Sinais de depressão infantil nem sempre são fáceis de identificar

Sintomas clínicos de depressão podem ter uma prevalência estimada de 25,2% em crianças e adolescentes, segundo pesquisa realizada pela Universidade de Calgary, no Canadá, entre 2016 e 2020. O diagnóstico nem sempre é rápido, pois os sinais de depressão infantil podem ser confundidos com outros comportamentos emocionais da criança. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a doença se agravou durante a pandemia e o número de casos de depressão em crianças entre seis e 12 anos aumentou de 4,5% para 8% na última década. Continue a leitura e saiba:

  • A depressão infantil realmente ocorre?
  • Como a depressão infantil é diagnosticada?
  • Quais são os sinais e sintomas da depressão infantil?
  • Quais são as causas da depressão infantil?
  • Como é o tratamento da depressão infantil?
  • Como os responsáveis podem ajudar crianças com depressão?

A depressão infantil realmente ocorre?

Ao contrário do que muitos pensam, depressão não é exclusividade dos adultos e crianças também podem desenvolver a doença. Das 300 milhões de pessoas que sofrem de depressão, cerca de 2% são crianças. Até a década de 70, pensava-se que a depressão infantil não existia. Só a partir de então é que os profissionais de saúde começaram a dar maior importância a esse transtorno e pesquisas foram desenvolvidas, comprovando que as condições depressivas dos adultos também poderiam aparecer em crianças.

A depressão infantil pode desencadear vários outros transtornos, como anorexia e bulimia. Normalmente, ela se manifesta a partir de uma situação traumática, como:

  • Separação dos pais;
  • Mudança de colégio;
  • Morte de uma pessoa querida ou animal de estimação;
  • Medos e aflições de abandono e rejeição;
  • Abuso físico e sexual.

Como a depressão infantil é diagnosticada?

Diagnosticar depressão é mais difícil nas crianças porque os sinais e sintomas podem ser confundidos com alterações emocionais e psicológicas normais da idade, como mau comportamento, birra, mau humor, tristeza e agressividade.

Por ser um transtorno mental impossível de ser comprovado por exames laboratoriais ou de imagens, o diagnóstico da depressão é realizado por um psiquiatra, baseado nos sinais e sintomas apresentados pela criança. Para confirmar o diagnóstico, o Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais estipula que a criança deve apresentar pelo menos cinco sinais e sintomas determinados pelo documento, com duração de duas semanas, no mínimo.

A maioria das crianças com depressão apresenta uma mudança significativa nas atividades de rotina, como perda de interesse na escola ou em atividades sociais, desempenho acadêmico ruim ou mudança na aparência.

  • Importante: não é porque uma criança parece triste que ela tem depressão. O que diferencia a depressão das tristezas do dia-a-dia é a intensidade, a persistência e as mudanças em hábitos normais das atividades da criança.

Quais são os sintomas e sinais de depressão infantil?

A depressão em crianças tem suas próprias características. Os sinais e sintomas variam conforme a situação e ambiente que a criança se encontra e podem ser os seguintes:

  • Irritação ou raiva;
  • Sentimentos contínuos de tristeza e desesperança;
  • Retraimento social;
  • Comportamento sensível à rejeição;
  • Alterações no apetite, que pode aumentar ou diminuir;
  • Insônia ou sono excessivo;
  • Explosões vocais ou choro;
  • Problemas de concentração;
  • Fadiga e baixa energia;
  • Queixas físicas, como dores de estômago e/ou de cabeça, que não passam;
  • Problemas durante atividades em casa ou com amigos, na escola, entre outros locais;
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa;
  • Pensamentos de morte ou suicídio.

Quais são as causas da depressão infantil?

Os fatores que causam a depressão em crianças podem ser de origem genética, psicológica e social.

Fatores genéticos – crianças têm mais chances de desenvolver depressão quando um dos pais, ou ambos, também possui a doença.

Fatores psicológicos – situações de estresse ou trauma, como acidentes e perdas; mudanças abruptas de cidade ou escola e separação dos pais; eventos traumáticos, como abusos; entre outras situações, podem contribuir para o surgimento da depressão.

Fatores sociais – como viver em um ambiente estressante ou socialmente marginalizado. No caso das crianças, rejeições ou bullying na escola são grandes contribuintes para o desenvolvimento do problema.

Fatores neuroquímicos – alguns especialistas afirmam também que algumas alterações químicas no podem ocorrer no cérebro e afetar os neurotransmissores, especificamente aqueles ligados a sensações como prazer e bem-estar. Isso faz com que a pessoa seja mais suscetível a desenvolver a depressão.

Como é o tratamento da depressão infantil?

Ao primeiro sinal de depressão, os responsáveis devem encaminhar a criança ao médico psiquiatra para que diagnostique e recomende os tratamentos mais adequados para cada caso, que podem ser:

  • Medicamentos antidepressivos;
  • Psicoterapia;
  • Psicoeducação, para orientação de pais e professores;
  • Estímulos à socialização da criança, com participação em atividades recreativas e esportivas. 

Na maioria das vezes, o apoio da família e a psicoterapia são suficientes. Somente a partir dos 6 anos de idade, pode ser necessário, em alguns casos, intervir com medicamentos.

Como os responsáveis podem ajudar crianças com depressão?

Conviver com uma criança com depressão pode não ser uma tarefa fácil. Mas é possível adotar algumas estratégias para que ela ganhe confiança e consiga superar a depressão, tais como:

  • Respeitar os sentimentos da criança, mostrando que os compreende;
  • Incentivar a criança a desenvolver atividades que gosta, sem causar pressão;
  • Elogiar a criança sobre pequenos atos e não a repreender de forma abrupta na frente de outras pessoas;
  • Dar atenção à criança, recordando que ela pode contar com o apoio dos pais, familiares e professores;
  • Levar a criança para brincar com outros amigos para aumentar a interação;
  • Não deixar a criança brincar ou ficar sozinha no quarto assistindo televisão ou jogando videogames;
  • Incentivar uma alimentação saudável;
  • Manter o quarto confortável para ajudar a criança a dormir bem.

