A importância da microbiota na saúde da criança

A importância da microbiota na saúde infantil.

A comunidade microbiana intestinal é estabelecida tanto durante o período neonatal como no início da infância. No momento do nascimento, os microrganismos colonizam o tubo gastrointestinal do bebê, e entre os 18 e 24 meses de vida a microbiota da criança já se torna semelhante à de um adulto. Os recém-nascidos de parto normal, por sua vez, possuem uma microbiota semelhante à da mãe. Esse quadro se dá, sobretudo, devido à passagem do feto pelo canal vaginal. Recém-nascidos de cesariana não possuem essa mesma oportunidade de colonização, portanto, as probabilidades para desregulações e alergias podem ser maiores para estas crianças no futuro. 3-4

Mas, afinal, o que é microbiota?

O organismo é colonizado por milhões de bactérias distribuídas em centenas de espécies não patogênicas, com grande influência para a saúde. O intestino é o principal órgão de colonização destas bactérias; neste ambiente específico se forma a microbiota intestinal. Ela atua em diversas frentes e com diferentes funções: auxilia o metabolismo de fibras e toxinas, age no suporte às demandas de outros sistemas – como o imunológico, o nervoso e o próprio digestório – exercendo papel essencial na proteção de doenças. 4

O microbioma, por sua vez, é definido como o conjunto de micro-organismos e genes que colonizam todo um meio natural. O microbioma humano, por exemplo, diz respeito aos micro-organismos presentes em todo o corpo, para além do trato gastrointestinal, abrangendo também pele, cabelo, vias aéreas, trato urogenital e alguns órgãos e sistemas. 4

Como é a sua formação?

Antes mesmo do nascimento, caso o feto esteja em perfeitas condições de desenvolvimento (como dieta e temperatura adequadas, ambiente livre de patógenos e apresente tolerância imunológica) é possível identificar a presença de micro-organismos através da colonização do trato gastrointestinal. Ela ocorre, segundo alguns estudos recentes, quando o feto realiza a deglutição do líquido amniótico ainda intraútero. Neste momento, então, pode-se afirmar que a microbiota intestinal teve o seu início. 4-5

Após o nascimento, outros micro-organismos essenciais para uma vida saudável são introduzidos por meio da ingestão dos primeiros alimentos e, também, através do leite materno. O leite confere benefícios nutricionais essenciais à criança, ele é globalmente considerado o padrão-ouro para a alimentação infantil. Também, o leite materno garante benefícios não nutricionais explicados, sobretudo, pelos fenômenos epigenéticos.  Tais fenômenos são mecanismos moleculares envolvidos na interação entre fatores do ambiente e a expressão da informação contida no DNA. 1,5

A amamentação natural promove a maturação da microbiota saudável, destacando-se pela presença de lactobacilos e de carboidratos conhecidos como human milk oligosaccharides (HMOs), os quais auxiliam o crescimento e o desenvolvimento de bactérias não patogênicas. 5

A microbiota intestinal da mãe, portanto, é a principal fonte de bactérias que efetivamente colonizarão o trato gastrointestinal do recém-nascido e, assim, atuarão na promoção e no desenvolvimento do sistema imunológico. 1-5

Ressalta-se que algumas bactérias também podem ser transferidas de mãe para filho por meio do leite materno, são elas: Lactobacillus, Leuconostoc, Streptococcus, Enterococcus, Lactococcus e Weisella, bem como algumas espécies benéficas de Bifidobacterium. 5

A microbiota e o sistema imunológico

A principal função do sistema imunológico é defender o organismo contra patógenos invasores e outros agentes agressores, sendo eles infecciosos ou não. Em linhas gerais, ele atua também no reconhecimento de corpos, células e toxinas estranhas ao organismo, tal qual acontece na vigilância contra tumores. 5

Ainda intraútero, o sistema imunológico sofre uma espécie de hibernação de sua atividade (conhecida como downregulation) e passa a adquirir regularização após o nascimento e com o passar dos anos. Por essa razão – embora essa assertiva seja atualmente questionada – certos aspectos do sistema imunológico ainda não estão totalmente maduros nesse período, como por exemplo, a baixa concentração de anticorpos no recém-nascido (exceto da IgG, que é materna e transferida para o feto através da placenta). Existe, também, certo desequilíbrio na relação dos subtipos linfocitários, com discreto predomínio do subtipo Th2. 5

