Arquivo para Tag: TDAH

arteterapia para quem tem tdah

A arteterapia pode ajudar no tratamento do TDAH?

A arteterapia é uma terapia alternativa que pode ajudar crianças e adultos com TDAH a aprimorar suas habilidades, foco e comunicação e, assim, melhorar o dia a dia de quem convive com o transtorno, que, no Brasil, afeta cerca de 7,6% das crianças e adolescentes. Então, continue a leitura para saber:

O que é arteterapia no TDAH?

A arteterapia é uma prática que combina a terapia convencional de fala com artes visuais para ajudar pessoas com TDAH ou outros transtornos do sistema nervoso a melhorar a saúde psicológica, habilidades cognitivas e motoras. O exercício combina a expressão verbal e não-verbalpara a obtenção de melhores resultados.

Durante a arteterapia, os pacientes criam as próprias obras de arte. Essa forma de tratamento se baseia na premissa que a arte ajuda a expressar emoções que às vezes são difíceis de expressar em palavras. A arteterapia pode envolver:

  • Pintura;
  • Colagem;
  • Esculturas;
  • Fotografia;
  • Artes digitais;
  • Trabalhos têxteis.

Como funciona a arteterapia?

A arteterapia estimula diferentes áreas do cérebro. As experiências sensoriais que os pacientes sentem durante a prática, que envolvem toque, movimento, imagens e sons, acessam partes primitivas da nossa cabeça.

Algumas das práticas mais usadas durante a arteterapia são:

  • Argila – trabalhar com argila molhada usa habilidades motoras grossas e acessa o cerebelo, liberando a tensão e despertando os sentidos;
  • Pintura – ajuda a regular as emoções e as habilidades motoras grossas. A tinta é um material fluido que pode ser mais difícil de controlar, assim como os sentimentos, e traz a sensação de satisfação ao ser manipulada com um pincel ou com as próprias mãos;
  • Desenho – estimula o processo criativo e a habilidade de planejamento do cérebro.

Quais são os benefícios da arteterapia?

A arteterapia traz uma série de benefícios para as pessoas que a praticam, como:

  • Capacidade de com problemas emocionais;
  • Desenvolvimento das habilidades interpessoais;
  • Controle melhor o comportamento;
  • Redução o nível de estresse no corpo;
  • Aumento da autoestima;
  • Melhor habilidade de lidar com os sintomas do TDAH;
  • Redução da depressão;
  • Alívio de emoções, crises ou traumas avassaladores;
  • Aumento da sensação de bem-estar.

Como a arteterapia pode ajudar pessoas com TDAH?

A prática pode ajudar pessoas com TDAH a melhorar vários pontos de sua rotina que, muitas vezes, são prejudicados pelos sintomas do transtorno, por exemplo:

Autoexpressão – para pessoas com dificuldades de aprendizagem e outros problemas trazidos pelo TDAH, a arteterapia oferece uma oportunidade de se expressar de outra forma além da verbal.

Aumento da autoconfiança – a arteterapia oferece uma maneira criativa e agradável de se comunicar sem restrições, sem preocupações de ser julgado, pois não existe erros no processo de criar arte. A prática pode ajudar a dar uma sensação de realização e aumenta a autoconfiança em quem lida com os sintomas do TDAH.

Resolução de problemas – os processos criativos exigem que os pacientes lidem com os problemas durante a criação da arte, uma habilidade importante que pode ser melhorado, pois, muitas vezes, pessoas com TDAH sofrem de sintomas de distúrbio da função executiva.

Melhora na aprendizagem e relações interpessoais – crianças com TDAH apresentam dificuldades para aprender, o que afeta o desempenho escolar e prejudica a habilidade social de se enturmar com os colegas. A arteterapia é uma ferramenta que fornece uma nova abordagem para a comunicação e expressão de emoções, além de estimular novas partes do cérebro.

Aumento da dopamina no cérebro – o cérebro estimulado pela criação de arte produz níveis mais altos de dopamina, que ajuda a melhorar a concentração. Expressar a criatividade por meio da arte também eleva a serotonina e reduz os níveis de estresse.

Como pessoas com TDAH podem praticar a arteterapia?

O processo de fazer arteterapia, seja para crianças ou adultos, deve ser prazeroso e um momento de relaxamento. Veja seis dicas podem ajudar a tornar a prática ainda mais efetiva como parte do tratamento para o TDAH:

  1. Foque no processo – concentre-se em fazer arte, não no produto final. O objetivo não é fazer uma obra perfeita, mas sim aproveitar o processo. Se concentre em como se sente ao pintar, construir, desenhar ou esculpir. Diminua a pressão para produzir algo semelhante ao que outras colegas podem produzir.
  • Fale sobre os sentimentos – se estiver desapontado com a sua arte, tente pensar no que poderia ter sido diferente. Isso ajuda a desenvolver habilidades de resolver problemas e tentar novamente.
  • Torne a arteterapia parte da rotina – o processo de criar arte inspira entusiasmo e aumenta o foco, mas manter uma rotina também é fundamental para controlar o comportamento impulsivo causado pelo TDAH. Organize sua agenda para que a arteterapia seja uma das tarefas do dia a dia para que se torne efetivamente parte do tratamento contra o transtorno.
  • Comece de forma simples – inicie a arteterapia com projetos que tenham poucas etapas antes de avançar em projetos mais difíceis. Isso aumentará o foco e as chances de concluir a tarefa.
  • Utilize cores – colorir é uma atividade relaxante para crianças e adultos. Lembre-se de como foi uma atividade prazerosa para você na infância.
  • Faça pausas e se movimente – se levante e faça movimentos para queimar o excesso de energia causado pela hiperatividade. Isso ajuda a se livrar do tédio caso você passe muitas horas em apenas um projeto.

Conteúdo relacionado

Os desafios enfrentados por mães de crianças com TDAH

O uso de drogas pode agravar o TDAH?

Como o TDAH é diagnosticado em crianças e por que isso deve ser feito o mais cedo possível?

Referências

Direitos de quem tem TDAH

Quais são os direitos de quem tem TDAH?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, comumente conhecido como TDAH, afeta cerca de 3% a 8% das crianças e adolescentes da população mundial. Estima-se que 2,5% a 3% continuam a manifestar o transtorno na vida adulta. No Brasil, o TDAH atinge cerca de dois milhões de adultos. Nos últimos anos, as pessoas com TDAH conquistaram direitos que permitiram acesso à saúde, à educação, ao mercado de trabalho e inclusão social. Continue a leitura e saiba o que a Lei estipula sobre os seguintes aspectos:

Direitos de quem tem TDAH no acesso à saúde

Diagnóstico precoce – -é garantido pela Lei n.º 4.324 a avaliação do desenvolvimento infantil por equipe multiprofissional do Sistema Único de Saúde (SUS), buscando identificar sinais possíveis do TDAH. Os critérios de avaliação, diagnóstico e acompanhamento são estipulados pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade , aprovado em julho de 2022.

Acompanhamento com equipe multidisciplinar – ainda sob a Lei nº 4.324,se confirmado o diagnóstico de TDAH depois da avaliação pelos profissionais de saúde, a criança tem direito a começar o tratamento imediato na rede pública de saúde mais próxima à residência. Além disso, deve ser disponibilizado à família um atendimento psicológico, com orientações sobre o TDAH, para o acompanhamento conjunto. O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do TDAH prevê que o tratamento inclui equipe multidisciplinar, que pode envolver:

  • Médico Psiquiatra;
  • Médico da família e comunidade;
  • Psicólogo;
  • Fonoaudiólogo;
  • Psicopedagogo;
  • Assistente social.

