Tag Archive for: ADHD

Estratégias para o gerenciamento do TDAH em adultos

No Brasil, cerca de 2,5 mil adultos convivem com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O distúrbio, caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade, afeta o âmbito acadêmico, profissional e social, causando prejuízos ao longo da vida. No entanto, o tratamento adequado, por meio de medicamentos e psicoterapia, é capaz de amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Além disso, algumas estratégias comportamentais podem ser úteis para o gerenciamento do TDAH em adultos no dia a dia. Continue a leitura para saber:

O que é o TDAH?

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é caracterizado por uma combinação de sintomas persistentes, como desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade.  Embora a causa exata da condição seja desconhecida, estudos indicam que ela está ligada a alterações genéticas sutis na parte frontal do cérebro, responsável pelo controle da atenção e pela inibição do comportamento.

As manifestações do TDAH podem variar entre os pacientes e se apresentar das seguintes formas:

  • Predominantemente hiperativo – sintomas relacionados à hiperatividade e impulsividade são mais acentuados;
  • Predominantemente desatento – desatenção e distração são preponderantes nesse caso;
  • Combinado – equilíbrio entre os sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

Os primeiros sintomas costumam surgir na infância e são mais facilmente detectados quando a criança inicia o processo de alfabetização. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado facilitam o controle do distúrbio ao longo da vida.

Entretanto, cerca de duas a cada três crianças com TDAH seguem com o transtorno na vida adulta e, em alguns casos, o problema só é diagnosticado na maturidade. Para pessoas que receberam diagnóstico tardio, a primeira coisa a saber é que suas dificuldades têm um nome e têm tratamento.

Quais são os sinais e sintomas de TDAH em adultos?

Os sinais e sintomas de TDAH costumam ser os mesmos na infância e na fase adulta. No entanto, a intensidade deles pode mudar com o tempo. A hiperatividade, por exemplo, tende a atenuar com o passar dos anos. Em contrapartida, a desatenção, a impulsividade e a inquietação podem persistir e interferir no funcionamento diário. As possíveis manifestações do TDAH incluem:

  • Rendimento aquém da capacidade intelectual;
  • Falta de foco;
  • Tédio;
  • Dificuldade de seguir rotinas;
  • Procrastinação;
  • Dificuldade para planejar e executar tarefas;
  • Ansiedade diante de tarefas não estimulantes;
  • Alteração de humor constante;
  • Esquecimento de datas e compromissos importantes;
  • Perda de objetos;
  • Problemas para expressar ideias e colocar em prática o que está pensando;
  • Dificuldade para escutar e esperar a sua vez de falar;
  • Intolerância a situações monótonas e repetitivas;
  • Falta de atenção com coisas simples e erros constantes na execução de atividades.

Importante: qualquer pessoa pode apresentar os sinais e sintomas acima em algum momento. Mas, no TDAH, eles estão presentes desde a infância e são persistentes, além de serem graves o suficiente para causar problemas em mais de uma área da vida.

Quais são os desafios associados ao TDAH em adultos?

Há uma parcela de adultos com TDAH que desconhece o diagnóstico. Um dos fatores que dificulta a identificação do transtorno nessa faixa etária é que, com frequência, a pessoa afetada e os que estão ao seu redor enxergam os sinais e sintomas da condição como um traço de personalidade.

Embora alguns dos adultos com TDAH não diagnosticados consigam desenvolver estratégias para compensar suas dificuldades, muitos deles, por desconhecerem a origem do problema e não receberem tratamento, ficam mais suscetíveis a relacionamentos instáveis, baixo desempenho profissional e acadêmico, baixa autoestima e outras consequências.

Um dos maiores desafios está na execução das atividades relacionadas ao trabalho. Pessoas com o transtorno estão mais suscetíveis a:

  • Demissões;
  • Acidentes de trabalho;
  • Avaliações negativas de rendimento;
  • Problemas de relacionamento com os colegas;
  • Repreensão por comportamento inadequado.

