Probióticos
16/06/2025
Probióticos e saúde emocional: como o intestino pode influenciar o humor

Estudos mostram que o intestino e o cérebro estão diretamente conectados. Descubra como probióticos e saúde mental se relacionam e como o equilíbrio da microbiota pode ajudar a regular o humor

A saúde emocional de uma pessoa é influenciada por diversos fatores como a genética, o estilo de vida, o ambiente em que ela vive e já sabemos que o funcionamento intestinal também entra nessa lista. 

Nos últimos anos, as pesquisas sobre o eixo intestino-cérebro têm ganhado destaque ao demonstrar que o intestino não só digere os alimentos, mas também participa de processos que regulam o comportamento e as emoções.

Isso significa que alterações emocionais podem causar sintomas digestivos, ao mesmo tempo, em que desequilíbrios intestinais podem afetar o estado mental. 

Entender como funciona a relação entre probióticos e saúde mental, além de como essa conexão pode ser favorecida por meio da alimentação, é um passo importante para quem busca um equilíbrio emocional mais amplo e integrado.

A conexão entre intestino e cérebro: o que dizem os estudos

Pesquisas revelam que o intestino e o cérebro estão mais interligados do que se imaginava. Distúrbios intestinais podem afetar o humor, a cognição e até contribuir para o desenvolvimento de doenças neurológicas. 

Essa comunicação acontece por meio de um sistema complexo conhecido como eixo intestino-cérebro.

O que é o eixo intestino-cérebro e como ele atua

O eixo intestino-cérebro é uma rede de comunicação composta pelo sistema nervoso central, o sistema nervoso entérico (presente no trato gastrointestinal), o sistema imunológico e a microbiota intestinal. 

Essa comunicação ocorre por meio de neurotransmissores, hormônios, citocinas e sinalizações nervosas — especialmente através do nervo vago.

O intestino é responsável por produzir cerca de 95% da serotonina, um neurotransmissor associado ao prazer e ao bem-estar. 

A produção dessa substância depende diretamente do equilíbrio da microbiota, já que muitos microrganismos participam da síntese de precursores como o triptofano.

Além disso, as bactérias intestinais benéficas também produzem ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, que influenciam o funcionamento da barreira intestinal e modulam respostas inflamatórias — fatores que também estão ligados ao funcionamento do sistema nervoso.

Como desequilíbrios intestinais afetam o humor e o comportamento

Quando há uma disbiose — termo que se refere ao desequilíbrio entre bactérias benéficas e nocivas no intestino —, esse eixo se torna disfuncional. Isso pode desencadear processos inflamatórios, alterações na produção de neurotransmissores e aumento da permeabilidade intestinal, o que permite que substâncias indesejadas entrem na corrente sanguínea e atinjam o cérebro.

Estudos recentes sugerem que esse desequilíbrio está presente em pacientes com transtornos como ansiedade, depressão, autismo e até doenças neurodegenerativas. Um artigo publicado na Nature Reviews Neuroscience destaca que a microbiota intestinal pode influenciar o comportamento social, os níveis de estresse e a cognição por meio de mecanismos neuroquímicos e imunológicos.

Pacientes com sintomas de humor alterado, fadiga crônica e distúrbios do sono mostram melhoras quando sua microbiota é equilibrada por meio de dieta, atividade física ou do uso de probióticos, destacando a relação entre probióticos e saúde mental.

Ainda que os mecanismos não sejam totalmente compreendidos, a relação entre saúde intestinal e emocional é cada vez mais evidente na literatura científica.

O papel dos probióticos no bem-estar emocional

Quando o intestino está em equilíbrio, o corpo e a mente também tendem a funcionar melhor. Os probióticos ajudam nesse processo, contribuindo para a saúde emocional por meio do cuidado com a microbiota intestinal.

Como os probióticos ajudam a restaurar a microbiota intestinal

Probióticos são microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas, contribuem para o equilíbrio da flora intestinal. 

Eles agem competindo com bactérias patogênicas, produzindo substâncias antimicrobianas e modulando respostas inflamatórias que afetam todo o organismo.

Além de restaurar o equilíbrio da microbiota, os probióticos também reforçam a integridade da barreira intestinal, prevenindo a chamada “síndrome do intestino permeável”, associada a quadros inflamatórios sistêmicos que podem afetar negativamente a função cerebral.

Essas melhorias se associam à maior tolerância ao estresse, redução da irritabilidade, melhor regulação emocional e aumento da sensação de bem-estar. 

Em alguns casos, os benefícios se tornam perceptíveis em poucas semanas, principalmente quando aliados a uma alimentação rica em fibras e hábitos de vida saudáveis.

Quando considerar a suplementação e como escolher a cepa ideal

A suplementação pode ser uma alternativa interessante em casos de disbiose mais intensa, geralmente após o uso recente de antibióticos, estresse elevado ou quadros prolongados de ansiedade. 

A escolha do produto ideal deve considerar tanto a necessidade do paciente, como a formulação do suplemento. 

Alguns probióticos são formulados com cepas que têm maior capacidade de sobreviver ao ambiente ácido do estômago e aderir à mucosa intestinal, aumentando seu potencial de colonização e impacto positivo. 

É o caso da cepa probiótica Lactobacillus rhamnosus GG (LGG®), a mais estudada no mundo e reconhecida por seu efeito benéfico sobre o eixo intestino-cérebro.

É importante lembrar que probióticos e saúde mental estão relacionados, mas não substituem intervenções psicoterapêuticas nem o uso de medicamentos quando prescritos; no entanto, podem ser aliados importantes para uma rotina de bem-estar mais completa.

 

 

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