O leite materno é a melhor fonte de proteção ao recém-nascido contra enfermidades infecciosas, tendo grande influência sobre a composição da microbiota intestinal. A resposta microbiana intestinal leva à formação de anticorpos séricos contra bactérias patogênicas presentes no intestino, e estende essa proteção a outras mucosas e às glândulas exócrinas, como as salivares e as mamárias, durante a lactação. 3

Portanto, nessa fase, o sistema imunológico intestinal possui fundamental importância no amadurecimento global do sistema imunológico, criando uma barreira por meio da secreção de anticorpos (IgA), que inibem a colonização da mucosa por bactérias patógenas. Da mesma forma, utiliza mecanismos bioquímicos celulares, como a ativação de células específicas (T reguladoras) e a síntese de citocinas moderadoras (IL-10), que estão ligadas diretamente à tolerância oral. 5

Como manter a microbiota saudável?

Para um bom metabolismo materno e que ajude no crescimento e no desenvolvimento do bebê, é necessário que a mãe adote um estilo de vida que resulte em uma microbiota saudável para ambos. 5

Recomenda-se a adoção de hábitos saudáveis mesmo antes da gravidez. Indubitavelmente, esse comportamento otimiza a saúde da mãe ao passo que previne riscos durante a gravidez, quando ela acontecer. A microbiota intestinal da mãe influencia na formação do trato gastrointestinal do bebê, e pode ser modulada através de uma dieta adequada e suplementada com prebióticos e probióticos. Conforme supracitado, é durante o parto vaginal e durante a amamentação que a criança adquire uma série de bactérias provenientes da mãe. 2-5

Uma microbiota e um sistema imune equilibrados resultam em um indivíduo saudável. A microbiota não nasce pronta, ela se desenvolve ao longo do tempo. Sua formação precisa ocorrer de maneira robusta desde o período gestacional até o decorrer da infância, para que ao longo da vida não cause, eventualmente, desequilíbrio ao sistema imune e ao funcionamento intestinal (com a presença de inflamações e alergias). A adoção de hábitos saudáveis, como uma dieta adequada suplementada com prebióticos e probioticos, é um cuidado que, se mantido até a vida adulta, refletirá de maneira positiva os mecanismos dos processos digestórios. Haverá uma melhor absorção de nutrientes e um ótimo desenvolvimento da resposta imune, além da modulação do metabolismo e da prevenção de doenças. 4

Referências

1 – (FRANZ R. NOVAK, JOÃO APRÍGIO GUERRA DE ALMEIDA, GRACIETE O. VIEIRA, LUCIANA M. BORBA, 2001). Colostro humano: fonte natural de probióticos? 2001. Disponível em: http://www.jped.com.br/conteudo/01-77-04-265/port.asp. Acesso em: 21 set. 2020.

2 – (ANGÉLICA DOS SANTOS PERBELIN, CAMILA VIEIRA DA SILVA, ENERI VIEIRA DE SOUZA LEITE MELLO, LARISSA CARLA LAUER SCHNEIDER, 2019). O papel da microbiota como aliada no sistema imunológico. 2019. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/view/51557/751375149170. Acesso em: 21 set. 2020.

3 – (DÉBORA BORGES DE OLIVEIRA SILVA, EDUARDO HENRIQUE MENDES REZENDE, GUILHERME DO VALE BESSA, KAMYLLA BORGES SANTOS, ALINE DE ARAUJO FREITAS, 2019) Desenvolvimento da microbiota do recém-nascido e sua relação com o tipo de parto. 2019. Revista Educação em Saúde. Disponível em: http://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/educacaoemsaude/article/view/3789/2633. Acesso em: 21 set. 2020.

4 – (LU ZHUANG, HAIHUA CHEN, SHENG ZHANG, JIAHUI ZHUANG, QIUPING LI, ZHICHUN FENG). Microbiota intestinal na infância e suas implicações na saúde infantil. 2019. US National Library of Medicine National Institutes of Health. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6522475/. Acesso em: 21 set. 2020.

5 – (INDRIO F, MARTINI S, FRANCAVILLA R, CORVAGLIA L, CRISTOFORI, MASTROLIA SA, et al.) Epigenetic matters: the link between early nutrition, microbiome, and long-term health development. Front Pediatr. 2017; 5: 178.

