Quais as profissões mais escolhidas por quem tem TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é caracterizado pela desatenção, inquietude e hiperatividade, afetando de 5% a 8% da população mundial. A condição pode trazer consequências para a vida pessoal e profissional do paciente, que sente dificuldade em realizar algumas tarefas do dia a dia. É por isso que algumas carreiras são mais atraentes e escolhidas por quem tem TDAH, pois aproveitam melhor as características específicas dessas pessoas. Continue a leitura para saber:

  • Quais características de trabalho são mais adequadas para pessoas com TDAH?
  • Quais são profissões interessantes para pessoas com TDAH?
  • Quais desafios pessoas com TDAH podem encontrar no trabalho?
  • Quais estratégias podem ajudar pessoas com TDAH no trabalho?
  • Qual a importância de um diagnóstico e tratamento adequados?

Quais características de trabalho são mais adequadas para pessoas com TDAH?

Ser um adulto com TDAH significa ter alguns traços de comportamento que divergem da maioria das pessoas. Ao mesmo tempo que pode ser difícil passar muito tempo focado em uma só tarefa devido ao déficit de atenção, por exemplo, algumas características do transtorno podem ajudar a ter sucesso em algumas carreiras específicas. A dica é escolher uma carreira que melhor aproveite as características do TDAH no trabalho e cujos desafios não criem grandes problemas. Alguns pontos fortes podem ser:

Energia lá em cima – um dos sintomas mais comuns do TDAH é a hiperatividade. Existem muitos empregos no qual essa energia extra que pessoas com o transtorno tem pode ser muito aplicada.

Criatividade – pessoas com TDAH tendem a ser visionárias e criativas, e conseguem ter novas ideias com facilidade. Por “pensarem fora da caixa”, podem trazer benefícios para seus empregadores ao trazerem estratégias inovadoras para o negócio.

Soluções inovadoras em situações de crise – um estudo publicado em 2016 sobre diferenças de poder eletroencefalográfico (EEG) entre crianças com TDAH e crianças sem o transtorno indica que os cérebros das primeiras produzem mais ondas Theta (que indicam um estado de relaxamento profundo) do que as sem o transtorno. Essas diferenças no cérebro significam que aqueles com a condição podem pensar em soluções diferentes dos demais. Em meio a algum problema, podem ser mais controlados que seus colegas.

Cuidados – quem cresce já tendo sido diagnosticado com TDAH e trabalhado os aspectos comportamentais causados pelo transtorno, como a hiperatividade e falta de atenção, pode se tornar mais atencioso e compreensivo, que são características valiosas para trabalhos que demandam cuidar de outras pessoas. O desenvolvimento pessoal em meio às dificuldades da própria condição pode fazer com que a pessoa tenha um olhar mais empático em relação ao outro.

Quais são profissões interessantes para pessoas com TDAH?

Entre as profissões que podem ser interessantes para quem tem TDAH estão:

Assistente social, cuidador ou terapeuta – são trabalhos que exigem empatia e paixão por ajudar outras pessoas mais vulneráveis. Podem se destacar nessas áreas por serem pessoas mais compreensivas, principalmente ao atender crianças com TDAH, que se sentem mais acolhidas por um adulto que as entende genuinamente.

Policial ou bombeiro – por serem altamente intuitivos, indivíduos com TDAH podem se sair bem em cargos que é interessante conseguir pensar em resoluções diferentes para problemas e em que não há uma rotina rígida.

Professor ou pedagogo – já que as escolas são lugares que exigem muita energia, pessoas com TDAH podem se sair bem em ambientes hiperativos, além de precisarem exercer toda sua empatia para lidarem com crianças e adolescentes.

Empreendedor – indivíduos com TDAH podem se dar bem na carreira de empreendedores, já que eles tendem a ser impulsivos e mais propensos a correrem riscos, o que pode ser uma vantagem nessa carreira. Outro ponto que atrativo é a flexibilidade da rotina, que permite à pessoa definir os próprios horários e regras de trabalho.

Jornalista – a carreira envolve conhecer muitas pessoas, estar constantemente em movimento e ser criativo. Por estarem sempre em movimento, evita a rotina típica presente em muitos empregos, que pode ser desafiadora para quem luta contra os sintomas de desatenção e hiperatividade.

Quais desafios pessoas com TDAH podem encontrar no trabalho?

Enquanto algumas características podem ajudar indivíduos com TDAH no trabalho, outros problemas podem fazer com que a rotina se torne mais difícil para quem convive com o transtorno.

  • Distração – as distrações internas, como os devaneios, e as externas, como os ruídos do ambiente, podem afetar o raciocínio e a produtividade no trabalho. Uma dica é usar fones de ouvido para reduzir a interferência e fazer uma lista de tarefas que precisam ser cumpridas, para manter o foco nas metas concretas. Estabelecer um tempo entre produtividade e pausas também pode ser uma solução para evitar o excesso de interrupções – para acessar as redes sociais ou tomar café, por exemplo.
  • Hiperatividade – o TDAH no trabalho pode fazer com que os indivíduos não consigam se manter quietos por muito tempo. Quem puder, pode escolher carreiras que exijam mais atividade física. Para aqueles que precisam se manter em um escritório, uma solução é fazer pequenas pausas durante o expediente para se movimentar, fazer alongamentos ou caminhar no horário de almoço.
  • Memória fraca – é comum que o TDAH faça com que as pessoas esqueçam prazos e detalhes de projetos, comprometendo o desempenho. A melhor forma de se lembrar é anotando e criando lembretes para todas as obrigações do dia.
  • Tédio – um dos maiores problemas para quem trabalha em cargos sem muita estimulação é o tédio. É possível dividir longas tarefas em curtas, por meio de checklists, e fazer pausas para evitar ficar muito tempo focado em uma coisa só.
  • Gerenciamento do tempo – adultos com TDAH têm mais dificuldade em controlar o tempo que gastam em suas atividades do que os adultos sem a condição, podendo não perceber quanto tempo uma tarefa leva. Para evitar esse problema, projetos maiores podem ser divididos em partes menores com datas de vencimento individuais.
  • Procrastinação – é muito comum entre adultos com TDAH. Outros colegas de trabalho podem ajudar o colega com o transtorno a administrar melhor o tempo.

Quais estratégias podem ajudar pessoas com TDAH no trabalho?

O TDAH no trabalho pode ser uma questão para muitas pessoas que escolheram carreiras mais rotineiras, que precisam passar o dia todo em um escritório. No entanto, algumas dicas podem ajudar a tornar a rotina menos maçante:

  • Opte por horários mais flexíveis ou em que menos pessoas estão na empresa, para não sofrer tantas interferências;
  • Identifique o horário em que você consegue ficar mais focado;
  • Use um cronômetro para definir o tempo de cada tarefa;
  • Deixe ao seu alcance objetos que o ajudem a relaxar, como bolas de massagear;
  • Faça pausas para se exercitar e respirar;
  • Tenha uma pessoa de confiança e que seja sua “âncora” no ambiente de trabalho;
  • Organize sua rotina e crie uma lista de tarefas;
  • Faça anotações para evitar perder prazos e detalhes importantes;

Qual a importância de um diagnóstico e tratamento adequados?

Muitos adultos podem conviver com o TDAH e não sabem, já que não foram devidamente diagnosticados ainda na infância. O diagnóstico é de extrema importância para que o indivíduo possa receber o tratamento correto e reduzir significativamente os sintomas que aparecem no dia a dia, melhorando a qualidade de vida.

