TDAH – O que é hiperfoco?

De maneira geral, o hiperfoco consiste na concentração máxima e duradoura em uma única tarefa. Nessa situação, a pessoa pode passar horas a fio jogando videogame, assistindo televisão ou trabalhando em um projeto profissional, sem perceber o que acontece ao seu redor. Embora o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) esteja intimamente ligado a dificuldade em manter o foco, o contrário também acontece.

Continue a leitura para entender a relação entre TDAH e hiperfoco, o que isso sintoma causa e como gerenciá-lo para evitar problemas na vida pessoal, nos estudos e na profissão.

O que é o hiperfoco no TDAH?

É bastante comum que pessoas com TDAH tenham dificuldade em manter a atenção. Esse, inclusive, é um dos principais sintomas que apoiam o diagnóstico do distúrbio. Mas, o hiperfoco, que é o oposto disso, também pode ser uma característica do transtorno.

  • Hiperfoco – faz com que a pessoa permaneça absorta em uma atividade, geralmente prazerosa, ignorando o que acontece em sua volta.

Isso acontece porque, na verdade, o TDAH está relacionado a um desequilíbrio do controle de atenção. Assim, quem apresenta o problema tem dificuldade em manter o comando sobre o nível e a duração da concentração.

Como o hiperfoco afeta crianças e adultos com TDAH?

Manter o foco em uma atividade é algo positivo. O problema é que o hiperfoco em pessoas com TDAH faz com que elas percam o controle da intensidade e do tempo empreendido em uma única tarefa. Para as crianças, esse comportamento pode causar prejuízos como:

  • Problemas no rendimento escolar – já que a tendência do hiperfoco é a concentração máxima em atividades divertidas, as crianças podem passar horas brincando ou jogando vídeo game, esquecendo as tarefas da escola ou de estudar para uma prova;
  • Conflitos de convivência em casa – o hiperfoco faz com que as crianças percam a noção do que acontece ao redor, ignorando o chamado ou uma orientação importante dos adultos, o que acaba gerando conflitos entre pais e filhos;
  • Dificuldade de socializar – com o nível de atenção totalmente voltado a um jogo, a criança pode permanecer o dia todo sozinha no quarto, sem se comunicar com outras pessoas.

No caso de adultos com TDAH, o hiperfoco pode ser tão prejudicial quanto para as crianças. Essa prática, certamente, interferirá nos seguintes aspectos:

  • Produtividade no trabalho – mantendo o foco em um único projeto ou atividade, aumentam as chances do profissional esquecer reuniões e entregas importantes, que interferirão no rendimento;
  • Convívio social – assim como na vida profissional os adultos com TDAH e hiperfoco estão mais propensos a esquecer os compromissos sociais, seja uma festa de aniversário ou um favor para um amigo;
  • Falta de organização – em geral, essas pessoas se desorganizam e têm dificuldade em gerenciar o tempo, acumulando tarefas.

O que causa o hiperfoco no TDAH?

Assim como a desatenção, estudos indicam que o hiperfoco no TDAH é provocado por mudanças no lobo frontal do cérebro. É nessa área que se concentram mais ativamente a dopamina, neurotransmissor que ajuda no controle da atenção.

A falta de dopamina nessa região cerebral faz com que a pessoa com TDAH apresente dificuldade em transferir a atenção para atividades menos prazerosa, permanecendo naquilo que é considerado mais divertido e recompensador de alguma maneira.

  • Pessoas com TDAH tendem a se sentir ainda mais atraídas por atividades de resposta rápida, ou seja, em que a recompensa é imediata.

Como gerenciar o hiperfoco no TDAH?

Existem algumas formas de gerenciar o hiperfoco. Mas elas, certamente, exigirão esforço de quem sofre com o problema, assim como amigos e familiares, especialmente no caso das crianças. Confira as recomendações a seguir!

Gerenciamento do hiperfoco na infância:

  • Rotina – os pais devem criar uma rotina de horários para o desempenho de todas as tarefas das crianças durante a semana;
  • Horários – o tempo de permanência no telefone celular, televisão ou vídeo game deve ser monitorado;
  • Paciência – especialistas recomendam paciência aos pais na hora de chamar a atenção dos filhos para desligarem a tevê, por exemplo, pois a ideia é que, com o tempo, as crianças aprendam a gerenciar esse tempo sozinhas;
  • Diálogo – é importante conversar sobreTDAH e hiperfoco com as crianças para saber se elas percebem os sintomas e encontrarem, juntos, uma maneira de gerenciar o problema.

Gerenciamento do hiperfoco na fase adulta:

  • Interesse – reflita sobre as atividades que mais costumam atrair a sua atenção;
  • Tempo – utilize um cronômetro ou alarme para identificar quanto tempo gasta com as atividades cotidianas, para depois definir prazos de execução;
  • Metas – estipule metas para realização das tarefas e faça intervalos curtos entre uma e outra;
  • Atenção e relaxamento – pratique exercícios de atenção e relaxamento;
  • Atividades – evite atividades que costumam atrair a sua atenção na hora de dormir ou que anteceda uma tarefa importante e menos prazerosa;
  • Autoconsciência – se perceber o estado de hiperfoco, mude de posição na cadeira, levante ou faça qualquer outro movimento para sair dessa condição.

Quais são outros sintomas de TDAH?

Além do hiperfoco e da desatenção há outros sintomas bem característicos de TDAH como:

  • Dificuldade em esperar;
  • Perder objetos;
  • Dificuldade em seguir as regras;
  • Deixar de prestar atenção aos detalhes;
  • Dificuldade em finalizar trabalhos escolares ou tarefas domésticas;
  • Ter mãos ou pés muito inquietos;
  • Dificuldade em ficar parado;
  • Dificuldade em fazer atividades em silêncio;
  • Falar muito;
  • Interromper ou se intrometer nas conversas, jogos ou atividades de outras pessoas.

Vale ressaltar que no TDAH há subtipos de manifestação e por isso os sintomas variam dessa forma:

  • Predominantemente hiperativo – quando a maior parte dos sintomas se relaciona à hiperatividade e impulsividade;
  • Predominantemente desatento – em que a maioria dos sintomas está voltado para desatenção e distração;
  • Combinado – mistura de sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

Importante: o TDAH tem tratamento e persiste ao longo da vida. Por isso o diagnóstico precoce é extremamente importante para que a pessoa consiga lidar com o problema, gerenciando os sintomas

Conteúdos relacionados

Os sinais e sintomas de TDAH mudam ao longo da vida?

Como explicar para meu filho o que é o TDAH?

TDAH: como identificar os sintomas de hiperatividade na rotina?

Referências


Entenda o que é o recém-aprovado protocolo nacional para o TDAH

O Ministério da Saúde aprovou o protocolo clínico de diretrizes terapêuticas para o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). De caráter nacional, o protocolo é um documento que estabelece os parâmetros para o diagnóstico, tratamento e o acompanhamento na rede pública para os indivíduos com este transtorno. Confira, a seguir, alguns pontos importantes que o protocolo se refere:

Diagnóstico do TDAH

O protocolo recém-aprovado ressalta que o diagnóstico incorreto, bem como o atraso e a ausência de diagnóstico, tem sérias consequências para o indivíduo com TDAH. Portanto a identificação do transtorno e o encaminhamento ágil e adequado do paciente garantem melhor resultado terapêutico.

Profissionais aptos para o diagnóstico – O diagnóstico do TDAH deve ser realizado por um médico psiquiatra, pediatra, neurologista, neuropediatra ou outro profissional de saúde devidamente qualificado, com treinamento e experiência no transtorno.

