o ginecologista sobre terapias hormonais que podem auxiliar na prevenção da enxaqueca;
  • Toxina botulínica – injeções a cada três meses podem ser eficientes para adultos.

Importante! Tome os medicamentos indicados pelo médico e somente para os momentos em que ele foi prescrito. O uso abusivo de analgésicos pode criar um “efeito rebote”, aumentando os episódios de dores de cabeça.

Quais hábitos ajudam a aliviar a enxaqueca e prevenir novas crises?

Mesmo com acompanhamento médico e uso de medicamentos, a enxaqueca pode aparecer a qualquer momento. No entanto, alguns hábitos ajudam a diminuir a frequência de dores e aliviar os sintomas. Confira algumas dicas:

  • Alimentação regular – alimente-se com regularidade e não pule as refeições;
  • Hidratação – beba água, pois a desidratação aumenta a incidência de dores de cabeça;
  • Sono adequado – procure dormir de sete a nove horas por noite;
  • Exercício físico – faça algum tipo de exercício físico rotineiramente após avaliação médica, nem que seja uma caminhada de 30 minutos;
  • Técnicas de relaxamento – adote práticas de relaxamento, como meditação, ioga e técnicas de respiração;
  • Psicoterapia – procure um terapeuta para ajudar a lidar com suas questões emocionais;
  • Atividades prazerosas – inclua atividades prazerosas em seu dia a dia, como um hobby.

Além de ajudar a prevenir e aliviar a enxaqueca, essas medidas podem ser benéficas para a saúde como um todo.

Conteúdos relacionados

Referências

O que são doenças inflamatórias intestinais?

Doenças inflamatórias intestinais (DIIs) são condições de saúde que afetam o sistema gastrointestinal. As mais comuns são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. As DIIs são crônicas, ou seja, duram para toda a vida e não tem cura, mas o tratamento adequado pode deixá-las em remissão para evitar complicações e não prejudicar a qualidade de vida do paciente. Entenda mais sobre as causas, sintomas e como é feito o tratamento das doenças inflamatórias intestinais.

Quais são os tipos de doenças inflamatórias intestinais?

A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa são as principais doenças inflamatórias intestinais e correspondem a quase todos os casos. Cada uma afeta uma parte do sistema gastrointestinal e pode ter características únicas. Entenda quais são as diferenças:

Doença de Crohn – é uma inflamação intestinal que pode afetar todo o sistema digestivo, desde a boca até o ânus. Mas, principalmente, o intestino delgado (íleo), intestino grosso e a região perianal. Todas as camadas intestinais (mucosa, submucosa, muscular e serosa) podem ser atingidas pela inflamação causada pela doença de Crohn.

Retocolite ulcerativa – atinge o intestino grosso (chamado de cólon) e o reto, com episódios recorrentes de inflamação que ocorrem somente nas camadas mais internas que revestem o intestino (mucosa e submucosa). É uma doença mais incidente em homens.

Qual a incidência das doenças inflamatórias intestinais?

As DIIs são mais comuns em adolescentes e adultos jovens, na faixa etária entre 15 a 40 anos de idade. Atualmente, há mais de 5 milhões de pessoas no mundo com doenças inflamatórias intestinais. No Brasil, porém, faltam estudos epidemiológicos sobre a incidência – somente algumas regiões do país têm esses dados. No estado de São Paulo, por exemplo, há 52,6 casos a cada 100 mil habitantes, o que corresponde a cerca de 23.100 diagnósticos em toda a região.

As doenças inflamatórias intestinais têm maior incidência em países mais desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá e na Europa, ou em regiões com maior índice de urbanização, como o Sudeste e o Sul do Brasil.

O que causa as doenças inflamatórias intestinais?

A causa exata das doenças inflamatórias intestinais ainda é desconhecida. No entanto, algumas características são observadas entre os pacientes diagnosticados com a doença de Crohn ou a retocolite ulcerativa:

  • Fator imunológico – o sistema imunológico geralmente combate organismos estranhos, como vírus e bactérias, para proteger o corpo. No caso das DIIs, o sistema imunológico passa a atacar incorretamente os alimentos, o que causa sintomas como diarreia e inflamação do trato gastrointestinal.
  • Fator genético – o histórico familiar está presente em cerca de um a cada quatro casos de doença inflamatória intestinal.
  • Fator emocional – alguns médicos observam que pacientes com doença inflamatória intestinal foram anteriormente submetidos a uma extensa situação de estresse, seja no trabalho, relacionamento ou algum motivo social.
  • Disbiose intestinal – o desequilíbrio da flora intestinal pode afetar a digestão e alterar o trato intestinal, causando condições como diarreia ou constipação.
  • Tabagismo – observa-se o tabagismo como um possível fator de risco e de agravamento para a doença de Crohn.