A importância da microbiota na saúde do adulto.

A formação da microbiota do indivíduo é iniciada ainda intraútero e sofre modificações até o fim da vida. Essas alterações se devem a fatores ambientais, variações de idade, dieta, estilo de vida, higiene, terapia com antibióticos, etc. 2

Há cada vez mais evidências da participação da microbiota na manutenção da saúde e de sua relação com afecções intestinais e extraintestinais. A idade é um dos principais fatores determinantes para a modificação da microbiota humana, uma vez que qualquer alteração em seu balanço pode levar tanto a inflamações como a disfunções metabólicas. 3

O que é microbiota?

Diferente do microbioma, que é definido como o conjunto de microrganismos (e carga genética) que colonizam todo um meio natural, a microbiota se caracteriza por microrganismos que colonizam um ambiente específico. No caso da microbiota humana, considerando o intestino, classificamos a microbiota intestinal. 2

A microbiota em adultos e a sua importância.

A microbiota exerce diversas funções no organismo humano, direta ou indiretamente. Uma das funções mais importantes é a protetora, impedindo o desenvolvimento de patógenos através da atuação das bactérias não patogênicas. Outra atividade importante é a sua participação como suporte em funções do metabolismo do organismo, sintetizando vitaminas e facilitando sua absorção, assim como a de outros nutrientes e oligoelementos (conjunto de elementos químicos inorgânicos que são necessários aos seres humanos em pequenas quantidades e que desempenham diversas funções metabólicas no organismo). Além disso, a microbiota também auxilia as atividades do processo digestivo, produzindo enzimas que facilitam a digestão de alimentos. Um exemplo é a lactose: a microbiota age na diminuição dos sintomas de intolerância do organismo para este carboidrato com o auxílio da bactéria do gênero Lactobacillus. 1-3

Quando o indivíduo possui uma microbiota saudável, ou seja, quando existe um equilíbrio entre as bactérias boas, as ruins e o sistema imunológico ocorre a eubiose.

Uma vez em eubiose, antígenos “bons” são reconhecidos, havendo resposta saudável da mucosa intestinal com manutenção da produção de IgA, de muco e de defensinas,  permanecendo funcionantes, também, os tight junctions intestinais. Essa cascata de atividades garante, assim, uma permeabilidade intestinal intacta. 3

Por outro lado, quando há o predomínio de bactérias patogênicas ou quando há perda da diversidade bacteriana, o organismo entra em um processo conhecido como disbiose. Esse desbalanço da microbiota faz com que a mucosa intestinal não atue mais como uma promotora de um organismo saudável, uma vez que ocorre a diminuição da produção de muco, de IgA (anticorpo) e de defensinas. Este quadro permite a passagem de antígenos bacterianos alimentares, produtos bacterianos e outros microrganismos em geral. Como consequência, as células do sistema imune são atraídas para a mucosa intestinal, ocorrendo liberação de várias citocinas pró-inflamatórias, causando uma espécie de cascata de inflamações. 3

O fator envelhecimento também pode desencadear uma série de modificações da microbiota e de sua imunomodulação, fazendo com que o idoso esteja propenso a ter uma característica pró-inflamatória e o surgimento de doenças degenerativas. 3

Esse processo também pode ocorrer de forma parecida em pessoas obesas, com maior risco de afecções benignas e malignas. 3

O desequilíbrio da microbiota intestinal

A disbiose tem sido um distúrbio cada vez mais considerado no diagnóstico de diversas doenças. Em suas principais causas estão relacionadas1:

  • ao uso indiscriminado de antibióticos, que matam não só as bactérias nocivas como também as benéficas;
  • ao uso abusivo de laxantes;
  • ao excesso de alimentos processados;
  • a exposição às toxinas ambientais;
  • ao câncer;
  • a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS);
  • as disfunções hepatopancreáticas;
  • ao estresse e
  • a diverticulose (pequenas bolsas que se projetam fora da parede do intestino grosso).

