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Dicas de organização para quem tem TDAH

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que atinge cerca de 5% a 8% da população mundial, de acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA. Caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade, pode ser difícil para pessoas com TDAH manter uma rotina organizada, mas algumas mudanças no dia a dia podem trazer grandes melhorias. Continue a leitura para saber:

O que é TDAH?

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode ser causado por fatores genéticos, entre outros. É caracterizado pela desatenção, comportamentos impulsivos e hiperatividade, fazendo com que a pessoa fique mais agitada e sinta dificuldade em realizar tarefas longas e repetitivas.

Geralmente, é diagnosticado ainda na infância ou adolescência. Apesar do tratamento promover melhorias no dia a dia, é comum que as pessoas com TDAH mantenham algumas características do transtorno na vida adulta.

Quais os principais sinais e sintomas de TDAH?

Os sintomas do TDAH podem ser caracterizados em dois tipos de problemas comportamentais: desatenção (dificuldade de se concentrar e manter o foco) e hiperatividade.

É normal que crianças sejam mais ativas e tenham problemas para se concentrar em alguns momentos, mas aquelas com TDAH apresentam esses sintomas de forma persistente, o que pode causar problemas na escola, em casa e com amigos. Os sinais do transtorno geralmente são bem perceptíveis e aparecem antes dos seis anos de idade.

Os principais sintomas de TDAH em crianças são:

  • Ter um curto período de atenção e ser facilmente distraído;
  • Cometer erros por descuido em trabalhos escolares;
  • Sempre esquecer ou perder coisas;
  • Incapacidade de cumprir tarefas mais demoradas;
  • Incapacidade de ouvir ou executar instruções;
  • Dificuldade de organizar brinquedos ou exercícios.

Já em adultos, que geralmente possuem TDAH desde a infância, os sintomas são parecidos, mas se manifestam de forma diferente. Por exemplo, é comum que a desatenção e a hiperatividade continuem, o que causa impacto no trabalho e relações interpessoais.

Os sintomas manifestados por adultos são:

  • Descuido e falta de atenção aos detalhes;
  • Iniciar novas tarefas antes de terminar as antigas;
  • Dificuldade de organização;
  • Incapacidade de se concentrar ou priorizar atividades;
  • Perder ou esquecer coisas recorrentemente;
  • Inquietação e nervosismo frequentes;
  • Dificuldade em ficar quieto;
  • Interromper os outros continuamente;
  • Mudanças de humor rápida;
  • Impaciência;
  • Facilidade em assumir riscos em atividades;
  • Ter pouca atenção pela segurança pessoal ou dos outros, por exemplo, dirigindo perigosamente.

Como a falta de organização impacta a rotina da pessoa com TDAH?

A falta de organização pode trazer problemas principalmente na vida profissional e nos estudos, mas também em outras áreas, como nas relações com a família, amigos e companheiros.

Alguns dos impactos que a falta de organização típica do TDAH pode trazer para a vida dos adultos são:

  • Falta de limpeza e organização na casa, fazendo com que itens necessários fiquem perdidos entre lixos e/ou objetos espalhados;

  • Esquecer de pagar as contas do mês;

  • Deixar projetos inacabados, gerando frustação;

  • Baixo desempenho educacional;

  • Sentir-se sobrecarregado e exausto o tempo inteiro.

Como a pessoa com TDAH pode se organizar melhor no dia a dia?

As estratégias organizacionais são muito importantes para quem tem TDAH, tornando o trabalho, a rotina de estudo e a vida doméstica mais agradáveis. Um sistema de organização bem-sucedido deve ser projetado individualmente para atender às necessidades específicas de uma pessoa e abordar áreas mais problemáticas em sua vida. Algumas dicas para organizar melhor o dia a dia são:

Use um planejador de tempo – quem tenta fazer tudo de uma vez, acaba não fazendo nada. Para fugir de cair nessa cilada, use um calendário ou um planejador para gerenciar o tempo, seja digital ou em papel. Todas as atividades que envolvem agendamento (compromissos, eventos sociais, prazos, rotina de exercícios etc) devem ir para o planejador. Evite o erro de tentar programar todas as horas do dia, o que geralmente é contraproducente e leva à frustração e ao desânimo. Deixe espaços em branco em sua agenda para pausas, horários flexíveis e imprevistos.

