A esquizofrenia é um problema que atinge cerca de 23 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são dois milhões de pacientes que receberam o diagnóstico para a doença. Uma das opções de tratamento para pessoas com graves doenças mentais é a terapia ocupacional, que pode ajudar durante o processo de reabilitação de funções executivas. Continue a leitura para saber o que é a esquizofrenia, quais são as suas causas, fatores de risco e tratamentos.
O que é esquizofrenia?
A esquizofrenia é uma doença mental grave que pode causar delírios, alucinações, comportamentos desordenados e falta de concentração. Os sintomas da doença dificultam o desempenho dos pacientes em atividades cotidianas e fazem com que interpretem a realidade de maneira anormal. A pessoa com esquizofrenia tende a se isolar do convívio social, devido à dificuldade de relacionar com a família e amigos, além dos preconceitos existentes em torno da doença.
Na maioria das vezes, os primeiros sintomas da doença aparecem entre o final da adolescência e o começo da vida adulta, após crises de psicose. É de extrema importância que o tratamento comece a ser feito de forma precoce, para evitar que o quadro se agrave e surjam graves complicações.
- Não há um exame laboratorial específico para a identificação da doença. O diagnóstico é feito por meio de análises clínicas e comportamentais, e uma entrevista psiquiátrica feita com o paciente e seus familiares.
Qual o impacto da esquizofrenia?
Isolamento do convívio social, sentimentos de angústia, sensação de impotência, distorção da realidade e pensamentos suicidas são alguns dos impactos da esquizofrenia na vida dos pacientes. Pessoas diagnosticadas com esquizofrenia têm de duas a três mais chances de morrer precocemente do que a população geral. Isso acontece porque o quadro aumenta a chance de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, metabólicas e infecciosas.
Importante! Por ser uma doença com muitos preconceitos e estigmas, pacientes podem sofrer violação dos direitos humanos e discriminação, o que dificulta o acesso a saúde, moradia e alimentação, além de ficarem mais vulneráveis a negligências, abandonos e abusos.
Qual a causa da esquizofrenia?
Não há uma única causa para o surgimento da esquizofrenia. Acredita-se que a interação entre fatores genéticos, cerebrais, ambientais e psicossociais possam favorecer o surgimento da doença. O paciente pode desenvolver o quadro ao longo dos anos ou ter um primeiro surto psicótico em meio a um acontecimento estressante emocionalmente.
Os sintomas da esquizofrenia podem variar de pessoa para pessoa, mas costumam estar agrupados em três categorias: positivos, negativos e cognitivos.
Sintomas positivos – são as alucinações, delírios, transtorno do pensamento e distúrbio do movimento. É aqui que a percepção da realidade do indivíduo fica alterada, e ele pode ver e ouvir coisas que não existem. Os delírios levam o paciente a crer em situações que são irracionais para outras pessoas, como a sensação de estar sendo perseguido o tempo inteiro ou que estão em perigo.
- Problemas na organização da fala, dificuldade para organizar uma linha de raciocínio lógica, invenção de palavras sem significado e movimentos anormais o corpo são mais alguns sintomas positivos.
Sintomas negativos – isolamento do convívio social, falta de motivação, falta de emoções e perda de interesse nas atividades cotidianas. O paciente com esquizofrenia demonstra indiferença a tudo que acontece ao seu redor. Caso não seja realizado um tratamento adequado, pode-se ocorrer grandes déficits cognitivos com graves consequências para a memória e raciocínio.
- Muitas vezes, os sintomas negativos podem ser confundidos com um quadro de depressão.
Sintomas cognitivos – dificuldade de aprendizado, problemas de memória, concentração e a incapacidade de tomar decisões. Aqui, o paciente esquizofrênico tem problemas para conseguir aprender e executar uma tarefa, lembrar de compromissos e datas importantes ou acompanhar uma simples conversa.
Existem fatores de risco de esquizofrenia?
Genética, doenças autoimunes e o ambiente de convívio social são fatores de risco para a esquizofrenia. A genética é um dos principais que podem levar ao desenvolvimento de um quadro esquizofrênico. Ou seja, se há um parente de primeiro grau, como pai, mãe e irmão, com esquizofrenia, a chance de desenvolver a doença é maior.
Doenças autoimunes, como o lúpus, também são fatores de risco.
O ambiente em que a pessoa está inserida, se alinhado com os fatores genéticos, pode aumentar o risco de desenvolver a doença. Os fatores ambientais incluem pobreza extrema, locais muito estressantes e com pouca ou nenhuma qualidade de vida.
Como a terapia ocupacional pode ajudar quem tem esquizofrenia?
A terapia ocupacional pode ajudar pacientes esquizofrênicos a melhorar a qualidade de vida e reinseri-los na sociedade, ajudando-os a cumprir tarefas do dia a dia, trabalhar e se sentir mais à vontade para socializar com outras pessoas, além de auxiliar na diminuição dos sintomas clínicos. O método pode ser utilizado como parte do processo de reabilitação psicossocial do paciente esquizofrênico e aumentar a sua participação social.
Na maioria das vezes, o tratamento para esquizofrenia é feito com a utilização de medicamentos antipsicóticos receitados pelo psiquiatra, e a terapia ocupacional pode ser utilizada em combinação com o tratamento farmacológico. O tratamento para esquizofrenia pode variar de pessoa para pessoa e o ideal é que seja feito com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, com psiquiatra, neurologista, psicólogo, enfermeiro e terapeuta ocupacional, conforme a necessidade.
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Referências
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