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Novo exame para identificar miastenia gravis é incorporado ao SUS

Foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) o exame de dosagem de anticorpo antirreceptor de acetilcolina (anti-AChR), hormônio que realiza a comunicação entre os neurônios para o diagnóstico de miastenia gravis. O relatório de recomendação do exame foi validado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

Antes da incorporação, a detecção da enfermidade era realizada apenas com base no histórico do paciente, de acordo com os sinais e sintomas apresentados. Os médicos especialistas também podem solicitar um exame de eletroneuromiografia (ENMG), que avalia a presença de lesões que afetam os nervos e os músculos, além do exame de estimulação nervosa repetitiva (ENR).

Os estudos para o exame de dosagem de anticorpo antirreceptor de acetilcolina, coletado em amostras de sangue, indicam a sua capacidade de diagnosticar a doença através da identificação e da quantificação de anticorpos que se ligam ao receptor da acetilcolina, mesmo quando encontradas em quantidades muito pequenas no organismo.

As análises também permitiram saber quais pessoas possuem a enfermidade, quando comparado ao exame de estimulação nervosa repetitiva.

Mais sobre miastenia gravis

Doença neuromuscular, caracterizada pela súbita interrupção da comunicação natural entre nervos e músculos, a miastenia causa fraqueza muscular e dificulta (em alguns casos, até atrapalha) que o paciente execute movimentos de forma voluntária.

Pouco conhecida, de difícil diagnóstico e sem cura, ela se manifesta de formas diferentes, sendo que a mais conhecida é a miastenia gravis. “Trata-se de uma doença autoimune manifestada quando o sistema imunológico ataca erroneamente a mesma junção do nervo com o músculo, que nasceu saudável. Por isso, a maior parte dos casos atinge a faixa etária entre 30 e 60 anos, com maior prevalência em mulheres”, explica o médico neurologista Eduardo Estephan, diretor científico da Associação Brasileira de Miastenia (Abrami).

A miastenia gravis tem como principais sintomas a fraqueza nos músculos dos braços e das pernas, fadiga extrema, pálpebras caídas, visão dupla, dificuldade para falar, mastigar e engolir.

“Os sintomas são facilmente confundidos com outras patologias, como esclerose múltipla e esclerose lateral amiotrófica (ELA) e até mesmo os pacientes costumam ter dificuldades em descrever os episódios que experimentam em alguns momentos do dia”, esclarece o especialista.

Segundo Eduardo Estephan, o ideal é que o diagnóstico seja realizado por um neurologista, preferencialmente com experiência em miastenia. “Cerca de 10% dos miastênicos podem ser tratados somente com remédios que combatem apenas os sintomas da enfermidade. No Brasil, só existe um medicamento eficaz com evidência científica, a piridostigmina, que aumenta a quantidade de acetilcolina na junção entre o nervo e o músculo”, pontua o neurologista.

Vale lembrar que a miastenia gravis deve ser tratada com corticoides e imunossupressores, sendo que a retirada do timo (timectomia) costuma ser bem-sucedida em muitos casos.

Fonte: https://pebmed.com.br/novo-exame-para-identificar-miastenia-gravis-e-incorporado-ao-sus/

Autor(a): Redação PEBMED

Referências Bibliográficas:

Saúde aprova novo exame para identificar doença neuromuscular. Portal Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/saude-aprova-novo-exame-para-identificar-doenca-neuromuscular

Relatório de Recomendação: Procedimento. Exame de dosagem de anticorpo anti-receptor de acetilcolina para diagnóstico da Miastenia Gravis. Nº 598. Março 2021. Conitec. Brasília, DF. http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2021/20210422_Relatorio_598_antiach_miastenia_gravis_.pdf

Atividade física é fundamental para Miastenia Gravis, desde que a doença esteja compensada

Se para um miastênico em crise o repouso é fundamental para a sua plena recuperação, o paciente que está com a Miastenia Gravis compensada, a atividade física é muito importante para atuar como coadjuvante no tratamento. Isso porque além de manter o bem-estar físico e emocional, ela pode ser fundamental para fortalecer a musculatura e melhorar o desempenho nas atividades diárias como caminhar, sentar, levantar, elevar os braços, e até para subir e descer escadas. Mas saiba que nem sempre os exercícios físicos foram vistos como um aliado no tratamento.

Durante muito tempo, mais precisamente entre a década de 2000 e 2010, a recomendação para o paciente miastênico era não praticar nenhuma atividade física. “Essa instrução, aliás, fazia parte do tratamento: quanto mais repouso o paciente fizesse, melhor ele ficava”, lembra Eduardo Estephan, médico neurologista, especialista em Doenças Neuromusculares dos Hospital das Clínicas (FMUSP), do Hospital Santa Marcelina e diretor científico da Associação Brasileira de Miastenia (ABRAMI).