Organize as tarefas por prioridade- a baixa produtividade de pessoas com TDAH está relacionada a falhas no planejamento, na priorização e no acompanhamento das tarefas. Para eliminar esse problema, faça um cronograma definindo o que é prioridade e não pode ser feito depois. Para conseguir completar as obrigações da rotina, é necessário realizá-las em horários regulares.

Fragmente as tarefas – projetos ou afazeres maiores são mais gerenciáveis quando são “fragmentados”, divididos em partes menores, com cada uma destinada a um período de tempo. Exemplo: escrever um artigo. Comece definindo um prazo para a conclusão e estime a quantidade total de tempo que você provavelmente precisará. Depois, faça a divisão da tarefa em vários dias e crie metas de tempo para concluir cada “pedaço”.

Crie um “lar” para cada item – chaves perdidas, contas, documentos são um pesadelo par quem tem TDAH, pois podem facilmente se perder pela casa, causando horas de perda de tempo. A regra básica para controlar isso é que cada item precisa de um “lar”. As chaves vão para o chaveiro, localizado logo após a porta da frente, e nunca são guardadas no bolso do paletó ou na cômoda. Carteiras, relógios, bolsas e outros itens usados com frequência vão para uma bandeja ou outro recipiente aberto na cômoda do quarto ou na escrivaninha.

De que forma o tratamento para TDAH pode auxiliar nos sintomas de desorganização?

O tratamento para TDAH auxilia a diminuir os sintomas, mas é importante lembrar que a medicação não funciona para todos e, mesmo quando funciona, não resolve todos os problemas ou elimina completamente os sintomas.

Embora a medicação para o TDAH, muitas vezes, melhore a atenção e a concentração, normalmente faz muito pouco para aliviar os sintomas de desorganização, má administração do tempo, esquecimento e procrastinação. Sobre o tratamento para TDAH, é preciso saber que:

  • Medicação para TDAH é mais eficaz quando combinada com outros tratamentos, como a psicoterapia;

  • As pessoas respondem de maneira diferente à medicação para TDAH;

  • A medicação para o TDAH deve sempre ser monitorada por um profissional de saúde;

  • O tratamento para TDAH com remédios não precisa ser feito por toda a vida. Caso opte por interromper a medicação e escolher outras formas de tratamento, consulte o médico antes.

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Referências bibliográficas


Como escolher atividades de lazer para quem tem TDAH?

As atividades de lazer contribuem enormemente para a saúde física e mental. Ajudam a diminuir o estresse e a fadiga, a regular o humor e a melhorar a qualidade do sono.

Pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) também são igualmente beneficiadas, mas alguns tipos de atividades podem ser mais ou menos agradáveis, levando em consideração os sintomas comuns do transtorno, como impulsividade, agitação e dificuldade de concentração.

Confira neste artigo algumas possibilidades de entretenimento e o quanto eles fazem a diferença para pessoas com TDAH.

O que são atividades de lazer?

As atividades de lazer são todas aquelas realizadas nos momentos de folga do trabalho, estudos, entre outras obrigações cotidianas. A ideia é que proporcionem satisfação/prazer e, por isso, cada pessoa terá as próprias predileções.

Por exemplo: enquanto para alguns andar de bicicleta no parque é uma maneira de descontrair, outros encaram a atividade como uma prática que exige muito esforço, ou seja, nada prazeroso.  As atividades de lazer ainda podem ser divididas em dois grupos:

  • Lazer casual – engloba atividades para relaxar e se distrair da rotina de maneira despretensiosa. Por exemplo: encontrar uns amigos para jantar, reunir a família para uma tarde na praia, ler um livro, passar o dia à toa;
  • Lazer sério – envolve práticas com um significado além da diversão, como proporcionar aprendizado, pertencimento a um grupo, conexão com novas pessoas. Alguns exemplos: praticar um esporte, aprender a tocar um instrumento, ser voluntário em uma ONG.

