Criança com TDAH pratica esporte - Cellera Farma.

Como o esporte ajuda na integração social de quem tem TDAH?

Cerca de 5,2% da população adulta brasileira com idade entre 18 e 44 anos tem diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Manifestações comoimpaciência, hiperatividade einquietação podem tornar difícil manter relações interpessoais, fazendo com que a pessoa se isole. O esporte é uma das alternativas para promover a integração social e melhorar a qualidade de vida de quem tem TDAH. Continue lendo para saber:

O que é TDAH e quais seus sintomas?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um dos distúrbios do neurodesenvolvimento mais comuns em crianças, geralmente diagnosticado pela primeira vez na infância e muitas vezes dura até a idade adulta. Pessoas com TDAH podem ter problemas para prestar atenção, controlar comportamentos impulsivos ou ser excessivamente ativas. Os sinais e sintomas do TDAH incluem:

  • Dificuldade em manter a atenção;
  • Esquecer ou perder as coisas frequentemente;
  • Inquietação;
  • Falar em excesso;
  • Cometer erros descuidados;
  • Assumir riscos desnecessários;
  • Ter dificuldade em manter-se organizado
  • Falta de concentração;
  • Dificuldade em se relacionar com os outros.

Por que o esporte é importante para a integração social de quem tem TDAH?

O esporte pode desempenhar um papel significativo na integração social de pessoas com TDAH por vários motivos:

Trabalho em equipe – esportes coletivos exigem que as pessoas trabalhem juntas, promovendo a cooperação, a comunicação e a interação social. É uma oportunidade de desenvolver habilidades sociais importantes, como compartilhar, revezar, ouvir os outros e seguir regras.

Melhora da autoestima e confiança – o sucesso nos esportes pode aumentar a autoconfiança em pessoas com TDAH à medida que desenvolvem suas habilidades e progridem ao longo do tempo. Essa autopercepção pode se estender além do ambiente esportivo e impactar positivamente as interações sociais e bem-estar geral.

Apoio social – o envolvimento em esportes permite que pessoas com TDAH se conectem com quem compartilha interesses e experiências semelhantes. Ao fazer parte de uma equipe esportiva, surge a oportunidade de fazer amizades, receber incentivos e vivenciar o sentimento de pertencimento, o que contribui para a integração social.

Quais são os benefícios do esporte para pessoas com TDAH?

Os esportes proporcionam inúmeros benefícios, mas o reflexo deles nos sintomas de TDAH pode variar para cada pessoa. É crucial encontrar atividades alinhadas com interesses e pontos fortes pessoais para maximizar o impacto positivo dos exercícios físicos. Os benefícios para pessoas com TDAH incluem:

Aumenta os níveis de dopamina no cérebro – o exercício também pode melhorar o humor. Pessoas com TDAH podem sofrer falta de dopamina no cérebro, e os esportes fornecem um aumento natural desse neurotransmissor alivia os sintomas do distúrbio.

Aprimora o foco – a prática de esportes é uma maneira de gastar o excesso de energia que pessoas com TDAH têm, ajudando a melhorar a capacidade de manter-se focado. O exercício físico libera endorfinas, que podem ter um impacto positivo na atenção, no humor e no controle dos impulsos.

Estrutura a rotina – entrar para um time esportivo com treinos regulares cria uma rotina tanto para o cérebro quanto para o corpo. Se o TDAH dificultar os esportes coletivos, é possível encontrar outras maneiras de criar uma rotina por meio de exercícios, como participando de uma aula esportiva coletiva ou correr na mesma hora do dia. No entanto, é mais difícil manter-se motivado quando se está sozinho.

Melhora o controle da respiração – exercícios calmantes como a ioga desaceleram o cérebro e permitem se concentrar na respiração. A atenção plena é altamente recomendada como uma forma de tratar o TDAH, trazendo uma mente acelerada de volta ao foco no momento presente.

Ajuda a regular o sono – pessoas com TDAH podem não dormir bem devido a uma série de fatores, como o excesso de energia. O esporte ajuda a queimar energia adicional de forma positiva e satisfatória, o que ajuda a melhorar o sono. No entanto, é importante notar que o exercício aumenta a atividade cerebral e deve-se evitar se exercitar perto da hora de dormir.

Quais são os esportes mais indicados para quem tem TDAH?

Os melhores esportes para pessoas com TDAH variam de acordo com preferências pessoais, pontos fortes e interesses. Certas atividades tendem a ser mais adequadas para pessoas com o distúrbio devido às suas características e benefícios. Algumas opções de esportes para pessoas com TDAH são as seguintes:

  • Artes marciais (taekwondo, karatê);
  • Natação;
  • Tênis;
  • Luta livre;
  • Ginástica;
  • Futebol;
  • Hipismo;
  • Atletismo;
  • Basquete;
  • Vôlei;
  • Hóquei.

Os esportes podem ser usados como tratamento para o TDAH?

Embora existam muitos benefícios para pessoas com TDAH em praticar esportes, as atividades físicas não tratam o transtorno. Entretanto, a prática de esportes pode ser uma terapia adjuvante positiva para os tratamentos tradicionais.

Apesar de conseguir notar melhorias depois de começar a praticar um esporte, isso não significa que seja um tratamento independente para o TDAH. Em muitos casos, medicamentos e terapia ainda são necessários.

Os principais tratamentos para TDAH são:

Medicamentos estimulantes – aumentam e equilibram os níveis de substâncias químicas cerebrais chamadas neurotransmissores.

Terapia cognitiva comportamental – ajuda a gerenciar o comportamento, transformar padrões de pensamento negativos em positivos e também a lidar com os desafios da vida, como problemas de escola, trabalho ou relacionamento.

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Como a sociedade vê o TDAH e como evitar os estigmas em relação ao transtorno?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) atinge entre 5% e 8% da população mundial. Mas, mesmo sendo uma condição que acontece com frequência, existem vários mal-entendidos, preconceitos e estigmas relacionados ao TDAH ainda bastante arraigados, que podem prejudicar o diagnóstico e o tratamento, assim como os relacionamentos, estudos e a vida profissional de quem tem o transtorno. Continue lendo para saber:

Quais estigmas no TDAH ainda existem na sociedade?

O TDAH é uma condição que ainda é muito estigmatizada. Ou seja, existe um conceito bastante arraigado na sociedade de forma geral, sem fundamento sério ou imparcial, que leva a uma percepção negativa do transtorno e pode afetar negativamente a saúde mental, os relacionamentos, os estudos e vida profissional do portador. Algumas ideias equivocadas sobre o TDAH que persistem na sociedade e levam ao estigma são:

  • Não é um distúrbio real;
  • Afeta apenas crianças, não adultos;
  • Afeta apenas meninos ou não é tão grave em meninas e mulheres;
  • É diagnosticado com muita frequência;
  • A má educação leva ao TDAH;
  • Pessoas com TDAH são supermedicadas;
  • Sintomas do TDAH são fruto de falhas pessoais;
  • Minimização dos desafios enfrentados por indivíduos com TDAH;

Quais prejuízos os estigmas no TDAH podem causar?

O estigma no TDAH pode ter efeitos negativos significativos nas pessoas que têm o transtorno, tais como:

Autoestima baixa – internalização de crenças e percepções negativas sobre si mesmos, com sentimentos de vergonha ou inadequação. Afeta negativamente a autoestima, valor próprio e senso geral de identidade.

Saúde mental e bem-estar emocional – aumento dos níveis de estresse, ansiedade e depressão. Atitudes sociais negativas podem fazer com que as pessoas com TDAH se sintam isoladas, incompreendidas e julgadas.

Relações sociais e aceitação social – discriminação, rejeição ou exclusão por parte de colegas de trabalho e estudo ou mesmo familiares que não compreendem ou têm ideias estigmatizantes sobre o transtorno. Isso pode levar ao isolamento social e sentimentos de solidão.

Acesso a suporte e recursos o estigma pode criar barreiras para buscar ajuda e receber o tratamento necessário. Indivíduos com TDAH podem temer revelar seu diagnóstico devido a preocupação de serem discriminados.