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Referências

Depressão sazonal: você conhece os sintomas?

Mau humor, desinteresse por atividades até então prazerosas, alteração do sono e uma tristeza que não passa. Esses são alguns dos sintomas de quem sofre com depressão. Mas, quando eles só aparecem em determinadas estações do ano, a nomenclatura é mais específica: depressão sazonal. Em geral, os sinais surgem no fim do outono e progridem com o avançar do inverno. O mesmo pode acontecer entre a primavera e o verão, mas, nesse período, a prevalência do transtorno é menor. A seguir, aprofundaremos o assunto e convidamos você a continuar a leitura.

O que é depressão sazonal?

A depressão sazonal – também chamada de transtorno afetivo sazonal – é um distúrbio emocional relacionado à mudança das estações do ano. Os sintomas costumam aparecer no outono, se agravam durante o inverno e desaparecem com o início da primavera. De forma menos frequente, o transtorno também pode ocorrer no verão.

A depressão sazonal é menos comum nos países de clima tropical, como o Brasil. Nessas regiões, a incidência do transtorno dificilmente passa de 1% da população. A explicação está no fato destas localidades apresentarem maior número de dias ensolarados ao longo do ano. A falta de sol é apontada como uma das causas do distúrbio.

Quais são as causas da depressão sazonal?

As causas da depressão sazonal não são completamente conhecidas. Mas acredita-se que ela está associada a mudanças na produção de duas substâncias no organismo:

Serotonina – é um neurotransmissor responsável pela comunicação entre as células nervosas e que interfere no humor. A redução da exposição à luz do sol influencia os níveis das moléculas responsáveis por controlar a serotonina.

Melatonina – é um hormônio essencial para manter o ciclo normal do sono. A melatonina tem seu pico de produção no período da noite, pois funciona como um aviso ao corpo de que é hora de dormir.

Como no inverno os dias são mais curtos e as noites mais longas, a condição é propícia para o desequilíbrio dessas substâncias e o aparecimento dos sintomas característicos de depressão sazonal.

Quem pode ter depressão sazonal?

Em tese, qualquer pessoa pode desenvolver depressão sazonal, mas a prevalência é maior em determinados grupos:

Pessoas que já possuem algum problema de saúde mental – como bipolaridade, esquizofrenia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), além de outros tipos de depressão. No caso da bipolaridade, por exemplo, os episódios de mania podem ser acentuados em determinadas estações do ano. No inverno, as pessoas com o transtorno tendem a ficar ainda mais deprimidas e, no verão, mais agitadas.

Mulheres adultas – as mulheres estão mais suscetíveis à depressão sazonal e os primeiros sintomas costumam surgir na fase adulta.

Pessoas que moram mais ao norte do planeta – elas também têm mais chance de desenvolver a doença, pois os dias de sol são em menor número que no restante do planeta.

Pessoas com histórico familiar do transtorno – outro fator de risco para depressão sazonal é o histórico familiar, ou seja, quando há parentesco com pessoas que também sofrem do distúrbio.

Quais são os sinais e sintomas de depressão sazonal?

Os sinais e sintomas da depressão sazona incluem:

  • Alteração de humor;
  • Alteração do sono;
  • Sentir tristeza por longo período do dia e repetidas vezes na semana;
  • Desinteresse por atividades até então prazerosas;
  • Alterações no apetite e/ou peso;
  • Sensação de cansaço ou agitação;
  • Falta de energia;
  • Sensação de inutilidade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Pensamentos ligados à morte;
  • Dificuldade em socializar.

Mesmo sendo menos comum que no inverno, o transtorno afetivo sazonal também pode ocorrer no verão e, nesse caso, os sinais e sintomas mais comuns são:

  • Alteração do sono (em geral insônia);
  • Falta de apetite e, por consequência, perda de peso;
  • Agitação;
  • Ansiedade;
  • Rompantes de violência.

É muito importante salientar que as manifestações citadas só estão relacionadas à depressão quando ocorrem de maneira persistente. Assim, episódios isolados de tristeza, cansaço, ansiedade, ou qualquer outro, não caracterizam o problema. No entanto, apenas um profissional de saúde pode fazer o diagnóstico.

Como é o diagnóstico e o tratamento da depressão sazonal?

Somente o médico é capaz de diagnosticar a depressão sazonal. Na consulta, o profissional conversa com o paciente para obter informações sobre seu histórico de saúde e sintomas, além de pedir exames clínicos e, provavelmente, laboratoriais. O diagnóstico de depressão sazonal ocorre quando a pessoa preenche alguns critérios, tais como:

  • Persistência de sintomas característicos da depressão, como alteração de humor, sono, apetite e de comportamento;
  • Presença desses sintomas somente em estações específicas (inverno ou verão) por, pelo menos, dois anos consecutivos;
  • Episódios são mais frequentes do que em outras épocas do ano durante toda a vida.

A partir do diagnóstico, o tratamento de depressão sazonal será iniciado, podendo envolver as seguintes abordagens:

Psicoterapia – a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é um tipo de psicoterapia indicada para a pessoa a aprender a lidar com os sintomas de depressão. Nas sessões, o terapeuta pode ajudar na identificação de gatilhos emocionais e de atividades que possam despertar o ânimo durante o período do transtorno.

Medicamentos antidepressivos – em alguns casos, o uso de medicação é importante para controlar os sintomas. Os antidepressivos que atuam na receptação da serotonina estão entre os mais recomendados, por sua eficiência no controle do humor.

Terapia de luz – essa terapia, aplicada desde a década de 1980, visa compensar a falta de exposição a luz do sol. O paciente fica posicionado em frente a uma caixa de luz brilhante, diariamente, por cerca de 30 a 45 minutos. Vale ressaltar que essa exposição é segura, mas pode ser inviável para quem apresenta problemas oculares.