Qualquer fármaco, além dos antibióticos, pode modificar a microbiota, tais como inibidores da bomba de prótons, antidepressivos, quimioterápicos, diuréticos e etc.1

As pessoas que possuem dificuldades intestinais com frequência podem ser acometidas por esse distúrbio, como é o caso da síndrome do intestino irritável. Dependendo da gravidade do quadro, perdem-se as funções normais do cólon com os sintomas de diarreias constantes.1

Atualmente, são poucas as doenças que não estão atreladas à disbiose, confirmando a importância do bom funcionamento da microbiota intestinal. Ressalta-se que ela mesma sintetiza vitaminas, principalmente as do complexo B e, em casos de anormalidade, a hipovitaminose (falta de vitamina B) pode surgir.1

Como manter a microbiota saudável

A alimentação é um agente modulador da microbiota do hospedeiro via modificação genética. As bactérias ingeridas através da alimentação podem intercambiar material genético com as bactérias intestinais de cada indivíduo, e, consequentemente, mudar suas funções. As alterações alimentares afetam rapidamente a microbiota, podendo ser benéficas ou não e, por isso, uma dieta saudável é importante. 3

Os prebióticos, que são fibras conhecidas como carboidratos não digeríveis, também exercem uma função importante como nutrientes para as bactérias intestinais, promovendo o crescimento das cepas bacterianas específicas, ou seja, para cada bactéria existe um prebiótico ideal.3

Uma vez fermentados pelas bactérias intestinais, os prebióticos geram a produção de ácidos graxos de cadeia curta, como o propionato, o acetato, o lactato e, principalmente, o butirato. Esse último possui a função essencial de favorecer a absorção de água e eletrólitos; coordenando a motilidade intestinal, a capacidade retal e a diferenciação intestinal. Sendo assim, restabelece a permeabilidade intestinal e apresenta efeitos anti-inflamatórios. 3

Evidências também mostram que a suplementação com probióticos modulam positivamente a composição e a atividade microbiana intestinal, provocando efeitos benéficos consideráveis sobre a saúde, reestabelecendo o equilíbrio dos microrganismos desse ambiente.

Os probióticos apresentam em sua composição microrganismos vivos que promovem o bom funcionamento da microbiota. 1-3

O intestino pode ser um grande aliado da saúde adulta. Portanto, acumular bons hábitos é também fortalecer o sistema gastrointestinal e consequentemente, vive-se com maior qualidade de vida e menos disposição para doenças. 1-3

Referências:

1 – BARROS ALMEIDA, Luciana; BASTOS MARINHO, Célia; DA SILVA SOUZA , Cristiane; BARBOSA PEREIRA, Vicência; -, Cheib. Disbiose intestinal. InDisbiose intestinal. Portal de Nutrição, 2008. Disponível em: https://www.portaldenutricao.com/wp-content/uploads/2019/12/artigo-de-revisao-disbiose-intestinal.pdf. Acesso em: 21 set. 2020.

2 – DE SOUZA SANTOS, Ana; MARTINIANO PEREIRA, Gabriella; CARLSTROM, Paulo Fernando. Microbiologia e a Microbiota Humana. InMicrobiologia e a Microbiota Humana. [S. l.]: Ministério da Educação – Unifal, 2017. Disponível em: https://www.unifal-mg.edu.br/pet/sites/default/files/Apostila%20Minicurso%20Microbiol%20Microb%20Hum-PET-Biologia-Unifal.pdf. Acesso em: 21 set. 2020.

3 – BRUSSOW, H; PARKINSON, SJ. You are what you eat. Nat Biotechnol. 2014;32(3):243-5.

I-PROBIOTIC PEDIÁTRICO

Lactobacillus rhamnosus GG (LGG®). O probiótico mais estudado do mundo

[ Jon A. Vanderhoof, MD ]

Desenvolvimento do Microbioma Intestinal nas crianças e implicações ao longo da vida

[ Profa. Dra. Cristina Targa ]

Interação entre microbioma intestinal e imunidade

[ Prof. Dr. Bruno Paes Barreto ]

Análise global de ensaios clínicos com probióticos

Mais de 1.000 estudos clínicos com probióticos, registrados em ClinicalTrials.gov  e/ou na Plataforma Internacional de Registro de Ensaios Clínicos (ICTRP) da Organização Mundial da Saúde, abordaram mais de 700 doenças e condições clínicas diferentes. O tamanho médio de um ensaio clínico com probióticos (74 participantes) é comparável à média geral de todos os estudos em  ClincialTrials.gov. Lactobacillus  rhamnosus  GG (LGG) e  Bifidobacterium  animalis  ssp. lactis  BB12 são as cepas probióticas mais estudadas. A composição exata do produto que é utilizado, incluindo a dosagem, nem sempre é indicada no registro. A maioria dos estudos de probióticos em  ClinicalTrials.gov está registrada nos EUA ou na Europa (56%).