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Referências

  • https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/  – acessado em 17/10/2022;
  • https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/entre-5-e-8-da-populacao-mundial-apresenta-transtorno-de-deficit-de-atencao-com-hiperatividade – acessado em 17/10/2022;
  • https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4973024/ – acessado em 17/10/2022;
  • https://www.medicalnewstoday.com/articles/adhd-jobs#job-characteristics – acessado em 17/10/2022;
  • https://chadd.org/for-adults/succeeding-in-the-workplace/ – acessado em 17/10/2022;
  • https://tdah.org.br/tdah-no-trabalho-algumas-estrategias/ – acessado em 17/10/2022.

O que é o hiperfoco que o TDAH pode causar e como isso pode ser positivo?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é uma desordem neurobiológicaque, na maioria das vezes, causa dificuldade em manter a atenção e o foco em algo. Estima-se que entre 3% e 5% das crianças apresentam o transtorno, que pode continuar a se manifestar na fase adulta. Entretanto, o TDAH também pode provocar o hiperfoco, que é quando a pessoa passa horas concentrada em uma única tarefa e não presta atenção a mais nada. Embora isso pareça um problema a princípio, pode ser uma vantagem. Continue a leitura para saber como!

O que é TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é uma condição neurobiológica de causas genéticas que, geralmente, provoca sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade. O TDAH pode ser dividido em três subtipos, conforme a predominância de determinados sinais e sintomas.

Quando a maior parte deles está relacionada com desatenção e distração, o TDAH é do subtipo predominantemente desatento. Já quando a maioria dos sinais e sintomas tem relação com hiperatividade e impulsividade, o subtipo é predominantemente hiperativo. E quando há uma mistura de desatenção e hiperatividade, o TDAH é do subtipo combinado.

O TDAH costuma se manifestar ainda na infância e pode acompanhar a pessoa pela vida toda. Atualmente, é cada vez mais frequente o diagnóstico em adultos, que provavelmente manifestaram os primeiros sinais quando eram menores, mas não foram corretamente avaliados.

O que é o hiperfoco no TDAH?

Uma característica comum do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é a pessoa não conseguir se concentrar por muito tempo em uma mesma tarefa. Entretanto, o oposto também pode acontecer, o que é chamado de hiperfoco, um estado mental em que a pessoa “esquece” de tudo ao seu redor e se dedica horas a uma única tarefa ou projeto.

O hiperfoco é algo que pode acontecer com qualquer pessoa em algum momento, mas é associado com mais frequência ao TDAH, ao transtorno do espectro do autismo e à esquizofrenia. Embora as pesquisas a respeito ainda sejam muito limitadas, acredita-se que tanto a distração quanto o hiperfoco sejam resultantes dos níveis baixos de dopamina em todos que têm o transtorno.

  • Dopamina – é um neurotransmissor que tem várias funções, como regular o humor, o estresse e a concentração, bem como estimular a memória e o raciocínio, entre outras.

Então, essa deficiência de dopamina pode fazer com que a pessoa com TDAH apresente dificuldade em transferir a atenção para atividades menos que ela considere menos agradáveis, permanecendo naquilo que é considerado mais divertido e prazeroso. Ou seja, em algo que proporcione uma recompensa imediata.

O hiperfoco no TDAH é um problema ou pode ser positivo?

O hiperfoco no TDAH se torna um problema quando não há um freio e o objeto dele é uma atividade improdutiva ou que pode prejudicar a pessoa. Por exemplo, quando ela deixa de fazer outras coisas que considera desinteressante, como preencher relatórios e fazer trabalhos de escola. Em casos extremos, é possível até que a pessoa não tome banho e não durma para continuar focada em determinada atividade, como jogar videogame.

Entretanto, o hiperfoco no TDAH pode ser positivo nos casos em que os portadores do transtorno consigam ter foco em atividades, como na produção acadêmica e na carreira.

Isso porque é possível canalizar o hiperfoco para algo produtivo, por exemplo: cientistas e escritores com o transtorno e que se tornaram bem-sucedidos devem isso, em parte, à capacidade de focar por muito tempo seguido em algo que estavam desenvolvendo.

Quais outras qualidades estão associadas ao TDAH?

O cérebro do indivíduo com TDAH costuma apresentar um funcionamento diferente em comparação às pessoas sem o transtorno. Algumas características típicas da condição são comportamentos considerados positivos e desejáveis tanto na vida pessoal quanto nas relações sociais e profissionais, tais como:

  • Empatia;
  • Criatividade;
  • Espontaneidade;
  • Bom humor;
  • Resiliência.

Como gerenciar o hiperfoco no TDAH?

Veja algumas dicas para ajudar a gerenciar o hiperfoco no TDAH em crianças:

  • Converse com a criança sobre o hiperfoco para que ela entenda o que é e que precisa aprender a lidar com isso;
  • Estabeleça um cronograma claro de atividades para limitar o tempo da criança em cada uma;
  • Defina atividades que retirem a criança do isolamento e estimulem a interação.

A seguir, veja algumas dicas que podem ajudar com os adultos:

  • Fique atento a como se comporta e no que pensa para conseguir identificar que está em hiperfoco;
  • Movimente-se quando perceber que está no estado de hiperfoco, pois isso pode ajudar a interrompê-lo;
  • Defina as prioridades para não ficar focado só em uma coisa;
  • Estabeleça o tempo para cada tarefa conforme as prioridades e programe alarmes e coloque lembretes para ajudar a concluí-las;
  • Evite começar algo que possa fazer entrar em hiperfoco perto da hora de dormir ou antes de alguma tarefa que precisa ser feita.

Qual a importância do tratamento do TDAH?

O tratamento do TDAH deve envolver uma equipe multidisciplinar de saúde e pode incluir diferentes profissionais, como psicólogo, psiquiatra, neurologista, fonoaudiólogo, psicopedagogo e fisioterapeuta – com a utilização de terapias comportamentais e de medicamentos, dependendo do caso.

O objetivo é ajudar a pessoa com TDAH a lidar com a desatenção e com comportamentos como hiperatividade e excesso de fala, fortalecendo as qualidades e pontos positivos. O tratamento auxilia na tomada de decisões, na priorização de atividades e no planejamento de rotinas – o que pode ser bastante desafiador para quem tem o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

  • O tratamento aumenta a qualidade de vida e reduz o risco de desenvolver comorbidades, como ansiedade e depressão.

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TDAH e alimentação: o que você precisa saber!

Uma alimentação saudável, balanceada e com variedade de nutrientes pode ser um aliado importante para o tratamento de questões de saúde. O que parece meio óbvio quando falamos de saúde física, mas nem tanto quando o assunto é um transtorno neurobiológico como o TDAH. No entanto, estudos sugerem que ter uma alimentação saudável pode sim ajudar a manter mais consistente e sob controle o comportamento de quem tem o transtorno. A hiperatividade e impulsividade se tornariam mais sutis e a concentração poderia melhorar.

Quais são os melhores alimentos para pessoas com TDAH?

Para ter uma dieta balanceada e que possa ajudar a controlar a hiperatividade e a impulsividade do TDAH, é preciso levar em consideração como diferentes nutrientes atuam em nosso organismo e quais as melhores fontes deles.