Vitamina D – a reposição de vitamina D também pode fazer parte do tratamento por sua relação com a atividade da serotonina e deve ser utilizada até que os níveis estejam estabilizados ou por tempo indicado pelo médico.

Existem formas de prevenir a depressão sazonal?

Como os estudos sugerem, o transtorno afetivo sazonal está relacionado a causas biológicas e, portanto, é difícil preveni-lo. Por outro lado, quem já tem o diagnóstico de depressão sazonal pode se antecipar ao aparecimento dos sintomas, a partir das seguintes medidas:

  • Buscar apoio psicológico nos meses que antecedem o período do transtorno;
  • Praticar atividade física, ao menos três vezes na semana, para atenuar a ansiedade e controlar o humor;
  • Iniciar a terapia de luz no começo do outono, antes dos primeiros sinais da depressão;
  • Manter uma dieta equilibrada para garantir a energia adequada;
  • Conversar com o médico sobre medicamentos de uso contínuo para atenuar os efeitos nos períodos mais críticos.

Além de todos esses cuidados, é importante manter a atenção a qualquer mudança física, psicológica e comportamental e procurar ajuda médica para ter um diagnóstico preciso e tratamento adequado.

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Como a terapia ocupacional ajuda no tratamento de pessoas com esquizofrenia?

A esquizofrenia é um problema que atinge cerca de 23 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são dois milhões de pacientes que receberam o diagnóstico para a doença. Uma das opções de tratamento para pessoas com graves doenças mentais é a terapia ocupacional, que pode ajudar durante o processo de reabilitação de funções executivas. Continue a leitura para saber o que é a esquizofrenia, quais são as suas causas, fatores de risco e tratamentos.

O que é esquizofrenia?

A esquizofrenia é uma doença mental grave que pode causar delírios, alucinações, comportamentos desordenados e falta de concentração. Os sintomas da doença dificultam o desempenho dos pacientes em atividades cotidianas e fazem com que interpretem a realidade de maneira anormal. A pessoa com esquizofrenia tende a se isolar do convívio social, devido à dificuldade de relacionar com a família e amigos, além dos preconceitos existentes em torno da doença.

Na maioria das vezes, os primeiros sintomas da doença aparecem entre o final da adolescência e o começo da vida adulta, após crises de psicose. É de extrema importância que o tratamento comece a ser feito de forma precoce, para evitar que o quadro se agrave e surjam graves complicações.

  • Não há um exame laboratorial específico para a identificação da doença. O diagnóstico é feito por meio de análises clínicas e comportamentais, e uma entrevista psiquiátrica feita com o paciente e seus familiares.

Qual o impacto da esquizofrenia?

Isolamento do convívio social, sentimentos de angústia, sensação de impotência, distorção da realidade e pensamentos suicidas são alguns dos impactos da esquizofrenia na vida dos pacientes. Pessoas diagnosticadas com esquizofrenia têm de duas a três mais chances de morrer precocemente do que a população geral. Isso acontece porque o quadro aumenta a chance de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, metabólicas e infecciosas.

Importante! Por ser uma doença com muitos preconceitos e estigmas, pacientes podem sofrer violação dos direitos humanos e discriminação, o que dificulta o acesso a saúde, moradia e alimentação, além de ficarem mais vulneráveis a negligências, abandonos e abusos.

Qual a causa da esquizofrenia?

Não há uma única causa para o surgimento da esquizofrenia. Acredita-se que a interação entre fatores genéticos, cerebrais, ambientais e psicossociais possam favorecer o surgimento da doença. O paciente pode desenvolver o quadro ao longo dos anos ou ter um primeiro surto psicótico em meio a um acontecimento estressante emocionalmente.

Os sintomas da esquizofrenia podem variar de pessoa para pessoa, mas costumam estar agrupados em três categorias: positivos, negativos e cognitivos.

Sintomas positivos – são as alucinações, delírios, transtorno do pensamento e distúrbio do movimento. É aqui que a percepção da realidade do indivíduo fica alterada, e ele pode ver e ouvir coisas que não existem. Os delírios levam o paciente a crer em situações que são irracionais para outras pessoas, como a sensação de estar sendo perseguido o tempo inteiro ou que estão em perigo.

  • Problemas na organização da fala, dificuldade para organizar uma linha de raciocínio lógica, invenção de palavras sem significado e movimentos anormais o corpo são mais alguns sintomas positivos.

Sintomas negativos – isolamento do convívio social, falta de motivação, falta de emoções e perda de interesse nas atividades cotidianas. O paciente com esquizofrenia demonstra indiferença a tudo que acontece ao seu redor. Caso não seja realizado um tratamento adequado, pode-se ocorrer grandes déficits cognitivos com graves consequências para a memória e raciocínio.

  • Muitas vezes, os sintomas negativos podem ser confundidos com um quadro de depressão.

Sintomas cognitivos – dificuldade de aprendizado, problemas de memória, concentração e a incapacidade de tomar decisões. Aqui, o paciente esquizofrênico tem problemas para conseguir aprender e executar uma tarefa, lembrar de compromissos e datas importantes ou acompanhar uma simples conversa.

Existem fatores de risco de esquizofrenia?

Genética, doenças autoimunes e o ambiente de convívio social são fatores de risco para a esquizofrenia. A genética é um dos principais que podem levar ao desenvolvimento de um quadro esquizofrênico. Ou seja, se há um parente de primeiro grau, como pai, mãe e irmão, com esquizofrenia, a chance de desenvolver a doença é maior.

Doenças autoimunes, como o lúpus, também são fatores de risco.

O ambiente em que a pessoa está inserida, se alinhado com os fatores genéticos, pode aumentar o risco de desenvolver a doença. Os fatores ambientais incluem pobreza extrema, locais muito estressantes e com pouca ou nenhuma qualidade de vida.

Como a terapia ocupacional pode ajudar quem tem esquizofrenia?