Qual a importância das atividades de lazer? 

Grande parte das pessoas vive uma rotina atribulada de compromissos e, no dia a dia, precisam lidar com conflitos e situações de pressão. Nessa dinâmica, é comum o surgimento de problemas físicos e emocionais, especialmente quando não existe o equilíbrio entre as tarefas diárias e os momentos de descontração.

As atividades de lazer contribuem para produção de hormônios que controlam o humor, como a dopamina e adrenalina, provocando a melhora no bem-estar físico e mental. Além disso há outros benefícios específicos, como:

  • Redução do estresse;
  • Melhora da memória;
  • Diminuição da fadiga mental;
  • Melhora da qualidade do sono;
  • Controle dos sintomas de ansiedade e depressão.

Esses benefícios podem ser percebidos por qualquer pessoa, mas, no caso daqueles que têm TDAH, é uma forma de atenuar os principais sintomas: agitação, dificuldade ou excesso de foco e impulsividade.

Atividades de lazer podem ajudar a controlar os sintomas de TDAH?

As atividades de lazer têm potencial para controlar os sintomas de TDAH porque ajudam a liberar a adrenalina, um hormônio capaz de provocar a sensação de satisfação. Esse processo, de certa forma, compensa o déficit dos neurotransmissores responsáveis pelo humor e prazer (dopamina e noradrenalina) observados em pessoas com o transtorno.

Além dos processos químicos e biológicos, as atividades de lazer são uma forma lúdica e diferente de lidar com os impulsos, a agitação e a dificuldade de concentração, comportamentos que podem trazer prejuízos para o aprendizado e convívio social de pessoas com TDAH.

Para que funcionem como mecanismo capaz de controlar os sintomas em pessoas com TDAH, as atividades de lazer devem:

  • Proporcionar gasto de energia;
  • Apresentar desafios;
  • Serem objetivas;
  • Oferecer algum tipo de recompensa.

Com isso, os ganhos incidem principalmente na saúde mental das pessoas com TDAH, pois durante esses momentos exercitam:

  • O controle das emoções;
  • A autoconfiança;
  • A capacidade de resiliência;
  • As habilidades sociais.

Atividades de lazer podem ajudar quem tem TDAH a socializar?

A convivência é uma questão delicada para pessoas com TDAH. Comportamento impulsivo, desatenção e inquietação podem gerar situações desconcertantes, ainda que familiares, amigos e colegas de trabalho saibam do diagnóstico e conheçam os sintomas. Uma forma de lidar com essas questões é buscar atividades de lazer que promovam a socialização.

Por se tratar de um momento de descontração, sem pressões comuns do cotidiano, o contato com outras pessoas durante as atividades de lazer tem mais chances de se tornar uma experiência positiva. Embora pessoas com TDAH costumem apresentar melhor desempenho em atividades individuais, os esportes coletivos são uma opção para a interatividade.

As práticas esportivas também ajudam a controlar outros sintomas de TDAH como a agitação, uma vez que o gasto de energia física e mental é grande. Fazer parte de um coral de música, grupo de dança ou teatro são outros exemplos de atividade de lazer que contribuem para a socialização.

Importante: pessoas com TDAH precisam ter clareza das regras e dinâmicas dessas atividades, pois, do contrário, podem perder o interesse.

Existem atividades de lazer mais recomendadas para quem tem TDAH?

Os sintomas de pessoas com TDAH podem variar. Alguns são mais inquietos, enquanto outros apresentam muita dificuldade em controlar a atenção. Por isso, ao escolher uma atividade de lazer é importante saber quais dos comportamentos prevalecem:

  • Predominantemente desatento – a desatenção e a distração têm maior intensidade
  • Predominantemente hiperativo – a hiperatividade e a impulsividade prevalecem
  • Combinado – desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos estão no mesmo nível de intensidade.

