Atenção aos primeiros sintomas da ansiedade

Segundo a Organização Mundial de Saúde, 18,6 milhões de brasileiros convivem com ansiedade, um transtorno caracterizado pela angústia e preocupação excessivas, que geram prejuízos em todas as áreas da vida. Não à toa, o transtorno é responsável por 17,9% dos afastamentos de trabalho por motivo de doença. Felizmente, é possível acompanhar e tratar a ansiedade assim que houver a identificação dos sintomas. Por isso, continue a leitura e saiba os seguintes aspectos do transtorno, como:

O que são transtornos de ansiedade?

Os transtornos de ansiedade englobam uma série de transtornos que têm em comum medo, ansiedade e perturbações comportamentais. A pessoa com algum transtorno de ansiedade frequentemente sente medo de que algo ruim possa acontecer, seja essa ameaça real ou apenas percebida. Como resposta a este medo, ela sente ansiedade, como se antecipasse a possível ameaça.

Os tipos de transtornos de ansiedade se classificam de acordo com as situações ou objetos que levam aos comportamentos ansiosos. Ainda assim, eles se assemelham e é comum que uma pessoa manifeste mais de um tipo de transtorno de ansiedade. São eles:

  • Transtorno de ansiedade de separação;
  • Mutismo seletivo;
  • Fobia específica;
  • Transtorno de ansiedade social;
  • Transtorno de pânico;
  • Agorafobia;
  • Transtorno de ansiedade generalizada;
  • Transtorno de ansiedade induzido por substância/medicamento;
  • Transtorno de ansiedade devido a outra condição médica;

O tipo que as pessoas costumam chamar, de modo geral, de ansiedade é o transtorno de ansiedade generalizada. Ele é caracterizado ´por ansiedade e preocupação excessivas, que ocorrem na maior parte dos dias por, pelo menos, seis meses. Normalmente, as manifestações da ansiedade podem oscilar ao longo do tempo, mas não se relacionam com situações específicas (como fobias, por exemplo) e nem acontecem na forma de ataques.

Quais os sinais e sintomas de ansiedade e como se manifestam?

A ansiedade e preocupação excessivas características do transtorno de ansiedade generalizada podem se manifestar junto de uma série de pensamentos negativos, relacionados a uma apreensão sobre atividades ou eventos, além de sintomas físicos e neurológicos. Eles podem ser:

Sintomas psiquiátricos

  • Preocupação exacerbada sobre a própria rotina – como trabalho, finanças, compromissos agendados;
  • Angústia acerca da própria saúde ou da saúde dos membros da família, mesmo quando não há razões para preocupação;
  • Pensamentos sobre desgraças consigo mesmo, pessoas próximas e familiares.

Sintomas neurológicos

  • Perturbação do sono – sono inquieto ou dificuldade em manter ou cair no sono;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Inquietação (sensação de estar com os nervos “à flor da pele’).

Sintomas físicos

  • Tensão muscular;
  • Fadiga;
  • Sudorese;
  • Náusea e diarreia;
  • Falta de ar;
  • Tonturas;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Dor de cabeça.

Como diferenciar os sintomas de ansiedade de manifestações emocionais comuns?

É comum que algumas frustrações e preocupações decorrentes do dia a dia sejam confundidas com o transtorno de ansiedade generalizada, que é patológico e requer tratamento médico. Existem alguns pontos principais que diferenciam ambos:

Intensidade das preocupações associadas à ansiedade – as angústias e preocupações que se manifestam no transtorno de ansiedade são excessivas a ponto de interferir no funcionamento mental da pessoa. Ela não consegue deixar essas questões de lado, afastar os pensamentos ou impedir que as preocupações se manifestem em momentos inapropriados, como durante o trabalho, em um momento de lazer com os amigos, entre outros. Já as preocupações cotidianas, mesmo quando sérias, conseguem ser manejadas e/ou adiadas.

Duração dos sintomas e preocupações associados – as preocupações e outros sintomas relacionados ao transtorno de ansiedade generalizada têm duração de, no mínimo, seis meses e podem ser crônicas se não tratadas. Além disso, as manifestações de sintomas podem acontecem sem motivadores. As preocupações do dia a dia tendem a ir embora espontaneamente, quando a motivação para tal ansiedade é resolvida.

Sinais e sintomas manifestados – as pessoas que sofrem com transtorno de ansiedade generalizada costumam apresentar sintomas – como inquietação, perturbação do sono, falta de ar, etc – a ponto de causar sofrimento e prejuízo social, profissional e em outras da vida. A ansiedade causada por preocupações diárias não costuma causar sintomas físicos ou, quando causa, é em situações pontuais e em menor intensidade.

Quais os tratamentos para ansiedade?

O tratamento da ansiedade deve ser feito com base no histórico do paciente, os sintomas que apresenta e se há outros transtornos presentes. Normalmente, é feita uma combinação:

Psicoterapia – a mais comum para o transtorno de ansiedade generalizada é a terapia cognitivo-comportamental, que ajuda a pessoa a identificar crenças e pensamentos negativos, estabelecendo estratégias para mudá-los. A terapia familiar também pode ser indicada quando houver necessidade de envolver pessoas do convívio próximo no tratamento.

Medicamentos – podem ser prescritos nos casos mais severos, em que apenas a terapia e mudanças comportamentais não são suficientes. Os mais utilizados são os ansiolíticos e antidepressivos da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (IRSS) e dos inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN). Apenas médicos podem receitar esses medicamentos. É importante ressaltar que os fármacos têm o foco de aliviar os sintomas, e não “curar” o transtorno e nem substituir a psicoterapia.

Mudança de hábitos – junto com a equipe de cuidado da saúde mental, a pessoa com ansiedade deve ser encorajada a adotar hábitos que ajudem a manejar os sintomas. Alguns exemplos são fazer higiene do sono para melhorar a insônia, praticar exercícios físicos para o bem-estar geral, evitar bebidas e substâncias estimulantes, entre outros.

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Referências

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2021-1/outubro/realidade-imposta-pela-pandemia-pode-gerar-transtornos-mentais-e-agravar-quadros-existentes – acessado em 31/01/2023

Como identificar os sintomas de TOC?

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é um transtorno mental caracterizado pela presença de compulsões e/ou obsessões. Estima-se que 2% da população mundial tenha a condição, que gera grande estresse e ansiedade. Popularmente, o principal sintoma do TOC são as chamadas “manias”, ações repetidas diversas vezes como uma forma de aliviar o medo de algo ruim acontecer. Mas o TOC pode ir além; continue a leitura para entender mais sobre outros sintomas da doença, a forma de diagnóstico e os tratamentos.

O que é TOC?