A terapia ocupacional pode ajudar pacientes esquizofrênicos a melhorar a qualidade de vida e reinseri-los na sociedade, ajudando-os a cumprir tarefas do dia a dia, trabalhar e se sentir mais à vontade para socializar com outras pessoas, além de auxiliar na diminuição dos sintomas clínicos. O método pode ser utilizado como parte do processo de reabilitação psicossocial do paciente esquizofrênico e aumentar a sua participação social.

Na maioria das vezes, o tratamento para esquizofrenia é feito com a utilização de medicamentos antipsicóticos receitados pelo psiquiatra, e a terapia ocupacional pode ser utilizada em combinação com o tratamento farmacológico. O tratamento para esquizofrenia pode variar de pessoa para pessoa e o ideal é que seja feito com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, com psiquiatra, neurologista, psicólogo, enfermeiro e terapeuta ocupacional, conforme a necessidade.

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Quais são as principais causas da depressão?

Mais de 300 milhões de pessoas no mundo, de diferentes idades, têm depressão. O problema extrapola crises passageiras de tristeza – comuns em diversos momentos – e provoca um sentimento constante e devastador de que a vida não vale a pena ser vivida. É uma doença e precisa ser tratada com tal. Saiba quais são os sinais e sintomas mais comuns da depressão, as principais consequências para a vida e o que pode desencadear a doença.

O que é depressão?

Depressão é uma doença mental que mistura diferentes sentimentos negativos, como tristeza e baixa autoestima, de forma persistente. Provoca mudanças de humor e falta de energia, o que dificulta fazer atividades comuns do dia a dia. Dependendo da gravidade da doença, a pessoa não consegue fazer tarefas simples, como levantar da cama, manter hábitos de higiene pessoal, limpar a própria casa, trabalhar, dormir, sair com os amigos, ir ao cinema – atividades de lazer que antes proporcionavam prazer se tornam desinteressantes.

Quais são as possíveis causas da depressão?

Existem alguns fatores que causam a depressão que são inerentes à pessoa, como:

  • Alterações no cérebro;
  • Mudanças hormonais;
  • Histórico familiar;
  • Doenças crônicas e/ ou graves, como problemas cardiovasculares e fibromialgia.

Outras causas estão relacionadas ao estilo de vida da pessoa, entre eles:

Estresse – a maior parte das pessoas precisa de um determinado tempo para absorver eventos estressantes, como luto ou rompimento de relacionamento. Quando esses eventos estressantes ocorrem, o risco de ficar deprimido aumenta se você parar de ver seus amigos e familiares e tentar lidar com seus problemas sozinho.

Uso de álcool e de drogas – diante de adversidades da vida, algumas pessoas recorrem a bebidas alcoólicas e drogas para amenizar a dor e sentimentos ruins. Isso pode resultar em uma depressão, pois essas substâncias alteram os processos químicos do cérebro, o que aumenta o risco da doença.

Dar à luz – algumas mulheres podem apresentar depressão após o término da gravidez. As mudanças hormonais e físicas, bem como a responsabilidade adicional de uma nova vida, podem levar à depressão pós-parto em algumas puérperas.

Quais são os sinais e sintomas da depressão?

A doença tem graus de intensidade – leve, moderada ou grave – por isso, os sinais e sintomas da depressão podem variar bastante conforme cada caso, mas as principais manifestações são as seguintes:

  • Sentimentos persistentes de tristeza – choro, vazio ou desesperança;
  • Explosões de raiva, irritabilidade ou frustração – pode acontecer mesmo quando a pessoa é exposta a problemas considerados pequenos;
  • Perda de interesse ou prazer na maioria ou em todas as atividades – praticar sexo, hobbies ou esportes, por exemplo;
  • Distúrbios do sono – insônia ou sono em excesso;
  • Cansaço e falta de energia – mesmo em pequenas tarefas que não exigem muito esforço;
  • Oscilação de peso – pode haver redução do apetite, que faz a pessoa perder peso, ou aumento dos desejos por comida, gerando ganho de peso;
  • Agitação ou inquietação – falta de concentração e/ou fluxo de pensamento muito rápido;
  • Lentidão – pensamento, fala ou movimentos corporais lentos;
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa – fixação em falhas passadas ou culpa;
  • Pensamentos negativos frequentes – como desejo de morte e tentativas de suicídio;
  • Problemas físicos inexplicáveis – dores nas costas ou de cabeça, por exemplo.

Atenção! Se você sente uma ou mais alterações mencionadas não significa que seja, necessariamente, depressão. Consulte o médico psiquiatra, conte o que vem sentindo, para que ele avalie o seu caso e indique o tratamento mais adequado, envolvendo sessões de terapia  e medicamento.

Qual é a diferença entre ansiedade e depressão?

As principais diferenças entre ansiedade e depressão são os sinais e sintomas. Normalmente a ansiedade gera alterações físicas, como coração acelerado, tremedeira e dificuldade para respirar, além de sensação constante de estar em perigo. Já a depressão causa mudanças mais relacionadas ao humor e ao comportamento da pessoa – tristeza, melancolia, desânimo e falta de concentração, por exemplo.

Quais são os tipos de depressão?

A depressão se desenvolve de forma diferente em cada pessoa. Os principais tipos de depressão são os seguintes:

Transtorno depressivo recorrente – esse tipo da doença envolve repetidos episódios depressivos. A pessoa fica melancólica, sem energia, tem perda de interesse e prazer em tarefas cotidianas, o que a leva a estar menos ativa por pelo menos duas semanas.

Transtorno afetivo bipolar – neste caso, episódios de mania e de depressão são alternados e separados por fases de humor. Episódios de mania consistem em períodos com humor exaltado ou irritado, excesso na execução de atividades, pressão de fala, autoestima inflada e uma menor necessidade de sono, bem como a aceleração do pensamento.

Transtorno depressivo único – a pessoa teve um episódio de depressão e conseguiu se restabelecer.