Proteína – é um macronutriente essencial que tem diversas funções no organismo. Pode prevenir picos de açúcar no sangue, que aumentam a hiperatividade. Desta forma, pode ocorrer a melhora da concentração.. Exemplos de boas fontes:

  • Carne vermelha magra;
  • Carne de porco;
  • Aves;
  • Peixes;
  • Ovos;
  • Laticínios com baixo teor de gordura;
  • Feijão;
  • Nozes;
  • Soja.

Carboidratos complexos – a principal função é fornecer energia para o organismo. São absorvidos de forma mais lenta ao serem ingeridos, estando presentes em alimentos ricos em nutrientes e fibras. Junto com as proteínas, ajudam a prevenir picos de açúcar no sangue, que aumentam a hiperatividade. Exemplos de boas fontes:

  • Batata doce;
  • Cenoura;
  • Beterraba;
  • Inhame;
  • Lentilha;
  • Grão de bico;
  • Feijão preto;
  • Amendoim;
  • Castanhas;
  • Quinoa;
  • Aveia;
  • Centeio;
  • Alimentos integrais, como arroz, pães e massas;
  • Frutas ricas em fibras, como banana e maçã.

Ômega-3 – pode auxiliar na melhora de diversas características do TDAH, como a hiperatividade, a impulsividade e a falta de concentração. Pesquisas sugerem que crianças com TDAH têm níveis mais baixos de ômega-3 no sangue do que crianças sem TDAH. Um estudo mostrou que 25% das crianças que tomaram doses diárias tiveram uma diminuição significativa dos sintomas de TDAH após três meses. Em seis meses, quase 50% delas experimentaram uma melhoria dos sintomas. Exemplos de boas fontes:

  • Peixes de águas frias, como salmão, atum e sardinha;
  • Óleos vegetais, como de linhaça e de soja prensados a frio;
  • Oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas;
  • Sementes, como linhaça e chia;
  • Leguminosas, como feijão, soja, grão de bico e ervilha;
  • Folhas verde escuro, como couve e espinafre.

Zinco e magnésio – são dois minerais que desempenham um papel importante no controle dos sintomas de TDAH. O magnésio também é usado para produzir neurotransmissores envolvidos na atenção e na concentração, e tem um efeito calmante no cérebro. Exemplos de boas fontes:

  • Aveia (magnésio e zinco);
  • Sementes de linhaça (zinco e magnésio);
  • Amendoim (zinco e magnésio);
  • Feijão (zinco);
  • Castanha de caju (zinco e magnésio);
  • Amêndoas (magnésio e zinco);
  • Espinafre cozido (magnésio);
  • Banana prata (magnésio);
  • Gema de ovo (zinco);
  • Leite integral (zinco);
  • Carne de boi assada (zinco);
  • Frango cozido (zinco);
  • Porco assado (zinco).

Sugestão de refeição – a recomendação dos especialistas é preparar um prato cuja primeira metade seja preenchida com vegetais. A outra metade se divide em duas: um quarto deve conter proteína e o outro quarto, carboidratos complexos. No café da manhã, por exemplo, é possível combinar alimentos como aveia e leite ou manteiga de amendoim e pão integral. Os açúcares desses carboidratos são digeridos mais lentamente, porque proteína, fibra e gordura ingeridos juntos resultam em uma liberação de açúcar no sangue mais gradual.

Quais alimentos pessoas com TDAH devem reduzir ou evitar?

Açúcar – diminuir a quantidade de açúcar ingerida diariamente é uma das principais medidas na alimentação para aliviar os sintomas de TDAH. Isso porque vários estudos sugerem que algumas crianças que têm TDAH são estimuladas por grandes quantidades de açúcar na alimentação. Assim, elas tendem a ficar mais inquietas e desatentas. Então, recomenda-se evitar ou reduzir o consumo de bebidas como sucos e achocolatados industrializados, bolos, tortas e outros doces.

  • Alimentos compostos em grande parte por carboidratos simples, como pão branco, são digeridos e processados em glicose (açúcar) de maneira rápida. Por isso, devem ser reduzidos ou evitados.

Aditivos artificiais – corantes, conservantes e emulsionantes estão presentes em diversos alimentos ultraprocessados. Então, para conseguir evitá-los é necessário estar atento aos rótulos. Vários estudos mostram que os aditivos artificiais tornam mais hiperativas mesmo as crianças que não têm TDAH, além de intensificar a característica daquelas que já são hiperativas.

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Pessoas com TDAH são mais criativas?

Embora as pessoas que têm transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) sejam muitas vezes estigmatizadas por características negativas do distúrbio – como falta de foco, impulsividade e inquietação -, estudos indicam que elas também costumam ser mais criativas. Essa característica pode estar ligada à tendência para dispersão dos pensamentos, o que poderia deixar as pessoas mais suscetíveis às novas ideias.

Qual a relação entre TDAH e a criatividade?

Não existe um consenso sobre a relação do TDAH com um maior potencial criativo. Mas, os indícios desse vínculo estão cada vez mais fortalecidos. Segundo pesquisas, a conexão entre criatividade e TDAH está relacionada à atenção difusa, uma das características do transtorno. Essa facilidade em dispersar – causada por alterações em neurotransmissores no lobo frontal, responsáveis pelo controle da concentração – facilitaria a criatividade, definida como a capacidade de elaborar algo novo e/ou incomum.

Nesse sentido, quem tem TDAH estaria mais propenso, por exemplo, a encontrar soluções pouco óbvias e inovadoras para problemas cotidianos. Outros estudos partiram de análises dos domínios da criatividade para determinar a conexão com o transtorno. Assim foram considerados:

  • pensamento divergente – voltado para elaboração de várias soluções diferentes para um problema;
  • pensamento convergente – relacionado com processos que incluem a utilização de um conjunto de regras e/ou informações para resolver um problema;
  • habilidades/realizações criativas cotidianas.

De todos os quesitos, as habilidades criativas se mostraram mais positivas em pessoascom TDAH, seguida pelo pensamento divergente. Outro achado das pesquisas é a maior sensibilidade desse grupo aos estímulos externos. Testes revelaram que pessoas com o transtorno exploram mais aspectos criativos mediante recompensas na comparação com as pessoas que não têm TDAH.

Todas a pessoas com TDAH são mais criativas?

É possível que pessoas com TDAH sejam mais criativas do que pessoas que não convivem com o transtorno, conforme apontam os estudos. No entanto, isso não significa que todas as crianças que têm transtorno de déficit de atenção com hiperatividade possam desenvolver a criatividade na mesma intensidade. Fatores externos, como ambiente familiar e escolar, impactam esse processo, assim como outros tipos de estímulos.

É importante ressaltar que qualquer pessoa pode desenvolver o pensamento criativo, apresentando ou não um distúrbio que possa favorecer essa habilidade. Além disso, é preciso cuidado com as expectativas em relação às crianças com TDAH, pois, independentemente de ter propensão a apresentar determinadas características, cada indivíduo é único.

Quais outras características positivas podem estar associadas ao TDAH?

Além da criatividade, outras características positivas podem estar relacionadas ao transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. Entre elas estão:

Resiliência – pessoas com TDAH enfrentam diversos desafios ao longo da vida pelas características inerentes ao transtorno. Essas experiências, mesmo negativas, acabam por aguçar a resiliência, ou seja, a capacidade de se adaptar às adversidades. Além disso, quem tem o distúrbio costuma desenvolver uma autoconsciência sobre os sinais e sintomas, contribuindo para autoproteção perante obstáculos.