Acesso a medicamentos – a Lei nº 2.630, de novembro de 2021, instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O documento engloba e faz substitutivos a algumas outras leis que garantem direitos às pessoas com TDAH. Um exemplo, é o substitutivo à Lei nº 4.324, ao incorporar o acesso gratuito a medicamentos para o tratamento do TDAH. No entanto, apesar de aprovada, a Política Nacional ainda está em fase de tramitação e ainda precisa passar por algumas comissões para entrar em vigor.

Direitos de quem tem TDAH na educação

Identificação precoce do TDAH e acompanhamento integral – a Lei nº14.254, de novembro de 2021, estipula a identificação precoce de possíveis sinais de TDAH em alunos por parte dos educadores. Caso necessário, a escola deve ser responsável por encaminhar o aluno para diagnóstico e oferecer todo o apoio para o tratamento, seja dentro da escola – com psicólogo, psicopedagogo, entre outros – ou na rede de saúde.

Capacitação de profissionais da educação – para que o cuidado e atenção ao aluno com TDAH seja eficaz, a Lei nº14.254 estipula que as instituições de ensino ofereçam formações continuadas aos educadores sobre os sinais de TDAH e outros transtornos de aprendizagem. Também é necessário capacitar e apoiar os profissionais para os ajustes de abordagem com esses alunos no dia-a-dia.

Professor auxiliar – aLei nº 14.254 também assegura ao aluno com TDAH e/ou outros transtornos de aprendizagem o direito de contar com um professor específico, que deverá ajudá-lo com as necessidades específicas. A responsabilidade em fornecer o profissional é da escola, que pode contar com o apoio da área da saúde, da assistência social ou de outra política pública que exista na região.

Garantia de matrícula em instituições de ensino públicas e privadas – a Política Nacional de Proteção aos Direitos da Pessoa com TDAH estipula queo responsável pela instituição de ensino que recusar a matrícula ou renovação de aluno com TDAH está sujeita a multa de três a 20 salários mínimos. No caso de escola pública, se a recusa se repetir, o servidor público perderá o cargo após comprovada a situação na justiça.

Tempo adicional na resolução de provas – alunos com TDAH e outros transtornos de aprendizado têm o direito a resolver qualquer atividade de avaliação com tempo extra, que deve ser estabelecido de acordo com cada caso. A Lei nº 4.308, de 2021, antes previa o tempo adicional de 40 minutos, para qualquer teste, porém a Política Nacional de Proteção aos Direitos da Pessoa com TDAH apresentou um substitutivo que retira a especificação de tempo.

Direitos de quem tem TDAH no trabalho

A Política Nacional de Proteção aos Direitos da Pessoa com TDAH prevê medidas que assegurem a inclusão e desenvolvimento do profissional com o transtorno. São elas:

Inclusão no mercado de trabalho – empresas com mais de 10 mil funcionários, públicas ou privadas, devem ter profissionais de recursos humanos capacitados para lidar com pessoas com TDAH.

Incentivo ao desenvolvimento profissional – gestores e profissionais de RH devem se engajar no processo de adaptação da pessoa com TDAH à equipe, ao ambiente de trabalho e às tarefas desempenhadas. Ajustes de atividades, ambientes, rotina e treinamentos específicos devem ser aplicados, de acordo com as necessidade e dificuldades do funcionário, antes de se fazer advertências sobre o desempenho profissional.

Direitos e conquistas sociais de quem tem TDAH

Semana Nacional de Conscientização sobre o TDAH – todo dia 1º de agosto é comemorada a Semana Nacional de Conscientização sobre o TDAH, com o objetivo de promover a importância do diagnóstico e tratamento precoce do transtorno. A data entrou em vigor em 2022, com a sanção da Lei nº 14.420.

Plano de saúde – segundo a Política Nacional de Proteção aos Direitos da Pessoa com TDAH, indivíduos com o transtorno não podem ser impedidos de participar de planos privados de saúde em razão da sua condição.

Participação nas políticas públicas – a Política Nacional também tem como diretriz a participação de pessoas com TDAH na formulação, execução e avaliação de políticas públicas.

Conteúdos relacionados

Entenda o que é o recém-aprovado protocolo nacional para TDAH

Volta às aulas: como lidar com o TDAH na escola?

Que tipo de equipe de saúde deve tratar o TDAH, equipe multidisciplinar, transdisciplinar ou interdisciplinar?

Referências

https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2022/20220804_Relatorio_733_PCDT_TDAH.pdf – acessado em 23/02/2023

Criança com TDAH recebendo atendimento de profissional especializado – Cellera Farma

Quais são os desafios dos adolescentes com TDAH?

Os sinais e sintomas do TDAH podem variar conforme o subtipo do transtorno, mas se agravam na adolescência se não houver tratamento, podendo afetar as relações, sentimentos, aprendizado, comportamentos e prejudicar a execução de tarefas de risco.

Continue a leitura para saber:

Quais são os sinais e sintomas do TDAH na adolescência?

Os subtipos do TDAH que podem levar a variação de sinais e sintomas são, desatenção, hiperatividade/impulsividade ou uma combinação deles.

Desatenção:

  • Falta de atenção aos detalhes e erros por descuido;
  • Dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
  • Parecer não ouvir quando se fala com ele;
  • Não segue instruções e não termina trabalhos com frequência;
  • Tem problemas para organizar tarefas e atividades;
  • Constantemente evita, não gosta ou reluta em fazer tarefas que precisem de esforço mental por muito tempo;
  • Frequentemente perde objetos pessoas ou coisas necessárias para executar tarefas;
  • Distrai-se facilmente;
  • Esquece as atividades diárias constantemente.

Hiperatividade/impulsividade:

  • Mexe ou bate mãos ou pés frequentemente;
  • Está sempre se movimentando;
  • Levanta-se constantemente quando se espera que fique sentado;
  • Incapacidade frequente de brincar ou participar tranquilamente de atividades de lazer;
  • Fala em excesso constantemente;
  • Responde muitas vezes antes de a pergunta ser concluída;
  • É comum não esperar a vez;
  • Interrompe ou se intromete constantemente.

É fácil confundir muitos desses sinais e sintomas com comportamentos normais da idade e apresentar um ou mais deles não quer dizer que o adolescente tem TDAH. Porém, quando eles são mais intensos e recorrentes do que o esperado, em mais de um ambiente, podem ser sinais de alerta e é muito importante que pais, outros responsáveis e educadores estejam atentos.

Quais impactos o TDAH pode causar na adolescência?

A puberdade agrava os sintomas do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e a vontade de ser independente pode funcionar como um gatilho para a impulsividade, justamente no momento que o adolescente tem que lidar com questões como drogas, sexo e novos relacionamentos.

Além disso, a maior pressão nos estudos na adolescência sobrecarrega as funções executivas, que se referem à capacidade de desenvolver um comportamento orientado para objetivos por meio de ações voluntárias e organizadas. Geralmente, essas habilidades só se desenvolvem totalmente depois dos 20 anos de idade. Mas, em quem tem TDAH, isso só acontece de três a cinco anos mais tarde.