Depressão sazonal – alterações do sono, disposição e humor de acordo com as mudanças das estações do ano ou da luminosidade do dia.

Distimia – forma crônica e menos grave da depressão, com sintomas que podem durar uma vida inteira.

Depressão pós-parto – tristeza, ansiedade e exaustão extremas podem dificultar ou até mesmo impedir que a mulher cuide de si e da criança.

Qual o impacto da depressão na vida da pessoa?

Muitas pessoas com depressão são tão afetadas pelos sinais e sintomas que não conseguem realizar, ou não plenamente, as atividades do dia a dia. Tendem a se sentir infelizes sem realmente saber por quê. Isso traz uma série de consequências para diferentes áreas da vida, tais como:

  • Trabalho – perda de produtividade, absenteísmo e afastamentos;
  • Escola – queda na média de notas, perda de desempenho, dificuldade em absorver conhecimento, perda do ano escolar;
  • Vida social – isolamento;
  • Relacionamentos – afastamento de amigos e familiares que não compreendem a situação, divórcio, dificuldade em manter uma relação.

Por essas razões, ao notar qualquer sintoma de depressão, é essencial busca ajuda profissional para que a doença não evolua e cause consequências graves.

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Síndrome de Burnout: conheça a doença ocupacional da exaustão

A síndrome de Burnout é um adoecimento mental relacionado ao excesso de trabalho e estresse no ambiente profissional, que pode levar a casos clínicos de ansiedade e depressão. No início de 2022, a síndrome foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença ocupacional após ser incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID). Isso significa que trabalhadores agora estão assegurados dos mesmos direitos trabalhistas e previdenciários que em outras doenças relacionadas ao emprego.

De acordo com a OMS, a síndrome de Burnout chega a trazer uma perda anual de um trilhão de dólares por causar uma diminuição na produtividade dos funcionários. Um estudo de 2016, realizado pela Escola de Economia de Londres mostrou que o Brasil é o segundo país que mais sofre com afastamentos relacionados à saúde mental do trabalhador, perdendo apenas para os Estados Unidos.

O que é Síndrome de Burnout e quais são as causas?

Conhecida também como síndrome do esgotamento profissional, a síndrome de Burnout é um distúrbio emocional causado pelo excesso de trabalho e por situações desgastantes no ambiente empregatício. Atingindo principalmente profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades abundantes, o mal também pode acontecer quando o trabalhador tem objetivos e metas inalcançáveis.

Além disso, gestores abusivos e uma cultura empresarial tóxica podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome de Burnout, levando à exaustão física e mental do funcionário.

Principais causas da síndrome de Burnout:

  • Sobrecarga de atividades;
  • Pressão exacerbada;
  • Falta de capacitação para realizar tarefas;
  • Falta de reconhecimento pelo trabalho desempenhado;
  • Competitividade exagerada no ambiente de trabalho;
  • Estresse crônico.

Quais são as profissões mais afetadas pela Síndrome de Burnout?

Todas as profissões estão sujeitas ao desenvolvimento da síndrome de Burnout, mas alguns profissionais costumam sofrer mais com esse mal devido à natureza do trabalho que desempenham, seja por acúmulo de horas laborais ou pela grande responsabilidade que as atividades demandam. Os profissionais que mais sofrem com a doença são:

  • Médicos;
  • Enfermeiros;
  • Policiais;
  • Bombeiros;
  • Bancários;
  • Professores;
  • Jornalistas;
  • Profissionais que desempenham jornadas duplas ou triplas.

Quais são os sintomas da síndrome de Burnout?

Os sintomas da síndrome de Burnout são diversos e é preciso ressaltar que não é necessário sentir todos para ser diagnosticado. Os mais comuns são exaustão extrema, tanto física quanto mental, desânimo e dores de cabeça frequentes, mas existem outros muitos que também indicam a doença, tais como:

  • Alterações no apetite;
  • Distúrbios no sono;
  • Dificuldade para se concentrar;
  • Pensamentos negativos;
  • Sentimento de fracasso, insegurança e derrota;
  • Alterações de humor;
  • Dores musculares;
  • Alteração dos batimentos cardíacos;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Aumento da pressão arterial;
  • Isolamento;
  • Tontura;
  • Ansiedade;
  • Depressão.

Os quadros de depressão e ansiedade já representam casos mais sérios da síndrome e podem ser um agravamento da doença, que começa com sintomas mais leves e evolui com o tempo.

Grande parte das pessoas costuma ignorar os primeiros sinais por acreditar que são causados apenas pelo cansaço do dia a dia e que são um mal-estar passageiro. No entanto, em alguns casos, os sintomas da síndrome da Burnout podem progredir rapidamente e levar até mesmo ao suicídio. Por isso, caso você esteja se sentindo mal e perceba que o estresse no trabalho está causando danos à saúde mental, é recomendado buscar ajuda médica.

Como é diagnosticada a síndrome de Burnout?

O diagnóstico é feito por um médico psiquiatra após a análise clínica do paciente. Esse profissional está preparado para reconhecer a síndrome de Burnout, a causa dos sintomas apresentados e orientar a melhor forma de tratamento.

Há situações em que a pessoa se habitua ao ambiente de trabalho abusivo ou ao estresse crônico e se nega a buscar ajuda ou reconhecer que possui um problema. Por isso, é importante que amigos próximos, familiares e até mesmo colegas de empresa fiquem atentos a mudanças de comportamento, para que possam ajudar a identificar os sinais de alerta e incentivar a busca por acompanhamento médico.

Qual é o tratamento para a síndrome de Burnout?

O tratamento para a síndrome de Burnout depende muito do nível de gravidade da doença, mas, de forma geral, ele envolve:

Psicoterapia – a pessoa desenvolve ferramentas para que consiga lidar melhor com os próprios sentimentos e a relação com o ambiente de trabalho. No entanto, é imprescindível que também haja um esforço para que sejam realizadas mudanças diretas na própria cultura da empresa e nas condições da prestação de serviço.

