Saúde Mental
22/07/2019
Entenda o que é Transtorno Obsessivo Compulsivo

Todo mundo tem suas manias. Grandes ou pequenas, temos preferências muitas vezes inconscientes sobre a nossa higiene, os pertences que carregamos no dia a dia, a nossa forma de vestir, andar ou mesmo de nos relacionar.

A banalização dos distúrbios psicológicos, porém, faz com que muitas pessoas acreditem que algumas preferências inofensivas sejam consideradas Transtorno Obsessivo Compulsivo.

Transtorno Obsessivo Compulsivo é caracterizado por crises de pensamentos obsessivos que são comumente acompanhados de comportamentos repetitivos. Por exemplo: existem pessoas que têm medo de contaminação bacteriana e, por isso, evitam utilizar equipamentos compartilhados, tocar maçanetas e outros objetos e lavam as mãos compulsivamente. A higiene, nesse caso, é uma forma de aliviar a tensão da ansiedade causada pelo pensamento inicial: o medo de ser contaminado por alguma doença bacteriana.

Como ocorre o TOC?

Estima-se que cerca de 1 a 2% da população mundial conviva com o TOC. Alguns médicos acreditam que a doença é resultado de uma falha genética somada a eventos traumáticos, estresse e outros fatores ambientais. Normalmente os sintomas do transtorno aparecem cedo, entre a infância e a adolescência.

É bastante comum que o TOC venha acompanhado de outros quadros psiquiátricos, como a depressão, a ansiedade generalizada ou a fobia social. Um terço dos pacientes portadores do transtorno já apresentaram também ideias ou comportamentos suicidas, e cerca de 10% deles tentaram suicídio em algum momento.

Como identificar e tratar o TOC?

Diferenciar preferências, manias e comportamentos repetitivos rotineiros daqueles ligados ao TOC, é de certa forma bastante simples: é preciso verificar o quanto o comportamento repetitivo está ligado a um tipo de medo ou de ansiedade e o quanto ele atrapalha a vida social do indivíduo. Se eles interferem na vida social, é um ponto de alerta para buscar ajuda.

Muitos portadores da condição não costumam buscar ajuda logo que se dão conta de seus comportamentos e pensamentos excessivos, fazendo com que a média de tempo passado seja de 10 anos de reprodução de um pensamento e/ou comportamento. Uma vez que o indivíduo entende e aceita que precisa de ajuda profissional, o ideal é combinar uma terapia comportamental e o tratamento químico com fármacos utilizados para depressão, ansiedade, bipolaridade e outros transtornos psiquiátricos, de acordo com a avaliação e acompanhamento médico.

É imprescindível também que a família ofereça uma base de apoio livre de amarras e julgamentos ao portador do transtorno, para que ele consiga lidar com seus pensamentos e sentimentos sem se sentir julgado por seus entes queridos.

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