Os adolescentes com TDAH também apresentam uma tendência maior de alcançar a maturidade emocional mais tarde. Provavelmente, quem tem o transtorno só vai atingir aos 30 anos a maturidade emocional de um jovem de 21 anos sem TDAH. O que se deve a atrasos no desenvolvimento dos lobos frontais do cérebro.

Veja possíveis impactos do transtorno do déficit de atenção com imperatividade em vários aspectos da vida do adolescente:

Emoções – de uma forma geral, os adolescentes com TDAH têm mais dificuldade de controlar emoções, de se acalmar e de lidar com a frustração. O que pode ser difícil tanto para os adolescentes com o transtorno quanto para as pessoas que lidam com eles.

Relacionamentos – os adolescentes com TDAH podem falar ou tomar atitudes sem pensar, o que aumenta as chances de dificuldades de relacionamento em todas as áreas da vida. Inclusive, são mais propensos a serem ignorados ou rejeitados e não é incomum sofrerem bullying ou intimidar as pessoas. Na escola, por exemplo, eles têm uma taxa maior de suspensões por conta de problemas comportamentais.

Aprendizado – na escola, os adolescentes com TDAH têm dificuldade de se concentrar em testes e nos deveres de casa, e isso só piora conforme o nível de dificuldade das tarefas e a pressão aumenta. Então, a tendência é que o desempenho seja mais baixo e com índices de reprovação mais altos.

Comportamentos – existe uma tendência maior de os adolescentes com TDAH usarem drogas lícitas, como cigarro e álcool, e ilícitas, como maconha, mais cedo do que as pessoas que não têm o transtorno. Também há uma tendência maior de que iniciem a vida sexual mais cedo e não façam sexo seguro. Por conta disso, as taxas de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) costumam ser mais altas entre eles.

Tarefas de risco – o TDAH pode, por exemplo, tornar mais difícil aprender a dirigir e, depois, conduzir veículos motorizados por causa da desatenção ou da impulsividade. Inclusive, as quantidades de multas, acidentes de trânsito e gravidade desses acidentes são maiores entre as pessoas com TDAH em relação as que não têm o transtorno.

Como é o tratamento do adolescente com TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade ainda não tem cura, mas tem tratamento que pode controlar os sinais e sintomas e aumentar a qualidade de vida. O tratamento de adolescentes com TDAH deve ser multimodal, o que significa que pode combinar ensinamento de técnicas para quem tem o transtorno, medicamentos dependendo do caso e orientações para os pais e professores.

Tratamento não medicamentoso – as diferentes técnicas da terapia cognitivo comportamental (TCC) possibilitam que a pessoa com o transtorno seja capaz de suprimir ou amenizar comportamentos mal adaptativos e modificar suas crenças, pensamentos, sensações e emoções. O objetivo é desenvolver habilidades comportamentais que podem durar a vida toda.

Tratamento medicamentoso – pode ajudar a pessoa que tem TDAH controlar os sinais e sintomas que afetam no dia a dia como, a condição de se concentrar melhor, ser menos impulsivo, sentir-se mais calmo e aprender a praticar novas habilidades. Existem diferentes tipos de medicamentos na qual serão receitados conforme o caso e a resposta do paciente a eles.

Apoio educacional – é comum que crianças e adolescentes com TDAH tenham resultados educacionais inferiores, abandonem a escola mais cedo, faltem mais e sejam excluídas pelos colegas da escola. Então, diferentes tipos de intervenções podem ser usados, incluindo estratégias comportamentais, acadêmicas e de autorregulação.

Orientações para os responsáveis – os pais ou outros responsáveis precisam ser informados sobre como o TDAH pode afetar a criança e ao adolescente. E que todos os aspectos da vida da pessoa com o transtorno devem ser tratados por meio de uma abordagem multimodal que considere as questões sociais, emocionais, comportamentais e acadêmicas.

Conteúdos relacionados

Referências

Pessoa com TDAH e ansiedade–cellera farma

Qual a relação entre TDAH e ansiedade?

O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é a comorbidade mais comum do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, ela atinge cerca de um quarto das pessoas que convivem com TDAH.

O que é TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio do desenvolvimento neurológico que aparece na infância e acompanha os indivíduos até a vida adulta.

Ainda não se sabe exatamente o que causa o TDAH, mas o transtorno pode ter influências genéticas e ambientais, além de ser muito comum, pois é diagnosticado entre 3% e 5% das crianças de todo o mundo. Os sinais e sintomas são classificados em dois grupos, conforme o tipo do transtorno: desatenção e hiperatividade com impulsividade.

Desatenção:

  • Distraem-se constantemente;
  • Esquecem de tarefas importantes;
  • Demonstram desatenção mesmo quando são abordados diretamente;
  • Têm dificuldade de se concentrar e organizar tarefas;
  • Repetem erros descuidados;
  • Rejeitam atividades que demandam esforço mental por muito tempo.

Hiperatividade-impulsividade:

  • Estão sempre se movimentando mesmo em momentos e lugares inapropriados;
  • Falam bastante;
  • Mexem as mãos e os pés com frequência;
  • São impacientes e interrompem frequentemente outras pessoas;

Quais condições acontecem junto ao TDAH com mais frequência?

Pessoas que convivem com o TDAH ficam mais suscetíveis a desenvolver outros transtornos e condições, entre eles a ansiedade, depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e até abuso de substâncias. O mais comum entre eles é o transtorno opositivo desafiador (TOD), identificado em até 41% dos casos de TDAH.

Em crianças, as principais condições que acompanham o TDAH são:

  • Transtorno de ansiedade;
  • Transtorno de conduta;
  • Transtorno opositivo desafiador (TOD);
  • Depressão;
  • Transtorno obsessivo compulsivo (TOC).

Em adultos com TDAH, as condições mais comuns que podem ocorrer simultaneamente incluem:

  • Alterações de humor;
  • Abuso de substâncias;
  • Transtorno explosivo intermitente;
  • Obesidade.

Quais as semelhanças e diferenças entre ansiedade e TDAH?

Embora o TAG e o TDAH possam ocorrer juntos, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade não é um transtorno de ansiedade. Os sintomas do TDAH são diferentes e envolvem, principalmente, problemas com foco e concentração. Já os sintomas de TAG são caracterizados pelos sentimentos de nervosismo e medo constante, mesmo quando não há perigo aparente.

Apesar de cada condição ter sintomas únicos, os dois transtornos se espelham. Isso pode tornar difícil dizer se uma pessoa tem TDAH, ansiedade ou ambos. Entre os sintomas de TDAH e de TAG que se assemelham, estão:

  • Dificuldade de concentração e de atenção;
  • Incapacidade de relaxar;
  • Sensação de inquietação;
  • Insônia;
  • Dificuldade em socializar;

Mas o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) tem sintomas bastante específicos, que são:

  • Sintomas de pânico, como batimentos cardíacos acelerados, respiração rápida ou sudorese;
  • Sentimentos crônicos de preocupação ou nervosismo;
  • Medo sem uma causa aparente;
  • Irritabilidade;
  • Dores de cabeça e problemas de estômago.

Como a ansiedade afeta a pessoa com TDAH?

É possível que a ansiedade faça com que os sinais e sintomas de TDAH apareçam de forma ainda mais forte. Mesmo indivíduos que convivem com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e que não foram diagnosticados com ansiedade podem experimentar ansiedade ocasional em suas rotinas.