Medicamentos – como antidepressivos e ansiolíticos. Podem ser necessários principalmente em casos mais graves da síndrome e ajudam a reduzir os sinais e sintomas.

Mudança de hábitos – algumas práticas e alterações na rotina servem como complemento ao tratamento medicamentoso e com psicoterapia, como a inclusão de exercícios físicos no dia a dia e o descanso apropriado.

Algumas vezes, é necessário que o profissional fique afastado do emprego enquanto está em tratamento para que saia do ambiente que o adoeceu e possa focar em sua recuperação.

Atenção: como qualquer outra doença, a falta de tratamento para a síndrome de Burnout pode levar a piora do quadro e as consequências podem ser muito graves. A depressão e ansiedade podem se tornar problemas crônicos e até mesmo levar à internação. A pessoa que enfrenta o Burnout de forma negligente pode também acabar com problemas de lapso de memória e distúrbios gastrointestinais para a vida toda.

Dicas de como evitar a síndrome de Burnout no ambiente de trabalho

Sabemos que nem sempre é possível que o profissional faça mudanças estruturais em seu emprego para que a Síndrome de Burnout não aconteça com ele ou com seus colegas. Mas existem algumas práticas que podem ser aplicadas no dia a dia para evitar o desenvolvimento da doença, tanto a nível pessoal, quanto organizacional. São elas:

  • Estabeleça metas e objetivos profissionais alcançáveis a curto, médio e longo prazo;
  • Faça exercícios físicos por, ao menos, 30 minutos por dia para regular o estresse;
  • Invista em hobbies ou atividades prazerosas fora do trabalho;
  • Converse com pessoas de confiança sobre o que está sentindo;
  • Tenha empatia com os colegas e busque entender as demandas e dificuldades de cada um;
  • Descanse adequadamente, tendo pelo menos 8 horas de sono diárias;
  • Procure formas de se desligar do trabalho após o fim do expediente.

O equilíbrio entre a vida profissional e social é fundamental para evitar a síndrome de Burnout e, caso sinta que a situação não está ideal, busque ajuda de especialistas para se cuidar.

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Referências:


Ansiedade pode desencadear problemas gastrointestinais

Você provavelmente já ouvir falar que o intestino é nosso segundo cérebro. Isso ajuda a explica por que emoções como a ansiedade e o estresse podem causar problemas gastrointestinais. As expressões populares como “frio na barriga” ou “borboletas no estômago” são metáforas que ilustram como nossa mente pode afetar o bem-estar físico. É pela forte conexão entre intestino e cérebro que o trato gastrointestinal é tão sensível à emoção. Por essa comunicação entre as duas áreas distintas do organismo, é comum que a ansiedade, quando exacerbada, desencadeie ou agrave problemas como azia, indigestão, prisão de ventre, gases e diarreia – sintomas que atrapalham o dia a dia de quem convive com o quadro.

E é uma via de mão dupla: problemas gastrointestinais também podem provocar ansiedade, tornando ainda mais difícil vida de quem sofre com os sintomas. Mostrar como essas condições estão interligadas pode ajudar quem sofre com elas, pois, em muitos casos, o tratamento psicológico pode melhorar os sintomas digestivos. A seguir, explicamos por que o problema acontece e quais medidas podem ser tomadas para melhorá-lo.

Qual é a relação entre ansiedade e problemas gastrointestinais? 

Os neurônios do sistema nervoso central (células nervosas) e neurotransmissores (substâncias químicas que ajudam a transmitir os sinais das células nervosas) originam-se no cérebro, mas enviam sinais a todos os principais órgãos do corpo.

O cérebro tem um efeito direto no estômago e no intestino. Simplesmente pensar sobre comer algo, por exemplo, pode liberar o suco gástrico (principal substância responsável pela digestão das proteínas pelo estômago) antes mesmo que o alimento chegue ao estômago. O contrário também pode acontecer: se o intestino está sentindo algum desconforto, a área pode enviar sinais para o cérebro, causando irritação e ansiedade.

Para esses distúrbios gastrointestinais funcionais, é difícil tentar curar o quadro sem considerar o papel do estresse e da emoção, e muitas pessoas prolongam o sofrimento por não entenderem a conexão.

Quais sintomas e condições intestinais estão relacionados à ansiedade?

Para aqueles que sofrem de ansiedade mais grave, os seguintes sintomas podem ser notados:

  • Diarreia;
  • Sensação de queimação;
  • Indigestão;
  • Intestino preso (dificuldade para evacuar);
  • Flatulência (gases);
  • Azia;
  • Sensação de “pontadas” no estômago.

Exagerar na comida por ansiedade pode piorar os problemas gastrointestinais

Em condições de estresse, angústia e distúrbios emocionais, a comida também pode se tornar um refúgio, uma forma de atenuar os sentimentos incômodos. Isso acontece porque alguns alimentos ativam o sistema límbico no cérebro, região envolvida com o mecanismo de “ganho e recompensa”. Por exemplo, ao comer doces, há uma diminuição momentânea da ansiedade. Este efeito acaba sendo registrado pelo cérebro como uma solução para combater o estresse.

Por isso, é essencial que você mantenha-se alerta para não cair na tentação de comer além do limite que o sistema gastrointestinal pode suportar sem dar os típicos sinais desagradáveis. Se usar as guloseimas como uma forma de sentir menos ansiedade é algo que você costuma fazer, busque ajuda de um profissional de saúde mental, que pode ajudar você a aprender a gerenciar o estresse e a ansiedade de maneira saudável. Um profissional nutricionista ou nutrólogo também pode ajudar a controlar e alterar positivamente os hábitos alimentares.

Como reduzir a ansiedade e problemas gastrointestinais?

Os problemas gastrointestinais têm sido associados a vários quadros mentais, incluindo ansiedade e depressão, prevalentes na sociedade atual. Por isso, a ajuda terapêutica, vinda de um psicólogo ou psiquiatra, pode ajudar a atenuar os sintomas.