É fundamental o envolvimento de equipe multidisciplinar para avaliação e gerenciamento adequados da doença.

Características e comportamentos indicativos – Para se enquadrar no diagnóstico de TDAH, as características apresentadas devem atender aos seguintes critérios:

  • Ter início precoce e ser persistente;
  • Causar prejuízos em dois ou mais contextos (casa, escola e ambiente clínico);
  • Causar comprometimento significativo do funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.

Método de avaliação

Em casos de suspeita de TDAH, deve ser realizada uma avaliação clínica e psicossocial completa. O especialista deve considerar os critérios dos sintomas ajustados à fase de desenvolvimento e, sempre que possível, os pontos de vista da pessoa com TDAH. Também devem ser consideradas as informações coletadas dos responsáveis e da escola, no caso de pacientes em idade escolar.

Identificação de fatores de risco – durante a avaliação, o profissional de saúde deve estar ciente de que os seguintes grupos estão mais propensos ao TDAH, como por exemplo: Indivíduos nascidos prematuros, crianças e jovens com diagnóstico de transtorno desafiador de oposição ou transtorno de conduta, crianças e jovens com transtornos de humor (como ansiedade e depressão) e pessoas com um familiar próximo com diagnóstico de TDAH.

Diagnóstico de eventuais comorbidades[SI1] é fundamental que o médico consiga fazer o diagnóstico das comorbidades presentes em adultos e crianças com TDAH, dada a alta prevalência de condições de saúde associadas nesses pacientes e uma vez que o tratamento para cada uma delas é distinto.

Tratamento do TDAH

O protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o TDAH preconiza a intervenção multimodal para o gerenciamento da condição, incluindo atendimento psicológico, orientação aos familiares e apoio escolar.

Monitoramento de pacientes com TDAH – O protocolo do governo brasileiro para o TDAH também destaca a importância do acompanhamento contínuo dos pacientes, o monitoramento da eficácia das medidas terapêuticas instituídas e o acompanhamento das condições de saúde associadas.

Periodicidade de avaliação – o ideal é que as primeiras consultas ocorram em intervalos inferiores a 30 dias. Posteriormente, o intervalo pode ser ampliado para a cada três ou quatro meses.

Transição para a vida adulta – pacientes com TDAH que recebem assistência em serviços pediátricos devem ser reavaliados na idade de deixar a escola quanto à necessidade de continuar o tratamento. Se este for necessário, devem ser feitos arranjos para uma transição suave para os serviços de adultos.

Conteúdos relacionados

TDAH: O papel de cada profissional da saúde no tratamento

Como e por quem é feito o diagnóstico do TDAH

O que é TDAH? Veja as principais dúvidas sobre o transtorno

Referências


Qual a relação entre TDAH e depressão?

Cerca de 30% das pessoas diagnosticadas com TDAH também têm depressão. A doença pode acontecer em decorrência do TDAH e/ou em função dos problemas que o transtorno de atenção traz para a vida de quem tem o transtorno. Também existe a possibilidade das duas condições se desenvolverem de forma independente uma da outra. Continue a leitura para entender mais sobre TDAH e depressão:

O que é TDAH?

O TDAH é um transtorno neurobiológico que causa dificuldade em manter a atenção e o foco, além de causar inquietação e impulsividade. A agitação, a impaciência e a impulsividade tornam a execução de tarefas longas e repetitivas, ou lembrar de atividades cotidianas e datas especiais, muito mais difícil. O transtorno pode ser causado por:

  • Predisposição genética;
  • Alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) responsáveis por estabelecer as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro.

Os primeiros sintomas do TDAH costumam ser identificados na infância e adolescência. Na vida adulta, com o uso de medicamentos adequados, as manifestações tendem a ficar mais brandas.

Qual a relação entre TDAH e depressão?

É possível que uma pessoa tenha TDAH e depressão de forma independente uma da outra, ou que o transtorno de atenção contribua para o rebaixamento do humor.

O transtorno de déficit de atenção pode causar dificuldades na vida de crianças, principalmente durante os estudos e na interação social, e em adultos, que podem ter problemas de concentração no trabalho. As adversidades podem levar ao desânimo, tristeza profunda e a um quadro de depressão.

Os sintomas do TDAH podem contribuir para problemas de autoestima, de imagem e de socialização, e pacientes com o transtorno têm a maior probabilidade de se sentirem sobrecarregados e infelizes com a vida que levam.

Quais as diferenças entre os sintomas de TDAH e depressão?

Alguns sintomas de TDAH e depressão são parecidos, incluindo dificuldade de memória, desmotivação, problemas de humor, irritabilidade e desinteresse. A presença desses sintomas pode levar a um diagnóstico tanto de uma doença quanto da outra.

A depressão pode mascarar a presença do TDAH em um indivíduo, principalmente em crianças. É importante estar atento às diferenças entre elas para chegar a um diagnóstico e tratamento adequado.

  • Oscilação de humor – pessoas com TDAH podem ir do bom humor a um estado de irritabilidade e desânimo sem um motivo plausível para isso. Já para quem tem depressão, esses sintomas costumam acompanhar o indivíduo durante semanas ou meses seguidos.
  • Procrastinação – tarefas repetitivas e que demandam concentração por muito tempo são um verdadeiro fardo para quem tem TDAH e acabam sendo procrastinadas. Já os depressivos tendem a procrastinar quase tudo, pois não possuem ânimo ou motivação para fazer coisas simples do dia a dia.
  • Organização – para o portador de TDAH, a organização tem mais a ver com a memória. Eles, simplesmente, esquecem de manter suas coisas organizadas. Para quem tem um quadro de depressão, a organização não é prioridade.
  • Baixa autoestima – no TDAH, a baixa autoestima está ligada ao sentimento de fracasso em tarefas na escola, no trabalho ou mesmo na rotina. Já para os depressivos, a sensação é de ser inútil e sem importância.
  • Atenção – ao contrário dos depressivos, pessoas com TDAH conseguem manter a atenção em coisas variadas, desde que sejam estimulantes e não maçantes. Para quem tem depressão, é difícil se manter atento a qualquer coisa.
  • Motivação – pessoas com TDAH precisam de estímulos constantes e recompensas imediatas, enquanto para os depressivos nada os motiva ou gera o sentimento de gratidão.
  • Emoções os portadores de TDAH demonstram excitação e alegria diante de estímulos positivos, raiva e frustração diante de estímulos negativos, e também raiva. Quem tem depressão é indiferente e inexpressivo, seja a situação boa ou ruim.
  • Sono e alimentação problemas com sono e alimentação não têm padrão fixo em quem tem TDAH. Na depressão, as pessoas tendem a dormir muitas horas além do normal e ainda acordam sentindo cansaço. Em relação a alimentação, há depressivos que não sentem fome em momento algum, enquanto outros comem excessivamente.

Outros sintomas que podem aparecer para pessoas com TDAH são hiperatividade, agressão, falta de moderação, esquecimento, raiva e ansiedade.

Alguns dos sintomas comuns em pessoas que têm depressão são cansaço fácil, incapacidade de sentir alegria e prazer, apatia, sensação de ruína e fracasso, diminuição do desempenho sexual, perda ou aumento de peso e insônia.

Qual o tratamento para TDAH e depressão?