Por outro lado, o TDAH também pode desencadear sintomas de TAG. Isso porque os sintomas decorrentes do TDAH – como falta de concentração, procrastinação e hiperatividade – afetam a vida social, amorosa e profissional dos indivíduos, o que pode levar a um quadro de ansiedade.

Como tratar TDAH e ansiedade juntos?

Ambos, TDAH e TAG, podem ser tratados por meio de medicamentos e terapia. É comum que o paciente faça apenas um tratamento, seja para TDAH ou para o transtorno de ansiedade generalizada, que acabe resultando na melhora das duas condições. Entretanto, os médicos sempre tentam tratar primeiro a que for mais grave.

Medicação – o tratamento para TDAH pode envolver o uso de medicamentos estimulantes. No entanto, se eles estiverem causando sintomas de ansiedade, o médico pode optar por trocar a medicação prescrita ou optar por medicamentos para TAG.

  • Caso o paciente não queira ou não possa tomar medicações específicas para os dois transtornos ao mesmo tempo, o médico pode prescrever medicamentos para um dos distúrbios e tratar o outro com intervenções terapêuticas.

Terapia – a ansiedade relacionada ao TDAH pode ser tratada com terapia cognitiva comportamental e técnicas de relaxamento.

  • A terapia cognitiva comportamental ajuda pessoas a mudar seus padrões de pensamento para influenciar positivamente seu comportamento e melhorar a qualidade de vida e a forma como se relaciona com outras pessoas.
  • Já as técnicas práticas, como meditação, relaxamento muscular progressivo e exercícios de respiração profunda, podem ajudar a tratar o estresse e a ansiedade, diminuindo a frequência cardíaca, reduzindo a tensão muscular, aumentando a concentração e o humor.

Mudanças no estilo de vida – além dos medicamentos e práticas terapêuticas, mudanças no dia a dia podem ajudar a reduzir a ansiedade, tais como:

  • Sono – o cansaço pode piorar os sentimentos de ansiedade. É recomendado dormir ao menos oito horas por noite, além de dormir e acordar no mesmo horário;
  • Exercício – praticar exercícios regularmente pode reduzir a ansiedade de várias maneiras, inclusive porque estimula a liberação de substâncias químicas cerebrais que melhoram o humor;
  • Organização de tarefas – manter uma lista de atividades que precisam ser concluídas e definir prazos realistas para cada uma pode garantir que as metas sejam lembradas e alcançadas;
  • Alimentação saudável – fazer refeições equilibradas e manter-se hidratado pode ajudar a controlar a ansiedade. Reduzir a ingestão de cafeína e álcool também pode ser útil, pois ambos interferem nos padrões de sono.

Referências

Menino brincando e pais observando sorrindo depois de o médico explicar para ela se o TDAH é um ou não um transtorno hereditário

O TDAH é um transtorno hereditário?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) provoca dificuldade no nível de atenção e foco da pessoa, fazendo com que ela seja mais inquieta, agitada, impaciente e, frequentemente, impulsiva. O transtorno tem uma forte influência genética, o que significa que existe uma tendência para que ele seja transmitido de pais para filhos, mas há vários fatores que podem influir se ele vai se manifestar ou não e de que forma.

O que é um uma doença ou transtorno hereditário?

Uma doença hereditária ou um transtorno hereditário, é uma condição de saúde causada por alterações genéticas passadas dos pais para os filhos. Essas alterações podem ser de diferentes tipos, incluindo mutações em genes específicos, cromossomos anormais ou anormalidades no número de cromossomos.

Embora os transtornos ou doenças hereditárias possam ser transmitidos de geração para geração em uma família, nem todas as pessoas que herdam a mutação genética desenvolvem a doença ou transtorno hereditário associado a ela. Existem vários fatores que podem determinar se uma doença hereditária se manifestará ou não em uma pessoa, tais como:

Penetrância – refere-se à probabilidade de uma pessoa com uma mutação genética desenvolver a doença ou transtorno que essa mutação tem a possibilidade de causar, sendo que a probabilidade pode variar dependendo da mutação e da doença ou transtorno em questão.

  • Penetrância alta – alguns genes podem ter uma penetrância alta, o que significa que a maioria das pessoas com a mutação desenvolverá a doença;
  • Penetrância baixa – outros genes podem ter uma penetrância baixa, o que significa que apenas algumas pessoas com a mutação desenvolverão a doença;
  • Fatores que podem afetar a penetrância – além disso, a penetrância também pode ser influenciada por fatores genéticos e ambientais adicionais.

Expressividade – diz respeito à gravidade dos sintomas da doença em pessoas com a mutação. Algumas pessoas podem ter sintomas graves, enquanto outras podem ter sintomas leves ou nenhum sintoma.

Fatores ambientais – alguns fatores ambientais, como dieta, estilo de vida, exposição a substâncias tóxicas ou a presença de outras doenças, podem influenciar se uma pessoa desenvolverá ou não a doença ou o transtorno hereditário.

Herança genética – a forma como a doença é herdada também pode influenciar se ela se manifestará ou não.

  • Gene dominante – algumas doenças ou transtornos são herdados de forma dominante, o que significa que uma única cópia do gene mutado é suficiente para causar a doença;
  • Gene recessivo – outros são herdados de forma recessiva, o que significa que ambos os pais devem transmitir uma cópia do gene mutado para que a doença se manifeste.

Ou seja, a manifestação de um transtorno ou doença hereditária é determinada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A presença de uma mutação genética em si não é necessariamente suficiente para garantir o desenvolvimento da doença.

Qual a diferença entre doença hereditária e doença genética?

Embora as doenças ou transtornos hereditários e as doenças genéticas estejam relacionadas à genética, elas têm diferenças importantes:

Doença hereditária – é uma doença que é passada de pais para filhos através dos genes. A doença pode ser causada por mutações genéticas, mas também pode ser causada por outros fatores, como traumas ou exposição a substâncias nocivas. As doenças hereditárias podem ser dominantes ou recessivas, dependendo de como são transmitidas pelos genes.

Doença genética – é uma doença causada por uma ou mais mutações genéticas. As mutações genéticas podem ocorrer espontaneamente ou serem herdadas dos pais. As doenças genéticas são causadas por alterações no DNA que afetam a produção ou a função de proteínas no corpo. Algumas doenças genéticas são hereditárias, mas outras podem ser causadas por mutações que ocorrem aleatoriamente.

Então, todas as doenças hereditárias são genéticas, mas nem todas as doenças genéticas são hereditárias. Isso porque as doenças hereditárias só podem ser transmitidas de pais para filhos por meio de genes, enquanto as doenças genéticas podem ser herdadas ou acontecer espontaneamente.

O TDAH é ou não um transtorno hereditário afinal?

O que se sabe atualmente é que o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade tem uma forte influência genética, o que significa que há uma tendência para que ele seja transmitido de pais para filhos. Mas o TDAH não é um transtorno hereditário no sentido de que é causada por um único gene. As pesquisas mostram que há vários genes envolvidos e que o risco genético depende da interação com fatores ambientais para levar a um quadro de TDAH, por exemplo:

  • Consumo de substância na gestação – alguns estudos indicam que fumar cigarro durante a gravidez aumenta o risco para o transtorno no bebê;
  • Prematuridade e baixo peso – bebês que nascem antes do tempo e/ou com baixo peso ao nascer, ou seja, menos do que 2,5 kg, têm mais risco de desenvolver o problema.

Em resumo, embora haja uma forte influência genética no TDAH, ele não é uma doença hereditária causada por um único gene, sendo influenciado por uma variedade de fatores genéticos e ambientais.