No âmbito da saúde, estudos indicam que 75% dos adultos com TDAH estão propensos a mais de uma comorbidade. Entre elas:

  • Depressão;
  • Dislexia;
  • Ansiedade;
  • Compulsão alimentar;
  • Distúrbios do sono;
  • Uso abusivo de álcool e outras drogas;
  • Baixa autoestima.

Como é feito o diagnóstico do TDAH em adultos?

Quando a pessoa suspeita do TDAH ou é alertada por alguém, é importante que ela consulte um psiquiatra ou neurologista. Para fazer o diagnóstico, o profissional realizará o seguinte processo:

  • Exame físico: para descartar outras possíveis causas dos sintomas;
  • Coleta de informações/anamnese: perguntas feitas pelo médico sobre histórico clínico pessoal e familiar, além do surgimento e frequência dos sintomas;
  • Testes de transtornos mentais:  para avaliar os sintomas e até mesmo descartar outros tipo de transtornos.

Como é o tratamento do TDAH em adultos?

O tratamento do TDAH em adultos costuma envolver medicação, psicoterapia e treinamento de algumas habilidades para atenuar os sintomas. Esses recursos, em geral, precisam ser adaptados ao longo do processo e podem ou não estar associados.

Em relação aos medicamentos, é comum a prescrição de:

  • Psicoestimulantes : são usados para elevar e equilibrar o grau de substâncias químicas cerebrais/neurotransmissores;
  • Antidepressivos: também ajudam no equilíbrio das reações químicas do cérebro.  Em geral, são recomendados quando há contraindicação para o uso de psicoestimulantes.

A psicoterapia é de suma importância para aprender formas de lidar com os sintomas e treinar habilidades como organização, planejamento e controle emocional. Há dois tipos de acompanhamento psicológico indicados:

  • Terapia cognitiva comportamental: ajuda no desenvolvimento de habilidades específicas para o gerenciamento de comportamentos e enfretamento de problemas no trabalho e vida pessoal. Também auxilia a lidar com comorbidades como ansiedade e depressão.
  • Aconselhamento familiar: essa terapia envolve pais, filhos e cônjuges, para que todos possam encontrar a melhor forma de se comunicar e lidar com os sintomas do TDAH.

Importante: buscar o máximo de informações sobre TDAH e partilhar experiências e dúvidas em grupos de apoio também são ferramentas importantes para conviver melhor com o transtorno.

Quais estratégias podem ajudar no gerenciamento do TDAH em adultos?

Além de acompanhamento médico, medicamentos e psicoterapias, existem técnicas que podem ajudar adultos com TDAH a lidar com o transtorno. Confira algumas delas:

Atividade física – ajuda a diminuir a alternância de humor, aumenta gasto de energia e acalma a mente.

Sono adequado – a falta de sono é capaz de piorar os sintomas do TDAH, aumentando o nível de desatenção.

Alimentação adequada – comer bem, em pequenas porções ao longo do dia, pode diminuir a distração e a hiperatividade. Diminuir o consumo de açúcar e carboidrato, e aumentar a ingestão de proteínas também contribui para redução dos sintomas do TDAH.

Documentar a rotina – manter uma agenda com os horários e compromissos ajudará a driblar a dificuldade de organização, comum para quem tem TDAH.

Definição de prioridades – identifique as tarefas mais importantes do dia e comece por elas.

Gerenciamento do tempo – outra dica é definir a quantidade de tempo necessária para executar cada tarefa e estabelecer prazos para seus projetos.

Uma tarefa de cada vez – realize uma atividade por vez e, no caso de um grande projeto, divida-o em partes para terminá-lo aos poucos.

Organização do espaço – verifique diariamente o que você usará e o que deverá ficar guardado. Defina lugares para chaves, contas e outros itens que se perdem facilmente. E jogue fora tudo o que não for necessário.

Evitar respostas imediatas – a impulsividade é um sintoma perigoso para adultos com TDAH que podem se comprometer a fazer algo que não vão dar conta. Por isso, antes de responder a um pedido, respire, pare, e verifique se realmente é possível.