Hiperfoco – a dificuldade em manter a atenção está entre os principais sintomas do TDAH. No entanto, o oposto disso, o hiperfoco, também é observado em pessoas com o transtorno. Essa concentração máxima pode ser benéfica no desempenho de diversas tarefas cotidianas, como os estudos.

Coragem – uma das características proeminentes do TDAH é a impulsividade, que pode ser vista como algo negativo muitas vezes. Mas, sob outro ponto de vista, ela permite descobertas sem tanto receio de julgamentos ou de complicações futuras, fatores que, frequentemente, impedem ter novas experiências.

Energia em alta – a hiperatividade, outro sintoma comum do transtorno, também tem um lado positivo. É que essa inquietude pode ser aproveitada na prática de esportes. Além disso, a energia em alta favorece um aspecto importante no desenvolvimento psicossocial das crianças, que é o ato de brincar.

Habilidades sociais – alguns estudos indicam que pessoas com TDAH possuem alto nível de inteligência social. Isso pode proporcionar uma facilidade maior em se relacionar, demonstrando sentimentos e empatia por outras pessoas.

Como estimular as habilidades das pessoas com TDAH?

Pessoas com TDAH podem e devem ser estimuladas a desenvolver os aspectos positivos de suas características. Para tanto, é importante identificar quais dessas características se sobressaem, de acordo com a subdivisão do transtorno:

  • Predominantemente hiperativo – quando a maior parte dos sintomas se relaciona à hiperatividade e impulsividade;
  • Predominantemente desatento – em que a maioria dos sintomas está voltado para desatenção e distração;
  • Combinado – mistura de sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

Se a impulsividade é muito marcante, por exemplo, vale direcionar as atividades que exigem maior desprendimento, como uma oficina de teatro. Já no caso da hiperatividade, as modalidades esportivas ajudarão no gasto da energia acumulada. Quando o hiperfoco é o traço que se sobressai, brincadeiras que exigem máxima atenção, como montar um quebra-cabeças, podem ser uma ótima opção para estimular a criatividade.

Se o que predomina é a desatenção, a música é uma boa opção, pois é formada por padrões e ritmo, que por sua vez são uma forma de estrutura, e o pensamento linear é extremamente benéfica para o cérebro.

Compreender outras formas de lidar com as características do TDAH, reafirmando o lado positivo de cada uma delas, contribui enormemente para qualidade de vida de quem tem o transtorno. Nesse sentido, o apoio de um psicólogo pode ser essencial para apoiar e orientar sobre maneiras de estimular as habilidades.

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Pessoas com TDAH podem ser agressivas?

Pessoas com transtorno  déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) não são naturalmente mais agressivas, mas enfrentam condições biológicas que podem  levá-las a comportamentos agressivos.

A baixa tolerância à frustração, falta de foco e baixa capacidade de automotivação podem fazer com que ela responda a esses sentimentos de maneira impulsiva, impaciente e irritadiça. Esses episódios, no entanto, são passageiros e não são direcionados a uma pessoa em específico.

Pessoas com TDAH são mais agressivas?

Não é possível afirmar que pessoas com TDAH são agressivas. Acontece é que elas podem ter dificuldade no gerenciamento das emoções, especialmente da frustração. Assim, em situações frustrantes ou irritantes, podem responder de maneira agressiva. Isso pode acontecer com mais frequência entre aqueles que manifestam o tipo hiperativo-impulsivo.

No entanto, é preciso tomar cuidado com o uso da palavra agressão para não estigmatizar quem tem TDAH, pois não há garantia de que ela apresentará comportamentos agressivos. Assim como todo mundo com TDAH não manifesta apenas a condição do tipo hiperativo-impulsivo, nem todo mundo que é hiperativo-impulsivo também é agressivo.

Há casos em que o comportamento predominante é o oposto da agressão: algumas pessoas podem ter dificuldade em se defender, ser tímidos ou ter dificuldades em lidar com as pessoas. .

Por que pessoas com TDAH podem ser mais agressivas?

Existem duas razões principais que podem desencadear comportamentos agressivos em pessoas com TDAH.

  • Dificuldade de controle emocional

Há um grupo de pessoas com TDAH que têm mais dificuldade em conter comportamentos impulsivos e emoções mais fortes. Elas sentem os mesmos sentimentos que todos, mas essas emoções são vividas com mais intensidade.

Dessa forma, uma pessoa com TDAH pode ficar irritada e, ao invés de pedir ajuda, pode chorar, lamentar ou jogar algo para transmitir frustração. Isso pode acontecer especialmente com crianças hiperativas-impulsivas com TDAH, pois elas estão mais inclinadas a agir de forma imediata e com um grau de intensidade quando o desejo ocorre.

Além disso, existem agravantes que podem engatilhar esses momentos de agressividade: uma criança com TDAH tem tendência ao esquecimento e à falta de motivação. No dia a dia, isso pode levar ao não cumprimento de tarefas, que por sua vez leva à frustração e ao sentimento de culpa.

Entre os adultos com TDAH, é mais frequente a agressão verbal que a física. Casos de agressividade também são menos frequentes nesse grupo, porque eles tendem a ser menos impulsivos que as crianças.

  • Combinação de TDAH com outros transtornos

Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade geralmente ocorre em conjunto com outros distúrbios. Muitas crianças com TDAH apresentam também problemas de comportamento ou conduta, transtornos de aprendizagem, ansiedade ou depressão. Um estudo encontrou alterações de posições no genoma que aumentam o risco de desenvolver TDAH com transtorno de comportamento disruptivo, que são transtornos psiquiátricos infantis caracterizados por comportamentos antissociais e agressivos.

Quais transtornos de comportamento podem estar associados ao TDAH?

Os transtornos de comportamento disruptivo podem estar associados ao TDAH e eles se dividem em duas condições: o transtorno opositivo desafiador e o transtorno de conduta.

Transtorno de conduta – pode ocorrer em 25% das crianças e 45% dos adolescentes com TDAH. É mais comum em meninos do que em meninas, e sua prevalência aumenta com a idade. Crianças com transtorno de conduta são mais propensas a se machucar e a ter dificuldades em se relacionar com os colegas. Ele é diagnosticado quando há um comportamento consistentemente agressivo e violações de regras e normas sociais em casa e na escola. Na prática, uma criança com transtorno de conduta pode apresentar comportamentos como:

  • Fugir de casa;
  • Ficar fora de casa à noite ou quando não é permitido;
  • Faltar à escola;
  • Ser agressivo de uma forma que cause danos, através de bullying, brigas ou crueldade com animais;
  • Mentir;
  • Roubar ou danificar objetos de outras pessoas de propósito.

Transtorno opositivo desafiador – geralmente começa antes dos 8 anos de idade, mas também pode ocorrer em adolescentes. As crianças com esse transtorno podem ser mais propensas a agir de forma desafiadora em torno de pessoas que conhecem bem, como membros da família ou um profissional de saúde regular. Na prática, uma criança com transtorno opositivo desafiador pode apresentar comportamentos como:

  • Perder constantemente a paciência;
  • Discutir com adultos ou recusar-se a cumprir as regras;
  • Ficar ressentido ou querer machucar alguém que sente que a machucou;
  • Incomodar deliberadamente os outros;
  • Culpar outras pessoas por seus próprios erros ou mau comportamento.

Como reconhecer esses transtornos de comportamento em uma criança com TDAH?