Quais são os sinais e sintomas de TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um quadro neurobiológico que provoca dificuldade no nível de atenção e foco da pessoa, fazendo com que ela seja mais inquieta, agitada, impaciente e, frequentemente, impulsiva. A estimativa é que até 8% da população mundial tenha TDAH, cujos sintomas podem ser divididos em duas categorias de questões comportamentais:

  • Desatenção (dificuldade de concentração e foco);
  • Hiperatividade e impulsividade.

É possível que o transtorno se manifeste sem os sintomas de uma das duas categorias comportamentais. O TDAH é mais comum em meninos, sendo que nas meninas é mais frequente que o transtorno cause apenas sintomas de desatenção, o que faz com que seja mais difícil de ser percebido e diagnosticado.

Principais sintomas de desatenção em crianças e adolescentes

  • Ter dificuldade em organizar tarefas
  • Conseguir manter a atenção só por um período curto e distrair-se facilmente;
  • Não conseguir se dedicar a tarefas tediosas ou demoradas;
  • Cometer erros por descuido;
  • Parecer esquecido ou perder coisas;
  • Parecer que não consegue ouvir ou executar instruções;
  • Mudar constantemente de atividades ou tarefas.

Principais sintomas de hiperatividade e impulsividade em crianças e adolescentes

  • Estar constantemente inquieto;
  • Ser incapaz de ficar parado, movimentando-se excessivamente;
  • Conversar excessivamente;
  • Interromper conversas;
  • Ser incapaz de esperar a sua vez;
  • Ser incapaz de se concentrar em tarefas;
  • Agir sem pensar;
  • Ter pouca ou nenhuma noção de perigo.

Conteúdos relacionados

Dicas de organização para quem tem TDAH

Como escolher atividades de lazer para quem tem TDAH?

O que é o hiperfoco que o TDAH pode causar e como isso pode ser positivo?

Referências

https://www.nhs.uk/conditions/attention-deficit-hyperactivity-disorder-adhd/symptoms/ – acesso em 13/02/2022.


TDAH e alimentação: o que você precisa saber!

Uma alimentação saudável, balanceada e com variedade de nutrientes pode ser um aliado importante para o tratamento de questões de saúde. O que parece meio óbvio quando falamos de saúde física, mas nem tanto quando o assunto é um transtorno neurobiológico como o TDAH. No entanto, estudos sugerem que ter uma alimentação saudável pode sim ajudar a manter mais consistente e sob controle o comportamento de quem tem o transtorno. A hiperatividade e impulsividade se tornariam mais sutis e a concentração poderia melhorar.

Quais são os melhores alimentos para pessoas com TDAH?

Para ter uma dieta balanceada e que possa ajudar a controlar a hiperatividade e a impulsividade do TDAH, é preciso levar em consideração como diferentes nutrientes atuam em nosso organismo e quais as melhores fontes deles.

Proteína – é um macronutriente essencial que tem diversas funções no organismo. Pode prevenir picos de açúcar no sangue, que aumentam a hiperatividade. Desta forma, pode ocorrer a melhora da concentração.. Exemplos de boas fontes:

  • Carne vermelha magra;
  • Carne de porco;
  • Aves;
  • Peixes;
  • Ovos;
  • Laticínios com baixo teor de gordura;
  • Feijão;
  • Nozes;
  • Soja.

Carboidratos complexos – a principal função é fornecer energia para o organismo. São absorvidos de forma mais lenta ao serem ingeridos, estando presentes em alimentos ricos em nutrientes e fibras. Junto com as proteínas, ajudam a prevenir picos de açúcar no sangue, que aumentam a hiperatividade. Exemplos de boas fontes:

  • Batata doce;
  • Cenoura;
  • Beterraba;
  • Inhame;
  • Lentilha;
  • Grão de bico;
  • Feijão preto;
  • Amendoim;
  • Castanhas;
  • Quinoa;
  • Aveia;
  • Centeio;
  • Alimentos integrais, como arroz, pães e massas;
  • Frutas ricas em fibras, como banana e maçã.

Ômega-3 – pode auxiliar na melhora de diversas características do TDAH, como a hiperatividade, a impulsividade e a falta de concentração. Pesquisas sugerem que crianças com TDAH têm níveis mais baixos de ômega-3 no sangue do que crianças sem TDAH. Um estudo mostrou que 25% das crianças que tomaram doses diárias tiveram uma diminuição significativa dos sintomas de TDAH após três meses. Em seis meses, quase 50% delas experimentaram uma melhoria dos sintomas. Exemplos de boas fontes:

  • Peixes de águas frias, como salmão, atum e sardinha;
  • Óleos vegetais, como de linhaça e de soja prensados a frio;
  • Oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas;
  • Sementes, como linhaça e chia;
  • Leguminosas, como feijão, soja, grão de bico e ervilha;
  • Folhas verde escuro, como couve e espinafre.

Zinco e magnésio – são dois minerais que desempenham um papel importante no controle dos sintomas de TDAH. O magnésio também é usado para produzir neurotransmissores envolvidos na atenção e na concentração, e tem um efeito calmante no cérebro. Exemplos de boas fontes:

  • Aveia (magnésio e zinco);
  • Sementes de linhaça (zinco e magnésio);
  • Amendoim (zinco e magnésio);
  • Feijão (zinco);
  • Castanha de caju (zinco e magnésio);
  • Amêndoas (magnésio e zinco);
  • Espinafre cozido (magnésio);
  • Banana prata (magnésio);
  • Gema de ovo (zinco);
  • Leite integral (zinco);
  • Carne de boi assada (zinco);
  • Frango cozido (zinco);
  • Porco assado (zinco).

Sugestão de refeição – a recomendação dos especialistas é preparar um prato cuja primeira metade seja preenchida com vegetais. A outra metade se divide em duas: um quarto deve conter proteína e o outro quarto, carboidratos complexos. No café da manhã, por exemplo, é possível combinar alimentos como aveia e leite ou manteiga de amendoim e pão integral. Os açúcares desses carboidratos são digeridos mais lentamente, porque proteína, fibra e gordura ingeridos juntos resultam em uma liberação de açúcar no sangue mais gradual.

Quais alimentos pessoas com TDAH devem reduzir ou evitar?

Açúcar – diminuir a quantidade de açúcar ingerida diariamente é uma das principais medidas na alimentação para aliviar os sintomas de TDAH. Isso porque vários estudos sugerem que algumas crianças que têm TDAH são estimuladas por grandes quantidades de açúcar na alimentação. Assim, elas tendem a ficar mais inquietas e desatentas. Então, recomenda-se evitar ou reduzir o consumo de bebidas como sucos e achocolatados industrializados, bolos, tortas e outros doces.

  • Alimentos compostos em grande parte por carboidratos simples, como pão branco, são digeridos e processados em glicose (açúcar) de maneira rápida. Por isso, devem ser reduzidos ou evitados.

Aditivos artificiais – corantes, conservantes e emulsionantes estão presentes em diversos alimentos ultraprocessados. Então, para conseguir evitá-los é necessário estar atento aos rótulos. Vários estudos mostram que os aditivos artificiais tornam mais hiperativas mesmo as crianças que não têm TDAH, além de intensificar a característica daquelas que já são hiperativas.

Conteúdos relacionados

O que é TDAH? Veja as respostas das principais dúvidas sobre o transtorno

TDAH: como identificar os sintomas de hiperatividade na rotina?