O transtorno obsessivo-compulsivo ou TOC é um transtorno mental caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões. Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens indesejáveis ou ruins que invadem a consciência sem nenhum controle da pessoa, gerando ansiedade ou desconforto (físico e emocional).

Em uma tentativa de aliviar essas sensações, a pessoa passa a executar rituais – as compulsões – para afastar o medo e os pensamentos negativos. É como se, ao realizar ações de forma repetida, as chamadas “manias, ela pudesse evitar que algo ruim aconteça.

Por isso, é comum que pacientes com TOC evitem andar em determinados lugares (como banheiros públicos, hospitais e cemitérios), tocar em maçanetas ou dinheiro e até mesmo evitar contato com pessoas para sentirem-se seguros. A isso é dado o nome de evitações.

Qual a prevalência do TOC?

Aproximadamente 2% da população mundial é acometida pelo transtorno, sendo que dois milhões de brasileiros são afetados. O TOC é geralmente mais comum em mulheres e, com frequência, os sintomas podem se manifestar durante a adolescência ou em adultos jovens. Nos homens, o transtorno costuma se manifestar mais cedo: cerca de 25% tem sinais e sintomas antes dos dez anos.

O transtorno obsessivo-compulsivo não costuma melhorar espontaneamente, uma vez que a condição é crônica. Ao longo do tempo, os sinais e sintomas podem diminuir ou se exacerbar. Sem tratamento, a tendência é que a pessoa manifeste o TOC por toda a vida.

Quais as causas e fatores de risco do TOC?

Os médicos ainda não sabem, ao certo, por que algumas pessoas desenvolvem TOC. No entanto, estresse e situações traumáticas podem desencadear ou piorar o problema.

Alguns fatores de risco para o TOC são:

  • Parentes ou outros familiares com a mesma doença;
  • Ter depressão, ansiedade ou sofrer de doença que provoque “tiques”;
  • Ter vivenciado algum trauma;
  • Histórico de abuso físico ou psicológico na infância.

Quais são os sinais e sintomas de TOC?

Pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo podem apresentar obsessões, compulsões ou ambos. Embora seja possível apresentar uma grande variedade de sintomas, é comum que um dos dois acabe sendo mais predominante.

Os sintomas mais comuns são:

Obsessões – são pensamentos repetitivos, urgências ou imagens mentais que causam ansiedade. Alguns exemplos que podem ocorrer são:

  • Medo de se contaminar por vírus e bactérias;
  • Medo de perder ou guardar algum objeto no lugar errado;
  • Preocupação de que o indivíduo ou outras pessoas estejam em perigo;
  • Pensamentos indesejados e considerados proibidos envolvendo sexo ou religião;
  • Pensamentos agressivos direcionados a si mesmo ou outros;
  • Necessidade de ver coisas milimetricamente alinhadas ou arrumadas de um jeito específico e de forma precisa.

Compulsões – comportamento que o indivíduo sente que precisa executar de forma repetida e ordenada – os rituais – para reduzir a ansiedade e parar os pensamentos obsessivos. Algumas compulsões comuns são:

  • Excesso de limpeza, como lavar as mãos várias vezes;
  • Checar coisas repetidamente, como se a porta está trancada ou se o forno está desligado;
  • Contagem compulsiva;
  • Ordenar e organizar coisas de forma muito particular e precisa.

Como o TOC é diagnosticado?

O transtorno obsessivo-compulsivo pode ser difícil de diagnosticar pois seus sintomas podem ser parecidos com o de outras condições mentais, como o transtorno de ansiedade. Também é possível ter TOC e ainda sofrer com outro tipo de transtorno mental.

Para ser diagnosticada, a doença precisa de uma análise clínica criteriosa feita por um médico especialista. As obsessões e compulsões devem consumir um tempo razoável da rotina do indivíduo e/ou impedir que ele realize atividades do cotidiano. É o caso, por exemplo, de quem se atrasa para o trabalho por ficar mais de uma hora tentando sair de casa checando se a fechadura está trancada. Os sintomas também precisam causar sofrimento físico e psicológico, além de comprometer a vida social, acadêmica, entre outras áreas da vida.

Também é preciso descartar que os sintomas estejam sendo provocados pelo uso de substâncias (como drogas ou medicações), doenças neurológicas e outros transtornos mentais com sintomas parecidos. Toda a análise diagnóstica é feita em consulta clínica, quando o médico analisa os sintomas descritos pelo paciente e o histórico de vida e familiar.

Como o TOC é tratado?

Há duas formas principais de tratamento para o transtorno obsessivo-compulsivo, que podem ser feitas juntas ou separadamente, de acordo com a intensidade do quadro e avaliação médica. São elas:

  • Terapia cognitiva comportamental – é um tipo de psicoterapia que “ensina” o paciente a pensar, agir e reagir de formas diferentes, evitando as compulsões e obsessões. Uma técnica conhecida, por exemplo, é expor o paciente que tem medo ou obsessão ao objeto que causa esses sentimentos, ensinando a pessoa a lidar com a ansiedade que ele provoca.
  • Medicamentos – alguns tipos de antidepressivos podem ser utilizados para reduzir a ansiedade e auxiliar a superar os comportamentos obsessivos.

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Quais os sinais do transtorno de estresse pós-traumático?

O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) atinge cerca de dois milhões de pessoas no Brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa condição de saúde mental pode ser desencadeada em pessoas que vivenciaram ou testemunharam um evento aterrorizante, fazendo com que elas sintam medo, impotência, horror e pensamentos incontroláveis mesmo quando não estão em perigo.

O que é o transtorno de estresse pós-traumático?

O transtorno de estresse pós-traumático é uma condição de saúde mental desencadeada por uma experiência traumática vivenciada ou testemunhada por uma pessoa, que passa a ter sintomas como ansiedade severa, pesadelos e flashbacks (memórias repentinas, involuntárias e vívidas da experiência traumática), meses ou anos após o evento.

É normal sentir medo durante uma situação aterrorizante, que desencadeia uma série de mudanças no corpo em frações de segundo para ajudar o organismo a se defender contra o perigo. Essa é uma reposta típica do cérebro. No entanto, pessoas que continuam a se sentir assustadas e estressadas, como se estivessem vivenciando o evento traumático novamente, mesmo quando não há nenhum perigo, podem estar sofrendo de TEPT.

Geralmente, os sintomas do transtorno de estresse pós-traumático começam dentro de três meses do evento traumático, mas também podem surgir até anos depois. Para o diagnóstico de TEPT, os sintomas devem durar mais de um mês e ser severos o suficiente para interferir nos relacionamentos ou no trabalho.

