TDAH
30/01/2025
Qual a diferença entre TDAH e o transtorno opositivo desafiador (TOD)?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é marcado pelos sinais e sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade, atingindo cerca de 7,6% das crianças e adolescentes brasileiros. Já o transtorno opositivo desafiador (TOD) tem como principal característica a falta de autocontrole das emoções, resultando em comportamento irritadiço, agressivo e desafiador. O transtorno pode acometer até 11% da população mundial. Para compreender como cada um se manifesta, confira a seguir:

O que são o TDAH e o transtorno opositivo desafiador?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico caracterizado pela desatenção, impulsividade e hiperatividade. Frequentemente, é detectado na infância.

  • Cerca de 3% das crianças e adolescentes em todo mundo, pelo menos, têm TDAH;
  • No Brasil, em torno de 7,6% das pessoas dos seis aos 17 anos têm o transtorno;
  • Até 90% das crianças e adolescentes com TDAH apresentam ao menos uma comorbidade, enquanto em adultos a projeção é de 85%;
  • O TDAH é genético na maior parte, então, é muito provável que a pessoa com o transtorno também tenha um parente próximo com a condição. Além disso, existem alguns impactos positivos do TDAH que podem ser explorados e potencializados.
  • O transtorno opositivo desafiador (TOD) é um dos mais prevalentes, sendo detectado em cerca de 1/3 dos casos de TDAH.

O TOD é um transtorno comportamental marcado pela falta de autocontrole das emoções, com episódios constantes de irritabilidade, raiva e agressividade. Assim como no TDAH, o diagnóstico é mais comum na infância e na pré-adolescência. Outra característica semelhante é que ambos atingem mais os meninos do que meninas.

  • A prevalência do transtorno opositivo desafiador no mundo varia bastante, entre 2% e 11%;
  • Estudos sugerem que 50% das pessoas com TOD herdam o problema, mas muitos pesquisadores atribuem a condição à repetição de comportamentos negativos observados pela criança em seu convívio com os adultos, o que não acontece no TDAH.

Como TDAH e TOD se manifestam em crianças e em adultos?

Ao longo da vida, todos estão sujeitos a ataques de raiva, a cometer erros por falta de atenção ou a agir de forma impulsiva. Mas, no caso do TDAH e do TOD, esses comportamentos são constantes e acarretam enorme prejuízo à vida de quem tem um ou os dois transtornos.

No TDAH, os sintomas mais comuns são:

Em crianças:

  • Esquecer e perder objetos;
  • Falar muito;
  • Ter dificuldade em esperar;
  • Apresentar problemas de relacionamento;
  • Ter dificuldade de ficar sentadas.

Em adultos: TDAH em adultos é um tema importante para entender como essa condição afeta diferentes aspectos da vida diária.

  • Problemas com organização;
  • Esquecimentos frequentes;
  • Pensamento acelerado;
  • Fala excessiva;
  • Interrupções constantes durante as conversas.

No TOD, os sintomas mais frequentes são:

Em crianças:

  • Explosões de raiva;
  • Brigas e discussões;
  • Tendência a ignorar solicitações;
  • Maior inclinação a comportamentos intencionalmente irritantes.

Em adultos:

  • Recusa do cumprimento de regras e leis;
  • Irritar deliberadamente as pessoas;
  • Culpar os outros;
  • Atitudes rancorosas e vingativas.

O que faz com que a pessoa tenha TDAH e TOD juntos?

Ainda são necessárias mais pesquisas para compreender o que leva uma pessoa a ter TDAH e TOD ao mesmo tempo. Por enquanto, sabe-se que a coincidência entre fatores de risco, como problemas genéticos e de desenvolvimento, pode estar relacionada a essa conexão.

A associação entre TDAH e TOD é comum e pode intensificar os sinais e sintomas. O comportamento agressivo, por exemplo, pode se tornar ainda mais latente com a falta de atenção e vice-versa. Como os sinais se sobrepõem, em alguns casos é necessário descartar o TDAH como principal motivo para as reações de oposição.

Quais as semelhanças e diferenças entre TDAH e TOD?

Tanto no transtorno do déficit de atenção com hiperatividade quanto no transtorno opositivo desafiador há alterações químicas no cérebro capazes de afetar o controle da atenção e/ou das emoções. Para o diagnóstico, em ambos os casos, é preciso que os sinais e sintomas sejam intensos e constantes por, pelo menos, seis meses consecutivos.

Outra semelhança entre os distúrbios é que os comportamentos podem se confundir com reações comuns na infância, pela própria falta de amadurecimento emocional e intelectual das crianças. Mas, ao contrário do que seria esperado, no TDAH e no TOD essas condições não são passageiras, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes ao longo do tempo.

Com relação às diferenças, os sintomas característicos de TDAH e TOD ajudam na distinção. Hiperatividade e desatenção não são predominantes no transtorno opositivo, e o mesmo vale para comportamentos irritadiços e agressivos no transtorno do déficit de atenção.

Como o TDAH e o TOD são diagnosticados e quais as opções de tratamento?

O diagnóstico do TDAH e do TOD é eminentemente clínico. Ou seja, depende da presença de sintomas típicos que compõem os critérios diagnósticos de cada condição.

Embora não existam testes específicos, alguns casos podem envolver a participação de uma equipe multidisciplinar, por exemplo, quando existe a suspeita de problemas no desenvolvimento da fala ou audição.

Os tratamentos costumam incluir vários profissionais da saúde. O psicólogo, por exemplo, é fundamental na condução da terapia comportamental. As sessões são importantes para ensinar os pacientes a reconhecer e gerenciar os sintomas.

Com relação aos medicamentos, no TDAH, o uso de psicoestimulantes pode ser indicado, principalmente quando outras doenças neurológicas estão associadas. No Brasil, as diretrizes terapêuticas adotadas na rede pública de saúde focam na terapia cognitivo-comportamental, orientação para o paciente e sua família, além de hábitos alimentares saudáveis.

O envolvimento dos pais/cuidadores e educadores é extremamente benéfico, assim como o suporte em relacionamentos amorosos com TDAH, que pode trazer mais entendimento e equilíbrio para a convivência. Especialmente quando:

  • Utilizam reforço positivo ao término de uma tarefa;
  • Incentivam hábitos alimentares mais saudáveis;
  • Evitam brigas e comportamentos agressivos;
  • Adotam punições menos severas perante um mau comportamento;
  • Realizam atividades lúdicas e que proporcionem gasto de energia físico e mental.
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