TDAH: como identificar os sintomas de desatenção na rotina?

Referências


TDAH – O que é hiperfoco?

De maneira geral, o hiperfoco consiste na concentração máxima e duradoura em uma única tarefa. Nessa situação, a pessoa pode passar horas a fio jogando videogame, assistindo televisão ou trabalhando em um projeto profissional, sem perceber o que acontece ao seu redor. Embora o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) esteja intimamente ligado a dificuldade em manter o foco, o contrário também acontece.

Continue a leitura para entender a relação entre TDAH e hiperfoco, o que isso sintoma causa e como gerenciá-lo para evitar problemas na vida pessoal, nos estudos e na profissão.

O que é o hiperfoco no TDAH?

É bastante comum que pessoas com TDAH tenham dificuldade em manter a atenção. Esse, inclusive, é um dos principais sintomas que apoiam o diagnóstico do distúrbio. Mas, o hiperfoco, que é o oposto disso, também pode ser uma característica do transtorno.

  • Hiperfoco – faz com que a pessoa permaneça absorta em uma atividade, geralmente prazerosa, ignorando o que acontece em sua volta.

Isso acontece porque, na verdade, o TDAH está relacionado a um desequilíbrio do controle de atenção. Assim, quem apresenta o problema tem dificuldade em manter o comando sobre o nível e a duração da concentração.

Como o hiperfoco afeta crianças e adultos com TDAH?

Manter o foco em uma atividade é algo positivo. O problema é que o hiperfoco em pessoas com TDAH faz com que elas percam o controle da intensidade e do tempo empreendido em uma única tarefa. Para as crianças, esse comportamento pode causar prejuízos como:

  • Problemas no rendimento escolar – já que a tendência do hiperfoco é a concentração máxima em atividades divertidas, as crianças podem passar horas brincando ou jogando vídeo game, esquecendo as tarefas da escola ou de estudar para uma prova;
  • Conflitos de convivência em casa – o hiperfoco faz com que as crianças percam a noção do que acontece ao redor, ignorando o chamado ou uma orientação importante dos adultos, o que acaba gerando conflitos entre pais e filhos;
  • Dificuldade de socializar – com o nível de atenção totalmente voltado a um jogo, a criança pode permanecer o dia todo sozinha no quarto, sem se comunicar com outras pessoas.

No caso de adultos com TDAH, o hiperfoco pode ser tão prejudicial quanto para as crianças. Essa prática, certamente, interferirá nos seguintes aspectos:

  • Produtividade no trabalho – mantendo o foco em um único projeto ou atividade, aumentam as chances do profissional esquecer reuniões e entregas importantes, que interferirão no rendimento;
  • Convívio social – assim como na vida profissional os adultos com TDAH e hiperfoco estão mais propensos a esquecer os compromissos sociais, seja uma festa de aniversário ou um favor para um amigo;
  • Falta de organização – em geral, essas pessoas se desorganizam e têm dificuldade em gerenciar o tempo, acumulando tarefas.

O que causa o hiperfoco no TDAH?

Assim como a desatenção, estudos indicam que o hiperfoco no TDAH é provocado por mudanças no lobo frontal do cérebro. É nessa área que se concentram mais ativamente a dopamina, neurotransmissor que ajuda no controle da atenção.

A falta de dopamina nessa região cerebral faz com que a pessoa com TDAH apresente dificuldade em transferir a atenção para atividades menos prazerosa, permanecendo naquilo que é considerado mais divertido e recompensador de alguma maneira.

  • Pessoas com TDAH tendem a se sentir ainda mais atraídas por atividades de resposta rápida, ou seja, em que a recompensa é imediata.

Como gerenciar o hiperfoco no TDAH?

Existem algumas formas de gerenciar o hiperfoco. Mas elas, certamente, exigirão esforço de quem sofre com o problema, assim como amigos e familiares, especialmente no caso das crianças. Confira as recomendações a seguir!

Gerenciamento do hiperfoco na infância:

  • Rotina – os pais devem criar uma rotina de horários para o desempenho de todas as tarefas das crianças durante a semana;
  • Horários – o tempo de permanência no telefone celular, televisão ou vídeo game deve ser monitorado;
  • Paciência – especialistas recomendam paciência aos pais na hora de chamar a atenção dos filhos para desligarem a tevê, por exemplo, pois a ideia é que, com o tempo, as crianças aprendam a gerenciar esse tempo sozinhas;
  • Diálogo – é importante conversar sobreTDAH e hiperfoco com as crianças para saber se elas percebem os sintomas e encontrarem, juntos, uma maneira de gerenciar o problema.

Gerenciamento do hiperfoco na fase adulta:

  • Interesse – reflita sobre as atividades que mais costumam atrair a sua atenção;
  • Tempo – utilize um cronômetro ou alarme para identificar quanto tempo gasta com as atividades cotidianas, para depois definir prazos de execução;
  • Metas – estipule metas para realização das tarefas e faça intervalos curtos entre uma e outra;
  • Atenção e relaxamento – pratique exercícios de atenção e relaxamento;
  • Atividades – evite atividades que costumam atrair a sua atenção na hora de dormir ou que anteceda uma tarefa importante e menos prazerosa;
  • Autoconsciência – se perceber o estado de hiperfoco, mude de posição na cadeira, levante ou faça qualquer outro movimento para sair dessa condição.

Quais são outros sintomas de TDAH?

Além do hiperfoco e da desatenção há outros sintomas bem característicos de TDAH como:

  • Dificuldade em esperar;
  • Perder objetos;
  • Dificuldade em seguir as regras;
  • Deixar de prestar atenção aos detalhes;
  • Dificuldade em finalizar trabalhos escolares ou tarefas domésticas;
  • Ter mãos ou pés muito inquietos;
  • Dificuldade em ficar parado;
  • Dificuldade em fazer atividades em silêncio;
  • Falar muito;
  • Interromper ou se intrometer nas conversas, jogos ou atividades de outras pessoas.

Vale ressaltar que no TDAH há subtipos de manifestação e por isso os sintomas variam dessa forma:

  • Predominantemente hiperativo – quando a maior parte dos sintomas se relaciona à hiperatividade e impulsividade;
  • Predominantemente desatento – em que a maioria dos sintomas está voltado para desatenção e distração;
  • Combinado – mistura de sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

Importante: o TDAH tem tratamento e persiste ao longo da vida. Por isso o diagnóstico precoce é extremamente importante para que a pessoa consiga lidar com o problema, gerenciando os sintomas

Conteúdos relacionados

Os sinais e sintomas de TDAH mudam ao longo da vida?

Como explicar para meu filho o que é o TDAH?

TDAH: como identificar os sintomas de hiperatividade na rotina?

Referências


Entenda o que é o recém-aprovado protocolo nacional para o TDAH

O Ministério da Saúde aprovou o protocolo clínico de diretrizes terapêuticas para o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). De caráter nacional, o protocolo é um documento que estabelece os parâmetros para o diagnóstico, tratamento e o acompanhamento na rede pública para os indivíduos com este transtorno. Confira, a seguir, alguns pontos importantes que o protocolo se refere:

Diagnóstico do TDAH

O protocolo recém-aprovado ressalta que o diagnóstico incorreto, bem como o atraso e a ausência de diagnóstico, tem sérias consequências para o indivíduo com TDAH. Portanto a identificação do transtorno e o encaminhamento ágil e adequado do paciente garantem melhor resultado terapêutico.