A partir desses subgrupos fica mais fácil estabelecer as atividades de lazer. No caso do predominantemente desatento, por exemplo, vale apostar em algo lúdico, desafiador, estimulante. Jogos de tabuleiro, por exemplo, exigem concentração e no fim há uma recompensa: ganhar do adversário.

Para atenuar a hiperatividade, a prática de esportes individuais costuma surtir efeito. Na natação, por exemplo, a atenção estará voltada ao desempenho na piscina, sem espaço para a ociosidade. Além disso, ajuda a atenuar a impulsividade, pois é preciso o controle para atingir os objetivos: seja uma marca pessoal ou em competição.

Os esportes coletivos podem ser uma alternativa para lidar com os três sintomas: hiperatividade, impulsividade e controle da atenção, porque ajudam no gasto de energia, melhoram a condição física, a concentração e as habilidades sociais.

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Referências


Estratégias para o gerenciamento do TDAH em adultos

No Brasil, cerca de 2,5 mil adultos convivem com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O distúrbio, caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade, afeta o âmbito acadêmico, profissional e social, causando prejuízos ao longo da vida. No entanto, o tratamento adequado, por meio de medicamentos e psicoterapia, é capaz de amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Além disso, algumas estratégias comportamentais podem ser úteis para o gerenciamento do TDAH em adultos no dia a dia. Continue a leitura para saber:

O que é o TDAH?

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é caracterizado por uma combinação de sintomas persistentes, como desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade.  Embora a causa exata da condição seja desconhecida, estudos indicam que ela está ligada a alterações genéticas sutis na parte frontal do cérebro, responsável pelo controle da atenção e pela inibição do comportamento.

As manifestações do TDAH podem variar entre os pacientes e se apresentar das seguintes formas:

  • Predominantemente hiperativo – sintomas relacionados à hiperatividade e impulsividade são mais acentuados;
  • Predominantemente desatento – desatenção e distração são preponderantes nesse caso;
  • Combinado – equilíbrio entre os sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

Os primeiros sintomas costumam surgir na infância e são mais facilmente detectados quando a criança inicia o processo de alfabetização. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado facilitam o controle do distúrbio ao longo da vida.

Entretanto, cerca de duas a cada três crianças com TDAH seguem com o transtorno na vida adulta e, em alguns casos, o problema só é diagnosticado na maturidade. Para pessoas que receberam diagnóstico tardio, a primeira coisa a saber é que suas dificuldades têm um nome e têm tratamento.

Quais são os sinais e sintomas de TDAH em adultos?

Os sinais e sintomas de TDAH costumam ser os mesmos na infância e na fase adulta. No entanto, a intensidade deles pode mudar com o tempo. A hiperatividade, por exemplo, tende a atenuar com o passar dos anos. Em contrapartida, a desatenção, a impulsividade e a inquietação podem persistir e interferir no funcionamento diário. As possíveis manifestações do TDAH incluem:

  • Rendimento aquém da capacidade intelectual;
  • Falta de foco;
  • Tédio;
  • Dificuldade de seguir rotinas;
  • Procrastinação;
  • Dificuldade para planejar e executar tarefas;
  • Ansiedade diante de tarefas não estimulantes;
  • Alteração de humor constante;
  • Esquecimento de datas e compromissos importantes;
  • Perda de objetos;
  • Problemas para expressar ideias e colocar em prática o que está pensando;
  • Dificuldade para escutar e esperar a sua vez de falar;
  • Intolerância a situações monótonas e repetitivas;
  • Falta de atenção com coisas simples e erros constantes na execução de atividades.

Importante: qualquer pessoa pode apresentar os sinais e sintomas acima em algum momento. Mas, no TDAH, eles estão presentes desde a infância e são persistentes, além de serem graves o suficiente para causar problemas em mais de uma área da vida.

Quais são os desafios associados ao TDAH em adultos?