Não há uma linha clara entre os desafios normais do TDAH e a combinação de outros transtornos comportamentais. Dessa forma, cabe aos pais decidir quando buscar ajuda. Se você está lutando diariamente com comportamentos agressivos do seu filho de forma que prejudica as interações em casa ou na escola, então atende os critérios para buscar auxílio profissional.

Como os pais e responsáveis podem ajudar crianças e adolescentes com TDAH a lidar com a agressividade?

A percepção e compreensão dos pais e responsáveis sobre o TDAH são importantes. Entender o transtorno ajuda a compreender os motivos por trás das ações agressivas e impulsivas da criança, que é o caminho certo para lidar com a situação. Dessa forma, ao invés de tomarem as atitudes como propositais e se irritarem, os pais podem auxiliar a criança a gerenciar suas emoções.

Na prática, é importante que os pais e responsáveis:

  • Estejam dispostos a sentar e conversar com as crianças para descobrir uma maneira de lidar com a situação;
  • Ajam como modelo, demonstrando controle sobre seus próprios impulsos;
  • Sejam mais conscientes de situações ou gatilhos que possam levar uma criança a agir de forma agressiva;
  • Promovam um ambiente de compreensão e aceitação, para que a criança não se sinta constantemente criticada.

As crianças com TDAH que encontram um ambiente saudável de crescimento, cercado de pessoas queridas, podem obter um senso de valor que ajuda a reduzir frustrações e quaisquer tendências agressivas relacionadas.

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Que tipo de equipe de saúde deve tratar o TDAH, equipe multidisciplinar, transdisciplinar ou interdisciplinar?

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, comumente conhecido como TDAH, afeta cerca de 4% da população adulta mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o TDAH atinge cerca de dois milhões de pessoas adultas.

É recomendado que a avaliação e o gerenciamento da doença sejam feitos com o envolvimento de profissionais da saúde de áreas variadas, pois o transtorno tem impacto em diversos aspectos da vida da pessoa. Mas, como é estabelecida a estratégia de tratamento e como diferentes profissionais podem atuar em conjunto? Continue a leitura para saber:

Como é feito o diagnóstico e o tratamento de TDAH?

Em agosto de 2022, o Ministério da Saúde aprovou o protocolo para transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, que traz orientações e diretrizes para a condição que devem ser adotadas em todo o Brasil nas redes públicas de saúde. Quando há suspeita de TDAH, o protocolo orienta que deve ser realizada uma avaliação clínica e psicossocial completa.

O diagnóstico deve ser feito por um médico psiquiatra, pediatra ou outro profissional de saúde, como neurologista ou neuropediatra. A confirmação do diagnóstico, tanto em crianças como em adultos, pode ser baseada em 18 sintomas indicativos de desatenção excessiva, hiperatividade e impulsividade. E para que seja feita a adequada avaliação e gerenciamento da doença, o protocolo destaca ainda que é fundamental o envolvimento de equipe multidisciplinar.

Isso porque cada paciente possui sinais e sintomas diferentes, com quadros que podem ser mais predominantemente hiperativos ou de desatenção – o que influencia diretamente na forma de tratamento. Como o TDAH pode afetar diferentes áreas da vida da pessoa, requerer intervenções específicas em cada uma dessas frentes.

O uso de medicações passadas por um médico, por exemplo, ajuda a amenizar a impulsividade e a hiperatividade. Já as terapias psicológicas e comportamentais auxiliam com questões sociais e amenizam sintomas mais graves do transtorno. Algumas terapias que podem ser usadas são:

  • Psicoeducação;
  • Psicoterapia;
  • Terapia comportamental;
  • TCC (Terapia cognitivo comportamental);
  • Grupos de apoio.

Nutricionistas e educadores físicos também são especialistas que podem auxiliar no tratamento de quem possui TDAH. No caso do TDAH em crianças, a conversa com os profissionais da escola e os profissionais da saúde também é fundamental para traçar estratégias personalizadas de cuidado e manejo do problema.

Mas, para prestar cuidados em saúde, existem dois outros tipos de equipe além da multidisciplinar, onde a definição da estratégia de tratamento e a coordenação do que deve ser feito acontecem de forma um pouco diferente. Então, vamos conhecer os três tipos de equipes de saúde:

  • A equipe multidisciplinar de saúde;
  • A equipe interdisciplinar de saúde;
  • A equipe transdisciplinar de saúde.

O que é uma equipe multidisciplinar de saúde e como atua?

A equipe multidisciplinar é um grupo de especialistas, que podem ser ou não da mesma área de atuação, que trabalharão para tratar uma determinada patologia em um indivíduo com necessidades de saúde complexas.

Um bom exemplo disso são as equipes presentes em hospitais e que cuidam de pacientes internados. O médico responsável pelo paciente é quem toma as decisões sobre o tratamento e os demais profissionais de saúde do grupo adequam as demandas do paciente à estratégia de cuidados.

O que é uma equipe interdisciplinar de saúde e como atua?

Em uma equipe interdisciplinar de saúde, a equipe de especialistas se comunica entre si e atua em conjunto para chegar a um consenso sobre qual o melhor tratamento para o paciente. Por exemplo: o cardiologista e nutricionista de um paciente com colesterol alto conversam para definir uma estratégia comum de manutenção dos níveis de gordura corporal dele.

Na equipe interdisciplinar de cuidados em saúde, profissionais de diferentes especialidades trabalham juntos para alcançar o melhor resultado para a saúde do indivíduo. É diferente da equipe multidisciplinar, onde há um médico responsável que estabelece a estratégia de cuidados.

O que é uma equipe transdisciplinar de saúde e como atua?

É o conceito mais moderno de todos e pressupõe que os especialistas tenham mais de uma frente de atuação, ou seja, estejam habilitados a cuidar de um paciente com uma abordagem mais abrangente com base em diversas disciplinas. Mas atendo-se às regulamentações e limitações de cada especialidade.

Por isso, a equipe transdisciplinar de saúde é composta por profissionais de diferentes disciplinas, que estão envolvidos nas mesmas tarefas – avaliar, estabelecer metas e fazer recomendações de cuidados. Eles funcionam de forma independente, mas trabalham em colaboração com os demais, compartilhando conhecimentos e habilidades especializadas para atender às necessidades do paciente.

Todos os integrantes de uma equipe transdisciplinar de saúde são iguais e mantêm uma mesma posição. Embora seja necessário existir um responsável geral, há momentos em que pessoas diferentes precisam assumir o papel de liderança, quando diferentes disciplinas são lideradas por outra.

Mas, o que é TDAH exatamente?

O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, comumente chamado de TDAH, é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece principalmente na infância – mas tem sido cada vez mais diagnosticado na vida adulta.

É um quadro que acompanha a pessoa por toda a vida. Embora não tenha cura, existe tratamento. Ele se caracteriza por alguns sintomas característicos, como desatenção, inquietude/agitação motora, impulsividade e dificuldade em engajamento na execução de tarefas cotidianas.

Quais são os sinais e sintomas do TDAH em crianças e em adultos?

O TDAH se caracteriza pela combinação de dois quadros, que são a desatenção e a hiperatividade/impulsividade. As crianças que têm o transtorno costumam ser consideradas “desligadas”, “avoadas” e, infelizmente, chamadas de “preguiçosas” por estarem sempre desatentas no ambiente escolar. Há também a descrição de crianças “elétricas”, “ligadas no 220V”, por não pararem quietas muito tempo.

Os meninos tendem a apresentar mais hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos e podem apresentar problemas de comportamento como, por exemplo, dificuldade em seguir regras e respeitar limites.