Outro caminho indicado é a procura por médicos gastroenterologistas (especializados em problemas digestivos). Esses especialistas podem prescrever diferentes medicamentos, como antidepressivos, por exemplo, por esses medicamentos serem efetivos para acalmar os sintomas em alguns casos, agindo nas células nervosas do intestino.

A prescrição de probióticos também é comum, já que eles têm a capacidade de restaurar o equilíbrio microbiano normal e, portanto, têm uma ação potencial no tratamento e na prevenção da ansiedade e da depressão, além de contribuir para a melhora do funcionamento do intestino.

Outra dica é escolher alimentos que promovam a saúde intestinal. Se você está estressado ou ansioso, isso pode fazer seu intestino desacelerar ou acelerar. Para uma digestão saudável, você precisa de bastante fibra, líquidos e exercícios regulares. Alimentos saudáveis para o intestino incluem, por exemplo, frutas, vegetais e grãos integrais e leguminosas, além do consumo de bastante água.

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Referências:

Quais são os sintomas da Doença de Parkinson?

Embora um dos sinais mais conhecidos da Doença de Parkinson seja tremores que acometem, principalmente, as mãos, cerca de 20% dos pacientes podem não apresentar essa característica. O principal indicador do Parkinson, na verdade, é o quadro de bradicinesia, que faz com que as pessoas que têm a doença realizem movimentos mais lentos, caracterizados, muitas vezes, pela dificuldade de andar, pouca ou nenhuma expressão facial, além de um “arrastar de pés” durante caminhadas. Saiba mais sobre a doença e como ela pode se manifestar de diferentes formas, de acordo com o estágio em que se encontra cada paciente.

O que é Doença de Parkinson?

A Doença de Parkinson é uma enfermidade progressiva do sistema nervoso, parte do cérebro que controla dos movimentos. O quadro surge devido à degeneração de células presentes na região do cérebro chamada de substância negra. Essas células são responsáveis por produzir a dopamina, substância que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) por todo o corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos do paciente, provocando os sintomas.

Ela é a segunda doença degenerativa mais prevalente no mundo, só fica atrás do Alzheimer. O quadro não é fatal ou contagioso e, geralmente, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do paciente.

Quais são os sinais e sintomas da Doença de Parkinson, como a doença se manifesta?

Os sinais e sintomas do Parkinson incluem alterações motoras e não-motoras. Os primeiros sinais são sutis e, por isso, podem passar despercebidos. É possível que eles se manifestem até uma década antes da manifestação mais grave da doença, que ocorre apenas quando há degeneração de boa parte das células que produzem dopamina.

Entre esses sinais e sintomas mais leves estão a constipação, redução do olfato e o transtorno comportamental do sono REM, que faz com que os pacientes se mexam muito durante o sono. Outros sintomas comuns que podem aparecer ao longo do desenvolvimento da doença são:

  • Lentidão de movimentos, chamada bradicinesia;
  • Agitação ou tremor em repouso, que pode piorar se o paciente está nervoso;
  • Rigidez dos braços, pernas ou tronco;
  • Problemas com o equilíbrio e quedas;
  • Alterações de humor – como depressão, ansiedade, irritabilidade;
  • Alterações cognitivas – como falta de atenção, problemas visuo-espacial, psicose e alucinações;
  • Suor excessivo, principalmente nas mãos
  • Mudanças sensoriais – como dor, sensação de aperto, formigamento e queimação;
  • Voz baixa e suave;
  • Tontura e desmaios;

Qual a importância do diagnóstico da Doença de Parkinson ser feito o mais cedo possível?

O diagnóstico da doença de Parkinson logo no início do curso da doença é de extrema importância para um tratamento eficaz, capaz de retardar a evolução dos sintomas – o que fica mais difícil com o passar do tempo. A grande dificuldade, porém, é que ainda não há exames que forneçam um diagnóstico preciso e, por isso, muitas pessoas descobrem o quadro apenas com o aparecimento de sinais mais graves.

O diagnóstico é feito por exclusão. Com exames para analisar o cérebro, como eletroencefalograma, tomografia computadorizada e ressonância magnética, os médicos conferem se a pessoa possui nenhuma outra doença. Além disso, os especialistas acompanham o histórico clínico do paciente e a presença de sinais e sintomas que podem indicar a presença de Parkinson.

Existe tratamento para a Doença de Parkinson?

Apesar dos avanços da medicina, não existe cura ou forma de prevenir o Parkinson. Entretanto, há tratamentos que podem melhorar significativamente os sintomas causados pela doença e, consequentemente, a qualidade de vida dos pacientes.

Medicamentos – existem diferentes tipos de remédios que podem ser usados para tratar a Doença de Parkinson.

Mudanças no estilo de vida – incluindo a prática de exercícios físicos no dia a dia e uma rotina de alimentação saudável também contribuem para que aqueles que têm Parkinson tenham uma vida melhor. No entanto, é necessário supervisão profissional.

Terapias complementares –  como fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico também podem fazer parte do tratamento e beneficiar os pacientes, auxiliando no controle de sinais e sintomas e na adaptação de tarefas cotidianas.

Cirurgia – para alguns casos específicos, os profissionais de saúde também podem sugerir procedimentos cirúrgicos com o objetivo de regular determinadas regiões do cérebro e melhorar os sintomas.

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Referências

24 de Maio – Dia Mundial da Pessoa com Esquizofrenia Compreender o outro é o melhor remédio.

Esquizofrenia. Qual o primeiro pensamento depois de ouvir essa palavra? Delírio, falta de clareza ou uma violência exacerbada? Talvez todas as respostas anteriores se encaixem em quem sofre de um distúrbio capaz de alterar completamente a forma de ver o mundo. 

Um fato interessante que merece não somente atenção, mas a compreensão de quem desconhece o assunto é que dependendo do grau de esquizofrenia, a pessoa não tem a real percepção da doença, passando a acreditar em tudo que está na sua frente.   