Há uma parcela de adultos com TDAH que desconhece o diagnóstico. Um dos fatores que dificulta a identificação do transtorno nessa faixa etária é que, com frequência, a pessoa afetada e os que estão ao seu redor enxergam os sinais e sintomas da condição como um traço de personalidade.

Embora alguns dos adultos com TDAH não diagnosticados consigam desenvolver estratégias para compensar suas dificuldades, muitos deles, por desconhecerem a origem do problema e não receberem tratamento, ficam mais suscetíveis a relacionamentos instáveis, baixo desempenho profissional e acadêmico, baixa autoestima e outras consequências.

Um dos maiores desafios está na execução das atividades relacionadas ao trabalho. Pessoas com o transtorno estão mais suscetíveis a:

  • Demissões;
  • Acidentes de trabalho;
  • Avaliações negativas de rendimento;
  • Problemas de relacionamento com os colegas;
  • Repreensão por comportamento inadequado.

No âmbito da saúde, estudos indicam que 75% dos adultos com TDAH estão propensos a mais de uma comorbidade. Entre elas:

  • Depressão;
  • Dislexia;
  • Ansiedade;
  • Compulsão alimentar;
  • Distúrbios do sono;
  • Uso abusivo de álcool e outras drogas;
  • Baixa autoestima.

Como é feito o diagnóstico do TDAH em adultos?

Quando a pessoa suspeita do TDAH ou é alertada por alguém, é importante que ela consulte um psiquiatra ou neurologista. Para fazer o diagnóstico, o profissional realizará o seguinte processo:

  • Exame físico: para descartar outras possíveis causas dos sintomas;
  • Coleta de informações/anamnese: perguntas feitas pelo médico sobre histórico clínico pessoal e familiar, além do surgimento e frequência dos sintomas;
  • Testes de transtornos mentais:  para avaliar os sintomas e até mesmo descartar outros tipo de transtornos.

Como é o tratamento do TDAH em adultos?

O tratamento do TDAH em adultos costuma envolver medicação, psicoterapia e treinamento de algumas habilidades para atenuar os sintomas. Esses recursos, em geral, precisam ser adaptados ao longo do processo e podem ou não estar associados.

Em relação aos medicamentos, é comum a prescrição de:

  • Psicoestimulantes : são usados para elevar e equilibrar o grau de substâncias químicas cerebrais/neurotransmissores;
  • Antidepressivos: também ajudam no equilíbrio das reações químicas do cérebro.  Em geral, são recomendados quando há contraindicação para o uso de psicoestimulantes.

A psicoterapia é de suma importância para aprender formas de lidar com os sintomas e treinar habilidades como organização, planejamento e controle emocional. Há dois tipos de acompanhamento psicológico indicados:

  • Terapia cognitiva comportamental: ajuda no desenvolvimento de habilidades específicas para o gerenciamento de comportamentos e enfretamento de problemas no trabalho e vida pessoal. Também auxilia a lidar com comorbidades como ansiedade e depressão.
  • Aconselhamento familiar: essa terapia envolve pais, filhos e cônjuges, para que todos possam encontrar a melhor forma de se comunicar e lidar com os sintomas do TDAH.

Importante: buscar o máximo de informações sobre TDAH e partilhar experiências e dúvidas em grupos de apoio também são ferramentas importantes para conviver melhor com o transtorno.

Quais estratégias podem ajudar no gerenciamento do TDAH em adultos?

Além de acompanhamento médico, medicamentos e psicoterapias, existem técnicas que podem ajudar adultos com TDAH a lidar com o transtorno. Confira algumas delas:

Atividade física – ajuda a diminuir a alternância de humor, aumenta gasto de energia e acalma a mente.

Sono adequado – a falta de sono é capaz de piorar os sintomas do TDAH, aumentando o nível de desatenção.

Alimentação adequada – comer bem, em pequenas porções ao longo do dia, pode diminuir a distração e a hiperatividade. Diminuir o consumo de açúcar e carboidrato, e aumentar a ingestão de proteínas também contribui para redução dos sintomas do TDAH.

Documentar a rotina – manter uma agenda com os horários e compromissos ajudará a driblar a dificuldade de organização, comum para quem tem TDAH.