Conteúdos relacionados

O que é TDAH? Veja as respostas das principais dúvidas sobre o transtorno
TDAH: entenda como é feito o diagnóstico
Como e por quem é feito o diagnóstico do TDAH?

Referências

Autismo e TDAH: qual a relação entre os transtornos?

O autismo e TDAH são distúrbios neurológicos que costumam se manifestar logo nos primeiros anos de vida das crianças, podendo afetar aspectos como o desenvolvimento social e o aprendizado escolar. Continue a leitura e saiba como esses transtornos podem estar relacionados, além das diferenças principais dos sinais e sintomas aplicados à rotina.

O que é TDAH?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio de desenvolvimento neurológico, com causa genética, que se manifesta por meio de comportamentos classificados em dois grandes grupos: desatenção e impulsividade-hiperatividade. É estimado é que 3 a 5% das crianças do mundo todo tenham TDAH, sendo que metade dos casos são perpetuados ao longo da vida adulta.

Geralmente, os sinais do TDAH são percebidos antes dos sete anos de idade pelos pais ou responsáveis da criança, como os professores e outros funcionários da escola, uma vez que o transtorno interfere diretamente no comportamento e desempenho escolar. É comum que o diagnóstico seja um pouco mais demorado em pessoas que manifestam somente os sinais de desatenção na rotina, que podem ser:

  • Distração – falta de atenção a detalhes, tendência em iniciar uma tarefa antes de terminar outra, incapacidade de se concentrar, dificuldade em realizar tarefas demoradas.
  • Dificuldade de aprendizado – erros em trabalhos e provas escolares devido a descuidos, dificuldade em organizar brinquedos ou exercícios, incapacidade em ouvir ou executar instruções.
  • Disfunção da memória – perda recorrente de pertences devido ao esquecimento, dificuldade em lembrar instruções e estudos.

Já as pessoas que possuem os sinais da hiperatividade-impulsividade em conjunto com os de desatenção costumam ser diagnosticados mais facilmente devido à intensidade da manifestação no dia a dia:

  • Inquietude e agitação – dificuldade de permanecer quieto, como na própria carteira escolar, por exemplo; interrupções durante conversa com outras pessoas; correr e escalar móveis, muros e objetos; fala excessiva; mãos e pés inquietos.
  • Atitudes impulsivas – realiza ações arriscadas sem se importar com a segurança pessoal ou de outras pessoas, interrupções durante conversas com outras pessoas, responder antes que concluam a pergunta.

O que é autismo?

O autismo não é uma doença, mas sim um distúrbio neurológico conhecido como transtorno de espectro do autismo (TEA). Ele pode dificultar a comunicação e a interação social, além de fazer com que a pessoa tenha padrões restritos e repetitivos de comportamento. O TEA pode ter vários níveis de intensidade e cada uma provoca dificuldades diferentes ao longo da vida da pessoa.

Segundo a Organização das Nações Unidas, estima-se que 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo – e a maioria ainda não sabe. No Brasil, estudos indicam que a idade média para diagnóstico é de quatro anos e 11 meses de idade, [GP1] [NU2] [NU3] mas, em geral, os primeiros sinais do distúrbio podem ser notados em bebês de poucos meses até os primeiros anos da infância. São eles:

  • Dificuldade em manter contato visual e expressar emoções;
  • Dificuldade na comunicação, como uso repetitivo da linguagem;
  • Não atender quando chamado pelo nome;
  • Apego excessivo a rotinas e/ou a determinados objetos;
  • Ações repetitivas;
  • Interesse intenso em coisas ou assuntos específicos;
  • Sensibilidade sensorial – podem se incomodar ou ter forte interesse por ruídos, luzes, cheiros, toque, texturas;
  • Capacidade de memória acima da média.

Quais as semelhanças e diferenças entre autismo e TDAH?

