O Ministério da Saúde aprovou o protocolo clínico de diretrizes terapêuticas para o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). De caráter nacional, o protocolo é um documento que estabelece os parâmetros para o diagnóstico, tratamento e o acompanhamento na rede pública para os indivíduos com este transtorno. Confira, a seguir, alguns pontos importantes que o protocolo se refere:
Diagnóstico do TDAH
O protocolo recém-aprovado ressalta que o diagnóstico incorreto, bem como o atraso e a ausência de diagnóstico, tem sérias consequências para o indivíduo com TDAH. Portanto a identificação do transtorno e o encaminhamento ágil e adequado do paciente garantem melhor resultado terapêutico.
Profissionais aptos para o diagnóstico – O diagnóstico do TDAH deve ser realizado por um médico psiquiatra, pediatra, neurologista, neuropediatra ou outro profissional de saúde devidamente qualificado, com treinamento e experiência no transtorno.
É fundamental o envolvimento de equipe multidisciplinar para avaliação e gerenciamento adequados da doença.
Características e comportamentos indicativos – Para se enquadrar no diagnóstico de TDAH, as características apresentadas devem atender aos seguintes critérios:
- Ter início precoce e ser persistente;
- Causar prejuízos em dois ou mais contextos (casa, escola e ambiente clínico);
- Causar comprometimento significativo do funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
Método de avaliação
Em casos de suspeita de TDAH, deve ser realizada uma avaliação clínica e psicossocial completa. O especialista deve considerar os critérios dos sintomas ajustados à fase de desenvolvimento e, sempre que possível, os pontos de vista da pessoa com TDAH. Também devem ser consideradas as informações coletadas dos responsáveis e da escola, no caso de pacientes em idade escolar.
Identificação de fatores de risco – durante a avaliação, o profissional de saúde deve estar ciente de que os seguintes grupos estão mais propensos ao TDAH, como por exemplo: Indivíduos nascidos prematuros, crianças e jovens com diagnóstico de transtorno desafiador de oposição ou transtorno de conduta, crianças e jovens com transtornos de humor (como ansiedade e depressão) e pessoas com um familiar próximo com diagnóstico de TDAH.
Diagnóstico de eventuais comorbidades[SI1] – é fundamental que o médico consiga fazer o diagnóstico das comorbidades presentes em adultos e crianças com TDAH, dada a alta prevalência de condições de saúde associadas nesses pacientes e uma vez que o tratamento para cada uma delas é distinto.
Tratamento do TDAH
O protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para o TDAH preconiza a intervenção multimodal para o gerenciamento da condição, incluindo atendimento psicológico, orientação aos familiares e apoio escolar.
Monitoramento de pacientes com TDAH – O protocolo do governo brasileiro para o TDAH também destaca a importância do acompanhamento contínuo dos pacientes, o monitoramento da eficácia das medidas terapêuticas instituídas e o acompanhamento das condições de saúde associadas.
Periodicidade de avaliação – o ideal é que as primeiras consultas ocorram em intervalos inferiores a 30 dias. Posteriormente, o intervalo pode ser ampliado para a cada três ou quatro meses.
Transição para a vida adulta – pacientes com TDAH que recebem assistência em serviços pediátricos devem ser reavaliados na idade de deixar a escola quanto à necessidade de continuar o tratamento. Se este for necessário, devem ser feitos arranjos para uma transição suave para os serviços de adultos.
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Referências
- https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2022/portaria-conjunta-no-14-pcdt-transtorno-do-deficite-de-atencao-com-hiperatividade.pdf – acessado em 19/08/2022
- https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/agosto/ministerio-da-saude-aprova-protocolo-para-transtorno-do-deficit-de-atencao-com-hiperatividade – acessado em 19/08/2022
- https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-n-14-de-29-de-julho-de-2022-419678091 – acessado em 19/08/2022