- O que é o TAB e o que é o TDAH?
- Quais são as causas e os fatores de risco do TAB e do TDAH?
- Quais são os sinais e sintomas do TAB e do TDAH?
- Como é feito o diagnóstico do TAB e do TDAH?
- Como é feito o tratamento do TAB e do TDAH?
O que é o TAB e o que é o TDAH?
O TAB e o TDAH são duas condições de saúde mental diferentes, mas que podem coexistir em uma mesma pessoa.
Transtorno afetivo bipolar (TAB) – atinge cerca de 3,7% da população brasileira. É uma condição caracterizada por mudanças extremas e cíclicas no humor. A pessoa alterna entre o estado de mania, caracterizado por aumento da energia, diminuição da necessidade de sono e pensamentos acelerados, e a depressão, no qual a pessoa se sente triste, desanimada e com falta de energia. Os tipos de TAB são:
- Transtorno bipolar I – caracterizado por episódios de mania que duram pelo menos uma semana e podem ser acompanhados por crises depressivas. Os sintomas maníacos podem ser tão graves que a pessoa necessita de cuidados médicos imediatos;
- Transtorno bipolar II – envolve episódios de depressão maior e hipomania, que é uma forma menos grave de mania, geralmente com uma duração de quatro dias ou mais;
- Ciclotimia – tipo mais leve de TAB que envolve ciclos de hipomania e depressão branda, que não são muito intensos ou não duram o suficiente para serem qualificados como episódios hipomaníacos ou depressivos.
Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) – acomete cerca de 7,6% da população brasileira. É um transtorno neuropsiquiátrico que afeta a atenção, o controle da impulsividade e a hiperatividade. Frequentemente diagnosticado na infância, os sintomas podem persistir na idade adulta. Os tipos de TDAH são:
- Desatento – apresenta dificuldade para organizar ou terminar uma tarefa, prestar atenção aos detalhes ou seguir instruções. A pessoa se distrai facilmente ou esquece detalhes da rotina diária;
- Hiperativo/impulsivo – caracterizada principalmente pela predominância dos sintomas de inquietação, pessoas com esse subtipo tendem a ser excessivamente ativas e incapazes de ficar paradas, agindo sem pensar nas consequências;
- Combinado – apresenta sinais e sintomas dos dois tipos.
Quais são as causas e os fatores de risco do TAB e do TDAH?
As causas do TAB e do TDAH não são completamente compreendidas pela ciência, mas existem alguns fatores de risco que podem aumentar a chance de surgimento desses transtornos.
Fatores de risco para TAB:
- Genética;
- Desregulações nos neurotransmissores como a serotonina, noradrenalina e dopamina;
- Alterações na estrutura ou função do cérebro;
- Eventos estressantes, traumáticos ou desestabilizadores;
- Consumo de drogas e álcool;
- Altos níveis de estresse crônico;
- Experiências traumáticas na infância ou ao longo da vida.
Fatores de risco para TDAH:
- Genética;
- Funcionamento anormal dos neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina;
- Anormalidades no cérebro, como diferenças no tamanho ou no funcionamento de certas áreas;
- Fatores pré-natais e perinatais (período que abrange a gravidez, o parto e que perdura até o organismo da mulher retornar ao estado de antes da gestação);
- Tabagismo e consumo de álcool na gravidez;
- Lesões cerebrais;
- Exposição a altos níveis de estresse na infância e traumas.
Quais são os sinais e sintomas do TAB e do TDAH?
Ambos os transtornos possuem seus próprios sinais e sintomas característicos, embora alguns deles sejam parecidos, por exemplo: a hipomania do TAB pode ser confundida com a hiperatividade do TDAH e a impulsividade está presente nos dois.
Transtorno afetivo bipolar – caracterizado por variações extremas de humor, que podem incluir episódios de mania e depressão. Os sintomas variam de acordo com o estado que a pessoa se encontra, que são os ciclos de hipomania e depressão.
Mania:
- Elevação do humor;
- Aumento na energia, agitação e atividade física;
- Fala rápida e incessante;
- Sentimento de grandeza, poder ou importância;
- Pouca necessidade de sono;
- Comportamento impulsivo.
Depressão:
- Sentimentos de tristeza, desespero, desamparo ou vazio;
- Fadiga e falta de energia;
- Diminuição do interesse ou prazer em atividades que normalmente seriam gratificantes;
- Problemas de concentração e memória;
- Aumento ou diminuição do apetite;
- Pensamentos de morte ou suicídio.
Como é feito o diagnóstico do TAB e do TDAH?
O diagnóstico de ambos os transtornos é realizado por profissionais de saúde mental, como neurologistas, psiquiatras e, normalmente, em conjunto com psicólogos. Inclui a coleta de informações clínicas, observação dos sintomas e, em alguns casos, a exclusão de outras condições médicas que possam apresentar sinais e sintomas semelhantes.
- TAB – o diagnóstico envolve entrevista clínica, avaliação dos sintomas de mania, hipomania e depressão, histórico médico e familiar e acompanhamento de longo prazo para observar padrões de comportamento.
- TDAH – o diagnóstico também envolve entrevista clínica, avaliação dos sintomas, histórico médico e familiar e avaliação dos sintomas em diferentes contextos, como em casa, na escola ou no trabalho.
Como é feito o tratamento do TAB e do TDAH?
Cada transtorno tem estratégias de tratamento específicas, e o tratamento deve ser personalizado com base nas necessidades individuais de cada pessoa.
Tratamento para transtorno afetivo bipolar:
- Terapia cognitivo-comportamental – auxílio no aprendizado de estratégias de gerenciamento do humor, reconhecimento de gatilhos e desenvolvimento de habilidades para enfrentar os sintomas.
- Medicação – estabilizadores de humor e antipsicóticos. Antidepressivos devem ser usados com cautela, caso a pessoa também apresente depressão.
Tratamento para transtorno do déficit de atenção com hiperatividade:
- Terapia comportamental – auxílio no desenvolvimento de estratégias para gerenciar os sintomas do TDAH, melhoraria da organização, do planejamento e autorregulação.
- Medicação – o uso de medicamentos, como psicoestimulantes, pode ser indicado, principalmente, quando outras doenças neurológicas estão associadas. Embora, no Brasil, as diretrizes terapêuticas adotadas na rede pública de saúde foquem somente em terapia cognitivo comportamental, apoio escolar, orientação tanto para o paciente quanto para a família dele e hábitos alimentares.