Os medicamentos utilizados para o tratamento do TDAH e depressão são substâncias controladas e que precisam de prescrição médica. Diante do surgimento dos sintomas do TDAH e/ou depressão, é necessário consultar um psiquiatra ou neurologista para receber o diagnóstico correto. O tratamento do TDAH e depressão pode envolver:

  • Psicoterapia – a psicoterapia indicada para o tratamento do TDAH chama-se terapia cognitivo-comportamental, com a aprendizagem de técnicas para o gerenciamento da condição. Já para a depressão, também pode ser feita a terapia interpessoal que tem como o objetivo melhorar o relacionamento com outras pessoas, expressar as emoções e resolver problemas de forma saudável.
  • Medicação – os medicamentos para o tratamento do TDAH costumam ser estimulantes. Se caso não houver melhora nos sintomas, pode-se recomendar antidepressivos, que também são utilizados no tratamento contra a depressão.

Conteúdo relacionado

Como explicar para meu filho o que é o TDAH?

TDAH: o papel de cada profissional da saúde no tratamento e diagnóstico

Como lidar com as comorbidades do TDAH?

Referências


Qual a relação entre TDAH e vícios?

Teste123 Estudos indicam que adolescentes e adultos com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) estão mais suscetíveis ao abuso ou dependência de álcool, nicotina e drogas ilícitas (Compulsão alimentar e vício por açúcar também podem ser considerados). No entanto, o tratamento adequado do transtorno na infância ajuda a diminuir o risco do uso problemático de substâncias no futuro. Continue a leitura para entender:

Existe uma conexão entre TDAH e vício?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele surge na infância e frequentemente acompanha a pessoa por toda a vida, podendo causar prejuízos acadêmicos, profissionais e sociais.

Uma das principais comorbidades relacionadas ao TDAH é o transtorno por uso de substâncias (TUS), que inclui dependência de álcool e outras drogas. Diversos estudos indicam a existência dessa conexão. Confira alguns dados encontrados:

  • Adultos com TDAH são duas a três vezes mais propensos ao abuso de substâncias do que a população geral;
  • Cerca de 25% dos adultos em tratamento para abuso de álcool e substâncias se enquadram no diagnóstico de TDAH;
  • Pessoas com TDAH tendem a iniciar o uso de álcool e drogas e álcool mais precocemente.

Vale ressaltar que nem todas as crianças com TDAH desenvolverão dependência de substâncias no futuro. Mas é importante que os pais estejam cientes dessa ligação e intensifiquem os esforços de prevenção, conscientizando os filhos sobre os riscos das drogas desde cedo e garantindo que eles recebam tratamento adequado para TDAH.

O que explica a conexão entre TDAH e vício?  

Embora não haja evidências definitivas que expliquem por que pessoas com TDAH são mais suscetíveis ao abuso de álcool e outras drogas, várias hipóteses foram propostas, incluindo as seguintes:  

Tentativa de amenizar os sintomas do TDAH – muitas pessoas com TDAH, sobretudo aquelas que não recebem tratamento, recorrem a substâncias para melhorar a atenção, o foco e a impulsividade, por exemplo. Esse tipo de “automedicação”, contudo, agrava os sintomas do TDAH.

Lidar com as implicações do TDAH – os sintomas do TDAH podem afetar a vida social, profissional e acadêmica, causando angústia, baixa autoestima e outros sentimentos negativos a quem sofre com a condição. Muitos desses problemas são fatores de risco para o abuso de substâncias.

Ligação genética – é possível que os genes associados ao comportamento de risco e à busca por novidades predisponham um indivíduo tanto ao TDAH como ao abuso de substâncias.

Existem outros fatores que aumentam o risco do desenvolvimento de vício, tais como:

  • Histórico de abuso de substância na família;
  • Coexistência de outros problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade;
  • Influência de pessoas próximas que usam drogas;
  • Problemas de relacionamento com a família;
  • Sentimento de desconexão com as pessoas ao redor.

Quais são os sinais de abuso de substâncias?

Quando uma pessoa possui dependência por qualquer tipo de substância, alguns sinais ficam evidentes. Eles incluem:

  • Compulsão pela substância e desejo constante de consumi-la.
  • Esforços malsucedidos para tentar ficar sem usar a substância;
  • Dificuldade para controlar a frequência e a quantidade ingerida;
  • Necessidade de aumentar continuamente as quantidades consumidas para atingir o efeito desejado;
  • Interferência no cumprimento das obrigações e nos relacionamentos interpessoais devido ao uso da substância;
  • Abandono de hábitos;
  • Agressividade e outras mudanças de comportamento;
  • Crises de abstinência;
  • Descuido com a aparência;
  • Desenvolvimento de outros transtornos mentais como depressão, ansiedade, crises de pânico e paranoias.

Importante – se houver suspeita de um problema com álcool ou drogas, é essencial procurar ajuda profissional.

Tratamento TDAH e vícios

O tratamento precoce do TDAH na infância ajuda a controlar os sintomas e evitar o impacto deles na vida do paciente, reduzindo, assim, a chance de abuso de substâncias na adolescência e na vida adulta. Além disso, o tratamento de problemas de saúde mental que geralmente acompanham o TDAH, como ansiedade e depressão, também é importante e pode diminuir o risco de dependência. 

O tratamento do TDAH pode envolver:

  • Psicoterapia – a psicoterapia indicada para o tratamento do TDAH chama-se terapia cognitivo-comportamental, com a aprendizagem de técnicas para o gerenciamento da condição;
  • Medicação – uma das escolhas do médico pode ser os medicamentos estimulantes, capazes de reduzir os sintomas do TDAH em cerca de 70% dos casos. Quando não há resposta a estimulantes, o profissional de saúde pode recomendar certos tipos de antidepressivos.

Quanto ao manejo do TDAH e do transtorno do uso de substâncias (TUS) concomitantes, é necessária uma avaliação abrangente que considere os dois diagnósticos, pois um interfere no outro. O tratamento simultâneo de ambas as condições pode ser a melhor abordagem.

A medicação para o TDAH pode causar vício?

Os medicamentos mais comumente prescritos para o TDAH são substâncias controladas, o que significa que têm o potencial de levar ao abuso e ao vício. Por causa disso, existe um equívoco comum de que é arriscado consumi-los. Na verdade, estudos indicam o oposto: pessoas diagnosticadas com TDAH que tomam a medicação conforme prescrita pelo médico são menos propensas ao uso indevido de substâncias do que aquelas que não recebem tratamento.

Além disso, não há evidências de que tomar medicamentos psicoestimulantes  para tratamento do TDAH com orientação médica torne o indivíduo mais propenso a desenvolver dependência. O risco aumentado é devido ao próprio transtorno, não à medicação estimulante.

Porém, no caso de pessoas com TDAH que já possuem um vício, o profissional de saúde pode recomendar que o tratamento seja feito com outros medicamentos, a fim de evitar o uso indevido.

Conteúdos relacionados

Autismo e TDAH: qual a relação entre os transtornos?
Como e por quem é feito o diagnóstico do TDAH?
TDAH: como educadores e pais ajudam na identificação e no tratamento?

Referências


Estratégias para o gerenciamento do TDAH em adultos

No Brasil, cerca de 2,5 mil adultos convivem com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O distúrbio, caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade, afeta o âmbito acadêmico, profissional e social, causando prejuízos ao longo da vida. No entanto, o tratamento adequado, por meio de medicamentos e psicoterapia, é capaz de amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Além disso, algumas estratégias comportamentais podem ser úteis para o gerenciamento do TDAH em adultos no dia a dia. Continue a leitura para saber:

O que é o TDAH?

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é caracterizado por uma combinação de sintomas persistentes, como desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade.  Embora a causa exata da condição seja desconhecida, estudos indicam que ela está ligada a alterações genéticas sutis na parte frontal do cérebro, responsável pelo controle da atenção e pela inibição do comportamento.

