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26/12/2024
Como a miastenia pode se relacionar com outras doenças autoimunes?

A miastenia gravis (MG) é uma doença autoimune entre as mais de 100 atualmente conhecidas. Em todo o mundo, cerca de cinco a cada 100 pessoas têm uma ou mais doenças autoimunes. Mas a proporção é bem maior em quem tem MG, pois de 13 a 22 pessoas a cada 100 possuem uma segunda doença autoimune. Entender como essas condições se relacionam é importante, pois a presença de uma doença autoimune pode aumentar o risco de desenvolver outras condições autoimunes. Entenda mais sobre o que é a miastenia gravis soronegativa.

O que é a miastenia gravis?

A miastenia gravis é uma doença autoimune que afeta os músculos que controlam os movimentos voluntários do corpo. Nesta condição, o sistema imunológico ataca erroneamente os receptores de acetilcolina – substância que transmite sinais nervosos que permitem a contração muscular – na junção neuromuscular, onde os nervos se conectam aos músculos.

O ataque autoimune leva à destruição ou ao bloqueio dos receptores de acetilcolina, resultando em uma comunicação prejudicada entre os nervos e os músculos, provocando fraqueza muscular, fadiga e dificuldade em controlar os movimentos. Embora não haja cura para a miastenia gravis, existem tratamentos disponíveis para gerenciar os sinais e sintomas. Entenda como a miastenia pode afetar o coração.

O que são doenças autoimunes?

As doenças autoimunes são condições nas quais o sistema imunológico, que normalmente protege contra invasores externos, como bactérias e vírus, começa a atacar erroneamente os tecidos do próprio organismo. Nesses casos, o sistema imunológico perde a capacidade de distinguir entre as células saudáveis do corpo e as substâncias invasoras.

Quando o sistema imunológico ataca as células normais, pode ocorrer inflamação e danos aos tecidos. Essa resposta autoimune pode afetar uma ampla variedade de órgãos e tecidos, resultando em diferentes tipos de doenças autoimunes.

Qual a possibilidade de a miastenia gravis coexistir com outras doenças autoimunes?

Cerca de 20 a 25% das pessoas que possuem miastenia gravis também podem ter uma segunda doença autoimune. Isso acontece porque pacientes com MG podem apresentar uma predisposição para desenvolver outras condições autoimunes. É possível que isso esteja relacionado com fatores genéticos e imunológicos.

Quais são as doenças autoimunes mais comuns associadas à miastenia gravis?

A miastenia gravis pode estar associada a várias doenças autoimunes, e a presença concomitante dessas condições pode afetar a gestão da saúde do paciente. Algumas das doenças autoimunes mais frequentemente associadas à MG incluem:

  • Tireoidite autoimune – distúrbios da tireoide, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo, causados pelo ataque do sistema imunológico à glândula tireoide.
  • Lúpus eritematoso sistêmico (LES) – inflamação em vários órgãos e tecidos, incluindo pele, articulações, rins e pulmões.
  • Artrite reumatoide – inflamação crônica das articulações, resultando em dor e rigidez.
  • Esclerose múltipla (EM) – danos à mielina, a cobertura protetora dos nervos, causando sintomas neurológicos como dificuldade de movimento e coordenação.
  • Polimiosite e dermatomiosite – inflamação nos músculos, causando fraqueza muscular e, no caso da dermatomiosite, erupções cutâneas.
  • Vasculite – inflamação dos vasos sanguíneos, que pode afetar diferentes órgãos e provocar sintomas variados.

É fundamental que os pacientes com MG sejam acompanhados por uma equipe médica especializada para um diagnóstico preciso, monitoramento adequado e desenvolvimento de um plano de tratamento abrangente que leve em consideração as diferentes condições autoimunes presentes.

Qual a importância de investigar a presença de outras doenças autoimunes em quem tem miastenia gravis?

A coexistência dessas condições autoimunes pode complicar o quadro clínico e o manejo da miastenia gravis. A investigação da presença de outras delas em quem tem MG é crucial, pois pode oferecer uma abordagem clínica abrangente e personalizada, que dá mais qualidade de vida ao paciente. As principais razões para realizar essa investigação incluem:

  • Impacto no tratamento – a presença de outras doenças autoimunes pode influenciar a escolha dos tratamentos para a miastenia gravis. Alguns medicamentos usados para tratar uma condição autoimune podem afetar outras, exigindo uma abordagem cuidadosa.
  • Monitoramento de sintomas – monitorar e entender os sintomas das diferentes condições é crucial para proporcionar alívio aos pacientes e melhorar sua qualidade de vida.
  • Prevenção de complicações – algumas condições autoimunes podem aumentar o risco de complicações adicionais. Ao identificar e tratar precocemente essas condições, é possível minimizar o impacto negativo na saúde do paciente.

Saiba também se a miastenia pode fazer treinamento físico regular.

 

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