Profissionais aptos para o diagnóstico – O diagnóstico do TDAH deve ser realizado por um médico psiquiatra, pediatra, neurologista, neuropediatra ou outro profissional de saúde devidamente qualificado, com treinamento e experiência no transtorno.

É fundamental o envolvimento de equipe multidisciplinar para avaliação e gerenciamento adequados da doença.

Características e comportamentos indicativos – Para se enquadrar no diagnóstico de TDAH, as características apresentadas devem atender aos seguintes critérios:

  • Ter início precoce e ser persistente;
  • Causar prejuízos em dois ou mais contextos (casa, escola e ambiente clínico);
  • Causar comprometimento significativo do funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.

Método de avaliação

Em casos de suspeita de TDAH, deve ser realizada uma avaliação clínica e psicossocial completa. O especialista deve considerar os critérios dos sintomas ajustados à fase de desenvolvimento e, sempre que possível, os pontos de vista da pessoa com TDAH. Também devem ser consideradas as informações coletadas dos responsáveis e da escola, no caso de pacientes em idade escolar.

Identificação de fatores de risco – durante a avaliação, o profissional de saúde deve estar ciente de que os seguintes grupos estão mais propensos ao TDAH, como por exemplo: Indivíduos nascidos prematuros, crianças e jovens com diagnóstico de transtorno desafiador de oposição ou transtorno de conduta, crianças e jovens com transtornos de humor (como ansiedade e depressão) e pessoas com um familiar próximo com diagnóstico de TDAH.

Diagnóstico de eventuais comorbidades[SI1] é fundamental que o médico consiga fazer o diagnóstico das comorbidades presentes em adultos e crianças com TDAH, dada a alta prevalência de condições de saúde associadas nesses pacientes e uma vez que o tratamento para cada uma delas é distinto.

Tratamento do TDAH

O protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o TDAH preconiza a intervenção multimodal para o gerenciamento da condição, incluindo atendimento psicológico, orientação aos familiares e apoio escolar.

Monitoramento de pacientes com TDAH – O protocolo do governo brasileiro para o TDAH também destaca a importância do acompanhamento contínuo dos pacientes, o monitoramento da eficácia das medidas terapêuticas instituídas e o acompanhamento das condições de saúde associadas.

Periodicidade de avaliação – o ideal é que as primeiras consultas ocorram em intervalos inferiores a 30 dias. Posteriormente, o intervalo pode ser ampliado para a cada três ou quatro meses.

Transição para a vida adulta – pacientes com TDAH que recebem assistência em serviços pediátricos devem ser reavaliados na idade de deixar a escola quanto à necessidade de continuar o tratamento. Se este for necessário, devem ser feitos arranjos para uma transição suave para os serviços de adultos.

Conteúdos relacionados

TDAH: O papel de cada profissional da saúde no tratamento

Como e por quem é feito o diagnóstico do TDAH

O que é TDAH? Veja as principais dúvidas sobre o transtorno

Referências


Qual a relação entre TDAH e depressão?

Cerca de 30% das pessoas diagnosticadas com TDAH também têm depressão. A doença pode acontecer em decorrência do TDAH e/ou em função dos problemas que o transtorno de atenção traz para a vida de quem tem o transtorno. Também existe a possibilidade das duas condições se desenvolverem de forma independente uma da outra. Continue a leitura para entender mais sobre TDAH e depressão:

O que é TDAH?

O TDAH é um transtorno neurobiológico que causa dificuldade em manter a atenção e o foco, além de causar inquietação e impulsividade. A agitação, a impaciência e a impulsividade tornam a execução de tarefas longas e repetitivas, ou lembrar de atividades cotidianas e datas especiais, muito mais difícil. O transtorno pode ser causado por:

  • Predisposição genética;
  • Alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) responsáveis por estabelecer as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro.

Os primeiros sintomas do TDAH costumam ser identificados na infância e adolescência. Na vida adulta, com o uso de medicamentos adequados, as manifestações tendem a ficar mais brandas.

Qual a relação entre TDAH e depressão?

É possível que uma pessoa tenha TDAH e depressão de forma independente uma da outra, ou que o transtorno de atenção contribua para o rebaixamento do humor.

O transtorno de déficit de atenção pode causar dificuldades na vida de crianças, principalmente durante os estudos e na interação social, e em adultos, que podem ter problemas de concentração no trabalho. As adversidades podem levar ao desânimo, tristeza profunda e a um quadro de depressão.

Os sintomas do TDAH podem contribuir para problemas de autoestima, de imagem e de socialização, e pacientes com o transtorno têm a maior probabilidade de se sentirem sobrecarregados e infelizes com a vida que levam.

Quais as diferenças entre os sintomas de TDAH e depressão?

Alguns sintomas de TDAH e depressão são parecidos, incluindo dificuldade de memória, desmotivação, problemas de humor, irritabilidade e desinteresse. A presença desses sintomas pode levar a um diagnóstico tanto de uma doença quanto da outra.

A depressão pode mascarar a presença do TDAH em um indivíduo, principalmente em crianças. É importante estar atento às diferenças entre elas para chegar a um diagnóstico e tratamento adequado.

  • Oscilação de humor – pessoas com TDAH podem ir do bom humor a um estado de irritabilidade e desânimo sem um motivo plausível para isso. Já para quem tem depressão, esses sintomas costumam acompanhar o indivíduo durante semanas ou meses seguidos.
  • Procrastinação – tarefas repetitivas e que demandam concentração por muito tempo são um verdadeiro fardo para quem tem TDAH e acabam sendo procrastinadas. Já os depressivos tendem a procrastinar quase tudo, pois não possuem ânimo ou motivação para fazer coisas simples do dia a dia.
  • Organização – para o portador de TDAH, a organização tem mais a ver com a memória. Eles, simplesmente, esquecem de manter suas coisas organizadas. Para quem tem um quadro de depressão, a organização não é prioridade.
  • Baixa autoestima – no TDAH, a baixa autoestima está ligada ao sentimento de fracasso em tarefas na escola, no trabalho ou mesmo na rotina. Já para os depressivos, a sensação é de ser inútil e sem importância.
  • Atenção – ao contrário dos depressivos, pessoas com TDAH conseguem manter a atenção em coisas variadas, desde que sejam estimulantes e não maçantes. Para quem tem depressão, é difícil se manter atento a qualquer coisa.
  • Motivação – pessoas com TDAH precisam de estímulos constantes e recompensas imediatas, enquanto para os depressivos nada os motiva ou gera o sentimento de gratidão.
  • Emoções os portadores de TDAH demonstram excitação e alegria diante de estímulos positivos, raiva e frustração diante de estímulos negativos, e também raiva. Quem tem depressão é indiferente e inexpressivo, seja a situação boa ou ruim.
  • Sono e alimentação problemas com sono e alimentação não têm padrão fixo em quem tem TDAH. Na depressão, as pessoas tendem a dormir muitas horas além do normal e ainda acordam sentindo cansaço. Em relação a alimentação, há depressivos que não sentem fome em momento algum, enquanto outros comem excessivamente.

Outros sintomas que podem aparecer para pessoas com TDAH são hiperatividade, agressão, falta de moderação, esquecimento, raiva e ansiedade.