As manifestações do TDAH podem variar entre os pacientes e se apresentar das seguintes formas:

  • Predominantemente hiperativo – sintomas relacionados à hiperatividade e impulsividade são mais acentuados;
  • Predominantemente desatento – desatenção e distração são preponderantes nesse caso;
  • Combinado – equilíbrio entre os sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

Os primeiros sintomas costumam surgir na infância e são mais facilmente detectados quando a criança inicia o processo de alfabetização. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado facilitam o controle do distúrbio ao longo da vida.

Entretanto, cerca de duas a cada três crianças com TDAH seguem com o transtorno na vida adulta e, em alguns casos, o problema só é diagnosticado na maturidade. Para pessoas que receberam diagnóstico tardio, a primeira coisa a saber é que suas dificuldades têm um nome e têm tratamento.

Quais são os sinais e sintomas de TDAH em adultos?

Os sinais e sintomas de TDAH costumam ser os mesmos na infância e na fase adulta. No entanto, a intensidade deles pode mudar com o tempo. A hiperatividade, por exemplo, tende a atenuar com o passar dos anos. Em contrapartida, a desatenção, a impulsividade e a inquietação podem persistir e interferir no funcionamento diário. As possíveis manifestações do TDAH incluem:

  • Rendimento aquém da capacidade intelectual;
  • Falta de foco;
  • Tédio;
  • Dificuldade de seguir rotinas;
  • Procrastinação;
  • Dificuldade para planejar e executar tarefas;
  • Ansiedade diante de tarefas não estimulantes;
  • Alteração de humor constante;
  • Esquecimento de datas e compromissos importantes;
  • Perda de objetos;
  • Problemas para expressar ideias e colocar em prática o que está pensando;
  • Dificuldade para escutar e esperar a sua vez de falar;
  • Intolerância a situações monótonas e repetitivas;
  • Falta de atenção com coisas simples e erros constantes na execução de atividades.

Importante: qualquer pessoa pode apresentar os sinais e sintomas acima em algum momento. Mas, no TDAH, eles estão presentes desde a infância e são persistentes, além de serem graves o suficiente para causar problemas em mais de uma área da vida.

Quais são os desafios associados ao TDAH em adultos?

Há uma parcela de adultos com TDAH que desconhece o diagnóstico. Um dos fatores que dificulta a identificação do transtorno nessa faixa etária é que, com frequência, a pessoa afetada e os que estão ao seu redor enxergam os sinais e sintomas da condição como um traço de personalidade.

Embora alguns dos adultos com TDAH não diagnosticados consigam desenvolver estratégias para compensar suas dificuldades, muitos deles, por desconhecerem a origem do problema e não receberem tratamento, ficam mais suscetíveis a relacionamentos instáveis, baixo desempenho profissional e acadêmico, baixa autoestima e outras consequências.

Um dos maiores desafios está na execução das atividades relacionadas ao trabalho. Pessoas com o transtorno estão mais suscetíveis a:

  • Demissões;
  • Acidentes de trabalho;
  • Avaliações negativas de rendimento;
  • Problemas de relacionamento com os colegas;
  • Repreensão por comportamento inadequado.

No âmbito da saúde, estudos indicam que 75% dos adultos com TDAH estão propensos a mais de uma comorbidade. Entre elas:

  • Depressão;
  • Dislexia;
  • Ansiedade;
  • Compulsão alimentar;
  • Distúrbios do sono;
  • Uso abusivo de álcool e outras drogas;
  • Baixa autoestima.

Como é feito o diagnóstico do TDAH em adultos?

Quando a pessoa suspeita do TDAH ou é alertada por alguém, é importante que ela consulte um psiquiatra ou neurologista. Para fazer o diagnóstico, o profissional realizará o seguinte processo:

  • Exame físico: para descartar outras possíveis causas dos sintomas;
  • Coleta de informações/anamnese: perguntas feitas pelo médico sobre histórico clínico pessoal e familiar, além do surgimento e frequência dos sintomas;
  • Testes de transtornos mentais:  para avaliar os sintomas e até mesmo descartar outros tipo de transtornos.

Como é o tratamento do TDAH em adultos?

O tratamento do TDAH em adultos costuma envolver medicação, psicoterapia e treinamento de algumas habilidades para atenuar os sintomas. Esses recursos, em geral, precisam ser adaptados ao longo do processo e podem ou não estar associados.

Em relação aos medicamentos, é comum a prescrição de:

  • Psicoestimulantes : são usados para elevar e equilibrar o grau de substâncias químicas cerebrais/neurotransmissores;
  • Antidepressivos: também ajudam no equilíbrio das reações químicas do cérebro.  Em geral, são recomendados quando há contraindicação para o uso de psicoestimulantes.

A psicoterapia é de suma importância para aprender formas de lidar com os sintomas e treinar habilidades como organização, planejamento e controle emocional. Há dois tipos de acompanhamento psicológico indicados:

  • Terapia cognitiva comportamental: ajuda no desenvolvimento de habilidades específicas para o gerenciamento de comportamentos e enfretamento de problemas no trabalho e vida pessoal. Também auxilia a lidar com comorbidades como ansiedade e depressão.
  • Aconselhamento familiar: essa terapia envolve pais, filhos e cônjuges, para que todos possam encontrar a melhor forma de se comunicar e lidar com os sintomas do TDAH.

Importante: buscar o máximo de informações sobre TDAH e partilhar experiências e dúvidas em grupos de apoio também são ferramentas importantes para conviver melhor com o transtorno.

Quais estratégias podem ajudar no gerenciamento do TDAH em adultos?

Além de acompanhamento médico, medicamentos e psicoterapias, existem técnicas que podem ajudar adultos com TDAH a lidar com o transtorno. Confira algumas delas:

Atividade física – ajuda a diminuir a alternância de humor, aumenta gasto de energia e acalma a mente.

Sono adequado – a falta de sono é capaz de piorar os sintomas do TDAH, aumentando o nível de desatenção.

Alimentação adequada – comer bem, em pequenas porções ao longo do dia, pode diminuir a distração e a hiperatividade. Diminuir o consumo de açúcar e carboidrato, e aumentar a ingestão de proteínas também contribui para redução dos sintomas do TDAH.

Documentar a rotina – manter uma agenda com os horários e compromissos ajudará a driblar a dificuldade de organização, comum para quem tem TDAH.

Definição de prioridades – identifique as tarefas mais importantes do dia e comece por elas.

Gerenciamento do tempo – outra dica é definir a quantidade de tempo necessária para executar cada tarefa e estabelecer prazos para seus projetos.

Uma tarefa de cada vez – realize uma atividade por vez e, no caso de um grande projeto, divida-o em partes para terminá-lo aos poucos.

Organização do espaço – verifique diariamente o que você usará e o que deverá ficar guardado. Defina lugares para chaves, contas e outros itens que se perdem facilmente. E jogue fora tudo o que não for necessário.

Evitar respostas imediatas – a impulsividade é um sintoma perigoso para adultos com TDAH que podem se comprometer a fazer algo que não vão dar conta. Por isso, antes de responder a um pedido, respire, pare, e verifique se realmente é possível.

Conteúdos relacionados

O que é TDAH? Veja as respostas das principais dúvidas sobre o transtorno
TDAH: entenda como é feito o diagnóstico
Como e por quem é feito o diagnóstico do TDAH?

Referências

Como lidar com as comorbidades do TDAH?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) se caracteriza pela dificuldade em manter o foco nas mais diversas atividades e pelo comportamento inquieto e impulsivo, o que pode dificultar o desenvolvimento acadêmico e a convivência social. Em cerca de 70% dos casos há também a existência de comorbidades associadas. Continue a leitura e saiba quais são e como é feito o tratamento nessas situações.