O curso da doença varia. A maioria das pessoas traumatizadas experimenta sintomas de curto prazo e se recupera em até seis meses, enquanto outras desenvolvem TEPT prolongado (crônico).

O que causa o transtorno de estresse pós-traumático?

Geralmente, os eventos que causam o estresse pós-traumático envolvem ameaça à vida da pessoa ou de pessoas próximas a ela, seja na dimensão física ou psicológica. Os eventos traumatizantes que podem causar TEPT incluem:

  • Desastres naturais;
  • Acidentes graves;
  • Atos terroristas;
  • Guerras;
  • Ameaças de morte;
  • Violências sexuais.

No entanto, nem todas as pessoas com o transtorno passaram por um evento perigoso. Algumas experiências, como assédio, humilhações e a morte inesperada de uma pessoa próxima, também podem causar a condição.

Quais são os sinais e sintomas do transtorno de estresse pós-traumático?

Os sinais de estresse pós-traumático são agrupados em quatro categorias: lembranças intrusivas, evitamento, agitação e alterações de humor.

Lembranças intrusivas – memórias recorrentes, angustiantes e indesejadas sobre o evento que causou o TEPT; flashbacks como se estivesse revivendo a situação novamente; pesadelos sobre o evento traumático; reações físicas a algo que lembre a situação.

Evitamento – tentativas de evitar, pensar ou falar sobre o evento traumático; evitar atividades, lugares e pessoas que lembram a situação causadora do TEPT.

Agitação – assustar-se facilmente; estado de alerta constante; comportamentos autodestrutivos, como beber demais ou dirigir em alta velocidade; problemas para dormir; falta de concentração; irritabilidade, explosões de raiva e comportamentos violentos; sentimento de culpa e vergonha.

Alterações de humor – pensamentos negativos sobre si mesmo; desesperança em relação ao futuro; problemas de memória, incluindo de aspectos importantes do evento traumático; dificuldade em manter relacionamentos com família e amigos; sensação de deslocamento; desinteresse por atividades que antes eram prazerosas; dificuldade em sentir emoções positivas.

Crianças e adolescentes também podem sofrer de estresse pós-traumático, mas alguns dos sintomas são diferentes dos apresentados por adultos. Em crianças com menos de seis anos, os sinais de TEPT incluem:

  • Fazer xixi na cama mesmo depois de aprender a usar o banheiro;
  • Problemas para falar e se comunicar;
  • Encenação do evento traumatizante;
  • Carência excessiva.

Como o transtorno de estresse pós-traumático é tratado?

Se você apresentar sintomas de estresse pós-traumático, procure um profissional de saúde mental. O diagnóstico do transtorno é feito com base na experiência traumática e nos sintomas relatados pelo paciente. O tratamento para o TEPT inclui psicoterapias e medicamentos.

Psicoterapia – há vários tipos de abordagens terapêuticas que podem ajudar a diminuir os sintomas do transtorno, como:

  • Terapia de processamento cognitivo – trabalha na modificação de emoções negativas e dolorosas, como vergonha, medo, culpa e pensamentos angustiantes;
  • Terapia de exposição – usa a memória do trauma para identificar os gatilhos e ajudar a controlar o medo e a angústia;
  • Terapia de inoculação do estresse – ajuda o paciente a se prevenir de gatilhos altamente estressantes por meio da exposição a níveis mais leves de estresse;
  • Terapia em grupo – encoraja os sobreviventes de eventos traumáticos semelhantes a compartilhar suas experiências em um ambiente confortável e sem julgamento. Os membros do grupo ajudam uns aos outros a perceber que muitas pessoas passaram por situações semelhantes.

Medicamentos – o tipo de medicamento mais estudado para o tratamento de TEPT são os antidepressivos, que podem ser usados sozinhos ou combinados com psicoterapia.

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Fobia social pode prejudicar cotidiano de jovens

A fobia social é um transtorno que se caracteriza pelo medo e ansiedade por ter que lidar com situações sociais, de momentos cotidianos – desde uma refeição em um restaurante até outros eventos mais pontuais, como festas e discursos públicos. Diferente da timidez, o transtorno de ansiedade social acontece com grande intensidade e se mantém a longo prazo, prejudicando a vida da pessoa. É um problema comum e tratável.  Acredita-se que 13% da população mundial pode desenvolver fobia social durante a vida.

O que é fobia social?

É um tipo de transtorno de ansiedade que gera um sentimento de medo que não passa e sobre o qual a pessoa sente que não tem controle. Geralmente se manifesta quando a pessoa se depara com situações em que pode ser vista, avaliada ou julgada, mesmo que em atividades cotidianas. Dessa forma, afeta a autoconfiança, relacionamentos e o desempenho na vida profissional ou escolar.

Alguns momentos cotidianos que podem causar ansiedade em pessoas com fobia social são:

  •  Falar em público;
  •  Conhecer novas pessoas;
  •  Entrevistas de emprego;
  •  Responder perguntas em sala de aula;
  •  Falar com algum atendente em uma loja;
  •  Usar um banheiro público;
  •  Comer e beber na frente de outras pessoas.

As sensações de angústia e medo podem aparecer semanas antes dessas situações acontecerem. Algumas pessoas com fobia social evitam lugares ou eventos que causam esses sentimentos, outras continuam realizando as atividades, mas sob estresse e ansiedade intensos. O transtorno de ansiedade social pode ser classificado em três estágios de gravidade dos sintomas:

Ansiedade social leve – Nesse caso, apesar de apresentar sintomas físicos e psicológicos de fobia social, a pessoa ainda participa ou suporta algumas situações. Pode acontecer também dos sintomas se manifestarem apenas em alguns momentos, não em toda interação social.

Ansiedade social moderada – Uma pessoa com transtorno de ansiedade social moderado pode apresentar sintomas físicos e psicológicos de fobia social, evitando situações sociais.

Ansiedade social extrema – Nesse estágio, a pessoa pode sentir sintomas mais intensos, como um ataque de pânico, ao enfrentar situações de convívio social. Por isso, evitam esses momentos a todo custo. Provavelmente apresenta sinais de fobia social em todas as situações sociais.

Quais as causas e fatores de risco da fobia social?

Acredita-se que o transtorno tenha relação com a herança genética, mas há indicativos que o ambiente também influencia seu desenvolvimento. Isso porque traumas psicológicos, como bullying ou rejeição, e a educação dada pelos pais pode afetar a percepção social de um indivíduo.

No funcionamento do organismo, a causa por vezes é explicada como uma característica da amígdala cerebelosa, dois pequenos grupos de neurônios nos dois hemisférios do cérebro, que controlam as emoções. Dessa forma, em algumas pessoas o controle pode ser mais intenso, causando propensão a sentimentos como o medo e a ansiedade.

