Regurgitação e vômito após comer pode ser sinal da síndrome de ruminação
Regurgitar é um comportamento comum dos bebês, entretanto, quando ocorre em outras fases da vida, pode ser sinal de síndrome de ruminação. No transtorno, além de mastigar ou cuspir o alimento que retorna do estômago para boca, vômitar também é comum. Sem o controle dessas ações, a pessoa entra em sofrimento emocional. Os distúrbios psiquiátricos, inclusive, costumam ser associados ao problema, que melhora com terapia e exercícios de respiração. Há poucos dados estatísticos sobre a síndrome, portanto é difícil saber quantas pessoas apresentam o diagnóstico. Para saber mais, confira:
O que é a síndrome de ruminação?
A síndrome de ruminação ou mericismo é um distúrbio caracterizado pela regurgitação e/ou vômito logo após a refeição. Em geral, até 30 minutos depois o alimento retorna do estômago para a boca, é mastigado novamente e ingerido. Os pedaços de comida também podem ser cuspidos.
Como não chega a entrar em contato com o ácido estomacal quando volta para a boca, o alimento permanece com o mesmo sabor. A ação ocorre após todas ou quase todas as refeições e sem que a pessoa tenha domínio da situação. Tudo acontece de forma espontânea.
A síndrome é mais comum entre crianças, mas pode afetar pessoas de todas as idades. Por isso, especialmente entre adolescentes, chega a ser confundida com bulimia. Mesmo não sendo considerado doença, o distúrbio é capaz de desencadear uma série de desconfortos e problemas de saúde.
Quais as possíveis causas e fatores de risco da síndrome de ruminação?
Ainda existem incertezas com relação às causas da síndrome de ruminação. Entre as possibilidades está uma sequência de eventos:
- Falha do mecanismo de junção do esôfago com o estômago, o esfíncter esofágico, seguida do aumento na pressão abdominal causada pela expansão natural dos alimentos dentro do estômago.
- Problemas emocionais, infecções ou doenças gastrointestinais envolvendo vômitos, também podem ser gatilho para o distúrbio. O corpo fica condicionado a “rejeitar” o alimento ou parte dele logo após as refeições.
Os bebês, pessoas com deficiências no desenvolvimento, depressão, ansiedade e outros transtornos psiquiátricos costumam ser mais suscetíveis à síndrome.
Quais são os outros sinais e sintomas da síndrome de ruminação?
Além da ruminação e do vômito existem outros sintomas e sinais de alerta para o transtorno alimentar como:
- Indigestão e dores de estômago;
- Náusea;
- Mau hálito e cáries;
- Perda de peso;
- Lábios rachados.
Apesar de comuns, os sinais e sintomas listados podem variar entre os pacientes com a síndrome. Em alguns casos, o vômito ou a ruminação acontecem imediatamente após a ingestão de uma pequena porção de alimentos no decorrer da refeição. Outras pessoas conseguem ingerir uma quantidade maior até o início dos primeiros sintomas.
Como é feito o diagnóstico da síndrome de ruminação?
O diagnóstico da síndrome de ruminação envolve o histórico do paciente e o relato dos sintomas, que devem estar dentro dos seguintes parâmetros:
- Regurgitação repetida ou vômito há mais de dois meses;
- Comportamento inicia após as refeições;
- Sintomas não ocorrem durante o sono;
- Não há ânsia de vômito;
- Os sintomas não passam com tratamento indicado para o refluxo gastroesofágico;
- Não há indícios de inflamação, problemas anatômicos, metabólicos ou neoplásicos que expliquem os sintomas.
Como é o tratamento da síndrome de ruminação?
O tratamento para a síndrome de ruminação envolve, principalmente, a terapia comportamental, com exercícios de respiração. Medicamentos podem ser prescritos em alguns casos. A terapia comportamental ajuda a pessoa a identificar o momento da ruminação e ensina a prática da respiração diafragmática para diminuir a frequência dos episódios.
Qual o impacto da síndrome de ruminação na qualidade de vida?
A pessoa com a síndrome de ruminação pode ser impactada física e emocionalmente pelo distúrbio. São comuns problemas como:
- Sensibilidade gastrointestinal;
- Desidratação;
- Falha no processo de crescimento;
- Desnutrição leve;
- Problemas emocionais como estresse;
- Vergonha de comer em público;
- Isolamento social.