Padrão de concentração – crianças com autismo ou TDAH podem apresentar alguma dificuldade de concentração. No entanto, crianças com TEA costumam ter dificuldade em focar em atividades que não gostam, mas podem se fixar intensamente em objetos, brinquedos ou outras atividades preferidas. Já crianças com TDAH resistem em se envolver com qualquer coisa que exija concentração, principalmente se levar tempo.

Comunicação – ambas condições podem interferir na comunicação da criança em certo ponto, mas as crianças com TEA costumam ter mais dificuldade em interagir socialmente com as pessoas ao redor, acham difícil manter o contato visual ou podem falar por horas apenas sobre um objeto ou tema de interesse. Ao contrário, as crianças com TDAH (principalmente se manifestar o comportamento hiperativo) tendem à fala excessiva e interrupções de conversas.

Rotina – pessoas com TEA são propensas ao apego a uma rotina específica e ficam descontentesquando precisam mudar.Por exemplo, podem querer sempre brincar com os mesmos brinquedos, comer determinado tipo de alimento de tal restaurante, vestir determinada roupa. Já pessoas com TDAH tendem a ficar impacientes em ter que seguir a mesma rotina por muito tempo ou repetir a mesma coisa várias vezes seguidas.

Quem tem autismo pode ter TDAH?

Sim. É possível que os dois distúrbios ocorram ao mesmo tempo em uma pessoa. Pesquisas indicam que entre 30% e 50% de pacientes com autismo também apresentam TDAH. Nesses casos, os sinais podem ser mais confusos, uma vez que a pessoa pode apresentar sintomas como foco intenso e concentração em um determinado assunto de interesse ou um objeto – característica que está fora do diagnóstico de TDAH, mas que faz parte do quadro de autismo.

Pode acontecer de um dos transtornos ser mais presente que o outro: por exemplo, a criança demonstrar os sinais e sintomas de desatenção e hiperatividade-impulsividade do TDAH combinados, mas apenas algumas características do TEA. 

Importante: somente um médico especialista é capacitado para diagnosticar uma criança com suspeita de TDAH, autismo ou ambos os distúrbios. No caso do autismo e TDAH combinados, o diagnóstico pode ser um pouco mais demorado. O médico fará uma análise dos sinais e sintomas relatados pelos pais, poderá conversar com educadores ou outras pessoas envolvidas na rotina da criança, para traçar um padrão de comportamento. Só assim é possível determinar o melhor tratamento, que pode envolver medicamentos, psicoterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outras.

Veja também

TDAH – como identificar os sintomas de desatenção na rotina?

O que é TDAH? Veja as respostas das principais dúvidas sobre o transtorno

TDAH em crianças na escola: o que você deve saber?

Referências:


O que é TDAH? Veja as respostas das principais dúvidas sobre o transtorno

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio de desenvolvimento neurológico, com componente genético, que atinge entre 3 e 5% das crianças do mundo e se perpetua na vida adulta em metade dos casos. Por apresentar sintomas que são subjetivos, como desatenção e impulsividade, é comum que o TDAH gere questões aos envolvidos. Neste artigo, você confere as respostas para as principais dúvidas sobre TDAH, como o que é e quais os direitos daqueles que o possuem.

O que é TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade se manifesta por meio de comportamentos que são classificados em dois grupos:

Desatenção – como distração, dificuldade de aprendizado, disfunção da memória;

Hiperatividade-impulsividade – como inquietude, agitação e atitudes exacerbadas.

Os sinais do TDAH geralmente podem ser percebidos antes dos sete anos de idade e, em alguns casos, se prolongam durante a vida adulta. Para que seja o mais assertivo possível, diagnóstico de TDAH deve ser feito com base em avaliações médicas, de desenvolvimento e educacionais.

É importante diagnosticar o transtorno, porque a longo prazo ele pode causar disfunções de atenção, memória, linguagem, interação social e resolução de problemas de uma criança. Isso tudo impacta também no aprendizado, que é dificultado, já que a aquisição, retenção ou aplicação de informações e habilidades fica prejudicada.

Quais os direitos dos alunos com TDAH?

