O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) atinge entre 5% e 8% da população mundial. Mas, mesmo sendo uma condição que acontece com frequência, existem vários mal-entendidos, preconceitos e estigmas relacionados ao TDAH ainda bastante arraigados, que podem prejudicar o diagnóstico e o tratamento, assim como os relacionamentos, estudos e a vida profissional de quem tem o transtorno. Continue lendo para saber:
- Quais estigmas no TDAH ainda existem na sociedade?
- Quais prejuízos esses estigmas podem causar?
- O que fazer para neutralizar estereótipos e estigmas no TDAH?
- Mas, afinal, o que é TDAH e quais as causas do distúrbio?
- Quais os principais sinais e sintomas do TDAH?
Quais estigmas no TDAH ainda existem na sociedade?
O TDAH é uma condição que ainda é muito estigmatizada. Ou seja, existe um conceito bastante arraigado na sociedade de forma geral, sem fundamento sério ou imparcial, que leva a uma percepção negativa do transtorno e pode afetar negativamente a saúde mental, os relacionamentos, os estudos e vida profissional do portador. Algumas ideias equivocadas sobre o TDAH que persistem na sociedade e levam ao estigma são:
- Não é um distúrbio real;
- Afeta apenas crianças, não adultos;
- Afeta apenas meninos ou não é tão grave em meninas e mulheres;
- É diagnosticado com muita frequência;
- A má educação leva ao TDAH;
- Pessoas com TDAH são supermedicadas;
- Sintomas do TDAH são fruto de falhas pessoais;
- Minimização dos desafios enfrentados por indivíduos com TDAH;
Quais prejuízos os estigmas no TDAH podem causar?
O estigma no TDAH pode ter efeitos negativos significativos nas pessoas que têm o transtorno, tais como:
Autoestima baixa – internalização de crenças e percepções negativas sobre si mesmos, com sentimentos de vergonha ou inadequação. Afeta negativamente a autoestima, valor próprio e senso geral de identidade.
Saúde mental e bem-estar emocional – aumento dos níveis de estresse, ansiedade e depressão. Atitudes sociais negativas podem fazer com que as pessoas com TDAH se sintam isoladas, incompreendidas e julgadas.
Relações sociais e aceitação social – discriminação, rejeição ou exclusão por parte de colegas de trabalho e estudo ou mesmo familiares que não compreendem ou têm ideias estigmatizantes sobre o transtorno. Isso pode levar ao isolamento social e sentimentos de solidão.
Acesso a suporte e recursos – o estigma pode criar barreiras para buscar ajuda e receber o tratamento necessário. Indivíduos com TDAH podem temer revelar seu diagnóstico devido a preocupação de serem discriminados.
Desafios educacionais e profissionais – pessoas com TDAH que sofrem com o estigma podem enfrentar equívocos sobre suas habilidades, ter que lidar com atitudes preconceituosas de professores ou empregadores e serem submetidos a julgamentos e expectativas injustos, prejudicando o sucesso acadêmico e profissional.
O que fazer para neutralizar estereótipos e estigmas no TDAH?
A educação é uma ferramenta poderosa que auxilia a reduzir o estigma. Aqui estão seis maneiras de ajudar a lidar com essas ideias equivocadas sobre a doença:
- Compartilhe sua própria história – se você vive com TDAH ou cuida de uma criança com o transtorno, aumente a conscientização ao compartilhar sua história nas redes sociais, círculos de amizades e ambientes acadêmicos e profissionais.
- Seja positivo – destaque os pontos fortes e atributos positivos de indivíduos com TDAH, compartilhando histórias de sucesso, conquistas e contribuições de pessoas com o distúrbio em vários campos. Enfatize suas habilidades únicas, criatividade e resiliência para enfrentar estereótipos negativos e mostrar seus diversos talentos.
- Eduque sobre saúde mental – promova o conhecimento sobre o distúrbio entre o público em geral, incluindo educadores, empregadores, profissionais de saúde e a mídia. Isso pode ser feito através de palestras e compartilhamento de conteúdo sobre o tema.
- Preste apoio – ajude organizações e iniciativas que trabalham para aumentar a conscientização, promover a compreensão e defender os direitos e necessidades de indivíduos com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.
- Reduza o auto estigma – aborde o tema promovendo a autoaceitação e a autocompaixão entre indivíduos com TDAH. Incentive-os a buscar a ajuda adequada, participar de grupos de apoio e compartilhar experiências para reduzir sentimentos de vergonha, isolamento e culpa.
- Promova linguagem e comunicação adequadas – incentive o uso de uma linguagem respeitosa ao discutir o TDAH, evitando termos depreciativos ou rótulos negativos que reforcem estereótipos.
Mas, afinal, o que é TDAH e quais as causas do distúrbio?
O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um distúrbio do neurodesenvolvimento que aparece na infância e, frequentemente, acompanha a pessoa por toda a sua vida. Caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade, pode trazer impactos em muitos aspectos da vida, incluindo o desempenho acadêmico, profissional e relacionamentos interpessoais.
Não se sabe ao certo qual a causa exata do TDAH, mas há alguns fatores genéticos, neurológicos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio, como:
- Genética;
- Diferenças na estrutura e funcionamento do cérebro, como alterações nos neurotransmissores envolvidos na atenção, controle de impulsos e funcionamento executivo;
- Exposição à fumaça do tabaco e uso de álcool ou drogas durante a gravidez;
- Complicações pré-natais como parto prematuro e peso baixo;
- Lesão cerebral precoce e interrupções no desenvolvimento inicial do cérebro;
Quais os principais sinais e sintomas do TDAH?
Existem três subtipos de TDAH que apresentam sinais e sintomas característicos:
Subtipo desatento – pessoas com este subtipo lutam principalmente contra a desatenção e apresentam dificuldade em manter o foco, organizar tarefas e seguir instruções. Podem parecer esquecidos e têm dificuldade em prestar atenção aos detalhes.
Subtipo hiperativo/impulsivo – é caracterizado pela dificuldade em permanecer sentado, inquietação constante ou ficar se contorcendo. Pessoas com esse subtipo costumam interromper os outros e agem impulsivamente, sem pensar nas consequências.
Subtipo combinado – este é o subtipo mais comum, no qual os portadores apresentam sintomas de desatenção e hiperatividade com impulsividade.
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Referências
- https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/ – acesso em 19/07/2023;
- https://www.healthline.com/health/adhd/three-types-adhd#types – acesso em 19/07/2023;
- https://www.psychiatry.org/patients-families/adhd/what-is-adhd – acesso em 19/07/2023;
- https://www.healthline.com/health/adhd/stigma#adhd-stigma – acesso em 19/07/2023.