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32715136/

Trinta anos de Lactobacillus rhamnosus GG: Uma Revisão

Lactobacillus rhamnosus  GG (LGG) foi a primeira cepa pertencente ao gênero Lactobacillus a ser patenteada em 1989 graças à sua capacidade de sobreviver e proliferar em pH ácido gástrico e em meio contendo bile, e aderir a enterócitos. Além disso, o LGG é capaz de produzir tanto um biofilme que pode proteger mecanicamente a mucosa, e diferentes fatores solúveis benéficos para o intestino, aumentando a sobrevivência da cripta intestinal, diminuindo a apoptose do epitélio intestinal e preservando a integridade citoesquelética. Além disso, LGG, graças à sua proteína 1 e 2 em forma de lectina, inibe alguns patógenos, como a espécie Salmonella. Finalmente, a LGG é capaz de promover a resposta imune tipo 1 reduzindo a expressão de vários marcadores de ativação e inflamação em monócitos e aumentando a produção de interleucina-10, interleucina-12 e fator de necrose tumoral-α  em macrófagos. Um grande número de dados de pesquisa sobre Lactobacillus GG é a base para o uso desse probiótico para a saúde humana. Nesta revisão, consideramos ensaios controlados predominantemente randomizados, meta-análises, Revisões Cochrane, Consensos de Sociedades Médicas Científicas e estudos cujos resultados foram avaliados por meio de risco relativo, odds ratio, diferença média ponderada de 95% de intervalo de confiança. O artigo analisa a eficácia do LGG em infecções gastrointestinais, diarreia aguda, diarreia associada a antibióticos e Clostridium difficile, síndrome do intestino irritável, doença inflamatória intestinal, infecções do trato respiratório, alergia, doenças cardiovasculares, doença hepática gordurosa não alcoólica, esteato-hepatite não alcoólica, fibrose cística, câncer, uso em idosos.

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30741841/

Avaliando probióticos para a prevenção de pneumonia associada ao ventilador: um protocolo de estudo clínico multicêntrico randomizado controlado por placebo e plano de análise estatística PROSPECT

Introdução: A pneumonia associada ao ventilador (VAP) é a infecção mais comum associada à saúde em pacientes graves. Estudos anteriores sugerem que os probióticos podem reduzir o VAP e outras infecções nesses pacientes; no entanto, a maioria dos ensaios randomizados anteriores foram estudos pequenos unicêntricos. O estudo PROSPECT (da sigla em inglês de “Probiotics: PRevention Of Severe Pneumonia and Endotracheal Colonization Trial”- Probióticos: Prevenção de Pneumonia Grave e Ensaio de Colonização Endotraqueal) tem como objetivo determinar o impacto do probiótico Lactobacillus rhamnosus  GG no VAP e outros desfechos clinicamente importantes em pacientes críticos.

Métodos: PROSPECT é um ensaio multicêntrico, randomizado, estratificado, cego e controlado em pacientes ≥18 anos, com previsão de ventilação mecânica ≥72 horas, em unidades de terapia intensiva (UTIs) no Canadá, EUA e Arábia Saudita. Os pacientes receberam 1×1010  unidades formadoras de colônias de  L. rhamnosus  GG ou placebo duas vezes por dia. Aqueles com maior risco de infecção por probiótico são excluídos. O resultado primário é o VAP. Os desfechos secundários são outras infecções adquiridas em UTI, incluindo  infecção por Clostridium  difficile, diarreia (incluindo diarreia associada a antibióticos), uso de antimicrobianos, tempo de permanência em UTI, tempo hospitalar de internação e mortalidade. O tamanho amostral planejado de 2650 pacientes baseia-se em uma taxa de VAP estimada em 15% e fornecerá 80% de poder estatístico para detectar uma redução relativa de risco de 25%.

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31227528/