Crianças e adolescentes com TDAH têm direito a acompanhamento específico direcionado às dificuldades de aprendizagem em escolas da rede pública e privada. Isso é estabelecido através da Lei 14.254.21, publicada em 1º de dezembro de 2021 no Diário Oficial da União, que obriga:

  • O poder público a oferecer um programa de diagnóstico e tratamento precoce aos alunos da educação básica com TDAH ou qualquer outro transtorno de aprendizagem;
  • O poder público a garantir que as necessidades do aluno com TDAH sejam atendidas pelos profissionais da rede de ensino em parceria com profissionais da rede de saúde;
  • Os sistemas de ensino a capacitar professores da educação básica para identificação precoce dos sinais e sintomas de TDAH.

Além disso, a Constituição Federal assegura o direito à Educação a toda população brasileira e veda quaisquer formas de discriminação. Ela estabelece que é dever do Estado garantir atendimento especializado aos portadores de deficiência – o que inclui aqueles que possuem TDAH.

Dessa forma, as escolas devem desenvolver projetos pedagógicos que contemplem a diversidade de alunos e cabe às famílias, aos profissionais da educação, às instituições escolares e à sociedade fazer com que o ensino inclusivo se cumpra. Caso contrário, é possível provar na justiça a violação de direitos reconhecidos por lei.

Quem tem TDAH pode receber benefício de prestação continuada (BPC)?

Sim. No entanto, como o Benefício de Prestação Continuada é socioassistencial e pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é preciso que a pessoa que irá receber seja reconhecida como incapacitada. Para que isso aconteça, é necessário um diagnóstico de TDAH em mãos, realizado por um parecer médico. Segundo a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, só são reconhecidos aqueles diagnósticos emitidos após ouvir especialistas multiprofissionais.

Além disso, a regulamentação para este benefício estabelece que a pessoa deve:

  • Ser portador de deficiência ou ter idade mínima de 65 anos para o idoso não-deficiente;
  • Renda familiar não superior a um quarto do salário mínimo em vigor por pessoa (incluindo o próprio requerente);
  • Não estar vinculado a nenhum regime de previdência social;
  • Não receber benefício de espécie alguma, salvo o de assistência médica;
  • Comprovar não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.

O que acontece se não tratar TDAH?

O TDAH não tratado pode causar problemas ao longo da vida. Por apresentarem tendências impulsivas e dificuldade de concentração, se não tiverem acompanhamento adequado, as pessoas com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade podem ter dificuldade em obter sucesso na escola, no trabalho, nos relacionamentos e em outros aspectos da vida.

Para uma criança, o TDAH não tratado pode causar:

  • Notas baixas e dificuldade de aprendizado;
  • Dificuldade de controlar as emoções;
  • Lesões físicas devido à impulsividade de alguns atos;
  • Problemas sociais por reagir impulsivamente em algumas situações simples, como compartilhar brinquedos;
  • Dificuldade para fazer e manter amizades;
  • Baixa autoestima;
  • Depressão.

Para adultos, o TDAH não tratado pode causar:

  • Dificuldade em cumprir compromissos de trabalho;
  • Tendência a comportamentos perigosos, como uso de drogas e escolhas sexuais arriscadas;
  • Tendência a vícios, como álcool, cigarro e jogos de azar;
  • Transtornos alimentares;
  • Dificuldade de convivência com amigos e colegas de trabalho;
  • Maior propensão a acidentes e problemas com a lei.

Veja também

O que é e como identificar o TDAH em uma pessoa?

TDAH – Depoimentos de pacientes com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade 

TDAH em crianças na escola: o que você deve saber?

Referências:


TDAH em crianças na escola: o que você deve saber?

Estudos nacionais e internacionais indicam que cerca de 3% a 7% dos estudantes apresentam o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), que envolve a dificuldade de concentração, organização, persistência e inclinação à impulsividade. Assim, o TDAH em crianças e adolescentes pode interferir no rendimento escolar.

A seguir aprofundaremos o tema e por isso convidamos você a continuar a leitura para saber como lidar com as crianças com TDAH na escola.