A idade média que o transtorno de ansiedade social começa a se manifestar é na adolescência, especialmente entre 15 e 16 anos. Se não tratada, a fobia social pode perdurar pelo restante da vida. A predominância também é maior entre mulheres.

Quais são os sinais e sintomas da fobia social?

Os sinais e sintomas do transtorno de ansiedade social são:

  • Preocupação com atividades cotidianas, como conhecer estranhos, iniciar conversas, falar ao telefone, trabalhar ou fazer compras;
  • Evitar atividades que envolvem contato com outras pessoas, como conversas em grupo, comer com companhia e festas;
  •  Sofrimento por antecipação por medo de fazer algo que acha que é vergonhoso, como corar, suar ou parecer incompetente;
  • Dificuldade em fazer qualquer atividade quando outras pessoas estão assistindo – sentimento de que está sendo observado e julgado o tempo todo;
  • Medo intenso de ser criticado;
  • Evitar contato visual;
  • Ter baixa autoestima;
  •  Sintomas físicos, como: sudorese, tremores, bochechas coradas, batimentos cardíacos acelerados, corpo com musculatura rígida e ânsia de vômito;
  • Ataques de pânico, com uma sensação avassaladora de medo e ansiedade, geralmente apenas por alguns minutos.

Embora menos comum, a fobia social também pode afetar crianças. Nelas, os sinais e sintomas podem se manifestar de forma diferente, por exemplo:

  • Chorar e demonstrar mais raiva ou chateação com mais frequência do que o habitual;
  • Evitar interação com outras crianças e adultos;
  •  Demonstrar medo de ir à escola ou participar de atividades em sala de aula, apresentações escolares e eventos sociais;
  •  Não fazer amigos na escola;
  •  Dependência excessiva de pais ou cuidadores.

Em casos mais graves, a fobia social também pode levar a outros problemas de saúde mental, como a depressão, o transtorno de ansiedade generalizada ou o transtorno do pânico. Por isso, é importante buscar ajuda profissional caso esses sinais e sintomas citados estejam causando impacto no cotidiano há mais de seis meses.

Qual a diferença entre fobia social e timidez?

Em muitos casos, a fobia social começa com a timidez na infância e progride durante a adolescência. No entanto, para diferenciar, é preciso compreender que:

  • Uma pessoa com timidez consegue se preparar e driblar a angústia em situações sociais, já quem tem fobia social não, pois a ansiedade antecipatória é incapacitante;
  • Os sentimentos de medo, ansiedade e angústia são muito mais intensos e incontroláveis na fobia social do que na timidez.

Além disso, para uma pessoa ser diagnosticada com transtorno de ansiedade social, é levado em consideração se ela apresenta os sintomas que prejudicam o cotidiano há mais de seis meses.

Como é o tratamento para fobia social?

Vários tratamentos estão disponíveis para o transtorno de ansiedade social. Algumas das principais opções são:

Terapia cognitivo-comportamental – é um tipo de psicoterapia apoiada por pesquisas. Nela é possível identificar padrões de pensamento e comportamentos negativos, assim como tentar alterá-los. Também é possível aprender diferentes maneiras de pensar, se comportar e reagir a situações para sentir-se menos ansioso e com medo.

Medicamentos – diferentes tipos de medicamentos podem ser efetivos, desde antidepressivos e ansiolíticos a outros que possam amenizar os sintomas físicos.

Tanto a psicoterapia quanto a medicação podem levar algum tempo para funcionar. Em qualquer que seja o tratamento, é importante combiná-lo a um estilo de vida saudável, com foco no combate à ansiedade. Insira no cotidiano:

  • Horas suficientes de sono;
  • Exercícios físicos;
  • Dieta saudável;
  • Recorrer à família e amigos em quem confia para obter apoio.

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Você sabe identificar o estresse emocional?

Cerca de 90% da população sofre com o estresse emocional, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma condição que se caracteriza por reações psíquicas e físicas diante de situações inesperadas e conflituosas. Nesse contexto, o organismo entende que é preciso estar em alerta para combater o problema, uma resposta natural de defesa.

O que é estresse emocional?

O estresse não é considerado doença, mas está relacionado a transtornos, como a ansiedade e a depressão. Em geral, é uma condição momentânea, mas com potencial para interferir no dia a dia, causando prejuízos emocionais, físicos e comportamentais.

O estresse emocional consiste em reações físicas e psíquicas diante de situações inesperadas e, geralmente, negativas. Isso acontece porque o organismo interpreta essas situações como um sinal de perigo, liberando cortisol e adrenalina, hormônios que deixam o corpo em alerta ou pronto para a “fuga”. Nesse sentido, é um mecanismo natural de defesa.

No entanto, quando essas ocorrências são frequentes, o estresse alcança níveis indesejados, atrapalhando a realização de tarefas simples do dia a dia. Além disso, provoca reações exageradas perante problemas corriqueiros, afetando o bem-estarfísico, emocional, assim como os relacionamentos.

Quais as causas do estresse?

São diversas as causas do estresse e cada pessoa experimenta essa condição de forma e em níveis diferentes. Isso porque as situações nem sempre são percebidas da mesma maneira, por exemplo, uma resposta negativa no trabalho pode ter uma intensidade maior para um e menor para o outro. De qualquer forma, alguns motivos mais comuns podem ser os seguintes:

  • Dificuldades financeiras;
  • Problemas familiares;
  • Conflitos no ambiente de trabalho;
  • Relacionamentos; 
  • Excesso de responsabilidades;
  • Doenças.

Essas são apenas algumas das causas, mas muitas outras podem ser gatilho para o estresse, inclusive maus hábitos. A falta de sono, por exemplo, contribui para essa condição. Como os motivos estão associados a situações inesperadas é válido ressaltar que mulheres, homens e até crianças estão suscetíveis ao estresse.

Quais são os sinais e sintomas de estresse emocional?

O estresse influencia negativamente em diversos campos da vida. Afeta as emoções, a capacidade de raciocínio, as relações, comportamentos e até mesmo a condição física. Cada pessoa reage de maneira diferente, porém, os seguintes sinais e sintomas do estresse são mais comuns:

Emoções

  • Agitação, frustração e mau humor em níveis exagerados;
  • Sensação de sobrecarga, como se estivesse perdendo o controle;
  • Falta de vontade de estar com as pessoas;
  • Dificuldade em relaxar e sossegar a mente;
  • Sensação de solidão, baixa autoestima.

Cognição

  • Preocupação constante;
  • Pensamentos desorganizados;
  • Esquecimento e falta de organização;
  • Diminuição do foco;
  • Pessimismo ou ver apenas o lado negativo.