Definição de prioridades – identifique as tarefas mais importantes do dia e comece por elas.

Gerenciamento do tempo – outra dica é definir a quantidade de tempo necessária para executar cada tarefa e estabelecer prazos para seus projetos.

Uma tarefa de cada vez – realize uma atividade por vez e, no caso de um grande projeto, divida-o em partes para terminá-lo aos poucos.

Organização do espaço – verifique diariamente o que você usará e o que deverá ficar guardado. Defina lugares para chaves, contas e outros itens que se perdem facilmente. E jogue fora tudo o que não for necessário.

Evitar respostas imediatas – a impulsividade é um sintoma perigoso para adultos com TDAH que podem se comprometer a fazer algo que não vão dar conta. Por isso, antes de responder a um pedido, respire, pare, e verifique se realmente é possível.

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Referências

Os sinais e sintomas de TDAH mudam ao longo da vida?

Cerca de 60% dos jovens diagnosticados com TDAH continuarão a ter sintomas do transtorno, como desatenção e hiperatividade, ainda na vida adulta. Mas, isso não significa que os sintomas não podem mudar, pelo contrário. Conforme hábitos e responsabilidades se adaptam ao longo dos anos, a pessoa com TDAH passa a sentir o impacto do transtorno em outras atividades da rotina. Continue a leitura e entenda mais sobre os sinais e sintomas do TDAH quando se é adulto.

O que é o TDAH e como se manifesta?

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é um distúrbio do desenvolvimento neurológico, que afeta de 3 a 5% de crianças no mundo todo e, muitas vezes, continua a se manifestar na idade adulta. A doença pode ser dividida em três subtipos:

  • Predominantemente desatento – em que a maioria dos sintomas está relacionada a desatenção e distração.
  • Predominantemente hiperativo – maioria dos sintomas está relacionada à hiperatividade e impulsividade.
  • Combinado – há uma mistura de sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

De forma geral, o TDAH tem impacto em diversas esferas da vida da criança e do adulto, repercutindo na autoestima, relacionamentos e até mesmo baixo desempenho escolar.

Existem casos de pessoas que foram crianças com TDAH e na vida adulta os sintomas reduziram e se tornaram imperceptíveis, mas, por outro lado, algumas pessoas nunca superam completamente seus sintomas de TDAH. No entanto, é possível elaborar estratégias que facilitam a rotina e tornam a vida das pessoas com o transtorno completamente normal.

Quais são os sintomas de TDAH na infância e na adolescência?

Geralmente, os sintomas do TDAH na infância começam antes dos 12 anos e em alguns casos são perceptíveis a partir dos três anos de idade. Os sintomas podem ser sutis, confundidos com apenas uma característica de pessoas “esquecidas”, mas é preciso atenção. Entre os principais sintomas de TDAH na infância, no caso do predominante desatento, podemos citar:

  • Deixar de prestar atenção aos detalhes;
  • Cometer erros por descuido nos trabalhos escolares;
  • Problemas para manter o foco em tarefas ou alguns jogos;
  • Parece não ouvir, mesmo quando se fala diretamente a pessoa;
  • Dificuldade em seguir as regras;
  • Dificuldade em finalizar trabalhos escolares ou tarefas domésticas;
  • Problemas de organização;
  • Evitar ou não gostar de fazer tarefas que exijam esforço mental focado, como lição de casa;
  • Perder itens necessários para tarefas ou atividades, como brinquedos e materiais escolares;
  • Ser facilmente distraído.

Para os casos de TDAH predominantemente hiperativo, os sintomas costumam ser:

  • Ter mãos ou pés muito inquietos;
  • Dificuldade em ficar sentado na sala de aula ou em outras situações;
  • Estar em constante movimento;
  • Correr em situações que não são apropriadas;
  • Dificuldade em fazer atividades em silêncio;
  • Falar muito;
  • Dificuldade em esperar pela própria vez em atividades ou filas;
  • Interromper ou se intrometer nas conversas, jogos ou atividades de outras pessoas.