Com que frequência o TDAH é associado com outros transtornos?

Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 70% das crianças diagnosticadas com o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade apresentam alguma comorbidade e ao menos 10% delas possuem três ou mais problemas de saúde coexistentes.

O relatório de recomendações (PCDT – protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas)do Ministério da Saúde sobre TDAH aponta ainda que 85% dos adultos com o transtorno apresentam comorbidades. A alta prevalência de doenças coexistentes ao TDAH aumenta o nível de comprometimento funcional dos pacientes, prejudicando o desenvolvimento acadêmico e as relações sociais.

Vale ressaltar que cerca de 4% da população mundial possui TDAH e, no Brasil, 2 milhões de adultos sofrem do distúrbio. Assim, é provável que 1,7 milhões de brasileiros apresentem também alguma comorbidade.

Quais são as comorbidades mais comuns do TDAH?

O transtorno opositivo desafiador (TOD), desordem comportamental caracterizada por episódios de raiva, agressividade, provocação e desobediência, é uma das comorbidades mais comuns entre as crianças com TDAH. Ao cruzar dados de diferentes pesquisas na área, o problema aparece em até 41% dos casos. Outros transtornos frequentemente associados ao TDAH são:

  • Transtorno de ansiedade – 25 a 35%
  • Transtorno de conduta – 25%
  • Depressão – de 10 a 30%
  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) – de 10 a 17%

No caso de adultos com TDAH os principais problemas de saúde coexistentes são:

  • Problemas de ansiedade – 47,1% a 19,5%
  • Transtornos de humor – 38,3% a 11,1%
  • Abuso de substâncias – 15,2% a 5,6%
  • Transtorno explosivo intermitente – 19,6%  

Estudos também indicam que pessoas com TDAH têm maior chance de desenvolver obesidade. A prevalência é de 70% em adultos e 40% em crianças.

Como essas comorbidades influenciam os sintomas de TDAH?

As comorbidades podem potencializar alguns sintomas do TDAH, gerando prejuízos ainda maiores para o desenvolvimento das crianças e na vida de adultos, em suas relações pessoas e profissionais. Dessa forma, é possível citar o agravamento de:

  • Problemas de aprendizagem – cerca de um quarto das crianças diagnosticadas com o TDAH também apresenta dislexia – caracterizada especialmente pela dificuldade de leitura – dificultando ainda mais os estudos.
  •  Ansiedade – a associação de sintomas de ansiedade e TDAH faz com que o paciente tenha mais dificuldade no convívio com outras pessoas e, no caso de adultos, ainda é capaz de comprometer o desempenho profissional.
  • Oscilações de humor – crianças com TDAH e distúrbios de humor apresentam maior instabilidade emocional, problemas sociais e dificuldade de comportamento. Isso interfere no desenvolvimento devido a momentos de depressão e total apatia, assim como extrema irritabilidade.

De que forma as comorbidades impactam o tratamento de TDAH?

De modo geral, o tratamento de TDAH combina o uso de medicamentos, sessões de psicoterapia e o envolvimento de outros profissionais da saúde, como fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, pedagogo, fisioterapeuta etc. Pais e educadores também costumam ser orientados para o desenvolvimento de técnicas específicas dentro de casa e da escola.

A existência de comorbidades, no entanto, torna o tratamento mais complexo. Nesses casos é necessário considerar o distúrbio associado, tratando o sintoma mais incapacitante. Ou seja, a prioridade será controlar o que mais compromete a vida do paciente.

  • Ansiedade – nesta situação, além dos medicamentos indicados para TDAH, é comum o apoio psicológico, com terapia cognitiva-comportamental. Medicamentos especialmente voltados ao tratamento de ansiedade também podem atenuar os sintomas.
  • Depressão – se os sintomas depressivos resultam do TDAH, eles podem diminuir conforme os medicamentos indicados para o distúrbio. Do contrário, são recomendadas medicações específicas para controlar a depressão, em geral inibidores seletivos da receptação de serotonina.
  • Transtorno Opositivo Desafiador – em geral os medicamentos indicados para o controle de sintomas de TDAH são capazes de atenuar o TOD. No entanto, quando esses distúrbios estão associados também é recomendado o treinamento dos pais, com atendimento psicológico para que possam acompanhar e lidar com as situações.

O que a família e pacientes com comorbidades do TDAH precisam saber?

A família de crianças com comorbidades do TDAHe adultos diagnosticados com o distúrbio devem compreender que com o diagnóstico e tratamento adequados é possível conviver com o transtorno e ter qualidade de vida.

Para isso, é necessário o monitoramento constante de uma equipe que envolve diversas especialidades. Esse acompanhamento envolve, por exemplo:

Consultas constantes com psicólogo, fonoaudiólogo e equipe de profissionais que estejam auxiliando no desenvolvimento do paciente.

  • Consultas regulares para o acompanhamento do tratamento medicamentosos e evolução do paciente;
  • Envolvimento da escola para que possa trocar informações com os pais sobre as dificuldades e conquistas da criança com TDAH;

É importante também esclarecer que crianças com TDAH não tem déficit de inteligência, mas sim comportamentos e mecanismos de aprendizagem que dificultam o progresso nos estudos. O tratamento adequado auxiliará nas dificuldades de relacionamento, permitindo a inclusão de pacientes com TDAH em qualquer ambiente, da escola ao local de trabalho.

Conteúdos relacionados

Como e por quem é feito o diagnóstico do TDAH?
TDAH: como educadores e pais ajudam na identificação e no tratamento?
TDAH: como identificar os sintomas de hiperatividade na rotina?

Referências


TDAH: o papel de cada profissional da saúde no tratamento e diagnóstico

A dificuldade em focar, iniciar ou finalizar alguma atividade por inquietude pode ser um sinal de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o TDAH. Esse distúrbio neurológico atinge 5,9% das crianças do mundo todo e costuma afligir pais que não o conhecem, já que ele costuma se manifestar na infância. Continue a leitura e confira informações importantes sobre os profissionais responsáveis pelo diagnóstico e tratamento do TDAH.

Quais profissionais da saúde podem ajudar no diagnóstico do TDAH?

O processo de diagnóstico do TDAH pode envolver diferentes áreas e profissionais da saúde, como psicólogos, médicos neurologista, psiquiatra e neuropediatras, fonoaudiólogos, psicopedagogos e fisioterapeutas. Em geral, a avaliação da presença do TDAH é clínica e baseada em alguns critérios já previamente definidos dentro dessas especialidades.

Conheça um pouco sobre o papel de cada um desses profissionais no diagnóstico do TDAH:

Psicólogos – a avaliação psicológica é fundamental para identificar os fatores emocionais que podem estar relacionados aos sintomas do TDAH. Além disso, esse profissional também avalia as funções cognitivas por meio da neuropsicologia.

Médicos neurologista e psiquiatra – O diagnóstico de TDAH é fundamentalmente clínico, realizado por profissional que conheça profundamente o assunto e que necessariamente descarte outras doenças e transtornos, para então indicar o melhor tratamento. Podem ser solicitados exames de imagem para analisar se há a presença de alguma comorbidade. Os profissionais também podem pedir para conversar com familiares do paciente para entender padrões de comportamento.

Fonoaudiólogos – Inicialmente analisam se há algum problema na audição do paciente que possa interferir nas situações de desatenção.

Psicopedagogos Por serem profissionais com conhecimentos que unem a psicologia e a pedagogia, junto com a família, são essenciais para a coleta de dados sobre o comportamento do paciente no dia a dia.

