Saúde
19/05/2025
Maio Roxo: como enfrentar as doenças inflamatórias intestinais

Maio Roxo chama atenção para as doenças inflamatórias intestinais (DIIs). Entenda os desafios, sinais de alerta e formas de apoio ao bem-estar intestinal

As doenças inflamatórias intestinais — como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa — vêm ganhando espaço nos debates sobre saúde por conta de sua complexidade e impacto na qualidade de vida.

O Maio Roxo é a campanha que propõe dar visibilidade a essas condições e aos tratamentos disponíveis. Apesar de serem crônicas, essas doenças podem ser acompanhadas com recursos que ajudam a manter o bem-estar intestinal sob controle.

Embora o diagnóstico de uma DII traga consigo desafios importantes, entender os sintomas, buscar orientação especializada e adotar uma rotina de cuidados adequada pode ajudar pessoas acometidas com uma dessas enfermidades a levarem a vida com maior conforto e leveza.

O que são as doenças inflamatórias intestinais?

As DIIs englobam distúrbios crônicos que afetam o trato gastrointestinal, caracterizados por inflamação persistente na mucosa intestinal. As duas formas mais conhecidas são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, que se diferenciam tanto na localização quanto no comportamento da inflamação.

No caso da doença de Crohn, o processo inflamatório pode atingir desde a boca até o ânus, afetando todas as camadas da parede intestinal. Já a retocolite se restringe ao cólon e ao reto, com inflamações mais superficiais.

Ambas as condições compartilham sintomas semelhantes, mas exigem planos de cuidado individualizados, definidos com base no histórico clínico, gravidade e resposta do paciente ao tratamento.

Diferença entre doença de Crohn e retocolite ulcerativa

Alguns aspectos que ajudam a diferenciar ambas as condições. A doença de Crohn tende a apresentar lesões mais profundas e “salteadas” ao longo do trato gastrointestinal, podendo causar complicações como fístulas e estenoses. 

Já a retocolite ulcerativa, por afetar apenas a camada mais interna do cólon, costuma provocar sangramentos retais e crises mais frequentes de diarreia com muco.

Causas possíveis e impacto no dia a dia

As causas das doenças inflamatórias intestinais ainda não são totalmente compreendidas, sugere-se que há forte relação com fatores genéticos, imunológicos e ambientais. 

Hábitos como tabagismo, exposição precoce a antibióticos, histórico familiar e alterações na microbiota intestinal também estão entre os possíveis fatores envolvidos.

Para quem convive com o diagnóstico, o impacto pode ser significativo: limitações alimentares, incertezas sobre crises e alterações no humor são queixas comuns entre pacientes. 

Quais são os sintomas mais comuns e quando procurar ajuda?

Alguns sinais podem passar despercebidos no início, mas merecem atenção quando se tornam persistentes. Conhecer os sintomas mais comuns é fundamental para identificar possíveis problemas e saber o momento certo de buscar ajuda especializada.

Diarreia crônica, dor abdominal, perda de peso e fadiga

A diarreia é um dos principais sintomas. Quando ela persiste por semanas, com ou sem sangue, acompanhada de dor abdominal, é importante buscar orientação médica. A perda de peso (mesmo sem mudanças na dieta) e a fadiga intensa também podem ser indicativos de que algo está comprometendo o funcionamento intestinal.

Além disso, a febre baixa recorrente, anemia e aftas na boca podem surgir em fases ativas da inflamação. Em alguns casos, há também manifestações fora do intestino, como dores nas articulações ou problemas de pele.

Importância do diagnóstico precoce e acompanhamento médico

Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores são as chances de controlar os episódios de inflamação e prevenir complicações. O diagnóstico costuma envolver exames de sangue, fezes, endoscopia e colonoscopia com biópsia.

O acompanhamento deve ser feito por gastroenterologistas especializados em doenças inflamatórias intestinais, que avaliarão as opções mais seguras para cada perfil. O uso de medicamentos sob prescrição médica é fundamental para o controle das crises e a manutenção do bem-estar intestinal.

Vale lembrar que o uso contínuo de medicamentos sem orientação pode mascarar os sintomas ou, na pior das hipóteses, piorar o quadro. Por isso, sempre que apresentar os sintomas, buscar ajuda e a avaliação médica fará toda a diferença.

Como lidar com as DIIs e promover qualidade de vida?

Conviver com uma condição crônica não significa abrir mão do bem-estar. A adesão a um plano terapêutico integral proposto por um médico é um ponto-chave para quem vive com DIIs.

Estratégias de tratamento, alimentação e rotina de cuidados

O plano de tratamento varia de acordo com a intensidade e frequência dos sintomas, podendo envolver medicamentos anti-inflamatórios intestinais, imunomoduladores e suporte nutricional. Durante as fases de remissão, é comum que o paciente recupere o apetite e a disposição, o que reforça a importância do cuidado contínuo.

Alimentos ricos em fibras podem ser bem tolerados por alguns e provocar sintomas em outros, por isso o ideal é manter acompanhamento com nutricionista. Monitorar sinais de desidratação, como boca seca ou diminuição do volume urinário, também é essencial — já que crises de diarreia podem levar à perda de eletrólitos como sódio e potássio.

O uso de suplementação probiótica que contém a cepa probiótica Lactobacillus rhamnosus GG (LGG®), pode contribuir para a saúde do trato gastrointestinal; isso porque ela é reconhecida por sua capacidade de auxiliar o organismo na modulação das respostas inflamatórias e na integridade da barreira intestinal.

O papel do suporte emocional e da informação no enfrentamento

Cuidar da saúde mental é outra parte importante no manejo das doenças inflamatórias intestinais. Ansiedade e depressão podem se intensificar em fases de crise, impactando ainda mais a adesão ao tratamento e a qualidade de vida.

Participar de grupos de apoio, conversar com psicólogos e buscar informações confiáveis ajuda a reduzir o estigma e a sensação de isolamento. Campanhas como o Maio Roxo reforçam o quanto a escuta, o acolhimento e a informação qualificada podem fazer a diferença para quem enfrenta essas condições.

 

 

Ref.

Capurso L. Trinta anos de Lactobacillus rhamnosus GG: uma revisão. J Clin Gastroenterol. 2019 Mar;53 Supl. 1:S1-S41.

Confira todos os conteúdos