O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) atinge cerca de dois milhões de pessoas no Brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa condição de saúde mental pode ser desencadeada em pessoas que vivenciaram ou testemunharam um evento aterrorizante, fazendo com que elas sintam medo, impotência, horror e pensamentos incontroláveis mesmo quando não estão em perigo.
O que é o transtorno de estresse pós-traumático?
O transtorno de estresse pós-traumático é uma condição de saúde mental desencadeada por uma experiência traumática vivenciada ou testemunhada por uma pessoa, que passa a ter sintomas como ansiedade severa, pesadelos e flashbacks (memórias repentinas, involuntárias e vívidas da experiência traumática), meses ou anos após o evento.
É normal sentir medo durante uma situação aterrorizante, que desencadeia uma série de mudanças no corpo em frações de segundo para ajudar o organismo a se defender contra o perigo. Essa é uma reposta típica do cérebro. No entanto, pessoas que continuam a se sentir assustadas e estressadas, como se estivessem vivenciando o evento traumático novamente, mesmo quando não há nenhum perigo, podem estar sofrendo de TEPT.
Geralmente, os sintomas do transtorno de estresse pós-traumático começam dentro de três meses do evento traumático, mas também podem surgir até anos depois. Para o diagnóstico de TEPT, os sintomas devem durar mais de um mês e ser severos o suficiente para interferir nos relacionamentos ou no trabalho.
O curso da doença varia. A maioria das pessoas traumatizadas experimenta sintomas de curto prazo e se recupera em até seis meses, enquanto outras desenvolvem TEPT prolongado (crônico).
O que causa o transtorno de estresse pós-traumático?
Geralmente, os eventos que causam o estresse pós-traumático envolvem ameaça à vida da pessoa ou de pessoas próximas a ela, seja na dimensão física ou psicológica. Os eventos traumatizantes que podem causar TEPT incluem:
- Desastres naturais;
- Acidentes graves;
- Atos terroristas;
- Guerras;
- Ameaças de morte;
- Violências sexuais.
No entanto, nem todas as pessoas com o transtorno passaram por um evento perigoso. Algumas experiências, como assédio, humilhações e a morte inesperada de uma pessoa próxima, também podem causar a condição.
Quais são os sinais e sintomas do transtorno de estresse pós-traumático?
Os sinais de estresse pós-traumático são agrupados em quatro categorias: lembranças intrusivas, evitamento, agitação e alterações de humor.
Lembranças intrusivas – memórias recorrentes, angustiantes e indesejadas sobre o evento que causou o TEPT; flashbacks como se estivesse revivendo a situação novamente; pesadelos sobre o evento traumático; reações físicas a algo que lembre a situação.
Evitamento – tentativas de evitar, pensar ou falar sobre o evento traumático; evitar atividades, lugares e pessoas que lembram a situação causadora do TEPT.
Agitação – assustar-se facilmente; estado de alerta constante; comportamentos autodestrutivos, como beber demais ou dirigir em alta velocidade; problemas para dormir; falta de concentração; irritabilidade, explosões de raiva e comportamentos violentos; sentimento de culpa e vergonha.
Alterações de humor – pensamentos negativos sobre si mesmo; desesperança em relação ao futuro; problemas de memória, incluindo de aspectos importantes do evento traumático; dificuldade em manter relacionamentos com família e amigos; sensação de deslocamento; desinteresse por atividades que antes eram prazerosas; dificuldade em sentir emoções positivas.
Crianças e adolescentes também podem sofrer de estresse pós-traumático, mas alguns dos sintomas são diferentes dos apresentados por adultos. Em crianças com menos de seis anos, os sinais de TEPT incluem:
- Fazer xixi na cama mesmo depois de aprender a usar o banheiro;
- Problemas para falar e se comunicar;
- Encenação do evento traumatizante;
- Carência excessiva.
Como o transtorno de estresse pós-traumático é tratado?
Se você apresentar sintomas de estresse pós-traumático, procure um profissional de saúde mental. O diagnóstico do transtorno é feito com base na experiência traumática e nos sintomas relatados pelo paciente. O tratamento para o TEPT inclui psicoterapias e medicamentos.
Psicoterapia – há vários tipos de abordagens terapêuticas que podem ajudar a diminuir os sintomas do transtorno, como:
- Terapia de processamento cognitivo – trabalha na modificação de emoções negativas e dolorosas, como vergonha, medo, culpa e pensamentos angustiantes;
- Terapia de exposição – usa a memória do trauma para identificar os gatilhos e ajudar a controlar o medo e a angústia;
- Terapia de inoculação do estresse – ajuda o paciente a se prevenir de gatilhos altamente estressantes por meio da exposição a níveis mais leves de estresse;
- Terapia em grupo – encoraja os sobreviventes de eventos traumáticos semelhantes a compartilhar suas experiências em um ambiente confortável e sem julgamento. Os membros do grupo ajudam uns aos outros a perceber que muitas pessoas passaram por situações semelhantes.
Medicamentos – o tipo de medicamento mais estudado para o tratamento de TEPT são os antidepressivos, que podem ser usados sozinhos ou combinados com psicoterapia.
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Referências
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- https://www.nimh.nih.gov/health/topics/post-traumatic-stress-disorder-ptsd – acessado em 09/11/2022;
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- https://www.sbcm.org.br/v2/index.php/not%C3%ADcias/190-noticias-da-saude/1939-sp-1242468951 – acessado em 09/11/2022;
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