Conheça os principais sintomas de TDAH em crianças:

  • Mexe pés e mãos ou se contorce na cadeira constantemente;
  • Dificuldade para permanecer sentado;
  • Corre ou escala em crianças;
  • Dificuldade em se envolver em atividades silenciosas;
  • Fala excessivamente;
  • Responde antes que as perguntas sejam concluídas;
  • Interrompe a fala de outras pessoas.

Já os adultos costumam ter dificuldade em avaliar o próprio comportamento, demonstram irritação e inquietação constantes e têm episódios de desatenção em tarefas profissionais. Os adultos também têm uma maior propensão a assumir comportamentos de risco para consigo e com outros.

Por isso, o TDAH em adultos pode estar associado a outros problemas de saúde como abuso de drogas e álcool, além de uma maior incidência de outros transtornos mentais, como ansiedade e depressão.

Veja outros sintomas, que são comuns em adultos:

  • Inquietação e nervosismo;
  • Necessidade de começas novas atividades sem terminar as antigas;
  • Constantemente responder interrompendo os outros;
  • Oscilações de humor;
  • Inabilidade em lidar com situações estressantes;
  • Impaciência.

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TDAH – O que é hiperfoco?

De maneira geral, o hiperfoco consiste na concentração máxima e duradoura em uma única tarefa. Nessa situação, a pessoa pode passar horas a fio jogando videogame, assistindo televisão ou trabalhando em um projeto profissional, sem perceber o que acontece ao seu redor. Embora o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) esteja intimamente ligado a dificuldade em manter o foco, o contrário também acontece.

Continue a leitura para entender a relação entre TDAH e hiperfoco, o que isso sintoma causa e como gerenciá-lo para evitar problemas na vida pessoal, nos estudos e na profissão.

O que é o hiperfoco no TDAH?

É bastante comum que pessoas com TDAH tenham dificuldade em manter a atenção. Esse, inclusive, é um dos principais sintomas que apoiam o diagnóstico do distúrbio. Mas, o hiperfoco, que é o oposto disso, também pode ser uma característica do transtorno.

  • Hiperfoco – faz com que a pessoa permaneça absorta em uma atividade, geralmente prazerosa, ignorando o que acontece em sua volta.

Isso acontece porque, na verdade, o TDAH está relacionado a um desequilíbrio do controle de atenção. Assim, quem apresenta o problema tem dificuldade em manter o comando sobre o nível e a duração da concentração.

Como o hiperfoco afeta crianças e adultos com TDAH?

Manter o foco em uma atividade é algo positivo. O problema é que o hiperfoco em pessoas com TDAH faz com que elas percam o controle da intensidade e do tempo empreendido em uma única tarefa. Para as crianças, esse comportamento pode causar prejuízos como:

  • Problemas no rendimento escolar – já que a tendência do hiperfoco é a concentração máxima em atividades divertidas, as crianças podem passar horas brincando ou jogando vídeo game, esquecendo as tarefas da escola ou de estudar para uma prova;
  • Conflitos de convivência em casa – o hiperfoco faz com que as crianças percam a noção do que acontece ao redor, ignorando o chamado ou uma orientação importante dos adultos, o que acaba gerando conflitos entre pais e filhos;
  • Dificuldade de socializar – com o nível de atenção totalmente voltado a um jogo, a criança pode permanecer o dia todo sozinha no quarto, sem se comunicar com outras pessoas.

No caso de adultos com TDAH, o hiperfoco pode ser tão prejudicial quanto para as crianças. Essa prática, certamente, interferirá nos seguintes aspectos:

  • Produtividade no trabalho – mantendo o foco em um único projeto ou atividade, aumentam as chances do profissional esquecer reuniões e entregas importantes, que interferirão no rendimento;
  • Convívio social – assim como na vida profissional os adultos com TDAH e hiperfoco estão mais propensos a esquecer os compromissos sociais, seja uma festa de aniversário ou um favor para um amigo;
  • Falta de organização – em geral, essas pessoas se desorganizam e têm dificuldade em gerenciar o tempo, acumulando tarefas.

O que causa o hiperfoco no TDAH?

Assim como a desatenção, estudos indicam que o hiperfoco no TDAH é provocado por mudanças no lobo frontal do cérebro. É nessa área que se concentram mais ativamente a dopamina, neurotransmissor que ajuda no controle da atenção.

A falta de dopamina nessa região cerebral faz com que a pessoa com TDAH apresente dificuldade em transferir a atenção para atividades menos prazerosa, permanecendo naquilo que é considerado mais divertido e recompensador de alguma maneira.

  • Pessoas com TDAH tendem a se sentir ainda mais atraídas por atividades de resposta rápida, ou seja, em que a recompensa é imediata.

Como gerenciar o hiperfoco no TDAH?

Existem algumas formas de gerenciar o hiperfoco. Mas elas, certamente, exigirão esforço de quem sofre com o problema, assim como amigos e familiares, especialmente no caso das crianças. Confira as recomendações a seguir!

Gerenciamento do hiperfoco na infância:

  • Rotina – os pais devem criar uma rotina de horários para o desempenho de todas as tarefas das crianças durante a semana;
  • Horários – o tempo de permanência no telefone celular, televisão ou vídeo game deve ser monitorado;
  • Paciência – especialistas recomendam paciência aos pais na hora de chamar a atenção dos filhos para desligarem a tevê, por exemplo, pois a ideia é que, com o tempo, as crianças aprendam a gerenciar esse tempo sozinhas;
  • Diálogo – é importante conversar sobreTDAH e hiperfoco com as crianças para saber se elas percebem os sintomas e encontrarem, juntos, uma maneira de gerenciar o problema.

Gerenciamento do hiperfoco na fase adulta:

  • Interesse – reflita sobre as atividades que mais costumam atrair a sua atenção;
  • Tempo – utilize um cronômetro ou alarme para identificar quanto tempo gasta com as atividades cotidianas, para depois definir prazos de execução;
  • Metas – estipule metas para realização das tarefas e faça intervalos curtos entre uma e outra;
  • Atenção e relaxamento – pratique exercícios de atenção e relaxamento;
  • Atividades – evite atividades que costumam atrair a sua atenção na hora de dormir ou que anteceda uma tarefa importante e menos prazerosa;
  • Autoconsciência – se perceber o estado de hiperfoco, mude de posição na cadeira, levante ou faça qualquer outro movimento para sair dessa condição.

Quais são outros sintomas de TDAH?

Além do hiperfoco e da desatenção há outros sintomas bem característicos de TDAH como:

  • Dificuldade em esperar;
  • Perder objetos;
  • Dificuldade em seguir as regras;
  • Deixar de prestar atenção aos detalhes;
  • Dificuldade em finalizar trabalhos escolares ou tarefas domésticas;
  • Ter mãos ou pés muito inquietos;
  • Dificuldade em ficar parado;
  • Dificuldade em fazer atividades em silêncio;
  • Falar muito;
  • Interromper ou se intrometer nas conversas, jogos ou atividades de outras pessoas.