Comportamento

  • Mudanças no apetite;
  • Procrastinação frequente;
  • Abuso de bebidas alcoólicas, drogas ou cigarros;
  • Inquietude e nervosismo constantes.

Aspectos físicos

  • Falta de energia;
  • Dores de cabeça;
  • Insônia mais frequente;
  • Dor de estômago e problemas intestinais;
  • Músculos tensos e doloridos;
  • Dor no peito e batimentos cardíacos acelerados;
  • Baixa na imunidade;
  • Perda do desejo sexual;
  • Tremores, zumbido nos ouvidos e suor nas mãos e nos pés;
  • Boca seca e dificuldade para engolir;
  • Mandíbula cerrada.

Como combater o estresse emocional?

O estresse faz parte da vida, mas existem maneiras de gerenciá-lo para que, na medida do possível, tenha curta duração. Para combatê-lo, procure separar, ao menos, 15 minutos do dia para relaxar. Conheça outras medidas que podem ajudar a evitar ou diminuir o estresse:

Prática mindfulness – consiste em conectar o corpo e a mente, de maneira que a atenção esteja totalmente voltada para o tempo presente. É um exercício que exige concentração nas emoções, no estado físico, buscando sempre a sensação de relaxamento e tranquilidade. Nesse processo é possível descobrir gatilhos e formas de gerenciá-los para evitar o estresse.

Distrações ao longo do dia – busque atividades divertidas ao longo do dia. Pode ser um filme engraçado, um jogo com os amigos, brincar com o pet de estimação ou correr na praça. O importante é focar a atenção em algo que não esteja relacionado com a causa do estresse.

Diário – materializar os pensamentos e sentimentos em um diário é uma forma de enxergar tudo com mais nitidez. Como esse processo exige foco e reflexão, serve como um momento de autoconhecimento, que é fundamental para identificar as causas do estresse. Por isso vale deixar as ideias fluírem, sem censuras.

Atividade física – quando o corpo está em movimento o organismo libera hormônios, como a endorfina, que causam a sensação de bem-estar. Nesse momento, é importante prestar atenção na respiração e no seu desempenho em cada exercício, desviando de qualquer outro pensamento.

Em que momento é preciso procurar ajuda para lidar com o estresse?

Quando o estresse se torna impossível de gerenciar é hora de buscar ajuda. É comum que pessoas nessa condição já tenham tentado outras medidas, como atividade física, meditação e até mudança de hábitos. Portanto, o melhor a fazer é procurar um terapeuta que, certamente, ajudará a reduzir os efeitos do estresse por meio da escuta e de exercícios de relaxamento.

Em alguns casos, o psicólogo ainda pode fazer o encaminhamento para um médico psiquiatra fazer uma avaliação mais complexa. Pois alguns sinais e sintomas podem ser confundidos com transtornos que precisam ser diagnosticados e tratados por um especialista médico.

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Depressão na infância e adolescência é frequente e pode levar a problemas sérios se não for tratada

A depressão na adolescência afeta 10,7% de todos os adolescentes, sendo que os casos aumentaram em 36% no Brasil durante a pandemia de Covid-19, segundo pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). A depressão precisa do apoio de especialistas para ser devidamente diagnosticada e tratada, até porque pode se agravar.

Quais são as causas e fatores de risco da depressão na adolescência?

Não se sabe qual é, exatamente, a causa da depressão. Mas existem vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de depressão na adolescência, por exemplo: alterações hormonais, histórico familiar de depressão, mudanças no corpo, desequilíbrios químicos e genética. Também há situações que podem funcionar como um gatilho para a depressão, tais como:

  • Brigas com a família ou amigos;
  • Baixa autoestima;
  • Mudar de escola ou iniciar o ensino médio;
  • Ser intimidado (bullying);
  • Experimentar um rompimento de relacionamento, morte recente, abuso ou negligência;
  • Estresse ambiental;
  • Consumo de bebidas alcoólicas, tabaco ou drogas;
  • Doença crônica.

Quais são os sinais e sintomas da depressão na adolescência?

Os sinais e sintomas da depressão na adolescência nem sempre são óbvios e podem ser confundidos com mudanças que acontecem frequentemente nessa fase da vida.

Os sinais mais comuns são a tristeza sem motivo aparente e uma mudança radical na atitude e no comportamento do adolescente, que pode causar sofrimento e problemas significativos. Conheça possíveis sinais e sintomas emocionais, físicos e sociais da depressão na adolescência:

  • Emocionais – ansiedade irritabilidade, tristeza, mudanças bruscas de humor; explosões de raiva;
  • Físicas – dores, cansaço ou indisposição para atividades cotidianas, insônia ou dormir demais;
  • Sociais – falta de atenção mau desempenho nos estudos, dificuldade na interação com outras pessoas, uso de álcool ou drogas.

Os sinais e sintomas de depressão na adolescência variam de intensidade conforme o temperamento do jovem, mas as mudanças nas emoções e no comportamento dele podem incluir também:

  • Choro sem motivo aparente;
  • Frustração ou sentimentos de raiva, mesmo por questões pequenas;
  • Sentimento de vazio;
  • Perda de interesse ou prazer em atividades habituais;
  • Perda de interesse ou conflito com familiares e amigos;
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa;
  • Fixação em falhas passadas ou auto-culpa exagerada ou autocrítica;
  • Extrema sensibilidade à rejeição ou fracasso, e a necessidade de segurança excessiva;
  • Problemas para pensar, concentrar-se, tomar decisões e lembrar de coisas;
  • Mudanças no apetite – diminuição do apetite e perda de peso, ou aumento do desejo por comida e ganho de peso;
  • Agitação ou inquietação – por exemplo, andar de um lado para o outro, torcer as mãos ou incapacidade de ficar parado;
  • Pensamento lento, fala ou movimentos corporais;
  • Isolamento social;
  • Menos atenção à higiene pessoal ou aparência;
  • Automutilação, como se cortar ou queimar

A depressão na adolescência pode aumentar o risco de suicídio?

A maioria das crianças e adolescentes que tentam suicídio tem um transtorno de saúde mental significativo, geralmente a depressão. Mas, além da depressão, existem outros fatores de risco para o suicídio em crianças e adolescentes, por exemplo:

  • Histórico familiar de tentativas de suicídio;
  • Exposição à violência;
  • Impulsividade;
  • Comportamento agressivo ou perturbador;
  • Acesso a armas de fogo;
  • Assédio moral;
  • Abusos;
  • Sentimentos de desesperança ou desamparo;
  • perda ou rejeição aguda.