Alguns dos sintomas comuns em pessoas que têm depressão são cansaço fácil, incapacidade de sentir alegria e prazer, apatia, sensação de ruína e fracasso, diminuição do desempenho sexual, perda ou aumento de peso e insônia.

Qual o tratamento para TDAH e depressão?

Os medicamentos utilizados para o tratamento do TDAH e depressão são substâncias controladas e que precisam de prescrição médica. Diante do surgimento dos sintomas do TDAH e/ou depressão, é necessário consultar um psiquiatra ou neurologista para receber o diagnóstico correto. O tratamento do TDAH e depressão pode envolver:

  • Psicoterapia – a psicoterapia indicada para o tratamento do TDAH chama-se terapia cognitivo-comportamental, com a aprendizagem de técnicas para o gerenciamento da condição. Já para a depressão, também pode ser feita a terapia interpessoal que tem como o objetivo melhorar o relacionamento com outras pessoas, expressar as emoções e resolver problemas de forma saudável.
  • Medicação – os medicamentos para o tratamento do TDAH costumam ser estimulantes. Se caso não houver melhora nos sintomas, pode-se recomendar antidepressivos, que também são utilizados no tratamento contra a depressão.

Conteúdo relacionado

Como explicar para meu filho o que é o TDAH?

TDAH: o papel de cada profissional da saúde no tratamento e diagnóstico

Como lidar com as comorbidades do TDAH?

Referências


Qual a relação entre TDAH e vícios?

Teste123 Estudos indicam que adolescentes e adultos com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) estão mais suscetíveis ao abuso ou dependência de álcool, nicotina e drogas ilícitas (Compulsão alimentar e vício por açúcar também podem ser considerados). No entanto, o tratamento adequado do transtorno na infância ajuda a diminuir o risco do uso problemático de substâncias no futuro. Continue a leitura para entender:

Existe uma conexão entre TDAH e vício?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele surge na infância e frequentemente acompanha a pessoa por toda a vida, podendo causar prejuízos acadêmicos, profissionais e sociais.

Uma das principais comorbidades relacionadas ao TDAH é o transtorno por uso de substâncias (TUS), que inclui dependência de álcool e outras drogas. Diversos estudos indicam a existência dessa conexão. Confira alguns dados encontrados:

  • Adultos com TDAH são duas a três vezes mais propensos ao abuso de substâncias do que a população geral;
  • Cerca de 25% dos adultos em tratamento para abuso de álcool e substâncias se enquadram no diagnóstico de TDAH;
  • Pessoas com TDAH tendem a iniciar o uso de álcool e drogas e álcool mais precocemente.

Vale ressaltar que nem todas as crianças com TDAH desenvolverão dependência de substâncias no futuro. Mas é importante que os pais estejam cientes dessa ligação e intensifiquem os esforços de prevenção, conscientizando os filhos sobre os riscos das drogas desde cedo e garantindo que eles recebam tratamento adequado para TDAH.

O que explica a conexão entre TDAH e vício?  

Embora não haja evidências definitivas que expliquem por que pessoas com TDAH são mais suscetíveis ao abuso de álcool e outras drogas, várias hipóteses foram propostas, incluindo as seguintes:  

Tentativa de amenizar os sintomas do TDAH – muitas pessoas com TDAH, sobretudo aquelas que não recebem tratamento, recorrem a substâncias para melhorar a atenção, o foco e a impulsividade, por exemplo. Esse tipo de “automedicação”, contudo, agrava os sintomas do TDAH.

Lidar com as implicações do TDAH – os sintomas do TDAH podem afetar a vida social, profissional e acadêmica, causando angústia, baixa autoestima e outros sentimentos negativos a quem sofre com a condição. Muitos desses problemas são fatores de risco para o abuso de substâncias.

Ligação genética – é possível que os genes associados ao comportamento de risco e à busca por novidades predisponham um indivíduo tanto ao TDAH como ao abuso de substâncias.

Existem outros fatores que aumentam o risco do desenvolvimento de vício, tais como:

  • Histórico de abuso de substância na família;
  • Coexistência de outros problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade;
  • Influência de pessoas próximas que usam drogas;
  • Problemas de relacionamento com a família;
  • Sentimento de desconexão com as pessoas ao redor.

Quais são os sinais de abuso de substâncias?

Quando uma pessoa possui dependência por qualquer tipo de substância, alguns sinais ficam evidentes. Eles incluem:

  • Compulsão pela substância e desejo constante de consumi-la.
  • Esforços malsucedidos para tentar ficar sem usar a substância;
  • Dificuldade para controlar a frequência e a quantidade ingerida;
  • Necessidade de aumentar continuamente as quantidades consumidas para atingir o efeito desejado;
  • Interferência no cumprimento das obrigações e nos relacionamentos interpessoais devido ao uso da substância;
  • Abandono de hábitos;
  • Agressividade e outras mudanças de comportamento;
  • Crises de abstinência;
  • Descuido com a aparência;
  • Desenvolvimento de outros transtornos mentais como depressão, ansiedade, crises de pânico e paranoias.

Importante – se houver suspeita de um problema com álcool ou drogas, é essencial procurar ajuda profissional.

Tratamento TDAH e vícios

O tratamento precoce do TDAH na infância ajuda a controlar os sintomas e evitar o impacto deles na vida do paciente, reduzindo, assim, a chance de abuso de substâncias na adolescência e na vida adulta. Além disso, o tratamento de problemas de saúde mental que geralmente acompanham o TDAH, como ansiedade e depressão, também é importante e pode diminuir o risco de dependência. 

O tratamento do TDAH pode envolver:

  • Psicoterapia – a psicoterapia indicada para o tratamento do TDAH chama-se terapia cognitivo-comportamental, com a aprendizagem de técnicas para o gerenciamento da condição;
  • Medicação – uma das escolhas do médico pode ser os medicamentos estimulantes, capazes de reduzir os sintomas do TDAH em cerca de 70% dos casos. Quando não há resposta a estimulantes, o profissional de saúde pode recomendar certos tipos de antidepressivos.

Quanto ao manejo do TDAH e do transtorno do uso de substâncias (TUS) concomitantes, é necessária uma avaliação abrangente que considere os dois diagnósticos, pois um interfere no outro. O tratamento simultâneo de ambas as condições pode ser a melhor abordagem.

A medicação para o TDAH pode causar vício?

Os medicamentos mais comumente prescritos para o TDAH são substâncias controladas, o que significa que têm o potencial de levar ao abuso e ao vício. Por causa disso, existe um equívoco comum de que é arriscado consumi-los. Na verdade, estudos indicam o oposto: pessoas diagnosticadas com TDAH que tomam a medicação conforme prescrita pelo médico são menos propensas ao uso indevido de substâncias do que aquelas que não recebem tratamento.

Além disso, não há evidências de que tomar medicamentos psicoestimulantes  para tratamento do TDAH com orientação médica torne o indivíduo mais propenso a desenvolver dependência. O risco aumentado é devido ao próprio transtorno, não à medicação estimulante.

Porém, no caso de pessoas com TDAH que já possuem um vício, o profissional de saúde pode recomendar que o tratamento seja feito com outros medicamentos, a fim de evitar o uso indevido.

Conteúdos relacionados

Autismo e TDAH: qual a relação entre os transtornos?
Como e por quem é feito o diagnóstico do TDAH?
TDAH: como educadores e pais ajudam na identificação e no tratamento?

Referências


Arquivo para Tag: TDAH

Nothing Found

Nenhum resultado encontado