Como não há um fator de risco diretamente ligado às DIIs e a possível causa pode ser genética ou imunológica, não há ações que podem prevenir uma retocolite ulcerativa ou a doença de Crohn. Mas, sobretudo para pessoas que já possuem alguma das doenças, é importante evitar o tabagismo e ter uma alimentação saudável e equilibrada, priorizando cereais, verduras, legumes e frutas e evitar consumir alimentos ultraprocessados ou muito gordurosos.

Quais os sinais e sintomas das doenças inflamatórias intestinais?

Os sinais e sintomas das doenças inflamatórias intestinais podem se manifestar principalmente em momentos de crise, sendo mais raros quando as doenças estão em remissão ou controladas. Entre os sinais mais comuns das DIIs estão:

  • Diarreia (que pode se alternar com períodos de constipação);
  • Sangue nas fezes;
  • Dores abdominais;
  • Gases e inchaço abdominais;
  • Perda de apetite ou de peso sem causa aparente.

Há também sinais específicos, de acordo com o tipo da doença inflamatória intestinal, por exemplo:

Doença de Crohn – pode causar fraqueza e febre. Em estágios mais avançados, a doença de Crohn pode levar a dores na articulação, presença de aftas, inflamação nos olhos, lesões na pele, cálculo renal (pedra nos rins) ou na vesícula biliar.

Retocolite ulcerativa – está relacionada a episódios frequentes de diarreia com sangue (que duram entre três a quatro semanas), vontade intensa e repentina de evacuar e presença de muco nas fezes. Em casos mais graves de retocolite ulcerativa, pode ocorrer febre, anemia, perda de peso e fraqueza nas pernas.

Como é feito o diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais?

O diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais é feito com a combinação de diversos exames e análises clínicas, pois não há um teste específico que permita a detecção. É fundamental que o paciente relate ao médico seu histórico de sintomas, como diarreia ou dores abdominais, para que sejam indicados os exames de diagnóstico que possam confirmar a suspeita. Entre esses procedimentos, são mais comuns:

  • Colonoscopia – exame endoscópico feito por um tubo flexível introduzido pelo reto que captura imagens do intestino grosso;
  • Endoscopia digestiva alta – análise de imagens da região do trato digestivo alto, que é composto pelo esôfago, estômago e duodeno;
  • Exames de imagem – geralmente uma tomografia ou ressonância magnética de toda a região do trato digestivo;
  • Biópsia – durante a realização da colonoscopia e da endoscopia, pode-se remover uma pequena mostra do tecido da região afetada para uma análise patológica (que é feita em laboratório) e, assim, realizar um diagnóstico mais preciso.

Qual o tratamento para as doenças inflamatórias intestinais?

As doenças inflamatórias intestinais são crônicas, ou seja, não tem cura. Porém, com o tratamento é possível deixar o quadro clínico em remissão, ou seja, reduzir os momentos de crises, períodos com maior manifestação de sintomas e desconfortos ao paciente, e evitar complicações para a saúde.

O tratamento da DII pode ser dividido em dois momentos: indução da remissão e manutenção. No primeiro estágio, o objetivo é tratar a fase aguda da doença para reduzir a inflamação e equilibrar o sistema imunológico. Posteriormente, o foco passa a ser a manutenção do período de remissão. Veja quais medicamentos podem ser realizados para o tratamento da retocolite ulcerativa e da doença de Crohn:

  • Aminossalicilatos – geralmente indicado para minimizar a irritação intestinal;
  • Imunomoduladores – atuam diretamente no sistema imunológico, para ajustar o seu funcionamento e evitar que ataque alimentos;
  • Terapia biológica – age em alvos específicos para o tratamento da doença, é um procedimento mais recente e com drogas lançadas nos últimos anos;
  • Corticoides – com ação anti-inflamatória, podem ser indicados no período de indução de remissão.

A dieta também é importante no tratamento das DIIs, especialmente na fase aguda, pois ajuda a combater sintomas como a diarreia. É fundamental o acompanhamento de um nutricionista ou médico especializado para indicar quais alimentos devem ser incluídos ou removidos das refeições.

O objetivo do tratamento medicamentoso é manter o quadro de remissão da doença inflamatória intestinal para o paciente. Desse modo aumenta as chances de evitar um tratamento mais agressivo, que é a cirurgia para remoção da parte do intestino mais afetada.

Esse procedimento é, geralmente, o último passo para evitar alguma complicação, como câncer de intestino, para o qual a DII pode ser um fator de risco. Por isso, é importante o tratamento correto e contínuo da doença inflamatória intestinal, para que o paciente tenha mais qualidade de vida e menos chance de desenvolver outros problemas de saúde.

Conteúdos relacionados

Referências