Dados do Boletim Epidemiológico sobre mortalidade por suicídio e notificação de lesões autoprovocadas no Brasil – publicado em setembro de 2021 pelo Ministério da Saúde – mostram que houve um aumento de 81% em suicídios de adolescentes entre 15 a 19 anos no período de 2010 até 2019. Portanto, é importante ficar alerta a alguns sinais que podem significar que a criança ou o adolescente esteja pensando em suicídio, tais como:

  • Comentários com conotação suicida, por exemplo, “eu gostaria de estar morto”, “não serei um problema para você por muito mais tempo”, “eu não deveria ter nascido, “eu não faço falta neste mundo”, “queria sumir para sempre”;
  • Parar de planejar ou falar sobre o futuro;
  • Começar a doar bens importantes;
  • Tristeza frequente ou generalizada;
  • Afastamento de amigos, familiares e de atividades que fazia regularmente;
  • Preocupação com a morte e com morrer.

Como a depressão em adolescentes é diagnosticada e tratada?

O ideal é que a depressão na adolescência seja identificada quando surgem os primeiros sinais. Entretanto, pode ser difícil identificar o início de uma depressão na adolescência, pois esse período da vida é marcado por uma série de mudanças, inclusive de comportamento e na personalidade. É importante procurar um especialista em transtornos mentais para que ele faça o diagnóstico correto e indique o tratamento mais adequado para o caso. Pois, se não for devidamente tratada, a depressão na adolescência pode resultar em problemas em todas as áreas, por exemplo:

  • Abuso de álcool e drogas;
  • Problemas nos estudos;
  • Conflitos familiares e dificuldades de relacionamento;
  • Tentativa de suicídio.

O tratamento da depressão na adolescência é feito com medicamentos antidepressivos prescritos pelo médico, devendo ser usados diariamente para ajudar a melhorar os sintomas. Também é importante a realização de psicoterapia para que o tratamento seja completo, pois ela ajuda os adolescentes a explorarem sentimentos ou acontecimentos que são dolorosos para eles.

O adolescente precisa ter consciência de sua situação e compreender que é necessário se esforçar para superá-la. O apoio da família é fundamental e os familiares devem ter paciência e tentar sempre dialogar com o jovem para esclarecer que a depressão não é motivo de vergonha e que precisa ser tratada corretamente para que tenha uma vida melhor.

Lidar com uma pessoa depressiva não é uma tarefa muito fácil, em especial quando não se tem experiência e nem conhecimentos sobre como lidar com a doença. Portanto, é importante que os familiares procurem suporte psicológico.

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Você sabe o que envolve a saúde do cérebro?

Por muito tempo, a ciência acreditou que nascíamos com um número determinado de neurônios e que seria inevitável a atividade cerebral plena se deteriorar com o envelhecimento. No entanto, nas últimas décadas, estudos revisaram o conceito de saúde do cérebro, que envolve o desenvolvimento do sistema nervoso e a plasticidade dele, que é a capacidade de se adaptar e se recuperar ao longo da vida. Isso abriu a possibilidade de pesquisar novas formas de manter a saúde do cérebro, veja quais são a seguir!

O que é saúde do cérebro?

A saúde do cérebro é um conceito amplo e está relacionada com o desenvolvimento neural, a manutenção da função mental e cognitiva, bem como a capacidade de adaptação e recuperação do sistema nervoso no decorrer da vida. Qualquer problema com um desses fatores pode trazer enorme prejuízo ao bem-estar físico, social e mental, confira o que é cada um deles:

Desenvolvimento neural – esse aspecto abrange a formação das estruturas e o crescimento do cérebro, processo que começa ainda na gestação.

Manutenção da função mental e cognitiva – a preservação dessas funções é de suma importância, porque elas correspondem à forma como percebemos o mundo e lidamos com as mais diversas situações. Engloba, por exemplo, a capacidade de atenção, aprendizado, processamento de informações e memória.

Capacidade de adaptação e recuperação – uma das características do cérebro é a plasticidade, ou seja, o seu poder de adaptação mediante novas experiências e estímulos. As mudanças de padrão do sistema nervoso podem acontecer tanto no aspecto estrutural (configuração sináptica) como funcional (modificação do comportamento), ajudando o cérebro a se recuperar de distúrbios e lesões.

Quais fatores podem influenciar a saúde do cérebro?

Fatores externos que afetam a saúde do cérebro – é possível citar certos comportamentos, como a alimentação deficiente em nutrientes importantes para o nosso organismo, entre eles vitaminas e sais minerais. Os fatores externos incluem também doenças como a meningite viral – que afeta as membranas responsáveis por proteger o cérebro – e lesões na região da cabeça em virtude de acidentes. Nessas situações, há tratamentos e métodos de prevenção.

Fatores biológicos que afetam a saúde do cérebro – no âmbito biológico, ela pode ficar comprometida devido a questões genéticas, como anomalias na formação de células ou do próprio crescimento cerebral. Nesses casos, os tratamentos propiciam uma melhor condição de vida, mas não são capazes de reverter o quadro.

  • No caso de doenças neurodegenerativas como Parkinson, esclerose múltipla e Alzheimer, a piora na condição de saúde do cérebro é progressiva, exigindo acompanhamento multidisciplinar.

Quais são os principais distúrbios neurológicos que afetam a saúde do cérebro?

Há diversos distúrbios neurológicos capazes de afetar a atividade cerebral. Alguns afetam áreas menores do cérebro, são localizados. Outros, afetam regiões maiores de forma difusa. Entre as principais disfunções estão:

Doença de Alzheimer – é uma doença neurodegenerativa que causa perda de memória e outros sintomas. O Alzheimer é resultado de danos ao tecido cerebral, diminuição de neurônios e da presença de uma proteína anormal, chamada beta-amiloide.

Doença de Parkinson – há uma degeneração de células cerebrais, que alteram a produção de dopamina, responsável por intensificar o impulso nervoso para os músculos. Assim, a doença afeta movimentos específicos do corpo.

Tumores cerebrais – são resultado da proliferação de células anormais, resultando em uma massa capaz de afetar o tecido cerebral e provocar o aumento da pressão intracraniana. Na maioria das vezes, esses tumores são fruto da metástase de um câncer em outra área do corpo.

Meningite – as meninges são tecidos que cobrem o cérebro e a medula espinhal. A meningite consiste na infecção dessas camadas por bactérias ou vírus, afetando a proteção do cérebro.

Enxaqueca – a dor característica dos episódios de enxaqueca ocorre quando os nervos recebem um estímulo que faz com que liberem substâncias que inflamam os vasos sanguíneos cerebrais e as meninges.  A dor de cabeça pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som.

Acidente vascular cerebral (AVC) – acontece quando uma artéria no cérebro fica bloqueada ou se rompe, resultando na morte de uma área do tecido cerebral que para de receber suprimento de sangue. Essa condição danifica células nervosas e pode prejudicar diversas funções, dependendo da região afetada, como fala, visão, equilíbrio, coordenação.