O que é TDAH?

O TDAH é um transtorno de comportamento que envolve a dificuldade de concentração e a hiperatividade/agitação. Em geral, crianças com TDAH não conseguem focar nos estudos por muito tempo, se distraindo facilmente. Os sinais e sintomas podem ser caracterizados em três subgrupos:

  • Desatento – se caracteriza pela falta de atenção nos detalhes. Dessa maneira, a pessoa pode perder a concentração com qualquer barulho externo, por exemplo.
  • Hiperativo/Impulsivo – se caracteriza pela dificuldade em ficar parado no mesmo lugar por muito tempo e esperar que as coisas aconteçam no ritmo programado. É muito comum também uma inquietação ou movimentação constante das mãos e dos pés.
  • Combinado – se caracteriza pela junção dos sintomas do desatento e do hiperativo e impulsivo.

As crianças com o tipo “combinado” de TDAH costumam apresentar primeiro os sintomas de impulsividade ou hiperatividade e depois a desatenção. Vale ressaltar que com o passar do tempo essas características são amenizadas, principalmente se houver o tratamento adequado. Além disso, são observados altos e baixos ao longo dos anos, dependendo do contexto de vida da pessoa.

O tratamento adequado envolve uma equipe multiprofissional, além de apoio da família e da escola. Em alguns casos, medicamentos também são necessários para o controle dos sintomas, já que o déficit de atenção com hiperatividade não tem cura.

Diagnóstico do TDAH em crianças

Em geral o diagnóstico acontece na primeira infância, por volta dos seis anos de idade, fase na qual a criança está passando pelo processo de alfabetização. É neste momento que ela começa a ser cobrada e pressionada para manter um maior nível de concentração para reter os conteúdos de sala de aula e aprender a ler e a escrever.

Por isso é bastante comum que os educadores sejam os primeiros a perceber os sintomas e recomendar aos pais que procurem pelo diagnóstico e tratamento. Vale ressaltar que TDAH não é um problema de aprendizagem e sim um distúrbio com características que afetam esse processo. O diagnóstico de TDAH deve ser feito por um profissional da saúde capacitado, com base em avaliações médicas, de desenvolvimento e educacionais, para que seja assertivo.

TDAH em crianças: como se dá o convívio escolar?

É comum que crianças com TDAH na escola sejam confundidas com alunos bagunceiros. O comportamento hiperativo e a dificuldade de seguir regras muitas vezes são vistos como atitudes de displicência e pura falta de interesse nos estudos.

Sem o diagnóstico, o convívio da criança com gestores escolares, educadores e demais profissionais da escola, costuma ser conflituoso, já que ela “não obedece”. Em algumas situações, o relacionamento com outros colegas de classe também fica prejudicado, seja pela impulsividade ou a desatenção, resultando no bullying escolar.

As crianças com TDAH também estão mais sujeitas a baixa autoestima e problemas relacionados com a ansiedade e a depressão, que certamente interferem no desempenho escolar ao longo da vida. Nesse sentido, é extremamente importante que profissionais da educação observem os seguintes comportamentos:

  • Desatenção e distração constante;
  • Erros em avaliações por puro descuido;
  • Esquecimento e perda frequente do material escolar;
  • Extrema dificuldade em organizar os materiais;
  • Ações impulsivas ou inconsequentes;
  • Interrupção contínua enquanto outras pessoas falam;
  • Mudanças de humor rápida;
  • Impaciência e irritabilidade;
  • Incapacidade para realizar tarefas demoradas;
  • Extrema dificuldade em ouvir e cumprir regras;
  • Levantar toda hora na sala, sem qualquer estímulo;
  • Movimentos físicos excessivos;
  • Conversar enquanto todos estão quietos;
  • Dificuldade em esperar.

Porque o TDAH pode interferir no aprendizado da criança?


Todas as características apontadas no tópico anterior podem interferir no processo de aprendizagem. A atenção, por exemplo, é fundamental para que o aluno processe as informações e organize em sua mente o que está sendo ensinado. Dessa forma, a falta de atenção prejudica a assimilação dos conteúdos de sala de aula.