Vale ressaltar que no TDAH há subtipos de manifestação e por isso os sintomas variam dessa forma:

  • Predominantemente hiperativo – quando a maior parte dos sintomas se relaciona à hiperatividade e impulsividade;
  • Predominantemente desatento – em que a maioria dos sintomas está voltado para desatenção e distração;
  • Combinado – mistura de sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

Importante: o TDAH tem tratamento e persiste ao longo da vida. Por isso o diagnóstico precoce é extremamente importante para que a pessoa consiga lidar com o problema, gerenciando os sintomas

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Entenda o que é o recém-aprovado protocolo nacional para o TDAH

O Ministério da Saúde aprovou o protocolo clínico de diretrizes terapêuticas para o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). De caráter nacional, o protocolo é um documento que estabelece os parâmetros para o diagnóstico, tratamento e o acompanhamento na rede pública para os indivíduos com este transtorno. Confira, a seguir, alguns pontos importantes que o protocolo se refere:

Diagnóstico do TDAH

O protocolo recém-aprovado ressalta que o diagnóstico incorreto, bem como o atraso e a ausência de diagnóstico, tem sérias consequências para o indivíduo com TDAH. Portanto a identificação do transtorno e o encaminhamento ágil e adequado do paciente garantem melhor resultado terapêutico.

Profissionais aptos para o diagnóstico – O diagnóstico do TDAH deve ser realizado por um médico psiquiatra, pediatra, neurologista, neuropediatra ou outro profissional de saúde devidamente qualificado, com treinamento e experiência no transtorno.

É fundamental o envolvimento de equipe multidisciplinar para avaliação e gerenciamento adequados da doença.

Características e comportamentos indicativos – Para se enquadrar no diagnóstico de TDAH, as características apresentadas devem atender aos seguintes critérios:

  • Ter início precoce e ser persistente;
  • Causar prejuízos em dois ou mais contextos (casa, escola e ambiente clínico);
  • Causar comprometimento significativo do funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.

Método de avaliação

Em casos de suspeita de TDAH, deve ser realizada uma avaliação clínica e psicossocial completa. O especialista deve considerar os critérios dos sintomas ajustados à fase de desenvolvimento e, sempre que possível, os pontos de vista da pessoa com TDAH. Também devem ser consideradas as informações coletadas dos responsáveis e da escola, no caso de pacientes em idade escolar.

Identificação de fatores de risco – durante a avaliação, o profissional de saúde deve estar ciente de que os seguintes grupos estão mais propensos ao TDAH, como por exemplo: Indivíduos nascidos prematuros, crianças e jovens com diagnóstico de transtorno desafiador de oposição ou transtorno de conduta, crianças e jovens com transtornos de humor (como ansiedade e depressão) e pessoas com um familiar próximo com diagnóstico de TDAH.

Diagnóstico de eventuais comorbidades[SI1] é fundamental que o médico consiga fazer o diagnóstico das comorbidades presentes em adultos e crianças com TDAH, dada a alta prevalência de condições de saúde associadas nesses pacientes e uma vez que o tratamento para cada uma delas é distinto.

Tratamento do TDAH

O protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o TDAH preconiza a intervenção multimodal para o gerenciamento da condição, incluindo atendimento psicológico, orientação aos familiares e apoio escolar.

Monitoramento de pacientes com TDAH – O protocolo do governo brasileiro para o TDAH também destaca a importância do acompanhamento contínuo dos pacientes, o monitoramento da eficácia das medidas terapêuticas instituídas e o acompanhamento das condições de saúde associadas.

Periodicidade de avaliação – o ideal é que as primeiras consultas ocorram em intervalos inferiores a 30 dias. Posteriormente, o intervalo pode ser ampliado para a cada três ou quatro meses.

Transição para a vida adulta – pacientes com TDAH que recebem assistência em serviços pediátricos devem ser reavaliados na idade de deixar a escola quanto à necessidade de continuar o tratamento. Se este for necessário, devem ser feitos arranjos para uma transição suave para os serviços de adultos.

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Qual a relação entre TDAH e depressão?

Cerca de 30% das pessoas diagnosticadas com TDAH também têm depressão. A doença pode acontecer em decorrência do TDAH e/ou em função dos problemas que o transtorno de atenção traz para a vida de quem tem o transtorno. Também existe a possibilidade das duas condições se desenvolverem de forma independente uma da outra. Continue a leitura para entender mais sobre TDAH e depressão:

O que é TDAH?

O TDAH é um transtorno neurobiológico que causa dificuldade em manter a atenção e o foco, além de causar inquietação e impulsividade. A agitação, a impaciência e a impulsividade tornam a execução de tarefas longas e repetitivas, ou lembrar de atividades cotidianas e datas especiais, muito mais difícil. O transtorno pode ser causado por:

  • Predisposição genética;
  • Alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) responsáveis por estabelecer as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro.

Os primeiros sintomas do TDAH costumam ser identificados na infância e adolescência. Na vida adulta, com o uso de medicamentos adequados, as manifestações tendem a ficar mais brandas.

Qual a relação entre TDAH e depressão?

É possível que uma pessoa tenha TDAH e depressão de forma independente uma da outra, ou que o transtorno de atenção contribua para o rebaixamento do humor.

O transtorno de déficit de atenção pode causar dificuldades na vida de crianças, principalmente durante os estudos e na interação social, e em adultos, que podem ter problemas de concentração no trabalho. As adversidades podem levar ao desânimo, tristeza profunda e a um quadro de depressão.

Os sintomas do TDAH podem contribuir para problemas de autoestima, de imagem e de socialização, e pacientes com o transtorno têm a maior probabilidade de se sentirem sobrecarregados e infelizes com a vida que levam.

Quais as diferenças entre os sintomas de TDAH e depressão?

Alguns sintomas de TDAH e depressão são parecidos, incluindo dificuldade de memória, desmotivação, problemas de humor, irritabilidade e desinteresse. A presença desses sintomas pode levar a um diagnóstico tanto de uma doença quanto da outra.

A depressão pode mascarar a presença do TDAH em um indivíduo, principalmente em crianças. É importante estar atento às diferenças entre elas para chegar a um diagnóstico e tratamento adequado.

  • Oscilação de humor – pessoas com TDAH podem ir do bom humor a um estado de irritabilidade e desânimo sem um motivo plausível para isso. Já para quem tem depressão, esses sintomas costumam acompanhar o indivíduo durante semanas ou meses seguidos.
  • Procrastinação – tarefas repetitivas e que demandam concentração por muito tempo são um verdadeiro fardo para quem tem TDAH e acabam sendo procrastinadas. Já os depressivos tendem a procrastinar quase tudo, pois não possuem ânimo ou motivação para fazer coisas simples do dia a dia.
  • Organização – para o portador de TDAH, a organização tem mais a ver com a memória. Eles, simplesmente, esquecem de manter suas coisas organizadas. Para quem tem um quadro de depressão, a organização não é prioridade.
  • Baixa autoestima – no TDAH, a baixa autoestima está ligada ao sentimento de fracasso em tarefas na escola, no trabalho ou mesmo na rotina. Já para os depressivos, a sensação é de ser inútil e sem importância.
  • Atenção – ao contrário dos depressivos, pessoas com TDAH conseguem manter a atenção em coisas variadas, desde que sejam estimulantes e não maçantes. Para quem tem depressão, é difícil se manter atento a qualquer coisa.
  • Motivação – pessoas com TDAH precisam de estímulos constantes e recompensas imediatas, enquanto para os depressivos nada os motiva ou gera o sentimento de gratidão.
  • Emoções os portadores de TDAH demonstram excitação e alegria diante de estímulos positivos, raiva e frustração diante de estímulos negativos, e também raiva. Quem tem depressão é indiferente e inexpressivo, seja a situação boa ou ruim.
  • Sono e alimentação problemas com sono e alimentação não têm padrão fixo em quem tem TDAH. Na depressão, as pessoas tendem a dormir muitas horas além do normal e ainda acordam sentindo cansaço. Em relação a alimentação, há depressivos que não sentem fome em momento algum, enquanto outros comem excessivamente.