Existem maneiras de melhorar a saúde do cérebro?

O cérebro humano consegue se reorganizar em virtude de estímulos externos. Isso significa que é possível melhorar a saúde cerebral a partir de algumas práticas, como:

Exercício físico – ao exercitar o corpo, aumentamos o fluxo sanguíneo no cérebro, processo importante para o bom funcionamento do órgão. A prática regular de exercícios físicos ajuda a reduzir as perdas de memória.

Alimentação equilibrada – a alimentação também exerce papel fundamental na saúde do cérebro. Nesse sentido, os grupos de alimentos mais recomendados incluem grãos, verduras, gordura “boa” (como o azeite) e peixes. Por outro lado, é recomendado diminuir o consumo de carne vermelha e sal. Esse tipo de dieta é capaz de reduzir o declínio cognitivo e ajudar a manter o foco mental.

Dormir bem – o sono adequado ajuda o cérebro a reter informações e consolidar memórias, além de estimular a criatividade.

Manter uma vida social – a solidão é um fator de risco para o atrofiamento das atividades cerebrais. Por isso, é extremamente importante manter contato com familiares e amigos, o que também evita problemas como o estresse e a depressão.

Exercitar o cérebro – o nosso cérebro funciona como um músculo e, por isso, precisa de estímulos para se manter forte. Nesse sentido, a recomendação é exercitar habilidades de memorização e raciocínio lógico. Uma ótima maneira de se fazer isso é adotar o hábito de ler, montar quebra-cabeças e jogar caça-palavras.

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Transtorno de personalidade antissocial: o que é, causas e como conviver?

O transtorno de personalidade antissocial é uma condição mental na qual uma pessoa tem um padrão de comportamento que consiste em manipular, explorar e violar o direito dos outros sem demonstrar nenhuma culpa ou remorso.

Também chamada de sociopatia, exige acompanhamento médico para que a pessoa que é portadora consiga conviver em sociedade. O transtorno é mais comum em homens e afeta de 1% a 3,6% da população. Continue a leitura para saber mais sobre as causas, sintomas e tratamento.

O que é transtorno de personalidade antissocial?

O transtorno da personalidade antissocial faz com que os pacientes possam vir a desrespeitar outras pessoas, agir de forma precipitada e destrutiva, mentir e até mesmo cometer crimes. A condição mentalcostuma se manifestar nas pessoas no começo da vida adulta.

Os sociopatas não demonstram nenhum tipo de culpa, remorso ou interesse no bem-estar de outras pessoas, além de serem mais suscetíveis a problemas com drogas e álcool. Por causa dessas características, pessoas com esse transtorno normalmente não conseguem cumprir responsabilidades relacionadas à família, trabalho ou escola.

Quais são as causas e fatores de risco do transtorno de personalidade antissocial?

Os especialistas não sabem ao certo quais são as causas do transtorno de personalidade antissocial, mas há indícios de que a genética e outros fatores biológicos possam estar envolvidos no desenvolvimento do transtorno.

Também existem fatores psicológicos que podem contribuir para o surgimento da sociopatia, por exemplo: crianças que crescem em ambientes não saudáveis e passam por traumas como abuso sexuais, convivência com alcoólatras, pessoas violentas e outros antissociais ficam mais propensas.

Quais os níveis de sociopatia?

Grau leve – é o tipo mais comum da condição mental. Também conhecido como psicopata comunitário, apresenta os traços de personalidade característicos em um nível mais brando e está menos propenso a cometer crimes.

Grau moderado a grave – o psicopata antissocial expressa os traços de forma mais intensa. Existe uma chance maior de se tornar criminoso e atentar contra a vida de outras pessoas.

Quais são os sinais e sintomas do transtorno de personalidade antissocial?

Os sinais da sociopatia podem, facilmente, ser confundidos com um comportamento mais inconsequente e afrontoso dependendo da intensidade. De modo geral, os principais sinais e sintomas do transtorno da personalidade antissocial são os seguintes;

  • Ter comportamento cínico, insensível e desrespeitoso com outras pessoas;
  • Mentir compulsivamente para enganar e explorar outros indivíduos;
  • Manipular usando charme para obter ganhos em benefício próprio ou por puro prazer pessoal;
  • Desconsiderar o que é certo e errado;
  • Ser arrogante e sentir-se superior;
  • Não demonstrar remorso ou culpa depois de magoar ou agredir outra pessoa;
  • Ser hostil, irritável e agitado;
  • Ter comportamento criminoso e problemas constantes com a lei;
  • Violar direitos de outras pessoas por meio de intimidação e desonestidade;
  • Incapacidade de ter um relacionamento saudável;
  • Assumir riscos desnecessários ou ter comportamento perigoso sem considerar a segurança própria ou de outros;
  • Ser Irresponsável financeiramente e incapaz de cumprir tarefas no trabalho.

O que o transtorno de personalidade antissocial pode causar?

A sociopatia traz complicações e problemas para a vida do indivíduo   e de quem convive com ele.

  • Abuso de álcool e vício em drogas;
  • Comportamentos homicidas ou suicidas;
  • Desenvolvimento de outros transtornos mentais, como depressão e ansiedade;
  • Passagens pela cadeia;
  • Baixo status social e econômico;
  • Morte prematura como resultado de violência.

Como o transtorno de personalidade antissocial é diagnosticado?

Podem ser necessárias muitas consultas, avaliações, aplicação de testes e instrumentos psicométricos para chegar ao diagnóstico de sociopatia. Para que uma pessoa seja diagnosticada com o transtorno, ela precisa ter apresentado alguns dos sinais e sintomas antes dos 15 anos. Mas o diagnóstico não pode ser feito até os 18 anos.

Porém, muitas vezes, pessoas com transtorno de personalidade antissocial mostram sinais de má conduta ainda na infância ou no início da adolescência. Os sintomas geralmente são piores durante o final dos anos adolescentes e no início da vida adulta, aos 20 anos.

O diagnóstico precisa ser feito por um psiquiatra experiente que vai indicar o melhor tratamento medicamentoso, além da psicoterapia. Em casos mais graves, pode ser considerada a internação se o sociopata apresentar riscos para ele mesmo ou para a sociedade.

Como é o tratamento do transtorno de personalidade antissocial?

O tratamento para o transtorno de personalidade antissocial inclui medicamentos e psicoterapia.

Medicamentos – estabilizadores de humor e alguns antipsicóticos controlam sintomas como a agressão impulsiva. No entanto, ainda não há nenhum remédio específico para a sociopatia.

