TDAH
12/03/2025
Como o neurofeedback pode melhorar o funcionamento cerebral das pessoas com TDAH?

O neurofeedback é uma abordagem promissora para otimizar o funcionamento cerebral em indivíduos com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), condição que atinge entre 5% e 8% da população mundial. Essa técnica inovadora utiliza sinais neurais para treinar e reequilibrar áreas específicas, oferecendo uma perspectiva esperançosa na busca por melhorias no controle cognitivo e na atenção. Continue o texto para saber:

  • O que é o neurofeedback e como ele funciona?
  • Quais os benefícios do neurofeedback?
  • O que é o TDAH e como ele afeta quem tem o transtorno?
  • Como é feito o tratamento para o TDAH?
  • Como o neurofeedback pode beneficiar quem tem TDAH?

O que é o neurofeedback e como ele funciona?

O neurofeedback é uma técnica terapêutica que visa otimizar a atividade cerebral por meio do monitoramento em tempo real dos padrões de ondas cerebrais. Desde a década de 1970, pacientes com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e outros distúrbios neurológicos têm utilizado o procedimento para treinar seus cérebros.

O neurofeedback funciona da seguinte forma:

  • Durante uma sessão, eletrodos são colocados no couro cabeludo do paciente para medir a atividade elétrica do cérebro;
  • Esses sinais são exibidos em um monitor, permitindo que a pessoa observe e compreenda seus próprios padrões cerebrais.

O objetivo do neurofeedback é capacitar quem tem TDAH a autorregular sua atividade cerebral, promovendo padrões mais saudáveis. Isso é alcançado por meio do feedback visual ou auditivo em tempo real, proporcionando à pessoa a oportunidade de aprender a ajustar conscientemente seu cérebro.

Quais os benefícios do neurofeedback?

O neurofeedback oferece uma variedade de vantagens, especialmente quando utilizado como uma abordagem terapêutica para diversos transtornos e condições. Alguns dos benefícios potenciais incluem:

  • Melhora no controle cognitivo – pode ajudar a aprimorar a capacidade de controle cognitivo, o que é benéfico para condições como o TDAH;
  • Redução de sintomas de ansiedade e depressão – pode contribuir para a redução das manifestações relacionadas à ansiedade e à depressão, promovendo padrões cerebrais mais equilibrados;
  • Aumento do desempenho cognitivo – indivíduos que passam por treinamento de neurofeedback podem ter melhorias no desempenho cognitivo, incluindo aprimoramento da memória e concentração;
  • Promoção do bem-estar emocional – ao permitir que as pessoas aprendam a autorregular suas respostas emocionais, o neurofeedback pode contribuir para um maior bem-estar emocional;
  • Aprimoramento do desempenho esportivo e artístico – pessoas que praticam esportes e as que desenvolvem atividades artísticas podem explorar o neurofeedback para otimizar o desempenho, aprimorando a focalização mental e a coordenação.

O que é o TDAH e como ele afeta quem tem o transtorno?

O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade é uma condição neurobiológica caracterizada por padrões persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que interferem no funcionamento diário e no desenvolvimento das habilidades sociais e acadêmicas. Embora seja mais comum na infância, o TDAH na vida adulta também pode causar desafios significativos.

As principais características do transtorno incluem:

  • Desatenção – indivíduos com TDAH têm dificuldade em manter o foco em tarefas, em organizar atividades, frequentemente cometem erros por descuido e são facilmente distraídos;
  • Hiperatividade – algumas pessoas com TDAH podem ter um nível excessivo de atividade motora. Isso pode se manifestar como inquietude, incapacidade de ficar quieto em situações em que se espera que fiquem, ou a sensação de estar “ligado” o tempo todo;
  • Impulsividade – pode se manifestar na forma de ações precipitadas, sem pensar antes nas consequências, interromper os outros, tomar decisões apressadas ou ter dificuldade em aguardar a vez.

Além disso, é importante compreender a diferença entre TDAH e TOD, pois os sintomas podem ser confundidos, mas possuem abordagens terapêuticas distintas.

Como é feito o tratamento para o TDAH?

O tratamento do TDAH, geralmente, envolve abordagens multidisciplinares, incluindo terapia comportamental, intervenções educacionais e, em alguns casos, medicamentos.

  • Terapia comportamental – abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a terapia comportamental parental (TCP), podem ajudar a desenvolver habilidades de gerenciamento de sintomas, estratégias de organização e planejamento, e melhorar o autocontrole e a autorregulação.
  • Apoio educacional – pessoas com TDAH que estejam estudando podem se beneficiar de apoio educacional adicional, como planos de educação individualizados ou acomodações na sala de aula para ajudar a atender às suas necessidades acadêmicas.
  • Apoio psicossocial – o apoio da família e de amigos é crucial no tratamento do TDAH. O entendimento, o apoio emocional e a comunicação aberta são importantes para auxiliar a pessoa com TDAH a lidar com os desafios associados ao transtorno.
  • Medicação – o uso de medicamentos, como psicoestimulantes, pode ser indicado, principalmente, quando outras doenças neurológicas estão associadas. Embora, no Brasil, as diretrizes terapêuticas adotadas na rede pública de saúde foquem somente em terapia cognitivo-comportamental, apoio escolar, orientação tanto para o paciente quanto para a família dele e hábitos alimentares.

Além disso, compreender a relação entre TDAH e bipolaridade pode ser essencial para um diagnóstico e tratamento mais eficazes.

Como o neurofeedback pode beneficiar quem tem TDAH?

Embora o neurofeedback seja uma abordagem promissora, é importante destacar que os resultados podem variar de pessoa para pessoa. Entre os benefícios para indivíduos com TDAH, estão:

  • O treinamento de neurofeedback pode ser direcionado para melhorar a atenção e reduzir a impulsividade, dois aspectos-chave do TDAH. Isso resulta em uma maior capacidade de concentração e desempenho em tarefas específicas;
  • Pode incluir a regulação de ondas cerebrais, como Theta e Beta, para promover um equilíbrio mais adequado e melhorar a função cognitiva;
  • Reduz de forma significativa as manifestações comportamentais relacionadas ao TDAH, incluindo diminuição na impulsividade, inquietação e dificuldades de atenção.
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