Os primeiros sinais da esquizofrenia ocorrem entre a adolescência e a fase adulta, quando há uma mudança significativa nos valores adquiridos, o que é certo e o que é errado, passando o indivíduo a tomar decisões equivocadas que geram um possível isolamento do convívio social. 

Diagnóstico e Tratamento

Ainda que não exista um exame laboratorial que identifique o transtorno, diversos pesquisadores brasileiros já desenvolveram estudos capazes de diferenciar a esquizofrenia da bipolaridade por meio de alterações bioquímicas e moleculares, um verdadeiro avanço na ciência neurológica.  

Enquanto tal projeto estiver na fase inicial de testes, o diagnóstico da doença até o presente momento dependerá da análise clínica e comportamental realizada por meio de consultas psiquiátricas com o paciente, ou seja, cabe ao especialista pelo tratamento mental entender o grau da doença e receitar medicamentos que evitem problemas mais graves. 

Oferecer suporte psicossocial tanto para o paciente como para seus familiares, também é uma ótima alternativa indicada pelos profissionais, já que o apoio de pessoas conhecidas tem se mostrado fundamental para enfrentar mudanças, o que melhora e muito as chances de recuperação. 

Referências: 

https://italo.com.br/blog/saude/24-de-maio-dia-internacional-da-esquizofrenia/

https://jornalsudoestepaulista.com.br/2020/05/24/hoje-e-o-dia-mundial-da-pessoa-com-esquizofrenia/

Transtorno Bipolar: uma montanha-russa de emoções.

O transtorno bipolar ou transtorno afetivo, como também é conhecido, nada mais é que um distúrbio causador de mudanças drásticas de humor que se manifestam visivelmente em quadros de depressão alternados por eventos de obsessão, ou seja, uma hora o paciente oscila em momentos de total alegria, na outra, é acometido por alucinações diversas, sendo influenciado quase que diariamente pela realidade que o cerca.  

Problemas financeiros, angústias pessoais, derrotas no trabalho certamente servem como estímulos para que o transtorno bipolar aflore na vida de uma pessoa, porém, da mesma forma existe o fator hereditário como responsável pelo surgimento da disfunção, atingindo cerca de 70% dos familiares em primeiro grau.

Quais são os sintomas do Transtorno Bipolar?

Os principais sinais de surgimento desse distúrbio são observados nos atributos mais comuns de um indivíduo, sendo divididos em euforia (mania) e tristeza (depressão). A seguir, separamos alguns indícios desses casos:

Transtorno Bipolar na Fase Mania:

– irritação excessiva

– autoestima elevada

– falta de atenção nos objetivos

– ideias desconexas

– delírios e alucinações

– problemas com dinheiro

Transtorno Bipolar na Fase Depressiva:

– perda do sono

– redução da libido

– isolamento social

– queda de desempenho no trabalho

– descontrole emocional

– alteração de apetite

 Existe remédio para quem sofre de transtorno bipolar?

Sim, os medicamentos estabilizadores de humor auxiliam o paciente a ter um maior controle de suas emoções, diminuindo em parte os sintomas, todavia, é necessário o acompanhamento de pessoas próximas e que apoiem o uso controlado de tais substâncias. Sem isso, há uma forte tendência de o paciente imaginar que determinadas circunstâncias já estejam resolvidas, descartando o uso dos fármacos.

Caso não seja tratado de imediato com o amparo profissional, o risco de suicídio é real. 

https://www.tuasaude.com/transtorno-bipolar/

http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53982-transtorno-afetivo-bipolar

5 Dicas para cuidar da mente durante a pandemia

O isolamento social trouxe diversas mudanças na rotina das pessoas. Praticamente tudo teve que ser adaptado para funcionar de alguma forma dentro de casa, do trabalho às brincadeiras com os filhos. É inegável que a união desses fatores diante de um cenário pandêmico cause um impacto na saúde mental, sendo fundamental procurar ajuda médica para reduzir ou prevenir tais condições.  

Confira dicas simples para que o seu dia a dia fique mais leve:

1. Sempre que puder, pratique atividades agradáveis

Meditação, artesanato, yoga, leitura, tudo isso contribui para o bem-estar físico e mental. Com o passar dos dias, o seu corpo se acostuma e passa a realizar de maneira mais natural.

2. Dê um tempo no excesso de notícias

A gente sabe que se manter informado, independente do assunto, é necessário para lidar com certas situações, no entanto, é preciso saber filtrar e confirmar a veracidade do conteúdo. Além disso, quando diminuímos a carga de notícias ‘pesadas’, nossa mente fica mais propensa a pensar positivo.

3. Coloque o corpo em constante movimento

Sem contar a redução do desânimo, o exercício físico tem o poder de liberar hormônios que proporcionam uma sensação de alegria para quem o pratica. Comece aos poucos com uma caminhada, observando os horários com poucas pessoas nas ruas e, em seguida, parta para algo mais intenso, uma corrida ou até andar de bicicleta.

4. Mantenha contato com os amigos e familiares

Mesmo que ainda não seja possível juntar toda a família para comemorar um evento especial, não deixe de realizar chamadas por vídeo ou até por telefone, demonstrando que você ainda se preocupa com o bem-estar de todos.  

5. Boa alimentação e boa noite de sono são primordiais

Um equilíbrio emocional pode ser facilmente alcançado quando se tem a inserção de 2 elementos básicos: uma refeição saudável aliada a uma noite de sono bem dormida, entre 7 e a 9 horas, promovendo assim uma diminuição da ansiedade.  

É importante lembrar que esse é um momento de reflexão, de pensar não somente em nossa própria saúde, mas também de conhecer melhor quem está do seu lado, a fim de buscar soluções que deem certo a longo prazo. Enquanto a pandemia não chegar ao fim, procure não se cobrar tanto, a sua mente certamente vai agradecer.

https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2020/03/7-dicas-para-cuidar-da-sua-saude-mental-em-tempos-de-pandemia.html