Tratamento psicológico – a terapia comportamental ou a psicoterapia em ambientes individuais ou em grupo também podem ajudar.

É possível prevenir o transtorno de personalidade antissocial?

Não há uma maneira de evitar que o transtorno de personalidade antissocial se desenvolva. Os pais, professores, pediatras e outras pessoas que convivem com crianças podem ficar alertas para identificar os primeiros indícios de sociopatia e intervir precocemente.

Mas, oferecer um ambiente saudável e seguro para a criação da criança é uma forma de diminuir o risco de ela desenvolver sociopatia, bem como outras doenças mentais.

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Sinais de depressão infantil nem sempre são fáceis de identificar

Sintomas clínicos de depressão podem ter uma prevalência estimada de 25,2% em crianças e adolescentes, segundo pesquisa realizada pela Universidade de Calgary, no Canadá, entre 2016 e 2020. O diagnóstico nem sempre é rápido, pois os sinais de depressão infantil podem ser confundidos com outros comportamentos emocionais da criança. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a doença se agravou durante a pandemia e o número de casos de depressão em crianças entre seis e 12 anos aumentou de 4,5% para 8% na última década. Continue a leitura e saiba:

  • A depressão infantil realmente ocorre?
  • Como a depressão infantil é diagnosticada?
  • Quais são os sinais e sintomas da depressão infantil?
  • Quais são as causas da depressão infantil?
  • Como é o tratamento da depressão infantil?
  • Como os responsáveis podem ajudar crianças com depressão?

A depressão infantil realmente ocorre?

Ao contrário do que muitos pensam, depressão não é exclusividade dos adultos e crianças também podem desenvolver a doença. Das 300 milhões de pessoas que sofrem de depressão, cerca de 2% são crianças. Até a década de 70, pensava-se que a depressão infantil não existia. Só a partir de então é que os profissionais de saúde começaram a dar maior importância a esse transtorno e pesquisas foram desenvolvidas, comprovando que as condições depressivas dos adultos também poderiam aparecer em crianças.

A depressão infantil pode desencadear vários outros transtornos, como anorexia e bulimia. Normalmente, ela se manifesta a partir de uma situação traumática, como:

  • Separação dos pais;
  • Mudança de colégio;
  • Morte de uma pessoa querida ou animal de estimação;
  • Medos e aflições de abandono e rejeição;
  • Abuso físico e sexual.

Como a depressão infantil é diagnosticada?

Diagnosticar depressão é mais difícil nas crianças porque os sinais e sintomas podem ser confundidos com alterações emocionais e psicológicas normais da idade, como mau comportamento, birra, mau humor, tristeza e agressividade.

Por ser um transtorno mental impossível de ser comprovado por exames laboratoriais ou de imagens, o diagnóstico da depressão é realizado por um psiquiatra, baseado nos sinais e sintomas apresentados pela criança. Para confirmar o diagnóstico, o Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais estipula que a criança deve apresentar pelo menos cinco sinais e sintomas determinados pelo documento, com duração de duas semanas, no mínimo.

A maioria das crianças com depressão apresenta uma mudança significativa nas atividades de rotina, como perda de interesse na escola ou em atividades sociais, desempenho acadêmico ruim ou mudança na aparência.

  • Importante: não é porque uma criança parece triste que ela tem depressão. O que diferencia a depressão das tristezas do dia-a-dia é a intensidade, a persistência e as mudanças em hábitos normais das atividades da criança.

Quais são os sintomas e sinais de depressão infantil?

A depressão em crianças tem suas próprias características. Os sinais e sintomas variam conforme a situação e ambiente que a criança se encontra e podem ser os seguintes:

  • Irritação ou raiva;
  • Sentimentos contínuos de tristeza e desesperança;
  • Retraimento social;
  • Comportamento sensível à rejeição;
  • Alterações no apetite, que pode aumentar ou diminuir;
  • Insônia ou sono excessivo;
  • Explosões vocais ou choro;
  • Problemas de concentração;
  • Fadiga e baixa energia;
  • Queixas físicas, como dores de estômago e/ou de cabeça, que não passam;
  • Problemas durante atividades em casa ou com amigos, na escola, entre outros locais;
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa;
  • Pensamentos de morte ou suicídio.

Quais são as causas da depressão infantil?

Os fatores que causam a depressão em crianças podem ser de origem genética, psicológica e social.

Fatores genéticos – crianças têm mais chances de desenvolver depressão quando um dos pais, ou ambos, também possui a doença.

Fatores psicológicos – situações de estresse ou trauma, como acidentes e perdas; mudanças abruptas de cidade ou escola e separação dos pais; eventos traumáticos, como abusos; entre outras situações, podem contribuir para o surgimento da depressão.

Fatores sociais – como viver em um ambiente estressante ou socialmente marginalizado. No caso das crianças, rejeições ou bullying na escola são grandes contribuintes para o desenvolvimento do problema.

Fatores neuroquímicos – alguns especialistas afirmam também que algumas alterações químicas no podem ocorrer no cérebro e afetar os neurotransmissores, especificamente aqueles ligados a sensações como prazer e bem-estar. Isso faz com que a pessoa seja mais suscetível a desenvolver a depressão.

Como é o tratamento da depressão infantil?

Ao primeiro sinal de depressão, os responsáveis devem encaminhar a criança ao médico psiquiatra para que diagnostique e recomende os tratamentos mais adequados para cada caso, que podem ser:

  • Medicamentos antidepressivos;
  • Psicoterapia;
  • Psicoeducação, para orientação de pais e professores;
  • Estímulos à socialização da criança, com participação em atividades recreativas e esportivas. 

Na maioria das vezes, o apoio da família e a psicoterapia são suficientes. Somente a partir dos 6 anos de idade, pode ser necessário, em alguns casos, intervir com medicamentos.

Como os responsáveis podem ajudar crianças com depressão?

Conviver com uma criança com depressão pode não ser uma tarefa fácil. Mas é possível adotar algumas estratégias para que ela ganhe confiança e consiga superar a depressão, tais como:

  • Respeitar os sentimentos da criança, mostrando que os compreende;
  • Incentivar a criança a desenvolver atividades que gosta, sem causar pressão;
  • Elogiar a criança sobre pequenos atos e não a repreender de forma abrupta na frente de outras pessoas;
  • Dar atenção à criança, recordando que ela pode contar com o apoio dos pais, familiares e professores;
  • Levar a criança para brincar com outros amigos para aumentar a interação;
  • Não deixar a criança brincar ou ficar sozinha no quarto assistindo televisão ou jogando videogames;
  • Incentivar uma alimentação saudável;
  • Manter o quarto confortável para ajudar a criança a dormir bem.

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