Exercícios como recomendação médica

De acordo com o especialista, de lá para cá vários estudos têm mostrado o contrário, que pacientes que fazem atividade física conseguem ganhar mais funcionalidade nas atividades de esforço durante o dia. Dessa forma, os exercícios passaram a ser recomendados como parte do tratamento, e não mais o repouso.  “É claro que para poder indicar atividade física, o paciente precisa estar compensado. Lembrando sempre que quem toma essa decisão é o médico neurologista, que acompanha o paciente”, aconselha.

Sobre as práticas esportivas disponíveis também é preciso ir além de quais as modalidades o paciente pode se adaptar melhor. Como benefício à saúde do paciente portador de Miastenia Gravis, o médico neurologista recomenda as atividades físicas aeróbicas, como caminhada, corrida, bike. “Mas ela pode estar associada com modalidades anaeróbicas, caso da musculação, do alongamento, da ioga”, indica. Para não deixar o paciente sofrer com a fadiga muscular, o médico recomenda que é importante que ele consiga tolerar bem os exercícios, mas nunca sem deixá-lo com fadiga. E isso vale tanto para uma caminhada, uma corrida, como um treino de musculação ou até uma aula de pilates. “É importante que o paciente seja acompanhado por um profissional competente, de preferência que tenha conhecimentos sobre a doença para aumentar a carga e a intensidade devagar, para nunca induzir à exaustão do paciente”, afirma.

Exemplo de superação

Para quem sempre foi ativo, praticava várias modalidades esportivas, de jiu-jitsu a skate, passando pelos campeonatos de patins, além da musculação e da corrida, ouvir o diagnóstico de miastenia, pode causar medo e sensação de frustração.

Foi o que aconteceu com o instrumentador cirúrgico e motorista de aplicativo Josadac Vasconcelos Marques, 37 anos, de Manaus, no Amazonas. “Até receber o diagnóstico eu acreditava que aquele cansaço constante era do trabalho como motorista”, recorda-se. “Algumas vezes, puxar o freio de mão com as duas mãos era difícil. A fraqueza nos braços era uma constante ao final do dia. Isso sem contar a diplopia (visão dupla), que era frequente e foi o principal sintoma que me levou ao neurologista, que deu o diagnóstico”, conta Josadac.

Mas embora tenha sentido o diagnóstico da doença como um banho de água fria, acreditando que não seria mais capaz de fazer tudo o que sempre gostara, com a ajuda da namorada, a professora  de educação física Lucilene de Castro Batalha, ele conseguiu usar a memória muscular a seu favor.  Por ter sido sempre muito ativo, a personal trainer foi pesquisar a doença e passou a investir em exercícios funcionais e de musculação, com pouca carga e repetições para ajudá-lo no fortalecimento muscular e no seu bem-estar. “Quando ele descobriu a doença, estava melhorando o seu desempenho na corrida e tinha como meta fazer uma maratona (42km e 195 metros). Era o sonho dele. Então, quando o neurologista o liberou para fazer exercícios, montei uma planilha onde priorizava os treinos de musculação, intercalando com os de corrida”, lembra-se. Juntamente com os treinos, Josadac passou a fazer suplementação para melhorar o rendimento físico e evitar a fadiga. Com muita dedicação e foco, ele conseguiu completar a sua primeira maratona. “Tive vontade de desistir, pois foi uma prova de muita resistência, mas vendo as pessoas me incentivarem, meu pai me inspirando a cada quilômetro alcançado, e revendo o que já havia passado para chegar até ali, tudo isso me fortaleceu para completar a prova”, recorda-se, emocionado. E de fato, a inspiração, o foco e o desejo de superação fez com que além da participação na maratona, Josadac fizesse depois outra prova de resistência: os 19km da Volta da Pampulha, em 2019.

Claro que o instrumentador declara que tem momentos de altos e baixos, dias que a fadiga o impede de fazer atividades do dia a dia. Mas como a atividade física é constante em sua vida, ele logo se recupera.

Todo miastênico pode praticar exercícios?

Vendo o desempenho do atleta amador Josadac Marques, a pergunta que logo se faz é: todos os miastênicos podem fazer atividade física? Segundo os especialistas, não dá para afirmar, afinal, o profissional especializado que acompanha o paciente é quem deve avaliar o seu quadro para recomendar ou não a prática.

A segunda pergunta que vem à cabeça de um portador da doença é: todas as modalidades esportivas estão liberadas para o portador da doença? Também é preciso avaliar caso a caso, identificar o grau da Miastenia Gravis, se ela está bem compensada, e investigar se o paciente já fez alguma prática antes do diagnóstico ou não. Afinal, não dá para sair de uma condição de sedentário para atleta profissional.

Começar a praticar alguma modalidade esportiva, desde de que a doença esteja sob controle, pode ser um caminho para ter mais qualidade de vida, além de melhorar o seu desempenho nas atividades do dia a dia, através do melhor condicionamento físico. E o conselho do Josadac é imprescindível para dar início a qualquer prática esportiva: “Comece devagar, dê atenção às respostas do seu corpo e jamais treine até a exaustão. Assim, você saberá que no dia seguinte estará bem para recomeçar. E se não tiver, espere melhorar para só então retomar.”

Para mais informações sobre miastenia, acesse o site: https://www.miastenia.com.br/abrami/

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