Muitos desses sintomas são inicialmente percebidos na escola, por professores e outros profissionais presentes nesse ambiente. Por isso, é fundamental que pais estejam presentes na rotina escolar e participem ativamente das atividades escolares levadas para casa.

Como e por que os sintomas de TDAH podem mudar na fase adulta?

Existem fatores genéticos e de estilo de vida que interferem na intensidade do TDAH e, de forma geral, o transtorno não tem cura. O que muitos adultos experienciam é a redução de alguns sintomas, como a hiperatividade, mais comum na infância.

Porém, outros sintomas, como a distração e impulsividade, podem permanecer e impactar de forma negativa a vida da pessoa, caso o problema não seja tratado. Os adultos costumam ter dificuldade em organizar e planejar atividades do dia a dia, por exemplo, sentindo dificuldade inclusive na priorização de atividades.

Com receio de não darem conta de tudo, é comum deixarem trabalhos incompletos ou interromperem o que estão fazendo para iniciar outra atividade, se esquecendo do que estava sendo feito anteriormente. Em outros casos, o adulto com TDAH pode manifestar comportamento impulsivo, tendência a abuso de álcool e drogas e exposição a situações de risco. Todas essas situações podem causar problemas no trabalho, estudos e/ou relacionamentos com outras pessoas.

Embora o tratamento não cure o TDAH, ele pode ajudar muito com os sintomas. O tratamento geralmente envolve medicamentos, psicoterapia e intervenções comportamentais com outros profissionais da saúde – de acordo com as necessidades específicas de cada paciente – como fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. O diagnóstico e o tratamento precoces podem fazer uma grande diferença no resultado.

Como é feito o diagnóstico de TDAH em cada faixa etária?

Quando há a suspeita do TDAH na infância, inicialmente por professores e outros profissionais da escola, é orientado que os pais busquem apoio psiquiátrico e neurológico para a confirmação do diagnóstico de TDAH. Esse processo é clínico, baseado em sinais e sintomas que consideram diversas fontes de informação, entre pais, educadores e a própria criança.

Alguns profissionais podem usar também um questionário conhecido como SNAP-IV, construído a partir dos sintomas do Manual de Diagnóstico e Estatística – IV Edição (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiátrica. Este questionário, porém, é apenas um ponto de partida para levantamento de alguns possíveis sintomas primários do TDAH.

Normalmente o ideal é ter a visão de diversos especialistas para ter um entendimento em conjunto e completo das características, comportamento e sinais que podem indicar o transtorno. Porém, apenas um médico realiza o diagnóstico.

Já no caso dos adultos, há um processo parecido de entrevista e investigação dos sinais e sintomas que a pessoa sente ao longo dos anos. Há, também, um questionário chamado ASRS-18, desenvolvido por pesquisadores em colaboração com a Organização Mundial de Saúde. Assim como no caso da infância, os sintomas só podem se confirmar com o apoio de um profissional da saúde especializado.

Se você suspeita que você ou alguém próximo tenha o transtorno, é importante encaminhar para um profissional que saiba lidar com a situação da melhor forma, investigando o problema e orientando para o tratamento adequado.

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Referências


O que é TDAH? Veja as respostas das principais dúvidas sobre o transtorno

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio de desenvolvimento neurológico, com componente genético, que atinge entre 3 e 5% das crianças do mundo e se perpetua na vida adulta em metade dos casos. Por apresentar sintomas que são subjetivos, como desatenção e impulsividade, é comum que o TDAH gere questões aos envolvidos. Neste artigo, você confere as respostas para as principais dúvidas sobre TDAH, como o que é e quais os direitos daqueles que o possuem.

O que é TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade se manifesta por meio de comportamentos que são classificados em dois grupos:

Desatenção – como distração, dificuldade de aprendizado, disfunção da memória;

Hiperatividade-impulsividade – como inquietude, agitação e atitudes exacerbadas.

