Bem-estar, Saúde
26/11/2021
Hábitos que ajudam a prevenir a enxaqueca

Dor latejante em um dos lados da cabeça, aversão à luz, aos ruídos sonoros, náuseas e vômito. Quem já sentiu esses sintomas provavelmente estava passando por uma crise de enxaqueca. O mal afeta 15% da população no planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, mais de 30 milhões de pessoas enfrentam o problema e precisam lidar com as consequências físicas e emocionais da doença. Isso porque a enxaqueca provoca dor e mal-estar tão intensos que impossibilitam a realização de atividades simples do dia a dia. Alguns hábitos, no entanto, podem ajudar a prevenir essas crises, mas é fundamental o acompanhamento médico para o tratamento adequado.  

O que é enxaqueca?

A enxaqueca é um distúrbio neurológico no qual a dor de cabeça costuma ser intensa e incapacitante. É considerada uma cefaleia (dor de cabeça) do tipo primária, que ocorre devido a disfunções neuroquímicas no cérebro. Portanto, não é um sintoma, mas sim a própria doença. Em geral, a enxaqueca vem acompanhada de outros sintomas, que podem incluir:

  • Aversão a sons, cheiros e luzes;
  • Enjoo;
  • Distúrbios de visão;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade de memória e fala.

Os sintomas de enxaqueca podem durar até 72 horas e, em casos crônicos, os episódios comumente acontecem em 10 a 15 dias no mês.

Quais são as causas da enxaqueca?

As causas da enxaqueca não são totalmente conhecidas, mas existem indícios de que haja um componente genético. Pessoas com familiares de primeiro grau diagnosticados com a doença têm até 80% mais chances de desenvolvê-la. As mulheres também costumam ser mais afetadas, devido às oscilações hormonais do período menstrual e menopausa.

O estresse é outra causa bastante comum, já que nessa circunstância o corpo libera grande quantidade de cortisol e adrenalina, afetando a frequência cardíaca. Esse desequilíbrio resulta na dor de cabeça intensa e demais sintomas como náusea.

Vale ressaltar que, ao longo da vida, qualquer um pode ter uma enxaqueca isolada e entre os fatores de risco estão:

Estilo de vida – privação constante do sono, dietas alimentares desequilibradas e sedentarismo podem contribuir para a enxaqueca.

Álcool e tabagismo – a nicotina presente no cigarro provoca a constrição dos vasos sanguíneos, alterando toda a circulação corporal, o que aumenta as chances de dores de cabeça. O uso abusivo de bebidas alcoólicas também causa esse efeito.

Doenças psíquicas – sintomas de depressão e ansiedade, como oscilação do sono e de humor, podem aumentar as crises de enxaqueca.

Problemas de saúde bucal – alterações orofaciais, como a disfunção temporomandibular, que afeta a articulação da mandíbula, também elevam a prevalência das dores de cabeça.

Fatores externos dias muito quentes e iluminados, vento, odores como o de perfumes podem desencadear uma crise.

Como é o tratamento para enxaqueca?

É importante que o tratamento para enxaqueca seja recomendado por um médico. O profissional realizará os testes clínicos necessários, investigará o histórico médico e familiar do paciente e provavelmente solicitará exames como a ressonância magnética, que produz imagens do cérebro e dos vasos sanguíneos. Esse cuidado é fundamental para descartar outras doenças.

A partir do diagnóstico da enxaqueca, o médico pode receitar, conforme o caso, alguns tipos de medicamentos para alívio da dor, tais como:

  • Analgésicos;
  • Medicamentos para prevenir náusea;
  • Triptanos – classe de medicamentos que age sobre os preceptores da serotonina, levando a constrição dos vasos e diminuição de episódios de inflamação que causam a enxaqueca. Existem versões em comprimido, spray nasal e injeção. Em geral não são recomendados a pessoas com risco de AVC e problemas cardíacos.
  • Opioides – composto por substâncias que podem ser altamente viciantes são recomendados em último caso, quando outros tratamentos não foram eficazes.

Existem ainda alguns tipos de medicamentos que podem ajudar a prevenir as crises de enxaqueca, dependendo das características de cada caso. Eles só devem ser utilizados com prescrição médica, por exemplo:

  • Antidepressivos – os antidepressivos possuem substâncias capazes de evitar os episódios de enxaqueca, mas possuem efeitos colaterais comuns dessa classe medicamentosa, como sonolência;
  • Anticonvulsivantes – podem inibir a incidência de dores de cabeça menos frequentes. Mas também são acompanhados de efeitos colaterais como náusea e tontura;
  • Betabloqueadores – também são recomendados para prevenção de crises de enxaqueca;
  • Terapias hormonais – se você é mulher, converse com o ginecologista sobre terapias hormonais que podem auxiliar na prevenção da enxaqueca;
  • Toxina botulínica – injeções a cada três meses podem ser eficientes para adultos.

Importante! Tome os medicamentos indicados pelo médico e somente para os momentos em que ele foi prescrito. O uso abusivo de analgésicos pode criar um “efeito rebote”, aumentando os episódios de dores de cabeça.

Quais hábitos ajudam a aliviar a enxaqueca e prevenir novas crises?

Mesmo com acompanhamento médico e uso de medicamentos, a enxaqueca pode aparecer a qualquer momento. No entanto, alguns hábitos ajudam a diminuir a frequência de dores e aliviar os sintomas. Confira algumas dicas:

  • Alimentação regular – alimente-se com regularidade e não pule as refeições;
  • Hidratação – beba água, pois a desidratação aumenta a incidência de dores de cabeça;
  • Sono adequado – procure dormir de sete a nove horas por noite;
  • Exercício físico – faça algum tipo de exercício físico rotineiramente após avaliação médica, nem que seja uma caminhada de 30 minutos;
  • Técnicas de relaxamento – adote práticas de relaxamento, como meditação, ioga e técnicas de respiração;
  • Psicoterapia – procure um terapeuta para ajudar a lidar com suas questões emocionais;
  • Atividades prazerosas – inclua atividades prazerosas em seu dia a dia, como um hobby.

Além de ajudar a prevenir e aliviar a enxaqueca, essas medidas podem ser benéficas para a saúde como um todo.

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