Desafios educacionais e profissionais – pessoas com TDAH que sofrem com o estigma podem enfrentar equívocos sobre suas habilidades, ter que lidar com atitudes preconceituosas de professores ou empregadores e serem submetidos a julgamentos e expectativas injustos, prejudicando o sucesso acadêmico e profissional.

O que fazer para neutralizar estereótipos e estigmas no TDAH?

A educação é uma ferramenta poderosa que auxilia a reduzir o estigma. Aqui estão seis maneiras de ajudar a lidar com essas ideias equivocadas sobre a doença:

  1. Compartilhe sua própria história – se você vive com TDAH ou cuida de uma criança com o transtorno, aumente a conscientização ao compartilhar sua história nas redes sociais, círculos de amizades e ambientes acadêmicos e profissionais.
  • Seja positivo – destaque os pontos fortes e atributos positivos de indivíduos com TDAH, compartilhando histórias de sucesso, conquistas e contribuições de pessoas com o distúrbio em vários campos. Enfatize suas habilidades únicas, criatividade e resiliência para enfrentar estereótipos negativos e mostrar seus diversos talentos.
  • Eduque sobre saúde mental – promova o conhecimento sobre o distúrbio entre o público em geral, incluindo educadores, empregadores, profissionais de saúde e a mídia. Isso pode ser feito através de palestras e compartilhamento de conteúdo sobre o tema.
  • Preste apoio – ajude organizações e iniciativas que trabalham para aumentar a conscientização, promover a compreensão e defender os direitos e necessidades de indivíduos com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.
  • Reduza o auto estigma – aborde o tema promovendo a autoaceitação e a autocompaixão entre indivíduos com TDAH. Incentive-os a buscar a ajuda adequada, participar de grupos de apoio e compartilhar experiências para reduzir sentimentos de vergonha, isolamento e culpa.
  • Promova linguagem e comunicação adequadas – incentive o uso de uma linguagem respeitosa ao discutir o TDAH, evitando termos depreciativos ou rótulos negativos que reforcem estereótipos.

Mas, afinal, o que é TDAH e quais as causas do distúrbio?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um distúrbio do neurodesenvolvimento que aparece na infância e, frequentemente, acompanha a pessoa por toda a sua vida. Caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade, pode trazer impactos em muitos aspectos da vida, incluindo o desempenho acadêmico, profissional e relacionamentos interpessoais.

Não se sabe ao certo qual a causa exata do TDAH, mas há alguns fatores genéticos, neurológicos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio, como:

  • Genética;
  • Diferenças na estrutura e funcionamento do cérebro, como alterações nos neurotransmissores envolvidos na atenção, controle de impulsos e funcionamento executivo;
  • Exposição à fumaça do tabaco e uso de álcool ou drogas durante a gravidez;
  • Complicações pré-natais como parto prematuro e peso baixo;
  • Lesão cerebral precoce e interrupções no desenvolvimento inicial do cérebro;

Quais os principais sinais e sintomas do TDAH?

Existem três subtipos de TDAH que apresentam sinais e sintomas característicos:

Subtipo desatento – pessoas com este subtipo lutam principalmente contra a desatenção e apresentam dificuldade em manter o foco, organizar tarefas e seguir instruções. Podem parecer esquecidos e têm dificuldade em prestar atenção aos detalhes.

Subtipo hiperativo/impulsivo – é caracterizado pela dificuldade em permanecer sentado, inquietação constante ou ficar se contorcendo. Pessoas com esse subtipo costumam interromper os outros e agem impulsivamente, sem pensar nas consequências.

Subtipo combinado – este é o subtipo mais comum, no qual os portadores apresentam sintomas de desatenção e hiperatividade com impulsividade.

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Por que é importante discutir sobre o TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico caracterizado pelas manifestações de impulsividade, desatenção e hiperatividade. Controlar esses comportamentos é fundamental para a pessoa com o transtorno evitar prejuízos nas relações com as outras pessoas, nos estudos e na vida profissional. Discutir sobre o TDAH ajuda a combater preconceitos, esclarecer informações equivocadas, identificar possíveis sinais e sintomas que possam levar ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado. Confira a seguir.

O que é o TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um distúrbio neurobiológico caracterizado, especialmente, pela desatenção, impulsividade e agitação. O TDAH afeta de 5% a 8% da população mundial e não se sabe exatamente qual a causa dele, mas há alguns fatores genéticos, neurológicos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio. A condição se divide em três subtipos, de acordo com as características mais proeminentes:

  • Subtipo desatento – a pessoa tem dificuldade em focar nas conversas, instruções e qualquer tipo de detalhe;
  • Subtipo hiperativo-impulsivo – a pessoa tem dificuldade em permanecer quieta por muito tempo. Além disso, é comum interromper os outros e agir sem pensar muito;
  • Subtipo combinado – a desatenção e a hiperatividade estão presentes na mesma proporção.

Por que é importante falar sobre TDAH?

O TDAH é cada vez mais conhecido. Entretanto, ainda existem pessoas com o transtorno que nunca foram diagnosticadas, além de haver muito estigma e preconceito a respeito, o que pode levar os portadores a enfrentar diversos problemas no convívio social, acadêmico e profissional, seja por falta de diagnóstico ou preconceito, e a ser vistos como:

  • Imaturos;
  • Indelicados;
  • Pouco confiáveis;
  • Emocionalmente desequilibrados;
  • Com caráter duvidoso.

Abordar o TDAH é uma forma de eliminar preconceitos e estigmas em relação ao transtorno, até mesmo dos próprios pacientes e/ou de seus responsáveis. Pois, muitas vezes, os pais têm receio de que os filhos não sejam aceitos entre os colegas, enquanto que os adultos temem ser depreciados e marginalizados. Há ainda os avessos ao tratamento medicamentoso, mesmo quando necessário, por achar que isso seria um indicativo de que a pessoa não é “normal”.

Outros prejuízos que o estigma e preconceito em relação ao TDAH podem causar nos portadores são os seguintes:

  • Abuso do álcool e outras substâncias;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Baixa autoestima;
  • Dificuldades de relacionamento;
  • Instabilidade no trabalho;
  • Aumento da taxa de mortalidade.

Falar sobre o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade ajuda a identificar o distúrbio. Ainda mais em adultos, pois como o TDAH é bastante atrelado a problemas de aprendizagem, a pessoa que já passou por essa fase acaba não atribuindo as dificuldades que teve ao transtorno e pode nunca ser diagnosticada e tratada adequadamente.

Quais são os sintomas do TDAH?

Além da desatenção, impulsividade e inquietude, há outros sintomas bastante comuns que caracterizam o TDAH como:

  • Esquecer ou perder as coisas frequentemente;
  • Dificuldade em se organizar;
  • Falta de concentração;
  • Distração;
  • Dificuldade em se relacionar com os outros;
  • Hiperfoco em certas ocasiões;
  • Irritabilidade;
  • Agressividade.

O distúrbio se manifesta de maneira diferente em cada pessoa. Portanto, nem todos os sinais e sintomas listados podem estar presentes. Além dessa variação de manifestações, a intensidade delas pode oscilar, sendo mais leve para uns e bastante excessiva para outros. Nesse sentido, duas pessoas com o diagnóstico podem ter níveis distintos, por exemplo, de falta de concentração.

  • Comorbidades – o TDAH pode ainda ser acompanhado de comorbidades, como depressão, ansiedade e transtorno do espectro do autismo.

Como é o diagnóstico de TDAH?

O TDAH costuma ser identificado nos primeiros anos de vida escolar da criança, quando é possível observar problemas de aprendizagem e convívio social. Apesar do diagnóstico ser mais comum entre os quatro e cinco anos de idade, também pode ocorrer em outras faixas etárias.

Como os sintomas do TDAH variam e podem estar atrelados a comorbidades, é preciso coletar diversas informações para o diagnóstico, por exemplo: histórico de saúde dos pais, testes de visão e audição e exames para descartar outras condições de saúde. Na fase adulta, a constatação do transtorno pode ser mais demorada, pois os sinais e sintomas costumam ser associados a traços da personalidade.

Em relação às crianças, os pais e professores devem estar atentos ao comportamento delas para, em caso de suspeita, procurar um especialista. Pois, quanto antes o diagnóstico for feito, mais fácil será o gerenciamento do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

Quais são os mitos sobre TDAH?

Ainda há muita desinformação sobre o TDAH e não é raro que os portadores do transtorno sofram preconceito e sejam estigmatizados. Talvez a crença falsa mais preocupante em relação ao transtorno do déficit de atenção com hiperatividade seja a de que ele não existe. Pois, negar a existência dele significa dizer que as manifestações que o TDAH provoca são de responsabilidade da pessoa e que ela pode mudá-las na hora que quiser.

Porém, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é reconhecido pela CID-10, que é a classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados com a saúde. Desenvolvida pela OMS, é uma das principais ferramentas epidemiológicas da medicina. O distúrbio é neurobiológico, ou seja, o cérebro funciona de maneira diferente. Confira dois outros mitos sobre TDAH bem comuns:

  • Meninas não costumam ter TDAH

Existe a falsa ideia de que o transtorno com déficit de atenção com hiperatividade acomete mais os meninos. No passado, os protocolos para o diagnóstico eram mais direcionados para o gênero masculino. Mas, com o tempo, os médicos perceberam que, na verdade, as meninas não costumam apresentar a hiperatividade, que é uma das principais manifestações do TDAH.

  • Sempre que as manifestações clássicas aparecerem a pessoa tem TDAH

Impulsividade, desatenção e hiperatividade são sintomas clássicos do transtorno com déficit de atenção com hiperatividade, entretanto, podem confundir o diagnóstico. Isso porque nem todas as pessoas que apresentam esses comportamentos possuem o transtorno. Não há uma lista fechada de sinais e sintomas ou apenas um teste para o diagnóstico. Por isso, é muito importante procurar um especialista, evitando autodiagnóstico e automedicação.

Referências


Criança com TDAH e síndrome de Tourette distraída na aula - Cellera Farma.

Síndrome de Tourette associada ao TDAH

A síndrome de Tourette e o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade podem ocorrer simultaneamente, o que acontece com frequência. Mais da metade das crianças com a síndrome também têm TDAH e, no inverso, aproximadamente uma em cada cinco crianças com TDAH também têm a Síndrome de Tourette. Continue a leitura para saber:

O que é síndrome de Tourette?

A síndrome de Tourette é um distúrbio do sistema nervoso caracterizado por múltiplos tiques motores e vocais que se desenvolvem antes da idade adulta. Os tiques são movimentos ou sons súbitos, rápidos, repetitivos e que não seguem um ritmo, por exemplo:

  • Piscar de olhos;
  • Abrir a boca;
  • Fazer caretas;
  • Movimentar a cabeça;
  • Encolher os ombros;
  • Limpar a garganta;
  • Tossir;
  • Fungar;
  • Bufar;
  • Repetir partes de palavras ou frases
  • Mais raramente, deixar escapar termos inapropriados, como palavrões.

São ações involuntárias, então, mesmo que a pessoa possa suprimi-las por um curto período de tempo, no final das contas, não tem controle sobre elas. Esses movimentos ou vocalizações involuntárias podem ser classificadas em:

Simples – os tiques simples podem ser breves, acontecer rapidamente e envolver um único grupo muscular.

Complexos – os tiques complexos duram mais, envolvem mais músculos e, geralmente, incluem uma série de tiques simples que ocorrem juntos em uma sequência.

Para uma pessoa ser diagnosticada com síndrome de Tourette, ela deve apresentar as seguintes características:

  • Movimentos e ruídos involuntários que não podem ser explicados por outras condições médicas;
  • Ambos os tiques, motores e vocais, devem estar presentes em algum momento da vida, embora não necessariamente ao mesmo tempo;
  • Os tiques ocorrem muitas vezes ao dia em quase todos os dias, ou intermitentemente durante um período de mais de um ano;
  • A região do corpo, a frequência, o tipo e a gravidade dos tiques mudam ao longo do tempo;
  • Os tiques começam antes dos 21 anos.

Esses movimentos involuntários devem ser testemunhados por um profissional da saúde diretamente ou devem ser gravados em vídeo para que o médico confirme o diagnóstico.

Quais as causas da síndrome de Tourette?

A causa da Síndrome de Tourette ainda não foi identificada, mas acredita-se que pode ter uma origem genética, já que os tiques tendem a ocorrer em famílias. Pesquisas indicam que é provável que seja uma disfunção dos circuitos cerebrais envolvidos no controle do movimento, cognição e comportamento.

A síndrome costuma aparecer durante a infância, entre os três e oito anos, e após o indivíduo atingir a idade adulta ela tende a ficar mais amena, com menor frequência e intensidade de tiques. Os meninos têm três vezes mais chances de apresentar os sintomas da Síndrome de Tourette do que as meninas. Hoje, sua prevalência é de seis casos a cada mil crianças.

Quais os sinais e sintomas da Síndrome de Tourette?

Tiques vocais simples

  • Pigarro;
  • Tosse;
  • Cuspe;
  • Latido;
  • Sibilo;
  • Sucção;
  • Estalo;
  • Fungada;
  • Grunhido

Tiques motores simples

  • Piscada de olhos;
  • Encolhida de ombros;
  • Palmas;
  • Esticada do pescoço;
  • Movimentos da boca;
  • Movimentos da cabeça;
  • Movimentos dos braços ou pernas;
  • Caretas.

Tiques vocais complexos

  • Repetição de palavras ou frases ditas por outros;
  • Repetição rápida das próprias palavras ou frases;
  • Expressão compulsiva de palavras ou frases obscenas.

Tiques motores complexos

  • Gestos faciais;
  • Posturas diferentes com duração longa;
  • Arremesso;
  • Toque em objetos ou pessoas;
  • Imitação estereotipada dos movimentos;
  • Gestos obscenos.

O que é o TDAH e quais os sinais sintomas mais frequentes?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um distúrbio do neurodesenvolvimento. É muito comum em crianças e geralmente é diagnosticado pela primeira vez na infância e dura até a idade adulta. Os sinais e sintomas mais característicos do TDAH são os seguintes:

  • Dificuldade em manter a atenção;
  • Esquecer ou perder as coisas frequentemente;
  • Inquietação;
  • Falar em excesso;
  • Cometer erros descuidados;
  • Ter comportamentos impulsivos, com riscos desnecessários;
  • Ter dificuldade em manter-se organizado
  • Falta de concentração;
  • Dificuldade em se relacionar com os outros.

Quais os prejuízos da associação entre TDAH e Síndrome de Tourette?

Assim como a Síndrome de Tourette, o início dos sinais do TDAH ocorre entre quatro e cinco anos de idade, de modo que uma pessoa que possui as duas condições associadas encontra neste período da vida a manifestação de todos os sintomas, o que pode prejudicar o desempenho escolar e social da criança, dentro de casa, no colégio e entre amigos.

Os tiques, no entanto, tendem a aparecer um pouco depois dos sinais do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Por este motivo, acreditou-se, por um tempo, que o tratamento com estimulantes, usado em crianças com TDAH, poderia desencadear os movimentos e vocalizações involuntários. Hoje, sabe-se que os tiques da síndrome de Tourette que aparecem durante o tratamento do TDAH com estimulantes podem ser devidos a um transtorno de tiques de desenvolvimento natural – ou seja, os remédios não os causam, apenas os tornam perceptíveis.

Dessa forma, a associação do TDAH com a síndrome de Tourette faz com que o tratamento seja feito caso a caso, a depender da resposta da pessoa e do equilíbrio dos sinais e sintomas de ambas as condições.

Como é o tratamento para Síndrome de Tourette em combinação com o de TDAH?

Se forem confirmados ambos os diagnósticos, é necessário que o médico responsável faça uma avaliação cuidadosa para encontrar um tratamento multimodal que amenize os sintomas de ambas as condições, sem prejuízos para uma ou para a outra.

Quando uma criança tem TDAH e síndrome de Tourette, o profissional de saúde avalia quais sintomas estão causando mais dificuldades para a criança e a condição que está causando mais sofrimento ou prejuízo é tratada primeiro. Por isso, em geral, o TDAH é a prioridade de tratamento.

A síndrome, então, passa a ser tratada depois que a primeira condição começa a melhorar. Às vezes, o tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode aliviar o estresse e melhorar a atenção, o que consequentemente pode fortalecer a capacidade da criança de controlar seus tiques.

Em geral, os tratamentos podem ser feitos em três frentes:

Medicação – a escolha do medicamento apropriado depende da gravidade das deficiências causadas por ambas as condições. Recomenda-se começar o tratamento do TDAH com um agente não estimulante, pois ele é eficaz no alívio dos sintomas dos tiques e do transtorno de atenção.

  • Se a síndrome de Tourette não for grave, mas o TDAH for incapacitante, deve-se considerar a opção de tratar o transtorno com um estimulante;
  • Embora não haja evidências científicas de que os estimulantes aumentem os tiques em crianças com síndrome de Tourette, algumas podem experimentar um aumento temporário quando os estimulantes são iniciados ou as doses são aumentadas.

Terapia comportamental – além de acolher a criança, a terapia também pode ensinar a gerenciar o estresse e a ansiedade e são muito úteis para quem tem TDAH. Já em relação à síndrome de Tourette, ajuda a pessoa a compreender os gatilhos dos tiques e saber como evitá-los, aprender a organizar a rotina para evitar estes reforços a tiques, entender maneiras para relaxar e para manter a atenção plena.

Envolvimento e preparação de familiares e responsáveis – a capacitação dos pais e responsáveis em gerenciamento de comportamento foca na comunicação positiva, no estabelecimento de rotinas e no fortalecimento de estruturas de apoio. O terapeuta também pode ajudar os pais no processo para melhor apoiar as necessidades específicas de seus filhos.

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Referências


Criança com TDAH na escola.

Adaptação da criança com TDAH na escola

No Brasil, cerca de 7,6% das crianças e adolescentes têm diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Com sintomas como a incapacidade de prestar atenção, a dificuldade em ficar parado e a falta de controle de seus impulsos, crianças com TDAH, geralmente, têm o desempenho escolar prejudicado. Embora experienciem mais obstáculos, com o apoio familiar e escolar é possível facilitar alguns caminhos. Então, continue a leitura para saber:

Qual o impacto dos sintomas do TDAH durante o período escolar?

As crianças e adolescentes com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade apresentam características muito marcantes que acabam por influenciar sua rotina, seja em casa ou em outro ambiente que conviva. Na escola, os comportamentos que mais afetam o desempenho de quem tem TDAH são:

  • Dificuldade de manter atenção do início ao fim da aula;
  • Distrai-se com facilidade e frequência do que o professor está falando;
  • Mesmo parado durante as aulas, a criança fica com a mente vagando muitas vezes;
  • A agitação e necessidade de se mover;
  • Pouca vontade e paciência para estudar e fazer deveres.

Geralmente, os sintomas da hiperatividade acometem mais os meninos, enquanto as meninas tendem a apresentar mais sinais de desatenção – mesmo quietas durante as aulas, são pouco participativas. Em ambos os casos, o aproveitamento escolar é prejudicado e as informações são pouco assimiladas, o que prejudica também o desenvolvimento da criança.

Devido a essas características, crianças e jovens com TDAH geralmente são taxados como bagunceiros, preguiçosos e maus alunos. Além do estigma, há também a frustração de não acompanhar os progressos de sua turma escolar.

No entanto, os sintomas apresentam melhora significativa após o início do tratamento para TDAH, de forma que a pessoa consegue se concentrar por mais tempo, fica mais disposta a cumprir com as atividades que considera monótonas e, assim, o rendimento escolar atinge parâmetros melhores.

Neste processo, as escolas, professores, pais e responsáveis exercem papel essencial de fazer o que é preciso para a criança e o adolescente encontrar espaço para desenvolver seu potencial.

O que a legislação brasileira determina sobre o suporte às crianças com TDAH nas escolas?

Em 2021, o governo brasileiro aprovou a Lei Nº 14.254, que estabelece como função do poder público o desenvolvimento e a manutenção de um programa de acompanhamento integral para educandos com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e outros transtornos de aprendizagem. Dessa forma, escolas da educação básica (ensino infantil, fundamental e médio) em redes públicas e privadas no Brasil devem oferecer:

  • Cuidado e proteção aos alunos com TDAH;
  • Acompanhamento específico direcionado às dificuldades dos alunos com TDAH;
  • Formação e capacitação continuada sobre TDAH aos professores e educadores;
  • Acesso à informação para que professores e educadores possam identificar precocemente sinais relacionados ao TDAH.

Para isso acontecer, a Lei também estabelece que as instituições de ensino devem contar com o apoio de:

  • Redes de proteção social existentes no território, de natureza governamental ou não governamental;
  • Instituições e profissionais da área de saúde;
  • Instituições e profissionais de assistência social;
  • Outras políticas públicas existentes no território.

Dessa forma, a intervenção terapêutica deve ser realizada com metas de acompanhamento multidisciplinar, envolvendo familiares, educadores, assistentes sociais e profissionais da saúde.

O que as escolas e professores podem fazer para auxiliar crianças com TDAH?

Adaptações básicas

  1. Oferecer tempo extra em provas;
  2. Dar opções para o aluno demonstrar conhecimento da forma que lhe for melhor (por exemplo, deixe o aluno escolher entre trabalho escrito, relatório oral, ditado das respostas para alguém escrever, questionário online ou projeto prático);
  3. Certificar-se de que as tarefas não sejam longas e repetitivas. Tarefas mais curtas que fornecem um pequeno desafio sem serem muito difíceis podem funcionar bem;
  4. Oferecer instruções adaptadas à criança, com muitos exemplos práticos;
  5. Usar a tecnologia para auxiliar nas tarefas;
  6. Permitir pausas durante as aulas com tempo para se movimentar;
  7. Oferecer ajuda extra para o aluno se manter organizado – guias, gravações das aulas, pasta de tarefas, etc;
  8. Dar oportunidade da criança trabalhar em grupos pequenos;
  9. Envolver o conselheiro escolar ou psicólogo.

Ajustes no ambiente

  1. Deixar o aluno com TDAH sentar à frente, próximo ao professor;
  2. Minimizar as distrações na sala de aula;
  3. Auxiliar a organização em pastas e cadernos com divisões e cores diferentes;
  4. Limitar a quantidade de materiais sobre a mesa da criança.

Ajustes na comunicação

  1. Manter contato visual com a criança, com proximidade física;
  2. Deixar as tarefas claras – verifique com o aluno se ele entendeu o que precisa fazer;
  3. Deixar a criança confortável para participar verbalmente da aula;
  4. Observar e conversar com o aluno sobre o que o ajuda ou o distrai;
  5. Deixar claro para a criança quais as expectativas e as consequências de comportamentos na escola;
  6. Dar feedback frequente e demonstre que está prestando atenção ao comportamento positivo da criança;
  7. Ser sensível à influência do TDAH nas emoções, como problemas de autoestima ou dificuldade em regular os sentimentos;
  8. Fornecer avisos extras antes de transições e mudanças nas rotinas;
  9. Deixar bilhetes com as datas em que devem ser entregues trabalhos;
  10. Estabelecer comunicação diária ou semanalmente com os pais para reportar o comportamento da criança e se os trabalhos estão sendo feitos;
  11. Conversar com outros professores para reforçar pontos positivos e o que é preocupante em relação à criança;
  12. Deixar claro para a criança que a escola está ali para ajudá-la.

Qual o papel da família na aprendizagem de crianças com TDAH?

  • Entender o diagnóstico da criança e como isso afeta sua educação e socialização;
  • Saber os direitos garantidos às crianças com TDAH;
  • Manter contato próximo com profissionais da saúde e professores da criança;
  • Manter um bom relacionamento com a escola enquanto é um forte defensor da criança;
  • Manter registros cuidadosos, incluindo documentação escrita, comunicação entre casa e escola, relatórios de progresso e avaliações;
  • Incentivar a criança todos os dias;
  • Oferecer feedback positivo quando a criança apresentar melhoria de comportamento;
  • Trabalhar junto à criança para criar um sistema de ajuda com a lição de casa e outros projetos escolares;
  • Auxiliar na manutenção da rotina da criança;
  • Comunicar toda vez que houver mudança na rotina;
  • Deixar a criança confortável para ser quem é, sem receios de comportamentos.

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Referências

Criança com TDAH toca bateria em sessão de musicoterapia - Cellera Farma.

A musicoterapia pode ser usada como tratamento alternativo para TDAH na primeira infância?

Entre 3% e 5% das crianças da população mundial tem diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Um dos tratamentos alternativos que podem ajudar a tornar os sintomas mais brandos é a musicoterapia, que pode melhorar as habilidades sociais, agressividade e impulsividade, inclusive na primeira infância. Continue a leitura para saber:

O que é a primeira infância e quais são os sinais e sintomas de TDAH nessa fase da vida?

O período que de vida que tem início no nascimento e vai até os seis anos de idade é chamado de primeira infância. Nos primeiros anos de vida, a arquitetura do cérebro começa a se formar e são desenvolvidas as áreas relacionadas com aprendizagem, caráter e personalidade. O que se vive na primeira infância, inclusive na barriga da mãe, vai afetar o tipo de adulto que a pessoa vai ser no futuro, sendo uma chance de ela explorar todo o seu potencial.

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio que afeta justamente o neurodesenvolvimento. Geralmente, começa na infância e pode persistir na idade adulta, sendo caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade – o que prejudica o aprendizado, a qualidade de vida, e as relações interpessoais. O transtorno pode três divisões, que são: tipo desatento, tipo hiperativo-impulsivo e o tipo combinado, que mescla as manifestações dos dois anteriores. Os sinais e sintomas mais característicos de cada são os seguintes:

Tipo desatento

  • Não dá atenção aos detalhes ou comete erros por descuido;
  • Tem dificuldade em manter a atenção;
  • Parece que não ouve;
  • Tem dificuldade em seguir instruções;
  • Tem dificuldade com organização;
  • Não gosta ou evita tarefas que exigem muito raciocínio;
  • Perde coisas;
  • É esquecido;
  • Distrai-se com facilidade.

Tipo hiperativo impulsivo

  • Não consegue ficar parado, mexendo mãos ou pés deforma frequente ou se contorcendo na cadeira;
  • Tem dificuldade em permanecer sentado;
  • Corre ou sobe em coisas excessivamente;
  • Fala excessivamente;
  • Interrompe ou se intromete nas conversas;
  • Responde antes que as perguntas sejam concluídas;
  • Tem dificuldade em ficar em silêncio durante atividades;
  • Tem dificuldade em esperar ou revezar com outros em atividades.

Tipo combinado

  • Tem os sinais e sintomas listados no tipo desatento e no tipo hiperativo-impulsivo;
  • As manifestações podem mudar com o tempo, à medida que as crianças envelhecem.

Como os sintomas do TDAH podem afetar as pessoas na primeira infância?

O TDAH pode ter um impacto significativo em várias áreas da vida da criança, inclusive no aprendizado por conta da dificuldade em se manter concentrado, pela inquietação e pela impulsividade. O que também aumenta as chances de ter problemas de relacionamento com colegas e maior risco de lesões dificuldades quando for para a creche e, mais tarde, para a escola. Algumas das maneiras que os sintomas de TDAH afetam a criança na primeira infância e nas fases subsequentes são as seguintes:

Desatenção – crianças com TDAH podem ter dificuldade em manter o foco e a atenção, dificultando a concentração. Por acharem difícil seguir regras, concluir afazeres e manter a organização, podem perder informações importantes ou cometer erros por descuido.

Hiperatividade torna difícil para as crianças permanecerem quietas e atentas por conta da necessidade de ficar em constante de movimento. Isso pode dificultar a concentração em tarefas que exijam esforço mental por muito tempo e, mais tarde, prejudicar o desempenho escolar.

Impulsividade – essa característica pode levar crianças a agirem sem pensar, resultando em decisões impulsivas, como dar respostas sem aguardar sua vez, interromper os outros ou se apressar para terminar tarefas sem prestar atenção aos detalhes.

Dificuldade com organização e gerenciamento do tempo o transtorno pode tornar difícil para crianças conseguir manter a organização e priorizar tarefas importantes, assim como respeitar prazos e gerenciar o tempo para realizar tarefas.

Problemas em reter informações – o transtorno pode afetar a capacidade de lembrar informações, seguir instruções e fazer conexões entre diferentes conceitos.

O que é musicoterapia?

A musicoterapia é uma abordagem terapêutica que usa a música como forma de tratar problemas relacionados às necessidades físicas, emocionais, cognitivas e sociais. Esse tipo de terapia é ministrado por musicoterapeutas treinados, com muito conhecimento das técnicas de música e terapia.

A música é utilizada como uma ferramenta para apoiar e facilitar o processo terapêutico, envolvendo ouvir canções, compor, cantar, tocar instrumentos e se envolver em atividades musicais. Entre os benefícios que a musicoterapia pode proporcionar em diferentes fases da vida, inclusive na primeira infância, estão:

  • Facilidade em expressar emoções;
  • Estimulação cognitiva;
  • Reabilitação física;
  • Redução do estresse;
  • Melhoria na interação social e na comunicação.

Como funciona a musicoterapia?

A musicoterapia utiliza intervenções musicais para atingir objetivos terapêuticos e promover o bem-estar geral. A prática é estruturada da seguinte forma:

Avaliação – o musicoterapeuta começa avaliando a criança para entender as necessidades, pontos fortes e desafios do indivíduo. Esse processo costuma envolver conversas, observações e avaliações estruturadas para coletar informações relevantes.

Estabelecimento de metas – com base na avaliação, o musicoterapeuta estabelece metas terapêuticas que podem incluir expressão emocional, estimulação cognitiva, reabilitação física, interação social ou outros objetivos específicos.

Plano de intervenção – as intervenções propostas pelo musicoterapeuta são adaptadas aos objetivos, preferências e necessidades terapêuticas de cada criança. As atividades a serem usadas nas sessões podem incluir apenas uma ação, como tocar instrumentos musicais, ou uma combinação de vários elementos.

Relação de confiança – o musicoterapeuta estabelece uma relação terapêutica com a criança, proporcionando um espaço seguro, de apoio e sem julgamento para exploração das habilidades e crescimento. O profissional facilita discussões, reflexões e percepções relacionadas com as experiências musicais, ajudando o paciente a processar emoções, desenvolver autoconsciência e estratégias de enfrentamento para as dificuldades trazidas pelo TDAH.

Monitoramento do progresso – ao longo das sessões, o musicoterapeuta avalia e monitora o progresso da criança para que sejam feitos ajustes no plano de tratamento com base na evolução das necessidades e objetivos.

Quais são os efeitos da musicoterapia como tratamento alternativo para o TDAH?

A musicoterapia pode ter vários efeitos positivos como tratamento alternativo para o TDAH, embora não seja uma solução autônoma e deve ser combinada com outras formas de amenizar os sinais e sintomas provocados pelo transtorno. Alguns dos efeitos são:

Foco e atenção aprimorados – atividades como tocar um instrumento ou participar de exercícios rítmicos ajudam crianças com TDAH a se concentrar e reduzir as distrações.

Emoções reguladas – a musicoterapia fornece uma saída criativa e expressiva para crianças com TDAH canalizarem e regularem suas emoções, evocar respostas emocionais específicas e ajudar a entender e administrar sentimentos.

Melhora da função cognitiva – atividades que envolvem ritmo, tempo e coordenação ajudam nessa função do sistema nervoso.

Desenvolvimento de habilidades sociais – envolvimento em atividades em grupo permitem executar a escuta ativa, comunicação, cooperação e trabalho em equipe.

Redução do estresse – exercícios de relaxamento, imaginação guiada com música e escuta de canções calmas.

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Membro da família com problemas familiares segurando a mão de uma criança com TDAH

Problemas familiares podem agravar o TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos mais comuns na infância. Ele provoca níveis de desatenção, atividade e impulsividade além do normal, o que pode tornar o relacionamento dos pais com os filhos que têm TDAH um desafio. Mas será que a forma como os pais ou responsáveis lidam com crianças nessa situação pode influenciar na gravidade dos sinais e sintomas do transtorno? Continue a leitura para saber:

Quais são os sinais e sintomas de TDAH em crianças e em adolescentes?

Os sinais e sintomas de TDAH podem ser divididos em duas categorias comportamentais, que são a desatenção – ou seja, a dificuldade de concentração e foco – e a hiperatividade com impulsividade. O transtorno pode se manifestar com as características das duas categorias ou de uma só, sendo mais comum que as meninas tenham só sinais e sintomas de desatenção.

Principais sinais e sintomas de desatenção em crianças e adolescentes:

  • Ter dificuldade em organizar tarefas;
  • Conseguir manter a atenção só por um período curto e distrair-se facilmente;
  • Não conseguir se dedicar a tarefas tediosas ou demoradas;
  • Cometer erros por descuido;
  • Parecer esquecido ou perder coisas;
  • Parecer que não consegue ouvir ou executar instruções;
  • Mudar constantemente de atividades ou tarefas.

Principais sinais e sintomas de hiperatividade e impulsividade em crianças e adolescentes:

  • Estar constantemente inquieto;
  • Ser incapaz de ficar parado, movimentando-se excessivamente;
  • Conversar excessivamente;
  • Interromper conversas;
  • Ser incapaz de esperar a sua vez;
  • Ser incapaz de se concentrar em tarefas;
  • Agir sem pensar;
  • Ter pouca ou nenhuma noção de perigo.

Comportamento dos pais pode agravar sinais e sintomas de TDAH?

Embora ainda não se saiba exatamente quais são as causas do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, existem alguns fatores que aumentam o risco de os sinais e sintomas de TDAH se agravarem, como alguns estilos parentais, ou seja, determinadas formas como os pais ou responsáveis se relacionam e cuidam de crianças e adolescentes. Esses estilos parentais, são os seguintes:

Estilo parental autoritário – pais autoritários têm uma tendência a adotar uma atitude firme para forçar os filhos a obedecer. Eles agem de forma rígida, impõem regras, não encorajam o diálogo, limitam a capacidade de autorregulação dos filhos e têm uma propensão a não atender às necessidades emocionais deles. É um estilo parental controlador, frustrante e punitivo, que pode causar nos filhos níveis altos de medo, raiva e retraimento social. O estilo parental autoritário aumenta o risco de as crianças e adolescentes desenvolverem:

  • Agravamento de manifestações do TDAH, como dificuldade de concentração, foco e autorregulação, incapacidade de ficar parado e impulsividade;
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Uso abusivo de substâncias.

Estilo parental permissivo – pais permissivos tendem a não reconhecer ou corrigir maus comportamentos, pois têm dificuldade de impor limites e fazer exigências e não são claros em relação às expectativas que têm. O estilo parental permissivo, também chamado de indulgente, se caracteriza pela falta de engajamento na vida dos filhos e de interesse em oferecer assistência emocional, além de evitação de conflitos. A negligência compromete o desenvolvimento psicológico, prejudica a competência social e aumenta o risco de as crianças e adolescentes apresentarem:

  • Agravamento de manifestações do TDAH, como dificuldade de concentração, foco e autorregulação, incapacidade de ficar parado e impulsividade;
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Somatizações;
  • Comportamento agressivo;
  • Uso de drogas ilícitas.

Quadro de TDAH do filho pode ser agravado se a mãe ou pai também tiver o transtorno?

Os problemas de TDAH dos pais aumentam o risco dos filhos que também têm o transtorno apresentarem um quadro mais grave, influenciando no curso ou na persistência do TDAH neles. Além disso, o nível de conflitos familiares pode ser maior e os pais nessa condição podem ter um papel mais desafiador em garantir a saúde e a segurança dos filhos e em prepará-los para a vida. Ou seja, a parentalidade pode ser afetada em diversos aspectos.

Um estudo da European Child & Adolescent Psychiatry publicado em 2013 associou o TDAH materno a um aumento na gravidade dos sintomas de conduta nos filhos que também tinham o transtorno e a uma propensão maior de eles terem diagnóstico de transtorno de conduta, que é quando a criança tem comportamento antissocial, desrespeitando normas e regras sociais básicas frequentemente.

O estudo mostrou níveis mais altos de conflito e de falta de coesão em famílias do grupo de TDAH materno. Já nas famílias do grupo de TDAH paterno, não foram detectadas evidências de níveis altos de conflito e foram encontradas associações de uma melhor coesão. Vale ressaltar que não foi descrito no estudo o estilo comportamental da família no que diz respeito à divisão de tarefas, personalidades dos integrantes e afins.

A forma como os pais lidam com os filhos que têm TDAH influi na gravidade do transtorno?

Além de ser um fator de risco para o surgimento do TDAH nas crianças, o estilo parental pode ter impacto também no curso do transtorno, agravando sinais e sintomas. Mas, independentemente do estilo parental, determinadas atitudes dos pais ou responsáveis – como discriminação, disciplina inconsistente ou severa e superproteção – podem provocar um aumento nos problemas comportamentais e emocionais das crianças com TDAH.

Além disso, devido aos comportamentos que o TDAH provoca nas crianças, os pais delas podem ser menos envolventes e calorosos, ser mais agressivos verbalmente e adotar medidas disciplinares para ações que julguem ser problemáticas. O que faz com que os filhos respondam negativamente e, assim, seja criado um processo bidirecional que pode afetar negativamente os resultados amplos da criança e do adolescente com TDAH.

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Médica do SUS acompanha menino com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, o TDAH

Qual o papel do SUS no tratamento do TDAH?

No Brasil, cerca de 7,6% das crianças e adolescentes têm diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Em adultos com idade entre 18 e 44 anos, esse número cai para 5,2%, entretanto, em pessoas com mais de 44 anos, a prevalência é de 6,1%. Em julho 2022, o Ministério da Saúde aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do TDAH, documento que padroniza e orienta os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento desses pacientes na rede pública. Mas você sabe o que o SUS oferece? Continue a leitura para saber:

Quais as diretrizes do Protocolo Clínico para TDAH do Ministério da Saúde?

São critérios que guiam os profissionais de saúde no diagnóstico de TDAH, para orientar no diagnóstico e no tratamento, acompanhando a evolução do quadro do paciente. As diretrizes são formuladas com base em evidências científicas e rigorosos parâmetros de qualidade divididos em três momentos da jornada do paciente.

  1. Diretrizes para diagnóstico do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade

Por seus sintomas se confundirem com os de outras condições e também com algumas características normais de desenvolvimento de uma criança, o diagnóstico do TDAH é complexo. Além disso, a falta de confirmação do transtorno ou um diagnóstico que esteja equivocado podem trazer consequências à pessoa. Por isso, o Ministério da Saúde estabelece as seguintes diretrizes:

  • A confirmação do diagnóstico pode ser baseada em 18 sintomas que indicam desatenção excessiva, hiperatividade e impulsividade;
  • Os comportamentos que evidenciam esses sintomas devem ser observados em várias situações durante, pelo menos, seis meses;
  • Os danos provocados por esses comportamentos à sociabilidade e/ou ao desempenho escolar devem ser evidentes;
  • Caso uma criança ou adulto apresente estes sintomas e exista a suspeita de TDAH, os profissionais de saúde devem realizar uma avaliação clínica e psicossocial completa;
  • Em ambas as avaliações, é necessário que uma equipe multidisciplinar esteja envolvida;
  • As informações e relatos de familiares, responsáveis, educadores e cuidadores são essenciais para a definição do diagnóstico, por isso, devem ser consideradas;
  • Além disso, os pontos de vista da pessoa com TDAH também devem ser considerados;
  • O diagnóstico deve ser realizado por um psiquiatra, um pediatra, um neurologista ou um neuropediatra.
  • Diretrizes para tratamento do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade

O Ministério da Saúde indica a intervenção multimodal, ou seja, tratamentos combinados, enfatizando aquele que não envolve medicamentos. Dessa forma, incluiu nas diretrizes:

  • Orientar a pessoa com TDAH sobre os estigmas do transtorno e auxiliá-la na compreensão dos sintomas e explicar os desafios;
  • A terapia cognitiva comportamental, por meio do acompanhamento de um psicólogo que utilize essa abordagem.
  • O apoio educacional de profissionais para melhorar o desempenho escolar, com metas específicas e atingíveis, como maior seguimento de regras e melhora das notas do colégio;
  • O apoio familiar, considerando também as necessidades dos pais, mães e/ou responsáveis pelos cuidados da pessoa com TDAH;
  • Hábitos alimentares saudáveis, que promovam a ingestão de ferro, zinco e ácidos graxos (nutrientes com efeitos protetores) e evitam o consumo de corantes alimentares, açúcar e conservantes (substâncias que podem causar efeitos adversos nas pessoas com TDAH);
  • A obrigatoriedade de deixar quem tem TDAH e os familiares cientes dos potenciais riscos e efeitos colaterais relacionados ao uso de medicamentos.
  • Diretrizes para acompanhamento do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade

O Ministério da Saúde considera que o monitoramento continuo garante que o tratamento do paciente seja adequado aos sintomas atuais e às suas circunstâncias familiares, sociais e culturais. Por isso, estabelece as seguintes diretrizes:

  • A frequência do tratamento não medicamentoso (como o atendimento psicológico, a orientação aos pais e o apoio escolar) deve ser semanal, ao menos de início;
  • As consultas com os médicos responsáveis devem acontecer em intervalos de, no máximo, 30 dias, período que pode ser prolongado se o caso tiver boa evolução;
  • Para avaliar a resposta ao tratamento, podem ser usados alguns questionários;
  • O acompanhamento deve ser feito não apenas nos serviços de saúde, mas também com o apoio educacional e familiar. Dessa forma, envolve uma equipe multidisciplinar, que pode ter psiquiatra, médico de família e comunidade, psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo e assistente social.

Essas diretrizes são importantes porque:

  • Identificar a doença no estágio inicial e iniciar o acompanhamento de maneira ágil é essencial para um tratamento eficiente;
  • Grande parte dos estigmas do TDAH vem da incerteza das pessoas quanto à validade de um diagnóstico;
  • Há cada vez mais demanda de pessoas com TDAH por serviços de saúde mental.

O que é oferecido pelo SUS para diagnóstico de pessoas com TDAH?

O SUS busca articular o atendimento e acompanhamento de pessoas com TDAH nos níveis federal, estadual e municipal. Por isso, instituiu a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que prevê̂ a criação, a ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental, especialmente em nível estadual. A RAPS conta com a Equipe Multiprofissional de Atenção Especializada em Saúde Mental.

A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada para o diagnóstico do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. Ela diz respeito às Unidades Básicas de Saúde (UBS) e à Equipe de Saúde da Família (ESF e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), lugares onde as pessoas são acolhidas por profissionais da saúde para atendimento e encaminhamento para especialistas.

Como o SUS deve seguir as diretrizes implementadas pelo Ministério da Saúde, deve também fornecer profissionais especializados em atendimento e diagnóstico de TDAH. Além disso, o Sistema Único de Saúde deve trabalhar em conjunto com as equipes de assistência social locais e, se for o caso, com as escolas públicas.

O que é oferecido pelo SUS para tratamento de pessoas com TDAH?

Além do acompanhamento na Atenção Primária, em conjunto com as escolas e assistência social, o SUS oferece os Centros de Atenção Psicossocial, locais onde adultos, crianças e adolescentes com TDAH recebem cuidados de saúde mental. Eles contam com uma equipe multidisciplinar e podem oferecer:

  • Sessões de psicoterapia;
  • Oficinas terapêuticas em grupo;
  • Oficinas de expressão;
  • Oficinas culturais;
  • Atividades esportivas;
  • Atividades de suporte social;
  • Grupos de leitura e debate;
  • Atendimento para a família, tanto para o grupo familiar quanto o atendimento individualizado para familiares.

Referências


arteterapia para quem tem tdah

A arteterapia pode ajudar no tratamento do TDAH?

A arteterapia é uma terapia alternativa que pode ajudar crianças e adultos com TDAH a aprimorar suas habilidades, foco e comunicação e, assim, melhorar o dia a dia de quem convive com o transtorno, que, no Brasil, afeta cerca de 7,6% das crianças e adolescentes. Então, continue a leitura para saber:

O que é arteterapia no TDAH?

A arteterapia é uma prática que combina a terapia convencional de fala com artes visuais para ajudar pessoas com TDAH ou outros transtornos do sistema nervoso a melhorar a saúde psicológica, habilidades cognitivas e motoras. O exercício combina a expressão verbal e não-verbalpara a obtenção de melhores resultados.

Durante a arteterapia, os pacientes criam as próprias obras de arte. Essa forma de tratamento se baseia na premissa que a arte ajuda a expressar emoções que às vezes são difíceis de expressar em palavras. A arteterapia pode envolver:

  • Pintura;
  • Colagem;
  • Esculturas;
  • Fotografia;
  • Artes digitais;
  • Trabalhos têxteis.

Como funciona a arteterapia?

A arteterapia estimula diferentes áreas do cérebro. As experiências sensoriais que os pacientes sentem durante a prática, que envolvem toque, movimento, imagens e sons, acessam partes primitivas da nossa cabeça.

Algumas das práticas mais usadas durante a arteterapia são:

  • Argila – trabalhar com argila molhada usa habilidades motoras grossas e acessa o cerebelo, liberando a tensão e despertando os sentidos;
  • Pintura – ajuda a regular as emoções e as habilidades motoras grossas. A tinta é um material fluido que pode ser mais difícil de controlar, assim como os sentimentos, e traz a sensação de satisfação ao ser manipulada com um pincel ou com as próprias mãos;
  • Desenho – estimula o processo criativo e a habilidade de planejamento do cérebro.

Quais são os benefícios da arteterapia?

A arteterapia traz uma série de benefícios para as pessoas que a praticam, como:

  • Capacidade de com problemas emocionais;
  • Desenvolvimento das habilidades interpessoais;
  • Controle melhor o comportamento;
  • Redução o nível de estresse no corpo;
  • Aumento da autoestima;
  • Melhor habilidade de lidar com os sintomas do TDAH;
  • Redução da depressão;
  • Alívio de emoções, crises ou traumas avassaladores;
  • Aumento da sensação de bem-estar.

Como a arteterapia pode ajudar pessoas com TDAH?

A prática pode ajudar pessoas com TDAH a melhorar vários pontos de sua rotina que, muitas vezes, são prejudicados pelos sintomas do transtorno, por exemplo:

Autoexpressão – para pessoas com dificuldades de aprendizagem e outros problemas trazidos pelo TDAH, a arteterapia oferece uma oportunidade de se expressar de outra forma além da verbal.

Aumento da autoconfiança – a arteterapia oferece uma maneira criativa e agradável de se comunicar sem restrições, sem preocupações de ser julgado, pois não existe erros no processo de criar arte. A prática pode ajudar a dar uma sensação de realização e aumenta a autoconfiança em quem lida com os sintomas do TDAH.

Resolução de problemas – os processos criativos exigem que os pacientes lidem com os problemas durante a criação da arte, uma habilidade importante que pode ser melhorado, pois, muitas vezes, pessoas com TDAH sofrem de sintomas de distúrbio da função executiva.

Melhora na aprendizagem e relações interpessoais – crianças com TDAH apresentam dificuldades para aprender, o que afeta o desempenho escolar e prejudica a habilidade social de se enturmar com os colegas. A arteterapia é uma ferramenta que fornece uma nova abordagem para a comunicação e expressão de emoções, além de estimular novas partes do cérebro.

Aumento da dopamina no cérebro – o cérebro estimulado pela criação de arte produz níveis mais altos de dopamina, que ajuda a melhorar a concentração. Expressar a criatividade por meio da arte também eleva a serotonina e reduz os níveis de estresse.

Como pessoas com TDAH podem praticar a arteterapia?

O processo de fazer arteterapia, seja para crianças ou adultos, deve ser prazeroso e um momento de relaxamento. Veja seis dicas podem ajudar a tornar a prática ainda mais efetiva como parte do tratamento para o TDAH:

  1. Foque no processo – concentre-se em fazer arte, não no produto final. O objetivo não é fazer uma obra perfeita, mas sim aproveitar o processo. Se concentre em como se sente ao pintar, construir, desenhar ou esculpir. Diminua a pressão para produzir algo semelhante ao que outras colegas podem produzir.
  • Fale sobre os sentimentos – se estiver desapontado com a sua arte, tente pensar no que poderia ter sido diferente. Isso ajuda a desenvolver habilidades de resolver problemas e tentar novamente.
  • Torne a arteterapia parte da rotina – o processo de criar arte inspira entusiasmo e aumenta o foco, mas manter uma rotina também é fundamental para controlar o comportamento impulsivo causado pelo TDAH. Organize sua agenda para que a arteterapia seja uma das tarefas do dia a dia para que se torne efetivamente parte do tratamento contra o transtorno.
  • Comece de forma simples – inicie a arteterapia com projetos que tenham poucas etapas antes de avançar em projetos mais difíceis. Isso aumentará o foco e as chances de concluir a tarefa.
  • Utilize cores – colorir é uma atividade relaxante para crianças e adultos. Lembre-se de como foi uma atividade prazerosa para você na infância.
  • Faça pausas e se movimente – se levante e faça movimentos para queimar o excesso de energia causado pela hiperatividade. Isso ajuda a se livrar do tédio caso você passe muitas horas em apenas um projeto.

Referências

 

Direitos de quem tem TDAH

Quais são os direitos de quem tem TDAH?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, comumente conhecido como TDAH, afeta cerca de 3% a 8% das crianças e adolescentes da população mundial. Estima-se que 2,5% a 3% continuam a manifestar o transtorno na vida adulta. No Brasil, o TDAH atinge cerca de dois milhões de adultos. Nos últimos anos, as pessoas com TDAH conquistaram direitos que permitiram acesso à saúde, à educação, ao mercado de trabalho e inclusão social. Continue a leitura e saiba o que a Lei estipula sobre os seguintes aspectos:

Direitos de quem tem TDAH no acesso à saúde

Diagnóstico precoce – -é garantido pela Lei n.º 4.324 a avaliação do desenvolvimento infantil por equipe multiprofissional do Sistema Único de Saúde (SUS), buscando identificar sinais possíveis do TDAH. Os critérios de avaliação, diagnóstico e acompanhamento são estipulados pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade , aprovado em julho de 2022.

Acompanhamento com equipe multidisciplinar – ainda sob a Lei nº 4.324,se confirmado o diagnóstico de TDAH depois da avaliação pelos profissionais de saúde, a criança tem direito a começar o tratamento imediato na rede pública de saúde mais próxima à residência. Além disso, deve ser disponibilizado à família um atendimento psicológico, com orientações sobre o TDAH, para o acompanhamento conjunto. O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do TDAH prevê que o tratamento inclui equipe multidisciplinar, que pode envolver:

  • Médico Psiquiatra;
  • Médico da família e comunidade;
  • Psicólogo;
  • Fonoaudiólogo;
  • Psicopedagogo;
  • Assistente social.

Acesso a medicamentos – a Lei nº 2.630, de novembro de 2021, instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O documento engloba e faz substitutivos a algumas outras leis que garantem direitos às pessoas com TDAH. Um exemplo, é o substitutivo à Lei nº 4.324, ao incorporar o acesso gratuito a medicamentos para o tratamento do TDAH. No entanto, apesar de aprovada, a Política Nacional ainda está em fase de tramitação e ainda precisa passar por algumas comissões para entrar em vigor.

Direitos de quem tem TDAH na educação

Identificação precoce do TDAH e acompanhamento integral – a Lei nº14.254, de novembro de 2021, estipula a identificação precoce de possíveis sinais de TDAH em alunos por parte dos educadores. Caso necessário, a escola deve ser responsável por encaminhar o aluno para diagnóstico e oferecer todo o apoio para o tratamento, seja dentro da escola – com psicólogo, psicopedagogo, entre outros – ou na rede de saúde.

Capacitação de profissionais da educação – para que o cuidado e atenção ao aluno com TDAH seja eficaz, a Lei nº14.254 estipula que as instituições de ensino ofereçam formações continuadas aos educadores sobre os sinais de TDAH e outros transtornos de aprendizagem. Também é necessário capacitar e apoiar os profissionais para os ajustes de abordagem com esses alunos no dia-a-dia.

Professor auxiliar – aLei nº 14.254 também assegura ao aluno com TDAH e/ou outros transtornos de aprendizagem o direito de contar com um professor específico, que deverá ajudá-lo com as necessidades específicas. A responsabilidade em fornecer o profissional é da escola, que pode contar com o apoio da área da saúde, da assistência social ou de outra política pública que exista na região.

Garantia de matrícula em instituições de ensino públicas e privadas – a Política Nacional de Proteção aos Direitos da Pessoa com TDAH estipula queo responsável pela instituição de ensino que recusar a matrícula ou renovação de aluno com TDAH está sujeita a multa de três a 20 salários mínimos. No caso de escola pública, se a recusa se repetir, o servidor público perderá o cargo após comprovada a situação na justiça.

Tempo adicional na resolução de provas – alunos com TDAH e outros transtornos de aprendizado têm o direito a resolver qualquer atividade de avaliação com tempo extra, que deve ser estabelecido de acordo com cada caso. A Lei nº 4.308, de 2021, antes previa o tempo adicional de 40 minutos, para qualquer teste, porém a Política Nacional de Proteção aos Direitos da Pessoa com TDAH apresentou um substitutivo que retira a especificação de tempo.

Direitos de quem tem TDAH no trabalho

A Política Nacional de Proteção aos Direitos da Pessoa com TDAH prevê medidas que assegurem a inclusão e desenvolvimento do profissional com o transtorno. São elas:

Inclusão no mercado de trabalho – empresas com mais de 10 mil funcionários, públicas ou privadas, devem ter profissionais de recursos humanos capacitados para lidar com pessoas com TDAH.

Incentivo ao desenvolvimento profissional – gestores e profissionais de RH devem se engajar no processo de adaptação da pessoa com TDAH à equipe, ao ambiente de trabalho e às tarefas desempenhadas. Ajustes de atividades, ambientes, rotina e treinamentos específicos devem ser aplicados, de acordo com as necessidade e dificuldades do funcionário, antes de se fazer advertências sobre o desempenho profissional.

Direitos e conquistas sociais de quem tem TDAH

Semana Nacional de Conscientização sobre o TDAH – todo dia 1º de agosto é comemorada a Semana Nacional de Conscientização sobre o TDAH, com o objetivo de promover a importância do diagnóstico e tratamento precoce do transtorno. A data entrou em vigor em 2022, com a sanção da Lei nº 14.420.

Plano de saúde – segundo a Política Nacional de Proteção aos Direitos da Pessoa com TDAH, indivíduos com o transtorno não podem ser impedidos de participar de planos privados de saúde em razão da sua condição.

Participação nas políticas públicas – a Política Nacional também tem como diretriz a participação de pessoas com TDAH na formulação, execução e avaliação de políticas públicas.

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Referências

https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2022/20220804_Relatorio_733_PCDT_TDAH.pdf – acessado em 23/02/2023