Fisioterapeutas – são responsáveis pela avaliação do desenvolvimento motor do paciente para avaliação das habilidades motoras, de percepção, de equilíbrio, além de concentração e atenção.

Em geral, o diagnóstico do TDAH inclui a anamnese, testes psicológicos, , avaliação do histórico de vida e exames clínicos. Assim que o TDAH tem o seu diagnóstico concluído, os profissionais responsáveis devem encaminhar o paciente para diferentes profissionais para um tratamento multidisciplinar ou transdisciplinar.

Quais profissionais da saúde podem atuar no tratamento do TDAH?

Os profissionais responsáveis pelo tratamento do TDAH são, em geral, os mesmos que são capazes de realizar o diagnóstico do distúrbio neurológico. Psicólogos, médicos psiquiatra e neuropediatras, além de fonoaudiólogos, psicopedagogos e fisioterapeutas que são fundamentais para o acompanhamento multidisciplinar do transtorno.

Conheça um pouco sobre o papel de cada profissional na saúde para o tratamento do TDAH:

Médicos

O tratamento para o TDAH geralmente envolve terapias e medicamentos. O médico poderá fazer uma análise histórica para chegar a um diagnóstico e tem o conhecimento pertinente para tratar o transtorno com medicamentos, porém não se deve esquecer que o ideal é um tratamento multidisciplinar ou transdisciplinar, e por isso normalmente o médico orienta a procura por especialistas.

Inclusive, a recomendação mencionada na Portaria da Secretaria Municipal de São Paulo, de número 986, indica que o uso de medicamentos para o tratamento do TDAH só deve ser indicado quando o tratamento não medicamentoso não está sendo satisfatório para o paciente.

Além da indicação de medicamentos, os médicos também podem acompanhar o caso do paciente para avaliar se há a existência de outros transtornos associados ao TDAH. Alguns dos mais comuns são:

  • Transtorno de depressão;
  • Transtorno de ansiedade generalizado;
  • Transtorno de conduta;
  • Transtorno desafiador opositivo.

Psicólogos

O mais recomendado por especialistas da equipe multidisciplinar é sempre contar com tratamentos terapêuticos, como a terapia cognitivo-comportamental, a TCC. Esse tipo de terapia é conduzido por um psicólogo e costuma apresentar avanços na melhora do quadro de pacientes com TDAH, já que o objetivo principal é transformar o comportamento do paciente.

O tratamento com psicólogos também pode ajudar os pacientes que julgam ser incapazes de realizar determinadas tarefas devido ao TDAH, modificando esse rótulo.

Psicopedagogos e Neuropsicopedagogos

Para minimizar os sintomas do TDAH no dia a dia do paciente, especialmente quando falamos de crianças, as intervenções no ambiente escolar são fundamentais. Quando feitas ainda no início do tratamento por psicopedagogos e Neuropsicopedagogos, o paciente pode ter menos dificuldades de aprendizado e desenvolvimento escolar.

Fisioterapeutas

Esses profissionais podem aplicar o Programa de Estimulação Psicomotora (PEP) nos pacientes com TDAH. Esse método trabalha habilidades práticas finas (envolvem músculos pequenos e coordenação olhos-mão) e globais (envolvem grandes músculos) – por meio de atividades manuais e também com bola, cordas, corridas, circuitos etc – equilíbrio, noção corporal e organização espacial e temporal. O conjunto dessas práticas ajuda a criança com TDAH a reduzir alguns sintomas do comportamento hiperativo e desenvolver aspectos psicomotores.

Fonoaudiólogo

O papel desse profissional no tratamento do TDAH é, principalmente, melhorar as habilidades de comunicação oral do paciente, que podem ser prejudicadas pelo distúrbio neurológico.

 Qual a importância do acompanhamento destes profissionais da saúde com a pessoa com TDAH

Estudos já comprovaram que o tratamento do TDAH deve ser multidisciplinar ou transdisciplinar para um bom resultado na qualidade de vida do paciente. Já foi comprovado que utilizar algumas terapias ou medicamentos de forma isolada, ou seja, sem o acompanhamento multidisciplinar, pode não ser o mais eficaz para o tratamento.

Com uma equipe completa, os especialistas poderão ter uma visão completa sobre o paciente, observando como ele se comporta em diferentes contextos e indicando se o tratamento está sendo efetivo, fazendo ajustes quando necessário. Cada método de tratamento, seja ele terapêutico ou medicamentoso, precisa estar em harmonia com os outros indicados pelos profissionais para o sucesso do tratamento e melhora da qualidade de vida do paciente. Só assim o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade poderá ser bem controlado ainda na infância.

Outro fator de muita importância do tratamento multidisciplinar é a vida adulta do paciente. Estima-se que cerca de 60% dos pacientes com TDAH entrarão na fase adulta ainda com alguns sintomas, como hiperatividade, desatenção, desorganização e falta de foco.

É comum que na idade adulta os pacientes com TDAH não consigam planejar atividades simples com facilidade, tenham problemas de concentração e dificuldade em priorizar as tarefas mais importantes que devem ser realizadas. Quando identificado precocemente e tratado de forma correta, o TDAH na fase adulta do paciente não será uma dificuldade tão grande para que ele possa ter uma boa qualidade de vida, mantendo suas habilidades sociais, psicoeducacionais e relacionamentos com outras pessoas.

Conteúdos relacionados

Referências


Os sinais e sintomas de TDAH mudam ao longo da vida?

Cerca de 60% dos jovens diagnosticados com TDAH continuarão a ter sintomas do transtorno, como desatenção e hiperatividade, ainda na vida adulta. Mas, isso não significa que os sintomas não podem mudar, pelo contrário. Conforme hábitos e responsabilidades se adaptam ao longo dos anos, a pessoa com TDAH passa a sentir o impacto do transtorno em outras atividades da rotina. Continue a leitura e entenda mais sobre os sinais e sintomas do TDAH quando se é adulto.

O que é o TDAH e como se manifesta?

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é um distúrbio do desenvolvimento neurológico, que afeta de 3 a 5% de crianças no mundo todo e, muitas vezes, continua a se manifestar na idade adulta. A doença pode ser dividida em três subtipos:

  • Predominantemente desatento – em que a maioria dos sintomas está relacionada a desatenção e distração.
  • Predominantemente hiperativo – maioria dos sintomas está relacionada à hiperatividade e impulsividade.
  • Combinado – há uma mistura de sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

De forma geral, o TDAH tem impacto em diversas esferas da vida da criança e do adulto, repercutindo na autoestima, relacionamentos e até mesmo baixo desempenho escolar.

Existem casos de pessoas que foram crianças com TDAH e na vida adulta os sintomas reduziram e se tornaram imperceptíveis, mas, por outro lado, algumas pessoas nunca superam completamente seus sintomas de TDAH. No entanto, é possível elaborar estratégias que facilitam a rotina e tornam a vida das pessoas com o transtorno completamente normal.

Quais são os sintomas de TDAH na infância e na adolescência?

Geralmente, os sintomas do TDAH na infância começam antes dos 12 anos e em alguns casos são perceptíveis a partir dos três anos de idade. Os sintomas podem ser sutis, confundidos com apenas uma característica de pessoas “esquecidas”, mas é preciso atenção. Entre os principais sintomas de TDAH na infância, no caso do predominante desatento, podemos citar:

  • Deixar de prestar atenção aos detalhes;
  • Cometer erros por descuido nos trabalhos escolares;
  • Problemas para manter o foco em tarefas ou alguns jogos;
  • Parece não ouvir, mesmo quando se fala diretamente a pessoa;
  • Dificuldade em seguir as regras;
  • Dificuldade em finalizar trabalhos escolares ou tarefas domésticas;
  • Problemas de organização;
  • Evitar ou não gostar de fazer tarefas que exijam esforço mental focado, como lição de casa;
  • Perder itens necessários para tarefas ou atividades, como brinquedos e materiais escolares;
  • Ser facilmente distraído.