Os sinais do TDAH geralmente podem ser percebidos antes dos sete anos de idade e, em alguns casos, se prolongam durante a vida adulta. Para que seja o mais assertivo possível, diagnóstico de TDAH deve ser feito com base em avaliações médicas, de desenvolvimento e educacionais.

É importante diagnosticar o transtorno, porque a longo prazo ele pode causar disfunções de atenção, memória, linguagem, interação social e resolução de problemas de uma criança. Isso tudo impacta também no aprendizado, que é dificultado, já que a aquisição, retenção ou aplicação de informações e habilidades fica prejudicada.

Quais os direitos dos alunos com TDAH?

Crianças e adolescentes com TDAH têm direito a acompanhamento específico direcionado às dificuldades de aprendizagem em escolas da rede pública e privada. Isso é estabelecido através da Lei 14.254.21, publicada em 1º de dezembro de 2021 no Diário Oficial da União, que obriga:

  • O poder público a oferecer um programa de diagnóstico e tratamento precoce aos alunos da educação básica com TDAH ou qualquer outro transtorno de aprendizagem;
  • O poder público a garantir que as necessidades do aluno com TDAH sejam atendidas pelos profissionais da rede de ensino em parceria com profissionais da rede de saúde;
  • Os sistemas de ensino a capacitar professores da educação básica para identificação precoce dos sinais e sintomas de TDAH.

Além disso, a Constituição Federal assegura o direito à Educação a toda população brasileira e veda quaisquer formas de discriminação. Ela estabelece que é dever do Estado garantir atendimento especializado aos portadores de deficiência – o que inclui aqueles que possuem TDAH.

Dessa forma, as escolas devem desenvolver projetos pedagógicos que contemplem a diversidade de alunos e cabe às famílias, aos profissionais da educação, às instituições escolares e à sociedade fazer com que o ensino inclusivo se cumpra. Caso contrário, é possível provar na justiça a violação de direitos reconhecidos por lei.

Quem tem TDAH pode receber benefício de prestação continuada (BPC)?

Sim. No entanto, como o Benefício de Prestação Continuada é socioassistencial e pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é preciso que a pessoa que irá receber seja reconhecida como incapacitada. Para que isso aconteça, é necessário um diagnóstico de TDAH em mãos, realizado por um parecer médico. Segundo a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, só são reconhecidos aqueles diagnósticos emitidos após ouvir especialistas multiprofissionais.

Além disso, a regulamentação para este benefício estabelece que a pessoa deve:

  • Ser portador de deficiência ou ter idade mínima de 65 anos para o idoso não-deficiente;
  • Renda familiar não superior a um quarto do salário mínimo em vigor por pessoa (incluindo o próprio requerente);
  • Não estar vinculado a nenhum regime de previdência social;
  • Não receber benefício de espécie alguma, salvo o de assistência médica;
  • Comprovar não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.

O que acontece se não tratar TDAH?

O TDAH não tratado pode causar problemas ao longo da vida. Por apresentarem tendências impulsivas e dificuldade de concentração, se não tiverem acompanhamento adequado, as pessoas com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade podem ter dificuldade em obter sucesso na escola, no trabalho, nos relacionamentos e em outros aspectos da vida.

Para uma criança, o TDAH não tratado pode causar:

  • Notas baixas e dificuldade de aprendizado;
  • Dificuldade de controlar as emoções;
  • Lesões físicas devido à impulsividade de alguns atos;
  • Problemas sociais por reagir impulsivamente em algumas situações simples, como compartilhar brinquedos;
  • Dificuldade para fazer e manter amizades;
  • Baixa autoestima;
  • Depressão.

Para adultos, o TDAH não tratado pode causar:

  • Dificuldade em cumprir compromissos de trabalho;
  • Tendência a comportamentos perigosos, como uso de drogas e escolhas sexuais arriscadas;
  • Tendência a vícios, como álcool, cigarro e jogos de azar;
  • Transtornos alimentares;
  • Dificuldade de convivência com amigos e colegas de trabalho;
  • Maior propensão a acidentes e problemas com a lei.

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Referências: