Como a terapia cognitivo comportamental pode ajudar no tratamento do TDAH?

A terapia cognitivo comportamental envolve o uso de técnicas para enfrentamento dos sintomas do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Ela busca promover mudanças de padrões de pensamentos e comportamentos, assim como o desenvolvimento de habilidades e uma nova visão sobre si mesmo. A abordagem psicoterápica se mostra eficiente para adultos e crianças e em cerca de 12 a 15 sessões já é possível observar melhorias. Para saber mais, confira:

  • O que é o TDAH e como ele afeta a vida das pessoas?
  • O que é a terapia cognitivo comportamental e como ela pode ajudar no tratamento do TDAH?
  • Como funciona a terapia cognitivo comportamental para o TDAH? (princípios, objetivos e técnicas)
  • Que tipo de táticas da terapia cognitivo comportamental podem ajudar pessoas com TDAH?
  • Quais são os benefícios da terapia cognitivo comportamental para as pessoas com TDAH?

O que é o TDAH e como ele afeta a vida das pessoas?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio do neurodesenvolvimento marcado, especialmente, por três características: a desatenção, a impulsividade e a agitação. A disfunção costuma afetar pessoas em todas as idades. No Brasil, cerca de 7,6% das crianças e adolescentes, com idades entre 6 e 17 anos, possuem o diagnóstico. Na faixa dos 18 aos 44 anos, a prevalência é de 5,2% e, acima dessa marca, a estimativa fica em 6,1%.

A maior parte dos diagnósticos ocorre no início da vida escolar, quando as crianças são submetidas a novas responsabilidades e maior autonomia. Nesse contexto ficam evidentes problemas de cognição e instabilidades de humor, características comuns em pessoas com TDAH.

Os sintomas do transtorno podem prejudicar o processo de aprendizagem e, por consequência, o desempenho escolar. São crianças com muita dificuldade em solucionar problemas, planejar, seguir orientações e reter informação. Além disso, estão constantemente em busca de compensações para se sentirem motivadas nos estudos. No caso dos adultos, os prejuízos podem ser ainda maiores como:

 

  • Propensão a comportamentos sexuais de alto risco
  • Instabilidade profissional
  • Abuso de drogas como o álcool
  • Maior probabilidade a acidentes
  • Isolamento Social

 

A disfunção pode estar associada a outros problemas de saúde mentaal, como transtornos de humor, depressão, ansiedade, distúrbios de personalidade e outras condições psicóticas. Esse combo piora ainda mais a qualidade de vida da pessoa com TDAH.

 

O que é a terapia cognitivo comportamental e como ela pode ajudar no tratamento do TDAH?

A terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma modalidade da psicoterapia voltada para mudança de padrões do comportamento e pensamentos. Aborda a visão do paciente sobre si mesmo, suas habilidades e expectativas para o futuro. Nesse sentido, a pessoa é estimulada a entrar em contato com os sentimentos e pensamentos para compreender os gatilhos/motivos dos problemas. A TCC é indicada para o tratamento de diversas condições psíquicas de saúde, como:

  • TDAH;
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Fobias;
  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC);
  • Esquizofrenia;
  • Transtornos bipolares.

As técnicas utilizadas pelos profissionais nesse tipo de terapia ajudam a:

  • Diminuir a ocorrência de sintomas;
  • Tratar problemas psíquicos em que remédios não fazem efeito ou são recomendados;
  • Desenvolver técnicas para lidar com o estresse;
  • Superar traumas emocionais, como violências na infância;
  • Gerenciar sintomas físicos e emocionais;
  • Lidar com perdas;
  • Identificar gatilhos emocionais;
  • Ajudar na comunicação e relacionamento com outras pessoas.

 

Como funciona a terapia cognitivo comportamental para o TDAH?

 

A terapia cognitivo comportamental varia de acordo com o profissional e os principais desafios enfrentados pelo paciente. Nos primeiros encontros, o terapeuta explica as práticas e aprofunda o conhecimento sobre o paciente para, depois, iniciar as táticas necessárias.

 

Nesse modelo de atendimento, as pessoas com TDAH aprendem a rever padrões de pensamento, que geralmente estão automatizados e se baseiam em interpretações equivocadas. A proposta é utilizar técnicas envolvendo:

 

  • Reestruturação cognitiva;
  • Solução de problemas;
  • Diálogo interno;
  • Treino do autocontrole;
  • Autorreforço;
  • Sistema de recompensas;
  • Autoavaliação e monitoramento;
  • Dramatizações;
  • Treinamento de comunicação.

 

Que tipo de táticas da terapia cognitivo comportamental podem ajudar pessoas com TDAH?

 

As sessões de terapia cognitivo comportamental são estruturadas para tratar aspectos específicos e por isso o paciente com TDAH e seu psicoterapeuta costumam focar primeiro no sintoma com a maior repercussão no dia a dia. Para cada problema, existem técnicas específicas, tais como:

 

  • Planejador diário

Montar uma agenda ou planejador será extremamente benéfico para pessoas com TDAH evitarem esquecimentos, aprenderem a gerenciar o tempo e a se organizar. A proposta é inserir todos os compromissos do dia, incluindo as tarefas mais cotidianas, como passear com o cachorro ou ligar para alguém. A ideia é que o planejador funcione como um guia.

 

Para que dê certo, é fundamental conferir as tarefas todos os dias, logo depois de acordar, assim como fazer alterações caso algum compromisso seja desmarcado. Vale levar a agenda para o trabalho ou a escola, a fim de consultá-la sempre que necessário. Nesse sentido, pode ser um planejador virtual, como a agenda do smartphone.

 

  • Dividindo as tarefas

Começar um novo projeto é desafiador e quem possui o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade costuma procrastinar esse tipo de empreitada. Mas, com o auxílio da terapia, o paciente aprende que dividir o projeto em etapas torna a realização mais fácil.

 

Nesse processo, o terapeuta também investiga os motivos de tantos adiamentos, questionado o paciente, por exemplo, sobre: quais pensamentos passam pela mente sobre essa tarefa? O que você sente quando pensa nesta tarefa? A partir das respostas, é possível descobrir gatilhos e reprogramar pensamentos e emoções.

 

  • Longe ou perto do campo de visão

Para evitar distrações, a técnica é muito simples: tirar de vista o que não será usado e deixar aparente o que precisa ser utilizado. Dessa forma, o foco estará voltado ao que realmente precisa ser feito. Nesse sentido, antes de começar a trabalhar ou estudar, é importante observar o espaço para se certificar de que tudo está em ordem e não faltam documentos, cadernos ou livros, por exemplo.

 

  • Matriz de importância da urgência

A ideia é separar as atividades em quatro categorias: importantes; urgentes; não importantes; e não urgentes. A primeira e a última costumam ser mais fáceis, mas as demais se confundem. Isso porque as pessoas com TDAH tendem a esquecer que o “não urgente” significa um prazo maior para execução, mas ainda assim há uma data a ser respeitada.

Quais são os benefícios da terapia cognitivo comportamental para as pessoas com TDAH?

Há diversos benefícios da terapia cognitivo comportamental (TCC) e, entre eles, é possível citar:

  • Melhora do autocontrole;
  • Maior equilíbrio da atenção;
  • Desenvolvimento de habilidades para solucionar problemas;
  • Aumento da autoestima;
  • Melhora da sensibilidade emocional;
  • Diminuição dos atrasos e esquecimentos;
  • Maior noção das prioridades.

Problemas associados ao TDAH, como a depressão e ansiedade, também apresentam melhora a partir das técnicas da TCC. No geral, os resultados aparecem depois de 12 a 15 sessões com duração de uma hora cada. Mesmo após a remissão dos sintomas, é importante seguir com as sessões para manutenção e desenvolvimento de outras habilidades.

Inclusive, nos casos de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em que há também a indicação de tratamento medicamentoso, a TCC é eficaz para os pacientes que resistem aos medicamentos prescritos devido à sensibilidade em relação a componentes da fórmula, por exemplo.

Vale ressaltar que o uso de medicamentos, como psicoestimulantes, são comumente indicados para adultos com TDAH, principalmente, quando outras doenças neurológicas estão associadas. Embora, no Brasil, as diretrizes terapêuticas adotadas na rede pública de saúde foquem somente em terapia cognitivo comportamental, orientação tanto para o paciente quanto para a família dele e hábitos alimentares.

semelhanças e diferenças tea e tdah

Quais as semelhanças e diferenças entre o transtorno do espectro do autismo e o TDAH?

No Brasil, cerca de 7,6% das crianças e adolescentes brasileiros convivem com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, enquanto 10% da população apresenta características do autismo. Ambos apresentam sintomas semelhantes, o que pode dificultar o diagnóstico e comprometer o comportamento, o aprendizado, o desenvolvimento emocional e as habilidades sociais de quem os possui. Então, continue a leitura para saber:

  • O que é o TEA e o que é o TDAH?
  • Quais são as causas e os fatores de risco do TEA e do TDAH?
  • Quais são os sinais e sintomas do TEA e do TDAH?
  • Quais os impactos do diagnóstico tardio de TEA e de TDAH?
  • Como é feito o diagnóstico do TEA e TDAH?

O que é o TEA e o que é o TDAH?

O transtorno do espectro do autismo (TEA) e o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) são duas condições neuropsiquiátricas distintas, mas podem compartilhar algumas características que levam a confusões ou diagnósticos equivocados. A estimativa é que o TEA afete cerca de dois milhões de pessoas no Brasil e que o TDAH afete seis milhões de pessoas.

Transtorno do espectro do autismo (TEA):

  • Compromete a comunicação, interação social, comportamento e habilidades de processamento sensorial;
  • Causa dificuldade na compreensão e na expressão de emoções, padrões de comportamento repetitivos, hipersensibilidade ou hipoatividade sensorial e preferência por rotinas e estruturas;
  • Apresenta três tipos: leve, moderado e grave.

Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH):

  • É um distúrbio neurobiológico caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade comumente diagnosticado na infância e que pode persistir na idade adulta;
  • Causa dificuldade em manter o foco, seguir instruções, organizar tarefas e controlar impulsos, o que pode afetar negativamente as relações interpessoais, o desempenho acadêmico e o profissional;
  • Apresenta três tipos: predominantemente desatento, hiperativo com impulsividade e outro que combina os dois anteriores.

Quais são as causas e os fatores de risco do TEA e do TDAH?

Há muitos fatores diferentes que podem aumentar a probabilidade de uma criança ter TEA, incluindo influências biológicas, genéticas e ambientais. Embora existam poucas informações sobre as causas específicas, alguns agentes que podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno são:

  • Histórico familiar de pessoas com TEA;
  • Certas condições genéticas ou cromossômicas, como síndrome do X frágil ou esclerose tuberosa;
  • Complicações no nascimento;
  • Anormalidades no desenvolvimento cerebral, como alterações na conectividade neuronal e no tamanho do cérebro;
  • Idade dos pais, pois ser filho de pessoas mais velhas pode aumentar a chance de desenvolver TEA.

Assim como no TEA, as causas e fatores de risco de TDAH não são totalmente compreendidas. No entanto, existem vários fatores que estão associados ao desenvolvimento do TDAH:

  • Genética;
  • Diferenças na estrutura e funcionamento do cérebro;
  • Exposição a substâncias tóxicas, como tabaco e álcool, durante a gravidez, bem como complicações durante o parto;
  • Histórico familiar.

Quais são os sinais e sintomas do TEA e do TDAH?

semelhanças e diferenças tea e tdah

Os primeiros sinais do autismo podem ser percebidos pelos pais ou pediatras antes que a criança complete um ano de idade. No entanto, os sintomas geralmente se tornam mais visíveis aos dois ou três anos. Em alguns casos, a deficiência funcional relacionada ao TEA pode ser leve e não aparente até a criança começar a escola. Os sintomas incluem:

  • Dificuldades na comunicação e interação social e problemas para fazer amigos;
  • Uso limitado de gestos e expressões faciais;
  • Padrões de comportamento repetitivos, como balançar o corpo, balançar as mãos, alinhar objetos, ou repetir palavras ou frases;
  • Hipersensibilidade ou hipoatividade sensorial, que pode levar a reações incomuns a estímulos sensoriais, como sons, luzes, texturas ou sabores;
  • Atraso na aquisição da linguagem.

Já os sintomas do TDAH são agrupados em duas categorias principais, que são desatenção e hiperatividade-impulsividade:

  • Dificuldade em prestar atenção a detalhes e em manter o foco em tarefas ou atividades;
  • Problemas em organizar tarefas e atividades, seguir instruções e cumprir prazos;
  • Evitar ou resistir a tarefas que envolvem esforço mental contínuo;
  • Facilidade em ser distraído por estímulos externos;
  • Movimentos frequentes das mãos ou dos pés;
  • Dificuldade em aguardar a vez, interromper outras pessoas ou falar antes de pensar;
  • Dificuldade em controlar impulsos e emoções.

Quais os impactos do diagnóstico tardio de TEA e de TDAH?

O diagnóstico tardio do TDAH e TEA pode ter uma série de impactos significativos na vida de pessoas afetadas, que podem variar dependendo da idade em que o diagnóstico é feito e da intensidade dos sintomas.

  • Atraso na intervenção precoce – o diagnóstico tardio pode levar a um atraso na intervenção e no apoio adequado para crianças com TEA, fundamental para ajudar a desenvolver habilidades sociais, de comunicação e de comportamento;
  • Dificuldades educacionais – crianças com TEA podem enfrentar dificuldades na escola devido à falta de apoio adequado, resultando em desafios no aprendizado, no desenvolvimento de amizades e na adaptação ao ambiente escolar;
  • Possíveis problemas emocionais e comportamentais – aumento do risco de desenvolver outros distúrbios como ansiedade e depressão;
  • Desempenho escolar prejudicado – dificuldades em manter a atenção, seguir instruções e organizar tarefas acadêmicas;
  • Baixa autoestima – especialmente se a pessoa não compreender completamente os motivos por trás de seus desafios.

Como é feito o diagnóstico do TEA e TDAH?

O diagnóstico do TEA e do TDAH é um processo que envolve uma avaliação detalhada conduzida por profissionais de saúde, baseada em observações clínicas e na análise dos sintomas e do comportamento.

  • Avaliação clínica inicial – para coletar informações sobre o desenvolvimento da criança, marcos do desenvolvimento, comportamento, habilidades de comunicação e interações sociais;
  • Avaliação multidisciplinar – o diagnóstico do TEA é geralmente realizado por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, como psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos;
  • Observação direta – os profissionais frequentemente realizam observações diretas da criança em diferentes contextos para avaliar seu comportamento, habilidades de comunicação e interações sociais;
  • Avaliação dos pais e cuidadores – coleta de informações valiosas sobre o comportamento e desenvolvimento da criança.
transtorno afetivo bipolar e tdah relação

Transtorno afetivo bipolar e TDAH, qual a relação entre os dois?

No Brasil, cerca de oito milhões de pessoas convivem com o transtorno afetivo bipolar (TAB), enquanto 2 milhões de pessoas têm o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Ambas são condições de saúde mental que, embora distintas, compartilham algumas semelhanças e podem ocorrer em conjunto em alguns casos, tornando o diagnóstico e o tratamento mais complexos. Então, continue a leitura para saber:
  • O que é o TAB e o que é o TDAH?
  • Quais são as causas e os fatores de risco do TAB e do TDAH?
  • Quais são os sinais e sintomas do TAB e do TDAH?
  • Como é feito o diagnóstico do TAB e do TDAH?
  • Como é feito o tratamento do TAB e do TDAH?

O que é o TAB e o que é o TDAH?

O TAB e o TDAH são duas condições de saúde mental diferentes, mas que podem coexistir em uma mesma pessoa.

Transtorno afetivo bipolar (TAB) – atinge cerca de 3,7% da população brasileira. É uma condição caracterizada por mudanças extremas e cíclicas no humor. A pessoa alterna entre o estado de mania, caracterizado por aumento da energia, diminuição da necessidade de sono e pensamentos acelerados, e a depressão, no qual a pessoa se sente triste, desanimada e com falta de energia. Os tipos de TAB são:

  • Transtorno bipolar I – caracterizado por episódios de mania que duram pelo menos uma semana e podem ser acompanhados por crises depressivas. Os sintomas maníacos podem ser tão graves que a pessoa necessita de cuidados médicos imediatos;
  • Transtorno bipolar II – envolve episódios de depressão maior e hipomania, que é uma forma menos grave de mania, geralmente com uma duração de quatro dias ou mais;
  • Ciclotimia – tipo mais leve de TAB que envolve ciclos de hipomania e depressão branda, que não são muito intensos ou não duram o suficiente para serem qualificados como episódios hipomaníacos ou depressivos.

Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) – acomete cerca de 7,6% da população brasileira. É um transtorno neuropsiquiátrico que afeta a atenção, o controle da impulsividade e a hiperatividade. Frequentemente diagnosticado na infância, os sintomas podem persistir na idade adulta. Os tipos de TDAH são:

  • Desatento – apresenta dificuldade para organizar ou terminar uma tarefa, prestar atenção aos detalhes ou seguir instruções. A pessoa se distrai facilmente ou esquece detalhes da rotina diária;
  • Hiperativo/impulsivo – caracterizada principalmente pela predominância dos sintomas de inquietação, pessoas com esse subtipo tendem a ser excessivamente ativas e incapazes de ficar paradas, agindo sem pensar nas consequências;
  • Combinado – apresenta sinais e sintomas dos dois tipos.

Quais são as causas e os fatores de risco do TAB e do TDAH?

As causas do TAB e do TDAH não são completamente compreendidas pela ciência, mas existem alguns fatores de risco que podem aumentar a chance de surgimento desses transtornos.

Fatores de risco para TAB:

  • Genética;
  • Desregulações nos neurotransmissores como a serotonina, noradrenalina e dopamina;
  • Alterações na estrutura ou função do cérebro;
  • Eventos estressantes, traumáticos ou desestabilizadores;
  • Consumo de drogas e álcool;
  • Altos níveis de estresse crônico;
  • Experiências traumáticas na infância ou ao longo da vida.

Fatores de risco para TDAH:

  • Genética;
  • Funcionamento anormal dos neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina;
  • Anormalidades no cérebro, como diferenças no tamanho ou no funcionamento de certas áreas;
  • Fatores pré-natais e perinatais (período que abrange a gravidez, o parto e que perdura até o organismo da mulher retornar ao estado de antes da gestação);
  • Tabagismo e consumo de álcool na gravidez;
  • Lesões cerebrais;
  • Exposição a altos níveis de estresse na infância e traumas.

Quais são os sinais e sintomas do TAB e do TDAH?

transtorno afetivo bipolar e tdah relação

Ambos os transtornos possuem seus próprios sinais e sintomas característicos, embora alguns deles sejam parecidos, por exemplo: a hipomania do TAB pode ser confundida com a hiperatividade do TDAH e a impulsividade está presente nos dois.

Transtorno afetivo bipolar – caracterizado por variações extremas de humor, que podem incluir episódios de mania e depressão. Os sintomas variam de acordo com o estado que a pessoa se encontra, que são os ciclos de hipomania e depressão.

Mania:

  • Elevação do humor;
  • Aumento na energia, agitação e atividade física;
  • Fala rápida e incessante;
  • Sentimento de grandeza, poder ou importância;
  • Pouca necessidade de sono;
  • Comportamento impulsivo.

Depressão:

  • Sentimentos de tristeza, desespero, desamparo ou vazio;
  • Fadiga e falta de energia;
  • Diminuição do interesse ou prazer em atividades que normalmente seriam gratificantes;
  • Problemas de concentração e memória;
  • Aumento ou diminuição do apetite;
  • Pensamentos de morte ou suicídio.

Como é feito o diagnóstico do TAB e do TDAH?

O diagnóstico de ambos os transtornos é realizado por profissionais de saúde mental, como neurologistas, psiquiatras e, normalmente, em conjunto com psicólogos. Inclui a coleta de informações clínicas, observação dos sintomas e, em alguns casos, a exclusão de outras condições médicas que possam apresentar sinais e sintomas semelhantes.

  • TAB – o diagnóstico envolve entrevista clínica, avaliação dos sintomas de mania, hipomania e depressão, histórico médico e familiar e acompanhamento de longo prazo para observar padrões de comportamento.
  • TDAH – o diagnóstico também envolve entrevista clínica, avaliação dos sintomas, histórico médico e familiar e avaliação dos sintomas em diferentes contextos, como em casa, na escola ou no trabalho.

Como é feito o tratamento do TAB e do TDAH?

Cada transtorno tem estratégias de tratamento específicas, e o tratamento deve ser personalizado com base nas necessidades individuais de cada pessoa.

Tratamento para transtorno afetivo bipolar:

  • Terapia cognitivo-comportamental – auxílio no aprendizado de estratégias de gerenciamento do humor, reconhecimento de gatilhos e desenvolvimento de habilidades para enfrentar os sintomas.
  • Medicação – estabilizadores de humor e antipsicóticos. Antidepressivos devem ser usados com cautela, caso a pessoa também apresente depressão.

Tratamento para transtorno do déficit de atenção com hiperatividade:

  • Terapia comportamental – auxílio no desenvolvimento de estratégias para gerenciar os sintomas do TDAH, melhoraria da organização, do planejamento e autorregulação.
  • Medicação – o uso de medicamentos, como psicoestimulantes, pode ser indicado, principalmente, quando outras doenças neurológicas estão associadas. Embora, no Brasil, as diretrizes terapêuticas adotadas na rede pública de saúde foquem somente em terapia cognitivo comportamental, apoio escolar, orientação tanto para o paciente quanto para a família dele e hábitos alimentares.
imagem cristo conscientização tdah

Cristo Redentor em laranja é marca da conscientização sobre o TDAH

O maior símbolo do Brasil, o monumento ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ficou laranja. Na noite de 13 de julho, Dia Mundial do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o Cristo Redentor foi iluminado com a cor que marca o mês de conscientização sobre a doença.

A ação faz parte da campanha “TDAH Além dos Rótulos”, promovida pelo Movimento Dislexia TDAH GABCD, e que conta com apoio Cellera Farma. Alessandra Caturani Wajnsztejn, neuropsicóloga e coordenadora do movimento, agradeceu ao apoio do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor. “Eles entenderam a nossa causa e deram todo suporte para que essa ação histórica acontecesse”, afirmou.

Caracterizado por padrões persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade que interferem no funcionamento diário e no desenvolvimento pessoal impactando a vida do indivíduo, o TDAH precisa ser diagnosticado por médicos ou psicólogos especializados. Dados do Ministério da Saúde apontam que, até 2022, a prevalência de TDAH era estimada em 7,6% em crianças e adolescentes brasileiras com idade entre 6 e 17 anos, em 5,2% nas pessoas de 18 a 44 anos e 6,1% entre maiores de 44 anos apresentando sintomas do transtorno.

A campanha “TDAH Além dos Rótulos” conta ainda com outras ações de conscientização, como uma história em quadrinhos da Turma da Mônica que ajuda no esclarecimento da população. O gibi, que ganhou uma versão na língua de sinais, está disponível na internet (link aqui). O objetivo da campanha e de todas as suas ações, como a edição do gibi pela Maurício de Sousa Produções e a iluminação do monumento ao Cristo Redentor, é conscientizar sobre o TDAH, uma vez que o diagnóstico tem de ser feito em etapas.

Se houver suspeita de que uma criança ou adulto possa ter TDAH, é recomendado buscar a avaliação e orientação de profissionais especializados, que levarão em consideração a avaliação abrangente dos sintomas e do impacto funcional. Cada caso é único, e o diagnóstico deve ser baseado em informações individualizadas e precisas. Existem tratamentos e cuidados que ajudam a melhorar a qualidade de vida do paciente com o transtorno.

Mãe de criança com TDAH conversa com o filho

Orientações para a família após o diagnóstico de TDAH

No Brasil, cerca de 7,6% das crianças e adolescentes convivem com o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. O TDAH pode trazer dificuldades no dia a dia, principalmente se os pais ou responsáveis não sabem lidar com a situação de forma apropriada. Após o diagnóstico, é essencial compreender e adotar orientações específicas para apoiar o desenvolvimento e o bem-estar da pessoa afetada. Continue a leitura para saber:

  • O que é o TDAH?
  • Quais são os sinais e sintomas de TDAH?
  • Qual o impacto do TDAH no dia a dia da família?
  • Como é feito o diagnóstico do TDAH?
  • Como é o tratamento do TDAH?
  • Quais estratégias podem ajudar os pais de quem tem TDAH?

O que é o TDAH?

O TDAH é um dos transtornos do neurodesenvolvimento mais comuns em crianças e adolescentes. Geralmente, é diagnosticado pela primeira vez na infância e, muitas vezes, dura até a idade adulta. É considerado um transtorno crônico e debilitante, que afeta diversos aspectos da vida da pessoa, como as relações interpessoais, estudos e o trabalho.

Não se sabe exatamente o que causa o transtorno, mas há cada vez mais evidências de que a genética contribui para o TDAH. Mas, seja qual for a causa ou as causas, crianças com TDAH podem ter dificuldade para prestar atenção, manter o foco, seguir orientações, controlar comportamentos impulsivos ou hiperativos. O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade pode se manifestar de três formas diferentes, dependendo de quais tipos de sinais e sintomas são mais fortes.

  • Predominantemente desatento – caracterizado pela falta de atenção, dificuldade em manter o foco, organização e seguir instruções;
  • Predominantemente hiperativo-impulsivo – marcado por hiperatividade, impulsividade, inquietude e dificuldade em controlar impulsos;
  • Combinado – apresenta uma combinação de sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade.

Quais são os sinais e sintomas de TDAH?

O transtorno envolve uma variedade de manifestações, que podem se apresentar de formas diferentes, dependendo da idade. As mais comuns são as seguintes:

  • Cometer erros descuidados ou assumir riscos desnecessários;
  • Dificuldade em se dar bem com outras pessoas;
  • Esquecimento de atividades cotidianas;
  • Dificuldade em manter o foco em tarefas ou atividades;
  • Evitar ou resistir a tarefas que exijam esforço mental prolongado;
  • Inquietude constante ou dificuldade em ficar sentado;
  • Correr ou subir em lugares inadequados;
  • Falar em excesso;
  • Interromper os outros frequentemente;
  • Agir impulsivamente.

Qual o impacto do TDAH no dia a dia da família?

O TDAH pode impactar na rotina e relacionamentos de uma forma que afeta toda a família, não apenas a pessoa que tem o transtorno. Alguns dos desafios mais comuns incluem:

Estresse e sobrecarga – muitas vezes, pais e familiares enfrentam estresse emocional e físico devido à necessidade de lidar com as manifestações do TDAH dos filhos, incluindo hiperatividade, impulsividade e desatenção.

Dificuldades educacionais – crianças com TDAH podem ter dificuldade em se concentrar na escola, seguir instruções e concluir tarefas acadêmicas, resultando em um baixo desempenho escolar.

Relações familiares tensas – os comportamentos impulsivos e a inquietude podem criar tensões nas relações familiares. Os pais podem se sentir frustrados ou impotentes ao lidar com os desafios comportamentais.

Demanda de tempo – cuidar de uma criança com TDAH exige mais tempo e energia dos pais, que podem precisar supervisionar de perto as atividades dos filhos e ajudar com a organização.

Impacto financeiro – o tratamento do TDAH, incluindo terapia e, possivelmente, medicamentos, pode representar um custo financeiro maior para a família.

Como é feito o diagnóstico do TDAH?

Descobrir se uma criança tem TDAH é um processo que envolve várias etapas, já que não existe um teste único para diagnosticar o transtorno. É necessário consultar um médico experiente nesse tipo de diagnóstico, como um psiquiatra ou neurologista, pois os sinais e sintomas variam e podem vir acompanhados de manifestações de outros problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, que as pessoas com TDAH tem mais risco de desenvolver. O diagnóstico pode ser feito da seguinte forma:

Avaliação clínica – inclui entrevista com o paciente e seus pais ou responsáveis. O objetivo é obter informações sobre os sintomas e seus impactos no cotidiano.

Histórico médico e comportamental – o médico coleta informações sobre o histórico de saúde e comportamental desde a infância. Perguntas sobre sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade são comuns.

Questionários – podem ser preenchidos pelo próprio paciente ou pais, para avaliar a presença e a gravidade dos sintomas.

Acompanhamento – em alguns casos, o diagnóstico pode envolver um período de acompanhamento para observar como os sintomas se manifestam ao longo do tempo.

Como é o tratamento do TDAH?

O tratamento do TDAH envolve uma combinação de abordagens terapêuticas e, em alguns casos, medicamentos. O médico especialista deve orientar sobre as melhores alternativas para cada paciente, de acordo com as necessidades.

Terapia comportamental – ensina habilidades específicas para gerenciar o comportamento e transformar padrões de pensamento negativos em positivos. Pode ajudar a lidar com os desafios da vida, como problemas nos relacionamentos, nos estudos e no trabalho.

Apoio psicossocial – oferece suporte emocional e orientação para a família aprender tanto a lidar com o estresse de viver com alguém que tem TDAH quanto auxiliar essa pessoa a administrar os desafios provocados pelo transtorno.

Apoio educacional – pessoas com TDAH que estejam estudando também podem ser beneficiadas com um apoio educacional específico, que contemple planos de educação individualizados ou acomodações na sala de aula para ajudar a atender às necessidades acadêmicas delas.

Medicação – o uso de medicamentos, como psicoestimulantes, pode ser indicado, principalmente, quando outras doenças neurológicas estão associadas. Embora, no Brasil, as diretrizes terapêuticas adotadas na rede pública de saúde foquem somente em terapia cognitivo comportamental, apoio escolar, orientação tanto para o paciente quanto para a família dele e hábitos alimentares.

Quais estratégias podem ajudar os pais de quem tem TDAH?

A criação de estratégias para ajudar os pais de crianças com TDAH é essencial para proporcionar um ambiente de apoio e desenvolvimento saudável para seus filhos, como por exemplo:

Eduque-se sobre o TDAH – aprenda sobre o transtorno para compreendê-lo melhor, suas características e como ele afeta os filhos.

Comunicação eficaz – mantenha uma relação de diálogo com os filhos. Ouça suas preocupações e sentimentos e incentive a expressão de emoções.

Rotina e estrutura – crie uma rotina consistente em casa, pois isso ajuda as crianças com TDAH a se sentirem mais seguras e previsíveis. Use horários e listas de tarefas para ajudar na organização.

Reforço positivo – elogie e recompense o bom comportamento, pois crianças com TDAH muitas vezes respondem bem ao reforço positivo.

Tempo de qualidade – reserve tempo de qualidade com seu filho. Isso pode fortalecer o relacionamento e ajudar a reduzir o estresse.

Conteúdo relacionado

Como a sociedade vê o TDAH e como evitar os estigmas em relação ao transtorno?[MG1] 

Por que é importante discutir sobre o TDAH?[MG2] 

Adaptação da criança com TDAH na escola[MG3] 

Referências


Médica do SUS acompanha menino com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, o TDAH

Transtorno do processamento sensorial e TDAH



O transtorno do processamento sensorial (TPS) provoca reações extremas a estímulos de toda ordem, como não conseguir sentir a etiqueta da roupa em contato com a pele ou ficar enormemente incomodado com o barulho de uma tesoura. Em cerca de 30% a 80% dos casos, o TPS está associado ao transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Para compreender o transtorno do processamento sensorial e a conexão dele com o TDAH, confira:

O que é o transtorno do processamento sensorial?

O transtorno do processamento sensorial altera a forma como o sistema nervoso central recebe, organiza e reage a diversos tipos de estímulos: visual, auditivo, tátil, gustativo, olfativo e dos sistemas proprioceptivo e vestibular, que nos permitem reconhecer a posição de cada parte do nosso corpo e manter o equilíbrio. O que resulta em reações físicas, comportamentais e afetivas diferentes do comum.

Quem possui o distúrbio pode ser extremamente sensível, por exemplo, ao som provocado pela colher quando alguém a está usando para mexer o café ou, então, precisar de muito estímulo para experienciar sensações. Cada caso de TPS costuma ser único, o que faz com que uma pessoa posa ter vários ou apenas um sentido prejudicado.

Por enquanto, o TPS não consta nas principais classificações internacionais de doenças e transtornos, como a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V).

Entretanto, o transtorno do processamento sensorial é abordado direta ou indiretamente no Manual de Diagnóstico para a Infância e Primeira Infância, do Conselho Interdisciplinar em Transtornos do Desenvolvimento e da Aprendizagem (ICDL), e na Classificação Diagnóstica de Saúde Mental e Transtornos do Desenvolvimento da Infância e Primeira Infância.

Quais as causas do transtorno do processamento sensorial e qual a relação dele com TDAH?

Ainda não são conhecidas as causas do transtorno do processamento sensorial, sendo necessário fazer mais investigações. É possível que exista um componente genético, mas o que se sabe é que fatores externos que podem aumentar o risco de desenvolver o transtorno, tais como:

  • Experiências negativas na primeira infância;
  • Falta de interação com adultos e outras crianças;
  • Pouco estímulo à sucção do leite pela mamadeira;
  • Parto prematuro;
  • Desnutrição no pré-natal;
  • Infecções no ouvido.

Para parte dos pesquisadores e médicos, o TPS é um problema isolado. Outros acreditam na relação direta com distúrbios como o transtorno do espectro autista (TEA) e o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Os índices corroboram, principalmente, a probabilidade de conexão com o TDAH, pois:

  • Em 30% a 80% dos casos de TDAH, o TPS também está presente.

Nesses casos, os sintomas do transtorno do processamento sensorial e do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade podem coexistir. No entanto, o tratamento de cada transtorno será diferente. Isso porque, quando os estímulos sensoriais são eliminados, quem tem TPS muda o comportamento. O que não acontece em quem tem TDAH.

Existem vários tipos de transtorno do processamento sensorial?

O TPS se divide em três subtipos: transtorno de modulação sensorial, transtorno de discriminação sensorial e transtorno motor de base sensorial. No entanto, uma mesma pessoa pode apresentar características de mais de um deles. Confira cada um:

Transtorno de modulação – nesse caso, a intensidade das reações pode ser de hipersensibilidade, que leva a respostas mais rápidas ou duradouras do que o normal, ou de hiporresponsividade, com respostas lentas e sem a intensidade esperada; ou, então, existir um forte e insaciável desejo por estímulos sensoriais (busca sensorial).

Transtorno de discriminação – pessoas que se encaixam nesse subtipo não conseguem saber de onde vêm as sensações e ficam confusas. Também apresentam dificuldade em distinguir as semelhanças e diferenças dos estímulos, por exemplo, fontes de sons e letras.

Transtorno motor – a pessoa tem dificuldade de estabilizar o corpo (transtorno postural) ou preparar e sequenciar movimentos coordenados (dispraxia) a partir de informações sensoriais dos sistemas proprioceptivo e vestibular.

Quais são os sinais e sintomas de transtorno do processamento sensorial e quais são iguais aos de TDAH?

Os sinais e sintomas de TPS podem envolver a reação exagerada ou insuficiente a estímulos, busca por emoções mais intensas e dificuldade na resposta motora. Entre os mais comuns estão:

  • Coceira e incômodo com tecido das roupas;
  • Ofuscamento com luzes;
  • Sensibilidade maior a sons;
  • Receio de brincar em balanços;
  • Dificuldade com equilíbrio;
  • Incômodo com toques, mesmo se forem suaves;
  • Reação fora do comum a movimentos repentinos;
  • Dificuldade para segurar objetos;
  • Problemas de comportamento;
  • Dificuldade para subir escadas;
  • Atrasos na linguagem;
  • Não conseguir ficar parado;
  • Adorar pular, subir em algo alto e girar;
  • Girar sem ficar tonto;
  • Problemas para dormir;
  • Não reconhecer que o rosto está sujo;
  • Não ter noção do próprio espaço;
  • Não dar atenção a normas sociais;
  • Mastigar objetos ou parte do próprio corpo.

Pessoas com o transtorno do processamento sensorial também podem ter manifestações características do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e vice-versa, o que dificulta a diferenciação entre os dois. Por exemplo: pessoas com TPS podem ter dificuldades de atenção, mau controle de impulsos e hiperatividade, que são típicos de TDAH; por outro lado, pessoas com TDAH podem ter problemas com hipersensibilidade sensorial, o que é típico de TPS.

Além disso, alguns aspectos comportamentais de TDAH e de TPS podem ser muito parecidos:

  • Controle deficiente de impulsos;
  • Movimentos e toques inadequados;
  • Distração e dificuldade de concentração;
  • Não ter consciência quando alguém fala com consigo ou é solicitado a seguir instruções.

Também é possível ocorrer problemas emocionais em quem tem TPS, como baixa autoestima, falta de confiança e isolamento social.

Como é feito o diagnóstico do transtorno do processamento sensorial?

O diagnóstico do TPS pode ser feito a partir da avaliação de vários fatores:

  • Exame físico;
  • Atrasos no desenvolvimento, como na fala e linguagem;
  • Questionário psicológico;
  • Pesquisas com os pais.

Como é o tratamento do transtorno do processamento sensorial?

O tratamento para o TPS pode envolver atividades específicas para o dia a dia e diferentes tipos de terapia. Entre as recomendações estão:

Dieta sensorial – envolve a prática de atividades para ajudar no foco e na organização. Devem ser introduzidas sutilmente na rotina e de forma personalizada, correspondendo a necessidades do paciente. Caminhadas e ouvir diversas frequências e padrões sonoros, em diferentes horários do dia, são algumas recomendações.

Terapia de integração sensorial – o paciente é submetido a atividades desafiadoras, mas sem sobrecarga física ou emocional. Funciona como um treino para desenvolver habilidades capazes de controlar os sintomas em qualquer ambiente e situação.

Terapia ocupacional – além de utilizar métodos da integração sensorial, as atividades são focadas nas habilidades motoras finas, como recortar um papel, e motoras grossas, como lançar uma bola.

Terapias alternativas, incluindo a acupuntura e certos tipos de massagem, podem aliviar os sintomas, mas os benefícios não são comprovados cientificamente. Outra medida paliativa pode ser eliminar ou reduzir os estímulos que provocam reações exacerbadas, como tirar as etiquetas das roupas ou usar óculos escuros e fone de ouvido, de acordo com a hipersensibilidade de cada caso.

Conteúdos relacionados

Quando procurar um psicólogo?

Como identificar os sintomas de TOC?

Você sabe o que envolve a saúde do cérebro?

Referências

https://www.icdl.com/dir/bookstore/icdl-publications/diagnostic-manual-for-infancy-and-early-childhood – acesso em 09/09/2023.


Criança com TDAH sentindo dificuldade de concentração em uma tarefa na sala de aula – Cellera Farma.

TDAH é transtorno ou sintoma?

Cerca de 7,6% das crianças e adolescentes brasileiros têm diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Mas, apesar do crescente conhecimento público e conscientização, ainda existe muita informação incorreta a respeito, como a afirmação de que o TDAH não é um transtorno, mas sim um conjunto de sintomas causados por fatores externos essencialmente, o que pode prejudicar a saúde e estigmatizar quem convive com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Então, continue a leitura para saber:

  • Por que o TDAH é considerado um transtorno mental?
  • Quais as possíveis causas do TDAH?
  • Quais são os tipos de TDAH e quais sinais e sintomas cada um pode provocar?
  • Por que o TDAH carrega um estigma?
  • Quais danos a estigmatização do TDAH pode causar?
  • Quais problemas o TDAH sem tratamento pode causar para crianças, jovens e adultos?
  • Como é o tratamento do TDAH?

Por que o TDAH é considerado um transtorno mental?

O TDAH é um dos transtornos do neurodesenvolvimento mais comuns que afetam as crianças. No mundo, o número de casos nessa faixa etária varia entre 5% e 8%. Já no Brasil, é estimado que 7,6% das crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos têm o transtorno, que também está presente em 5,2% das pessoas entre 18 e 44 anos e em 6,1% de quem tem mais de 44 anos.

Alterações cerebrais – apesar de existir uma crença contrária, o TDAH é classificado como um transtorno mental porque envolve disfunções no funcionamento do cérebro que afetam as funções executivas dele, responsáveis pela regulação de comportamentos sociais e habilidades cognitivas, o que pode ter várias consequências, por exemplo:

  • Dificuldade em planejar e organizar atividades;
  • Dificuldade em concluir uma tarefa e cumprir prazos;
  • Dificuldade em manter o foco;
  • Dificuldade para alternar a atenção entre tarefas;
  • Problemas para regular as emoções;
  • Problemas com motivação;
  • Impulsividade e tomada de decisões erradas;
  • Ser mentalmente rígido e/ou inflexível;
  • Atrasar-se para compromissos, eventos, reuniões ou atividades sociais;
  • Perder itens importantes e esquecer detalhes.

Evidências científicas – são tão conclusivas, que o TDAH é reconhecido como um transtorno mental específico pelas duas principais classificações internacionais de doenças e transtornos, que são adotadas no mundo todo:

  • A 10ª revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10), da Organização Mundial da Saúde;
  • A quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), da Associação Americana de Psiquiatria.

Quais as possíveis causas do TDAH?

Não se sabe ainda o que, exatamente, causa o TDAH. Ele pode ser resultado de uma série de fatores, tais como:

  • Genética, pois a hereditariedade estimada do TDAH se aproxima de 80%, o que sugere um componente genético significativo no contexto da origem do transtorno;
  • Alterações na estrutura e funcionamento do cérebro, como o córtex pré-frontal e o sistema dopaminérgico;
  • Exposição a determinados fatores ambientais durante o desenvolvimento fetal ou na infância, como prematuridade ou consumo de tabaco e álcool pela mãe durante a gravidez;
  • Distúrbios no desenvolvimento do sistema nervoso central.

Quais são os tipos de TDAH e quais sinais e sintomas cada um pode provocar?

O TDAH pode se manifestar de três formas diferentes, dependendo de quais sintomas são mais fortes.

Tipo desatento – dificuldade em organizar ou terminar uma tarefa, prestar atenção aos detalhes ou seguir instruções. A pessoa se distrai facilmente ou esquece detalhes da rotina diária.

Tipo hiperativo-impulsivo – incapacidade de ficar parado em situações nas quais é esperado. As crianças menores podem correr, saltar ou escalar lugares inadequados. Também falam excessivamente, têm dificuldade em esperar a sua vez e ficam excessivamente agitadas e inquietas.

Tipo combinado – este é o tipo mais comum de TDAH e envolve uma combinação de sintomas de desatenção com hiperatividade e impulsividade.

Por que o TDAH carrega um estigma?

Apesar das evidências científicas, muitas pessoas não acreditam que o TDAH seja uma condição médica e até o enxergam como uma desculpa para desleixo ou preguiça. Frequentemente, as manifestações de TDAH são confundidas com traços de caráter, apesar de serem causadas por algo com que a pessoa nasceu e não consegue controlar.

Outro fator que contribui para a estigmatização é o sentimento negativo generalizado em relação a ter um distúrbio mental, assim como ao uso de medicamentos psiquiátricos, quando eles são prescritos. Também há o fato de que a sociedade tem a tendência de valorizar um alto rendimento nos estudos e no trabalho e o TDAH poder prejudicar tanto o desempenho acadêmico quanto profissional.

Quais danos a estigmatização do TDAH pode causar?

A estigmatização do TDAH se materializa em comportamento discriminatório em relação a quem tem as manifestações do transtorno e/ou a quem é sabidamente portador dele, o que pode provocar danos significativos na vida dessas pessoas, por exemplo:

  • Desenvolvimento de baixa autoestima e sentimentos de inadequação;
  • Isolamento social, já que as pessoas com TDAH podem ser julgadas, mal interpretadas ou excluídas de grupos sociais;
  • Atrasos no diagnóstico e no início do tratamento correto;
  • Dificuldade em buscar ajuda devido ao medo do julgamento ou da estigmatização;
  • Prejuízos nas relações interpessoais;
  • Prejuízos para a saúde mental devido ao desencorajamento de cuidar dela.

Quais problemas o TDAH sem tratamento pode causar em crianças, jovens e adultos?

Se não for tratado corretamente, o TDAH pode provocar uma série de problemas significativos e afetar várias áreas da vida da pessoa, seja qual for a idade dela, tais como:

  • Estudos – desempenho acadêmico fraco;
  • Comportamento – problemas como agitação, impulsividade e desobediência;
  • Relacionamentos – dificuldades em manter relacionamentos interpessoais na vida pessoal, acadêmica e profissional;
  • Trabalho – dificuldade em planejar, cumprir ordens, metas e prazos;
  • Problemas de saúde paralelos – aumento do risco de desenvolver comorbidades, como depressão e ansiedade.

Como é o tratamento do TDAH?

O tratamento do TDAH é abordado de forma multidisciplinar e individualizada, com base nas necessidades e características de cada pessoa. Pode envolver uma combinação de abordagens terapêuticas, tais como:

Terapia comportamental – abordagens terapêuticas, como a terapia comportamental cognitiva (TCC) e a terapia comportamental parenteral (TCP), podem ajudar a desenvolver habilidades de gerenciamento de sintomas, estratégias de organização e planejamento, e melhorar o autocontrole e a autorregulação.

Apoio educacional – pessoas com TDAH que estejam estudando podem se beneficiar de apoio educacional adicional, como planos de educação individualizados ou acomodações na sala de aula para ajudar a atender às suas necessidades acadêmicas.

Apoio psicossocial – o apoio da família e de amigos é crucial no tratamento do TDAH. O entendimento, o apoio emocional e a comunicação aberta são importantes para auxiliar a pessoa com TDAH a lidar com os desafios associados ao transtorno.

Medicação – o uso de medicamentos, como psicoestimulantes, pode ser indicado, principalmente, quando outras doenças neurológicas estão associadas. Embora, no Brasil, as diretrizes terapêuticas adotadas na rede pública de saúde foquem somente em terapia cognitivo comportamental, apoio escolar, orientação tanto para o paciente quanto para a família dele e hábitos alimentares.

Conteúdo relacionado

Como a sociedade vê o TDAH e como evitar os estigmas em relação ao transtorno?[MG1] 

Como o esporte ajuda na integração social de quem tem TDAH?[MG2] 

Por que é importante discutir sobre o TDAH?[MG3] 

Referências


Como ter TDAH influencia a experiência universitária?

Ingressar em um curso universitário é desafiador para qualquer jovem ou adulto. Mas, no caso de 2% a 8% dos estudantes, os obstáculos costumam ser ainda maiores. É que essa é a taxa de universitários que tem transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), caracterizado por sintomas de desatenção, agitação e impulsividade. Esses comportamentos dificultam a frequência nas aulas, desempenho em trabalhos e provas e o convívio com professores e colegas de classe. Para saber mais sobre os impactos do distúrbio nessa etapa da vida acadêmica, continue a leitura e confira:

O que é o TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico que provoca agitação, impulsividade e desatenção. As causas do problema ainda são desconhecidas, mas componentes genéticos podem ser uma das explicações.

A disfunção afeta de 5% a 8% da população mundial e, no Brasil, cerca de 5,8% das pessoas. Normalmente, o diagnóstico acontece na infância, quando a criança começa a frequentar a escola. Nesse contexto é mais fácil identificar os sinais e sintomas, já que afetam a aprendizagem e o convívio social.

Ainda assim, há muitos casos de pessoa com TDAH que só são identificados depois de as pessoas conviverem com os sintomas durante anos. Cerca de 7, 6% das pessoas só recebem o diagnóstico entre 14 e 17 anos de idade, e 5,2%, dos 18 aos 44 anos.

O TDAH não é impeditivo para completar o ensino regular, entrar na universidade ou conseguir um emprego. Mas, há grandes chances de afetar negativamente a saúde emocional e os desempenhos acadêmico e profissional de quem tem o transtorno.

Quais são os tipos de TDAH e quais são mais comuns em adolescentes e adultos?

As pessoas com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade nem sempre apresentam os mesmos sinais e sintomas, alguns podem ser mais prevalentes que outros. Existem três tipos de TDAH:

  • Tipo desatento – a falta de atenção é o sintoma predominante. A pessoa com TDAH tem dificuldade para focar na leitura, em apresentações e conversas, especialmente quando o conteúdo não o interessa;
  • Tipo hiperativo/impulsivo – nesse caso, a inquietude se destaca e a pessoa procura se manter em movimento, realiza várias atividades ao mesmo tempo, fala demais e age sem pensar;
  • Tipo combinado – as características da desatenção e da hiperatividade se manifestam na mesma proporção.

No caso dos adolescentes e jovens adultos, o mais comum é o TDAH do tipo desatento. Mas, isso não significa que sintomas de hiperatividade sejam improváveis. Acontece que, convivendo anos com o distúrbio, a pessoa consegue criar estratégias para lidar com alguns comportamentos.

No caso da hiperatividade, por exemplo, há casos em que a pessoa com TDAH consegue internalizar os sinais. Externamente, eles passam desapercebidos. Mas, internamente, provocam sensação de ansiedade, de celeridade.

Como o TDAH pode impactar quem está na universidade?

Diferentemente da criança, jovens e adultos já aprenderam a lidar melhor com os sintomas, mesmo sem ter o diagnóstico de TDAH. Por isso, a passagem pela universidade costuma ser menos traumática do que no ensino regular. Vários estudantes com o transtorno se saem melhor na faculdade.

Ainda assim, para a grande maioria dos estudantes com TDAH – que representam cerca de 2% a 8% do total dos universitários – será um período complicado, uma vez que estão mais propensos a:

  • Esquecer o prazo para entrega de trabalhos;
  • Não estudar para prova;
  • Deixar de ler livros e outros conteúdos importantes;
  • Se desconcentrar na aula;
  • Faltar aulas;
  • Oscilar de comportamento com colegas e professores;
  • Mudar várias vezes de curso e de instituição de ensino.

Esses comportamentos podem iniciar um ciclo de problemas ainda maiores, como:

  • Acúmulo de tarefas;
  • Falta de compreensão por parte dos professores;
  • Reposição constante de aulas perdidas;
  • Isolamento pelos colegas de classe nos trabalhos em grupo;
  • Repetir matérias ou um semestre inteiro;
  • Baixa autoestima.

Como é feito o diagnóstico do TDAH em jovens e adultos?

O diagnóstico deve ser feito por médico psiquiatra ou outro profissional de saúde capacitado para o diagnóstico do transtorno, como um neurologista. Os principais sistemas de classificação de diagnóstico são:

  • Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, décima edição (CID-10), conforme publicação da Organização Mundial de Saúde;
  • Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quinta edição (DSM5), da Associação Americana de Psiquiatria (APA).

Embora esses sistemas de classificação de diagnóstico sejam muito parecidos, os critérios da APA são mais atualizados do que os do CID-10, da OMS. No Brasil, o setor de saúde pública adota os critérios diagnóstico de TDAH recomendados no CID-10. Para jovens e adultos, que possuem melhor compreensão das sensações e comportamentos do que uma criança, também pode ser aplicado um questionário chamado ASRS-18, que foi desenvolvido por pesquisadores e a OMS.

Vale ressaltar que qualquer pessoa está suscetível a episódios de desatenção, impulsividade e agitação. Mas, para o diagnóstico positivo de TDAH, esses sintomas precisam:

  • Ter se manifestado antes dos 12 anos de idade;
  • Ocorrer em diferentes ambientes;
  • Ser constantes nos últimos seis meses ou mais;
  • Interferir no desempenho de atividades acadêmicas ou tarefas do dia a dia.

O TDAH pode ter relação com outros problemas de saúde mental, como a depressão e a ansiedade. Por isso, pessoas com algum desses diagnósticos devem prestar atenção se os quesitos de diagnóstico se encaixam em seu histórico de vida.

Como é o tratamento do TDAH em jovens e adultos?

A terapia cognitivo comportamental (TCC) é uma das principais recomendações para jovens e adultos com TDAH. As técnicas utilizadas podem ajudar o desenvolvimento de habilidades para lidar com os sintomas. Os pacientes são submetidos a atividades para:

  • Melhorar o autocontrole,
  • Solucionar problemas
  • Treinar a comunicação
  • Aprender a planejar
  • Identificar gatilhos

Em conjunto com a terapia, outros profissionais podem ser acionados para melhorar a nutrição e a condição física. Uma dieta equilibrada e a prática rotineira de exercícios físicos ajudam a diminuir a incidência e intensidade de vários sinais e sintomas do TDAH, como oscilações de humor e problemas para dormir.

Em alguns casos, o uso de medicamentos, como ansiolíticos e calmantes, auxilia o tratamento. Principalmente quando outras doenças neurológicas estão associadas. Embora, no Brasil, as diretrizes terapêuticas adotadas da rede pública de saúde não prevejam o uso de medicamentos para tratar o transtorno.

Que tipos de apoio podem ser dados aos universitários com TDAH?

Como os sintomas de TDAH afetam todas as áreas da vida, a recomendação é que os universitários contem com orientações educacional, pessoal e profissional:

Educacional – aulas de reforço presencial ou virtual e a oferta de materiais de apoio facilitam os estudos dos estudantes com TDAH. Avaliações e trabalhos com dinâmicas diferentes também contribuem para o melhor desempenho desses estudantes.

Pessoal – é importante fortalecer o estado emocional de quem tem o TDAH, pois muitos costumam ter dificuldades para se relacionar. Nesse sentido, sessões com um orientador/psicólogo costumam ser valiosas para compreender o contexto de vida do universitário e buscar a melhor forma de lidar com os desafios.

Profissional – um orientador pode ajudar esses estudantes a compreender os desafios e opções de mercado dentro da área para que eles possam fazer as escolhas mais acertadas, considerando os sintomas de TDAH.

Os estudantes com TDAH podem verificar esses serviços na própria universidade ou em paralelo com profissionais especializados em educação e psicologia.

Conteúdos relacionados

Por que é importante discutir sobre o TDAH?

Dicas de organização para quem tem TDAH

Quais as profissões mais escolhidas por quem tem TDAH?

Referências

Criança com TDAH pratica esporte - Cellera Farma.

Como o esporte ajuda na integração social de quem tem TDAH?

Cerca de 5,2% da população adulta brasileira com idade entre 18 e 44 anos tem diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Manifestações comoimpaciência, hiperatividade einquietação podem tornar difícil manter relações interpessoais, fazendo com que a pessoa se isole. O esporte é uma das alternativas para promover a integração social e melhorar a qualidade de vida de quem tem TDAH. Continue lendo para saber:

O que é TDAH e quais seus sintomas?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um dos distúrbios do neurodesenvolvimento mais comuns em crianças, geralmente diagnosticado pela primeira vez na infância e muitas vezes dura até a idade adulta. Pessoas com TDAH podem ter problemas para prestar atenção, controlar comportamentos impulsivos ou ser excessivamente ativas. Os sinais e sintomas do TDAH incluem:

  • Dificuldade em manter a atenção;
  • Esquecer ou perder as coisas frequentemente;
  • Inquietação;
  • Falar em excesso;
  • Cometer erros descuidados;
  • Assumir riscos desnecessários;
  • Ter dificuldade em manter-se organizado
  • Falta de concentração;
  • Dificuldade em se relacionar com os outros.

Por que o esporte é importante para a integração social de quem tem TDAH?

O esporte pode desempenhar um papel significativo na integração social de pessoas com TDAH por vários motivos:

Trabalho em equipe – esportes coletivos exigem que as pessoas trabalhem juntas, promovendo a cooperação, a comunicação e a interação social. É uma oportunidade de desenvolver habilidades sociais importantes, como compartilhar, revezar, ouvir os outros e seguir regras.

Melhora da autoestima e confiança – o sucesso nos esportes pode aumentar a autoconfiança em pessoas com TDAH à medida que desenvolvem suas habilidades e progridem ao longo do tempo. Essa autopercepção pode se estender além do ambiente esportivo e impactar positivamente as interações sociais e bem-estar geral.

Apoio social – o envolvimento em esportes permite que pessoas com TDAH se conectem com quem compartilha interesses e experiências semelhantes. Ao fazer parte de uma equipe esportiva, surge a oportunidade de fazer amizades, receber incentivos e vivenciar o sentimento de pertencimento, o que contribui para a integração social.

Quais são os benefícios do esporte para pessoas com TDAH?

Os esportes proporcionam inúmeros benefícios, mas o reflexo deles nos sintomas de TDAH pode variar para cada pessoa. É crucial encontrar atividades alinhadas com interesses e pontos fortes pessoais para maximizar o impacto positivo dos exercícios físicos. Os benefícios para pessoas com TDAH incluem:

Aumenta os níveis de dopamina no cérebro – o exercício também pode melhorar o humor. Pessoas com TDAH podem sofrer falta de dopamina no cérebro, e os esportes fornecem um aumento natural desse neurotransmissor alivia os sintomas do distúrbio.

Aprimora o foco – a prática de esportes é uma maneira de gastar o excesso de energia que pessoas com TDAH têm, ajudando a melhorar a capacidade de manter-se focado. O exercício físico libera endorfinas, que podem ter um impacto positivo na atenção, no humor e no controle dos impulsos.

Estrutura a rotina – entrar para um time esportivo com treinos regulares cria uma rotina tanto para o cérebro quanto para o corpo. Se o TDAH dificultar os esportes coletivos, é possível encontrar outras maneiras de criar uma rotina por meio de exercícios, como participando de uma aula esportiva coletiva ou correr na mesma hora do dia. No entanto, é mais difícil manter-se motivado quando se está sozinho.

Melhora o controle da respiração – exercícios calmantes como a ioga desaceleram o cérebro e permitem se concentrar na respiração. A atenção plena é altamente recomendada como uma forma de tratar o TDAH, trazendo uma mente acelerada de volta ao foco no momento presente.

Ajuda a regular o sono – pessoas com TDAH podem não dormir bem devido a uma série de fatores, como o excesso de energia. O esporte ajuda a queimar energia adicional de forma positiva e satisfatória, o que ajuda a melhorar o sono. No entanto, é importante notar que o exercício aumenta a atividade cerebral e deve-se evitar se exercitar perto da hora de dormir.

Quais são os esportes mais indicados para quem tem TDAH?

Os melhores esportes para pessoas com TDAH variam de acordo com preferências pessoais, pontos fortes e interesses. Certas atividades tendem a ser mais adequadas para pessoas com o distúrbio devido às suas características e benefícios. Algumas opções de esportes para pessoas com TDAH são as seguintes:

  • Artes marciais (taekwondo, karatê);
  • Natação;
  • Tênis;
  • Luta livre;
  • Ginástica;
  • Futebol;
  • Hipismo;
  • Atletismo;
  • Basquete;
  • Vôlei;
  • Hóquei.

Os esportes podem ser usados como tratamento para o TDAH?

Embora existam muitos benefícios para pessoas com TDAH em praticar esportes, as atividades físicas não tratam o transtorno. Entretanto, a prática de esportes pode ser uma terapia adjuvante positiva para os tratamentos tradicionais.

Apesar de conseguir notar melhorias depois de começar a praticar um esporte, isso não significa que seja um tratamento independente para o TDAH. Em muitos casos, medicamentos e terapia ainda são necessários.

Os principais tratamentos para TDAH são:

Medicamentos estimulantes – aumentam e equilibram os níveis de substâncias químicas cerebrais chamadas neurotransmissores.

Terapia cognitiva comportamental – ajuda a gerenciar o comportamento, transformar padrões de pensamento negativos em positivos e também a lidar com os desafios da vida, como problemas de escola, trabalho ou relacionamento.

Conteúdos relacionados

A arteterapia pode ajudar no tratamento do TDAH?

Quais são os desafios dos adolescentes com TDAH?

O TDAH é um transtorno hereditário?

Referências


Pai, mãe e filho conversando com uma profissional sobre TDAH - Cellera Farma.

Como a sociedade vê o TDAH e como evitar os estigmas em relação ao transtorno?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) atinge entre 5% e 8% da população mundial. Mas, mesmo sendo uma condição que acontece com frequência, existem vários mal-entendidos, preconceitos e estigmas relacionados ao TDAH ainda bastante arraigados, que podem prejudicar o diagnóstico e o tratamento, assim como os relacionamentos, estudos e a vida profissional de quem tem o transtorno. Continue lendo para saber:

Quais estigmas no TDAH ainda existem na sociedade?

O TDAH é uma condição que ainda é muito estigmatizada. Ou seja, existe um conceito bastante arraigado na sociedade de forma geral, sem fundamento sério ou imparcial, que leva a uma percepção negativa do transtorno e pode afetar negativamente a saúde mental, os relacionamentos, os estudos e vida profissional do portador. Algumas ideias equivocadas sobre o TDAH que persistem na sociedade e levam ao estigma são:

  • Não é um distúrbio real;
  • Afeta apenas crianças, não adultos;
  • Afeta apenas meninos ou não é tão grave em meninas e mulheres;
  • É diagnosticado com muita frequência;
  • A má educação leva ao TDAH;
  • Pessoas com TDAH são supermedicadas;
  • Sintomas do TDAH são fruto de falhas pessoais;
  • Minimização dos desafios enfrentados por indivíduos com TDAH;

Quais prejuízos os estigmas no TDAH podem causar?

O estigma no TDAH pode ter efeitos negativos significativos nas pessoas que têm o transtorno, tais como:

Autoestima baixa – internalização de crenças e percepções negativas sobre si mesmos, com sentimentos de vergonha ou inadequação. Afeta negativamente a autoestima, valor próprio e senso geral de identidade.

Saúde mental e bem-estar emocional – aumento dos níveis de estresse, ansiedade e depressão. Atitudes sociais negativas podem fazer com que as pessoas com TDAH se sintam isoladas, incompreendidas e julgadas.

Relações sociais e aceitação social – discriminação, rejeição ou exclusão por parte de colegas de trabalho e estudo ou mesmo familiares que não compreendem ou têm ideias estigmatizantes sobre o transtorno. Isso pode levar ao isolamento social e sentimentos de solidão.

Acesso a suporte e recursos o estigma pode criar barreiras para buscar ajuda e receber o tratamento necessário. Indivíduos com TDAH podem temer revelar seu diagnóstico devido a preocupação de serem discriminados.

Desafios educacionais e profissionais – pessoas com TDAH que sofrem com o estigma podem enfrentar equívocos sobre suas habilidades, ter que lidar com atitudes preconceituosas de professores ou empregadores e serem submetidos a julgamentos e expectativas injustos, prejudicando o sucesso acadêmico e profissional.

O que fazer para neutralizar estereótipos e estigmas no TDAH?

A educação é uma ferramenta poderosa que auxilia a reduzir o estigma. Aqui estão seis maneiras de ajudar a lidar com essas ideias equivocadas sobre a doença:

  1. Compartilhe sua própria história – se você vive com TDAH ou cuida de uma criança com o transtorno, aumente a conscientização ao compartilhar sua história nas redes sociais, círculos de amizades e ambientes acadêmicos e profissionais.
  • Seja positivo – destaque os pontos fortes e atributos positivos de indivíduos com TDAH, compartilhando histórias de sucesso, conquistas e contribuições de pessoas com o distúrbio em vários campos. Enfatize suas habilidades únicas, criatividade e resiliência para enfrentar estereótipos negativos e mostrar seus diversos talentos.
  • Eduque sobre saúde mental – promova o conhecimento sobre o distúrbio entre o público em geral, incluindo educadores, empregadores, profissionais de saúde e a mídia. Isso pode ser feito através de palestras e compartilhamento de conteúdo sobre o tema.
  • Preste apoio – ajude organizações e iniciativas que trabalham para aumentar a conscientização, promover a compreensão e defender os direitos e necessidades de indivíduos com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.
  • Reduza o auto estigma – aborde o tema promovendo a autoaceitação e a autocompaixão entre indivíduos com TDAH. Incentive-os a buscar a ajuda adequada, participar de grupos de apoio e compartilhar experiências para reduzir sentimentos de vergonha, isolamento e culpa.
  • Promova linguagem e comunicação adequadas – incentive o uso de uma linguagem respeitosa ao discutir o TDAH, evitando termos depreciativos ou rótulos negativos que reforcem estereótipos.

Mas, afinal, o que é TDAH e quais as causas do distúrbio?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um distúrbio do neurodesenvolvimento que aparece na infância e, frequentemente, acompanha a pessoa por toda a sua vida. Caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade, pode trazer impactos em muitos aspectos da vida, incluindo o desempenho acadêmico, profissional e relacionamentos interpessoais.

Não se sabe ao certo qual a causa exata do TDAH, mas há alguns fatores genéticos, neurológicos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio, como:

  • Genética;
  • Diferenças na estrutura e funcionamento do cérebro, como alterações nos neurotransmissores envolvidos na atenção, controle de impulsos e funcionamento executivo;
  • Exposição à fumaça do tabaco e uso de álcool ou drogas durante a gravidez;
  • Complicações pré-natais como parto prematuro e peso baixo;
  • Lesão cerebral precoce e interrupções no desenvolvimento inicial do cérebro;

Quais os principais sinais e sintomas do TDAH?

Existem três subtipos de TDAH que apresentam sinais e sintomas característicos:

Subtipo desatento – pessoas com este subtipo lutam principalmente contra a desatenção e apresentam dificuldade em manter o foco, organizar tarefas e seguir instruções. Podem parecer esquecidos e têm dificuldade em prestar atenção aos detalhes.

Subtipo hiperativo/impulsivo – é caracterizado pela dificuldade em permanecer sentado, inquietação constante ou ficar se contorcendo. Pessoas com esse subtipo costumam interromper os outros e agem impulsivamente, sem pensar nas consequências.

Subtipo combinado – este é o subtipo mais comum, no qual os portadores apresentam sintomas de desatenção e hiperatividade com impulsividade.

Conteúdo relacionado

A arteterapia pode ajudar no tratamento do TDAH?

Problemas familiares podem agravar o TDAH?

Qual o papel do SUS no tratamento do TDAH?

Referências