Para os casos de TDAH predominantemente hiperativo, os sintomas costumam ser:

  • Ter mãos ou pés muito inquietos;
  • Dificuldade em ficar sentado na sala de aula ou em outras situações;
  • Estar em constante movimento;
  • Correr em situações que não são apropriadas;
  • Dificuldade em fazer atividades em silêncio;
  • Falar muito;
  • Dificuldade em esperar pela própria vez em atividades ou filas;
  • Interromper ou se intrometer nas conversas, jogos ou atividades de outras pessoas.

Muitos desses sintomas são inicialmente percebidos na escola, por professores e outros profissionais presentes nesse ambiente. Por isso, é fundamental que pais estejam presentes na rotina escolar e participem ativamente das atividades escolares levadas para casa.

Como e por que os sintomas de TDAH podem mudar na fase adulta?

Existem fatores genéticos e de estilo de vida que interferem na intensidade do TDAH e, de forma geral, o transtorno não tem cura. O que muitos adultos experienciam é a redução de alguns sintomas, como a hiperatividade, mais comum na infância.

Porém, outros sintomas, como a distração e impulsividade, podem permanecer e impactar de forma negativa a vida da pessoa, caso o problema não seja tratado. Os adultos costumam ter dificuldade em organizar e planejar atividades do dia a dia, por exemplo, sentindo dificuldade inclusive na priorização de atividades.

Com receio de não darem conta de tudo, é comum deixarem trabalhos incompletos ou interromperem o que estão fazendo para iniciar outra atividade, se esquecendo do que estava sendo feito anteriormente. Em outros casos, o adulto com TDAH pode manifestar comportamento impulsivo, tendência a abuso de álcool e drogas e exposição a situações de risco. Todas essas situações podem causar problemas no trabalho, estudos e/ou relacionamentos com outras pessoas.

Embora o tratamento não cure o TDAH, ele pode ajudar muito com os sintomas. O tratamento geralmente envolve medicamentos, psicoterapia e intervenções comportamentais com outros profissionais da saúde – de acordo com as necessidades específicas de cada paciente – como fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. O diagnóstico e o tratamento precoces podem fazer uma grande diferença no resultado.

Como é feito o diagnóstico de TDAH em cada faixa etária?

Quando há a suspeita do TDAH na infância, inicialmente por professores e outros profissionais da escola, é orientado que os pais busquem apoio psiquiátrico e neurológico para a confirmação do diagnóstico de TDAH. Esse processo é clínico, baseado em sinais e sintomas que consideram diversas fontes de informação, entre pais, educadores e a própria criança.

Alguns profissionais podem usar também um questionário conhecido como SNAP-IV, construído a partir dos sintomas do Manual de Diagnóstico e Estatística – IV Edição (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiátrica. Este questionário, porém, é apenas um ponto de partida para levantamento de alguns possíveis sintomas primários do TDAH.

Normalmente o ideal é ter a visão de diversos especialistas para ter um entendimento em conjunto e completo das características, comportamento e sinais que podem indicar o transtorno. Porém, apenas um médico realiza o diagnóstico.

Já no caso dos adultos, há um processo parecido de entrevista e investigação dos sinais e sintomas que a pessoa sente ao longo dos anos. Há, também, um questionário chamado ASRS-18, desenvolvido por pesquisadores em colaboração com a Organização Mundial de Saúde. Assim como no caso da infância, os sintomas só podem se confirmar com o apoio de um profissional da saúde especializado.

Se você suspeita que você ou alguém próximo tenha o transtorno, é importante encaminhar para um profissional que saiba lidar com a situação da melhor forma, investigando o problema e orientando para o tratamento adequado.

Conteúdos relacionados

Como e por quem é feito o diagnóstico de TDAH?
TDAH: como pais e educadores ajudam na identificação e no tratamento?
TDAH: depoimentos de pacientes

Referências


Como explicar para meu filho o que é o TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) costuma surgir na infância e acompanhar a pessoa durante toda a vida e ter impacto nas atividades do dia a dia, como estudos, sociabilização e, mais tarde, no trabalho. Por isso, se o seu filho foi diagnosticado com essa condição, é importante conversar com ele a respeito. Continue a leitura e veja dicas de como abordar o assunto!

Por que devo falar com meu filho sobre TDAH?

É muito importante que as crianças com TDAH sejam informadas, de maneira apropriada, a respeito do diagnóstico. Isso permite que elas entendam a causa de seus sintomas, aprendam como gerenciá-los e se tornem mais engajadas no tratamento.

  • Explicar o TDAH aos pequenos tambémajuda a desconstruir os mitos e preconceitos relacionados ao transtorno, deixando claro que isso não é motivo de vergonha ou para se sentir inferior.

Dicas para conversar com as crianças sobre TDAH

É comum que os pais tenham dúvidas sobre como e o que falar ao abordar o TDAH. Seja como for, procure seguir algumas recomendações que ajudam no processo:

Escolha um bom momento – é importante que você e seu filho possam conversar com calma, sem distrações ou interrupções. Mas o ritmo da criança deve ser respeitado – ela pode não estar pronta para receber todas as informações de uma só vez.

Transmita tranquilidade – é essencial conduzir a conversa de modo que seu filho não sinta que há algo errado com ele. Enfatize todas as qualidades e conquistas dele. Explique que o TDAH nada tem a ver com sua inteligência ou capacidade – seu cérebro apenas funciona de uma maneira diferente. Assegure, ainda, que o transtorno não define quem ele é ou quem se tornará quando crescer.

Adeque as informações para a idade – a linguagem que os pais devem utilizar e a quantidade de detalhes que devem fornecer dependem da faixa etária da criança.

Deixe seu filho saber que ele não está sozinho – deixe claro que vocês trabalharão juntos para ajudar a melhorar as coisas em casa e na escola.

Explique os benefícios do tratamento – mostre ao seu filho que o tratamento é uma forma de ajudá-lo a superar as dificuldades que ele enfrenta por causa do TDAH. O plano terapêutico inclui consultas com equipe multidisciplinar e, quando indicado pelo médico, medicamentos específicos.

Procure ajuda profissional – contar com a ajuda de um psicólogo para conversar com o seu filho sobre TDAH também é importante, pois ele pode ajudar a lidar com as situações e dúvidas da melhor forma para seu filho e você, conforme surgirem.

Mantenha o canal de comunicação aberto – para que seu filho possa fazer perguntas e expor os próprios medos. É recomendável que novas conversas ocorramà medida que seu filho cresce e se confronta com situações novas, próprias da idade.

Como ajudar seu filho a lidar com desafios comuns do TDAH

É essencial que a criança diagnosticada com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade receba tratamento adequado, que pode envolver psicoterapia e medicamentos. Os pais e professores também são peça-chave para ajudar os pequenos a lidar com a condição. Confira algumas estratégias que podem ser úteis para ajudar seu filho com TDAH:

  • Transmita informações de maneira clara e precisa;
  • Repreenda comportamentos inadequados de forma construtiva;
  • Incentive a prática de exercícios físicos;
  • Evite sobrecarregá-lo com excesso de atividades extracurriculares;
  • Programe atividades diferentes, mas prepare-o para eventuais quebras de rotina;
  • Subdivida tarefas escolares para que elas possam ser realizadas com maior facilidade e em menor tempo;
  • Reserve um espaço arejado e bem iluminado para a realização da lição de casa.