Nesse contexto, como o aluno não consegue reter as informações em sua totalidade, é comum acumular deficiências de aprendizagem com o passar do tempo. Afinal, a complexidade dos conteúdos só aumenta com o avançar da vida acadêmica.

Outros comportamentos como a impaciência e falta de persistência também refletem diretamente no processo de aprendizagem. Em geral, é normal que qualquer aluno tenha dificuldade diante de um novo conteúdo, mas aquelas que não apresentam qualquer problema de comportamento possuem mais facilidade em insistir e focar na explicação do professor. O mesmo não acontece com a criança ou adolescentes com TDAH.

Vale ressaltar que os alunos com TDAH conseguem, sim, concluir os estudos. A diferença pode estar no tempo em que levarão para ultrapassar todas as etapas. Isso porque muitas vezes precisam de um número maior de repetições e explicações para aprender. Nesse sentido é fundamental um acompanhamento especial de profissionais da educação, da saúde e da família como mostraremos na sequência.

Como a família, educadores e profissionais da saúde podem contribuir para o desenvolvimento escolar das crianças com TDAH?

Um ponto muito importante, especialmente para a família, é evitar as expectativas fora da realidade. Os sintomas de TDAH são bastante nocivos para o aprendizado e por isso, mesmo com todo o apoio, o desempenho escolar pode continuar aquém do esperado.

É valido considerar também que cada criança é um indivíduo único. Por isso é importante não confundir comportamento de TDAH com atitudes que correspondem a personalidade da pessoa. Pais e educadores devem estar atentos e informados sobre o que é exatamente o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade.

Para ajudar alunos com TDAH, os professores podem utilizar os métodos a seguir:

  • Colocar a criança para sentar mais próxima da lousa, longe de porta e janelas;
  • Fazer anotações em provas para que o aluno compreenda os erros e acertos;
  • Evitar instruções muito longas nas provas;
  • Usar uma linguagem clara e direta ao orientar os alunos;
  • Pedir que o aluno com TDAH repita as instruções, mas sempre evitando a exposição negativa diante dos outros alunos;
  • Conversar constantemente com o aluno, explicando os prejuízos de certos comportamentos para ele e demais colegas.

A família pode contribuir com o aprendizado das crianças com TDAH da seguinte forma:

  • Evitar broncas por comportamentos característicos de TDAH;
  • Agir sempre da mesma forma, independente das oscilações de humor e comportamentos da criança;
  • Reconhecer e recompensar o progresso escolar;
  • Acompanhar as tarefas de casa por meio de atividades que despertem o interesse da criança;
  • Anotar as datas de prova e tarefas em uma agenda;
  • Evitar barulhos externos enquanto a criança estuda.

Os profissionais da saúde devem ser munidos de todas as informações sobre o progresso escolar da criança. Assim, podem avaliar a necessidade de utilizar medicamentos específicos e/ou como promover uma terapia mais adequada para controlar e amenizar os sintomas de TDAH.

Conteúdos relacionados

Lei de Assistência Integral aos Alunos com TDAH: como funciona?
TDAH: entenda como é feito o diagnóstico
TDAH – Depoimentos de pacientes

Referências


O que é e como identificar TDAH em uma pessoa?

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico, reconhecido oficialmente pela Organização Mundial da Saúde. Ele surge na infância, e suas causas são genéticas. 

Em nível global, estima-se que o problema atinja entre 3% e 5% das crianças, sendo mais frequente em meninos, os quais costumam ter maior hiperatividade infantil do que as meninas.

Quem tem TDAH apresenta uma disfunção na região pré-frontal do cérebro, área que controla os impulsos, inibe comportamentos considerados inadequados e influencia a capacidade de planejar, de organizar, de prestar atenção e até de memorizar.

Arm raised and holding Exclamation Mark icon

Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o TDAH combina três sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade.