Outros sintomas que podem aparecer para pessoas com TDAH são hiperatividade, agressão, falta de moderação, esquecimento, raiva e ansiedade.

Alguns dos sintomas comuns em pessoas que têm depressão são cansaço fácil, incapacidade de sentir alegria e prazer, apatia, sensação de ruína e fracasso, diminuição do desempenho sexual, perda ou aumento de peso e insônia.

Qual o tratamento para TDAH e depressão?

Os medicamentos utilizados para o tratamento do TDAH e depressão são substâncias controladas e que precisam de prescrição médica. Diante do surgimento dos sintomas do TDAH e/ou depressão, é necessário consultar um psiquiatra ou neurologista para receber o diagnóstico correto. O tratamento do TDAH e depressão pode envolver:

  • Psicoterapia – a psicoterapia indicada para o tratamento do TDAH chama-se terapia cognitivo-comportamental, com a aprendizagem de técnicas para o gerenciamento da condição. Já para a depressão, também pode ser feita a terapia interpessoal que tem como o objetivo melhorar o relacionamento com outras pessoas, expressar as emoções e resolver problemas de forma saudável.
  • Medicação – os medicamentos para o tratamento do TDAH costumam ser estimulantes. Se caso não houver melhora nos sintomas, pode-se recomendar antidepressivos, que também são utilizados no tratamento contra a depressão.

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Qual a relação entre TDAH e vícios?

Teste123 Estudos indicam que adolescentes e adultos com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) estão mais suscetíveis ao abuso ou dependência de álcool, nicotina e drogas ilícitas (Compulsão alimentar e vício por açúcar também podem ser considerados). No entanto, o tratamento adequado do transtorno na infância ajuda a diminuir o risco do uso problemático de substâncias no futuro. Continue a leitura para entender:

Existe uma conexão entre TDAH e vício?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele surge na infância e frequentemente acompanha a pessoa por toda a vida, podendo causar prejuízos acadêmicos, profissionais e sociais.

Uma das principais comorbidades relacionadas ao TDAH é o transtorno por uso de substâncias (TUS), que inclui dependência de álcool e outras drogas. Diversos estudos indicam a existência dessa conexão. Confira alguns dados encontrados:

  • Adultos com TDAH são duas a três vezes mais propensos ao abuso de substâncias do que a população geral;
  • Cerca de 25% dos adultos em tratamento para abuso de álcool e substâncias se enquadram no diagnóstico de TDAH;
  • Pessoas com TDAH tendem a iniciar o uso de álcool e drogas e álcool mais precocemente.

Vale ressaltar que nem todas as crianças com TDAH desenvolverão dependência de substâncias no futuro. Mas é importante que os pais estejam cientes dessa ligação e intensifiquem os esforços de prevenção, conscientizando os filhos sobre os riscos das drogas desde cedo e garantindo que eles recebam tratamento adequado para TDAH.

O que explica a conexão entre TDAH e vício?  

Embora não haja evidências definitivas que expliquem por que pessoas com TDAH são mais suscetíveis ao abuso de álcool e outras drogas, várias hipóteses foram propostas, incluindo as seguintes:  

Tentativa de amenizar os sintomas do TDAH – muitas pessoas com TDAH, sobretudo aquelas que não recebem tratamento, recorrem a substâncias para melhorar a atenção, o foco e a impulsividade, por exemplo. Esse tipo de “automedicação”, contudo, agrava os sintomas do TDAH.

Lidar com as implicações do TDAH – os sintomas do TDAH podem afetar a vida social, profissional e acadêmica, causando angústia, baixa autoestima e outros sentimentos negativos a quem sofre com a condição. Muitos desses problemas são fatores de risco para o abuso de substâncias.

Ligação genética – é possível que os genes associados ao comportamento de risco e à busca por novidades predisponham um indivíduo tanto ao TDAH como ao abuso de substâncias.

Existem outros fatores que aumentam o risco do desenvolvimento de vício, tais como:

  • Histórico de abuso de substância na família;
  • Coexistência de outros problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade;
  • Influência de pessoas próximas que usam drogas;
  • Problemas de relacionamento com a família;
  • Sentimento de desconexão com as pessoas ao redor.

Quais são os sinais de abuso de substâncias?

Quando uma pessoa possui dependência por qualquer tipo de substância, alguns sinais ficam evidentes. Eles incluem:

  • Compulsão pela substância e desejo constante de consumi-la.
  • Esforços malsucedidos para tentar ficar sem usar a substância;
  • Dificuldade para controlar a frequência e a quantidade ingerida;
  • Necessidade de aumentar continuamente as quantidades consumidas para atingir o efeito desejado;
  • Interferência no cumprimento das obrigações e nos relacionamentos interpessoais devido ao uso da substância;
  • Abandono de hábitos;
  • Agressividade e outras mudanças de comportamento;
  • Crises de abstinência;
  • Descuido com a aparência;
  • Desenvolvimento de outros transtornos mentais como depressão, ansiedade, crises de pânico e paranoias.

Importante – se houver suspeita de um problema com álcool ou drogas, é essencial procurar ajuda profissional.

Tratamento TDAH e vícios

O tratamento precoce do TDAH na infância ajuda a controlar os sintomas e evitar o impacto deles na vida do paciente, reduzindo, assim, a chance de abuso de substâncias na adolescência e na vida adulta. Além disso, o tratamento de problemas de saúde mental que geralmente acompanham o TDAH, como ansiedade e depressão, também é importante e pode diminuir o risco de dependência. 

O tratamento do TDAH pode envolver:

  • Psicoterapia – a psicoterapia indicada para o tratamento do TDAH chama-se terapia cognitivo-comportamental, com a aprendizagem de técnicas para o gerenciamento da condição;
  • Medicação – uma das escolhas do médico pode ser os medicamentos estimulantes, capazes de reduzir os sintomas do TDAH em cerca de 70% dos casos. Quando não há resposta a estimulantes, o profissional de saúde pode recomendar certos tipos de antidepressivos.

Quanto ao manejo do TDAH e do transtorno do uso de substâncias (TUS) concomitantes, é necessária uma avaliação abrangente que considere os dois diagnósticos, pois um interfere no outro. O tratamento simultâneo de ambas as condições pode ser a melhor abordagem.

A medicação para o TDAH pode causar vício?

Os medicamentos mais comumente prescritos para o TDAH são substâncias controladas, o que significa que têm o potencial de levar ao abuso e ao vício. Por causa disso, existe um equívoco comum de que é arriscado consumi-los. Na verdade, estudos indicam o oposto: pessoas diagnosticadas com TDAH que tomam a medicação conforme prescrita pelo médico são menos propensas ao uso indevido de substâncias do que aquelas que não recebem tratamento.

Além disso, não há evidências de que tomar medicamentos psicoestimulantes  para tratamento do TDAH com orientação médica torne o indivíduo mais propenso a desenvolver dependência. O risco aumentado é devido ao próprio transtorno, não à medicação estimulante.

Porém, no caso de pessoas com TDAH que já possuem um vício, o profissional de saúde pode recomendar que o tratamento seja feito com outros medicamentos, a fim de evitar o uso indevido.

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