Conteúdos relacionados:

Entenda como o TDAH impacta o comportamento de crianças na escola

Como professores e pais ajudam na identificação e no tratamento do TDAH?

Descubra como é feito o diagnóstico de TDAH

Referências


Como é feito o diagnóstico do TDAH, e por quem é feito

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é bastante comum, a estimativa é que cerca de 4 a 12% das crianças e adolescentes entre os seis e doze anos no mundo têm a condição. Continue a leitura para saber quais são as possíveis causas, do TDAH como é feito o diagnóstico e como o transtorno afeta a vida dos pacientes.

O que é TDAH?

O TDAH é uma desordem neurobiológica que pode ser causada por fatores genéticos, entre outros. O transtorno faz com que a pessoa tenha dificuldade em sustentar o nível de atenção e o foco, além de ser muito mais inquieta e impulsiva. Então, a pessoa fica mais agitado, impaciente e tem dificuldade com atividades longas ou repetitivas.

Na maior parte das vezes, o TDAH é identificado durante a infância ou adolescência. Entretanto, mesmo com algumas intervenções e, consequentemente, melhoria nos sintomas, 40 a 80% das pessoas que recebem o diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade ainda mantêm características na adolescência. E até 66% delas preenchem critérios do diagnóstico na vida adulta.

Quais as possíveis causas de TDAH?

Os pacientes com TDAH têm alterações na região frontal do cérebro, que é responsável pela inibição do comportamento, capacidade de atenção, autocontrole, planejamento e memória.

Apesar de o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade ser uma desordem neurobiológica, não se sabe exatamente por que isso acontece. Existem estudos indicando que as principais causas dessas alterações ocorrem no sistema de neurotransmissores, cuja função é passar informações entre os neurônios. Existem alguns fatores que aumentam o risco de isso acontecer, tais como:

  • Hereditariedade – ter na família alguém que tenha TDAH ;
  • Consumo de determinadas substâncias durante a gravidez – pesquisas apontam que consumir tabaco, álcool e cocaína durante a gravidez pode causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, inclusive na região frontal;
  • Outros problemas que afetam o cérebro – pessoas que têm epilepsia ou alguma lesão cerebral possuem maior chance de receber o diagnóstico de TDAH;
  • Prematuridade – o bebê que nasce antes do tempo tem um risco maior de apresentar o transtorno;
  • Baixo peso ao nascer – os bebês que nascem com peso menor que 1,5 kg também possuem um risco maior.

Quais os impactos do TDAH?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade afeta crianças, jovens e adultos de formas diferentes no que diz respeito à vida social e relações interpessoais. Geralmente, o TDAH é investigado e diagnosticado em pessoas mais jovens devido ao comportamento na escola ou em ambientes coletivos.

Crianças e adolescentes com TDAH – apresentam maior dificuldade de aprendizado por serem mais distraídos e possuírem curtos períodos de foco e atenção, o que pode limitar o desenvolvimento educacional. Eles também sentem o impacto social por não conseguir ouvir e executar instruções, o que afeta o relacionamento com professores, pais e outras pessoas da mesma idade.

Adultos – os maiores problemas enfrentados são ligados à inquietação, impulsividade e, muitas vezes, memória fraca. Adultos com TDAH sentem os impactos, principalmente, nas relações pessoais e no trabalho. O descuido, falta de atenção e a incapacidade de priorizar tarefas podem afetar projetos e responsabilidades, trazendo uma mudança rápida de humor e impaciência no ambiente de trabalho.

Independentemente da idade, em muitos casos, o portador de TDAH tem dificuldade em avaliar o próprio comportamento e o quanto ele afeta as pessoas ao seu redor. Assim, colegas, parceiros e familiares podem acabar se irritando caso não conheçam o transtorno do déficit de atenção e os sinais dele. Como o transtorno afeta o comportamento, ser diagnosticado com essa desordem pode contribuir para uma autoestima mais baixa e relacionamentos problemáticos.

Quando suspeitar de TDAH?

A suspeita do TDAH pode ser levantada caso os sinais sejam desproporcionais à idade da pessoa. Ou seja: quando a hiperatividade, falta de atenção, impulsividade, falas excessivas etc. atrapalham o desenvolvimento, as relações interpessoais e o trabalho, sendo recomendável procurar um especialista.

Entretanto, é importante considerar que diagnosticar o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade em crianças com menos de cinco anos é uma tarefa complicada. Isto ocorre porque muitas delas possuem reações parecidas com os sintomas pela pouca idade.

E em alguns casos, o comportamento que parece ser causado pelo transtorno do déficit de atenção pode ser provocado por outras situações, por exemplo: mudança brusca e na vida por causa de divórcio ou morte de alguém próximo, outras desordens médicas, depressão, transtorno bipolar ou ansiedade. Por isso, é muito importante que a possibilidade de TDAH seja investigada por especialistas.

Então, mesmo que alguém apresente sinais de hiperatividade, tenha dificuldade em manter a atenção e o foco nas atividades do dia a dia e fale muito, isso não significa que tenha TDAH.

Como é feito o diagnóstico de TDAH?

O diagnóstico de TDAH, seja em crianças ou adultos, é inteiramente clínico, com base nos sinais e sintomas. Não existem exames laboratoriais ou de imagem para isso. Então, para chegar em um diagnóstico efetivo, são realizadas avaliações levando em conta as interações do paciente com o médico, a rotina da pessoa, os comportamentos e as atitudes dela. O processo do diagnóstico pode envolver profissionais de diferentes especialidades, como:

Psiquiatra – é o especialista que diagnostica, trata e acompanha condições que afetam as funções psíquicas. O médico avalia o paciente por meio de um histórico clínico detalhado, onde observa aspectos do comportamento, fala, humor, atenção, entre outros. O psiquiatra também pode complementar o diagnóstico com testes, questionários e conversas com o paciente e/ou familiares.

Neurologista/Neuropediatra – é o especialista que diagnostica, trata e acompanha distúrbios que afetam o sistema nervoso. No caso de suspeita de TDAH em crianças na fase pré-escolar até o ensino fundamental, o neuropediatra é o profissional adequado para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Pediatra – é o especialista por diagnosticar, tratar e acompanhar doenças e transtornos em crianças e adolescentes.No caso de suspeita de TDAH, o pediatra pode ajudar no diagnóstico e/ou encaminhar o paciente a um especialista.

Uma importante ferramenta para os especialistas chegarem ao diagnóstico de TDAH é o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que está na quinta edição e foi elaborado pela American Psychiatric Association, que é a associação de psiquiatria dos Estados Unidos.

O DMS-5 também é adotado no Brasil e estabelece critérios de diagnóstico divididos em dois grupos: desatenção; e hiperatividade e impulsividade. Cada um deles tem uma relação de nove sinais e sintomas, sendo que a pessoa precisa apresentar seis ou mais em cada um dos dois grupos para ser diagnosticada com TDAH.

Mas não é só isso! Esses sinais e sintomas precisam ter determinadas características, que são as seguintes: manifestarem-se muitas vezes durante seis meses ou mais, serem mais pronunciados do que o esperado para a idade, ocorrerem em dois ambientes diferentes ao menos (como casa e escola), alguns deles precisam ter se manifestado antes dos 12 anos e, por último, devem interferir na funcionalidade da pessoa em casa, na escola ou no trabalho.

Conteúdos relacionados

Referências