A criança com TDAH não consegue ficar quieta por longo período. Geralmente, as primeiras suspeitas surgem quando ela vai para a escola, onde fica visível algumas dificuldades como para aprender, para seguir regras e para respeitar limites, assim como para se relacionar com as outras crianças e com os adultos.

De forma geral, um paciente com TDAH não percebe que seu comportamento não é adequado para o momento e qual é o impacto disso para os outros.

Sem ser tratado, essas mesmas dificuldades podem se estender à fase da adolescência. Já na fase adulta, a doença na maioria das vezes se estabiliza, mas a pessoa pode ser desatenta e ter problema de memória, esquecendo-se frequentemente de compromissos agendados e até onde deixou objetos.

Nem tudo é TDAH

É bom frisar, no entanto, que quase todas as crianças têm sintomas de hiperatividade e podem ter episódios de falta de concentração na escola, por exemplo. É preciso investigar a intensidade e a combinação de sintomas, para entender o que pode – ou não – atrapalhar o desenvolvimento e o dia a dia.

“Dificuldades de aprendizagem, problemas familiares, emocionais ou nas relações sociais podem ser fatores prejudiciais ao desempenho escolar de uma criança e não estar necessariamente associado ao diagnóstico do TDAH”, avisa a ABDA.

Quais são as causas?

A genética é o fator básico na determinação do aparecimento dos sintomas do TDAH, já que há alterações na região frontal e nas conexões com o restante do cérebro.

Várias outras hipóteses foram levantadas no decorrer dos anos como fatores causais, mas descartadas. Outras seguem em estudo.

Alguns apontam para fatores que aumentam o risco para o TDAH, mas são apenas indícios. Entre eles, estão substâncias – principalmente álcool e nicotina – ingeridas pela mãe durante a gestação e sofrimento do feto durante o parto.

O que fazer?

Quando os pais desconfiam que seu filho ou filha possa ter TDAH – ou quando o professor levanta essa suspeita –, o primeiro passo é procurar um médico especialista em Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, para um correto diagnóstico. Ele pode ser das áreas da psiquiatria, neurologia ou pediatria.

Não há exames para identificar o transtorno, portanto o diagnóstico é clínico, com base nos sintomas e histórico do comportamento do paciente.

O TDAH não tem cura e, sim, tratamento, mas o transtorno pode se prolongar por toda a vida do paciente. O tratamento é multidisciplinar e deve envolver profissionais das áreas médicas, de saúde mental e pedagógica, com a participação dos pais.

O profissional de saúde deve ajudar a família a entender a doença, para que os pais saibam como lidar com a criança no dia a dia.

O diagnóstico deve ser compartilhado também com os profissionais da escola. Frequentemente, a criança pode precisar no ambiente escolar de acompanhamento psicopedagógico, que definirá o planejamento de tempo e de atividades.

O tratamento psicológico é essencial para a maioria dos pacientes com TDAH. Dentro da psicologia, o destaque fica para a terapia cognitiva comportamental. Trata-se de uma abordagem da psicoterapia, que trabalha a partir da forma como cada pessoa vê, sente e pensa com relação a uma situação que causa desconforto, dor, incômodo, tristeza ou qualquer outra sensação negativa.

O médico especialista vai indicar a medicação para seu paciente. Entre eles, estão os estimulantes, considerados os mais eficazes e que podem melhorar os sintomas em pelo menos 50%. Caso não funcionem para o paciente, poderão ser ministrados antidepressivos.

Atividades físicas, para gastar energia, são benéficas para quem tem TDAH, mas não substituem o tratamento medicamentoso.

O tratamento de TDAH é importante para que a criança ou adolescente consiga se desenvolver plenamente, seja capaz de se relacionar com as outras pessoas de forma saudável e ter uma vida normal e feliz.

tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/
tdah.org.br/perguntas-mais-frequentes-e-suas-respostas/
www.dicionarioinformal.com.br/neurobiol%C3%B3gico/
www.vittude.com/blog/terapia-cognitivo-comportamental/

Tag Archive for: ADHD

Nothing Found

Sorry, no posts matched your criteria