ADHD
02/05/2022
TDAH: como educadores e pais ajudam na identificação e no tratamento?

Pais e professores são muito importantes tanto para a identificação do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) quanto para o tratamento. Eles ajudam fornecendo informações valiosas para que os especialistas possam chegar ao diagnóstico e também na fase do tratamento, pois crianças e adolescentes apresentam comportamentos distintos em casa e na escola. Então, continue a leitura para saber exatamente como os pais e os professores podem ajudar as crianças e os adolescentes com TDAH.

O que é TDAH e qual o impacto na vida de crianças e adolescentes?

Antes de saber mais sobre o papel de pais e professores em relação ao TDAH, é preciso entender como ele impacta na vida das crianças e dos adolescentes. Por ser uma condição neurobiológica que interfere na capacidade de manter a atenção e o foco, além de provocar inquietação e impulsividade, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade afeta a aprendizagem, os relacionamentos e, mais tarde, o trabalho. Veja os sinais mais comuns de TDAH:

  • Falta de persistência em atividades;
  • Falta de atenção;
  • Falta de concentração;
  • Estar “no mundo da lua”;
  • Dificuldade em terminar atividades;
  • Agitação excessiva;
  • Desorganização;
  • Imprudência;
  • Dispersão;
  • Constante movimento de mãos e pés.

Muitos desses sinais podem ser facilmente confundidos com comportamentos normais da idade. Inclusive, apresentar um ou mais deles não quer dizer que a pessoa tem TDAH. Porém, quando eles são mais intensos e recorrentes do que o esperado, podem ser sinais de alerta e é muito importante que os pais e os educadores estejam atentos, pois isso pode acelerar o processo de identificação e tratamento do transtorno, contribuindo para o bom desenvolvimento das crianças e adolescentes.

Como alguns dos comportamentos provocados pelo TDAH podem parecer indisciplina, há uma chance grande do aluno acabar recebendo o rótulo de “problemático”. Isso pode dificultar na criação de laços de amizade na escola e também existe o risco de ele ser ignorados por professores que, sem paciência, o veem como caso perdido e que não merece a dedicação deles.

Como pais, familiares e professores podem ajudar no diagnóstico do TDAH?

Como não existem exames laboratoriais e de imagem que ajudem no diagnóstico do TDAH, ele é feito com base nos sinais e sintomas. Por isso, é fundamental que o médico tenha uma visão de como é o comportamento do paciente em diferentes ambientes. Nesse sentido, educadores e familiares são uma excelente fonte de informação. Mas, para isso, devem ficar atentos a possíveis sinais do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

Exemplos do que educadores devem ficar atentos na escola:

  • Aluno com dificuldade em se organizar ou se planejar para atividades de aprendizado;
  • Quem esquece regularmente do dever de casa;
  • Quem não lê as perguntas até o fim antes de responder;
  • Quem fala muito durante as lições, não parar quieto na cadeira e ficar distraído nos próprios pensamentos.

Exemplos do que pais ou responsáveis devem ficar atentos no dia a dia:

  • Indícios de impulsividade, como quando a criança não consegue esperar sua vez para brincar ou receber algum objeto;
  • Se a criança ou adolescente interrompe outras pessoas durante conversas com muita frequência;
  • Esquecer quase sempre o material escolar ou outros recados da direção da escola e de professores.

Se você é professor ou pai e observa esses comportamentos em alguma criança, é importante procurar um médico para que a criança ou o adolescente passe por uma avaliação – que pode envolver diferentes especialistas, como pediatra, psiquiatra e neurologista. E, no caso de o diagnóstico ser positivo, seja elaborado um plano de tratamento.

O médico responsável por conduzir o processo de diagnóstico vai combinar os relatos de professores e pais, além das conversas diretamente com a criança ou o adolescente, para avaliar se o paciente cumpre todos os critérios clínicos para TDAH. A identificação do transtorno, porém, não deve ser vista como uma sentença, pois há formas de tratar a condição e de melhorar a qualidade de vida da pessoa.

Como pais, familiares e professores podem ajudar no tratamento do TDAH?

O tratamento do transtorno de atenção e hiperatividade não tem uma solução única. É feito por uma combinação de estratégias como medicamentos, psicoterapia e, em alguns casos, fonoaudiologia. Além de se familiarizarem com tudo o que envolve o tratamento, pais e professores treinados em estratégias comportamentais podem ajudar a criança ou o adolescente a lidar com o TDAH.

Os pais, em especial, podem participar da terapia de gerenciamento de comportamento e aprender estratégias para gerenciar o autocontrole, a impulsividade e o comportamento do paciente.

Na rotina, algumas ações podem ser colocadas em prática:

Pais e familiares:

  • Evitar repreender a criança por comportamentos característicos de TDAH;
  • Agir sempre da mesma forma, independente das oscilações de humor e comportamentos da criança;
  • Reconhecer e recompensar o progresso escolar;
  • Usar um quadro de lembretes e/ou cronograma para organizar o dia a dia. Para chamar mais atenção e ser mais colorido e divertido, use post it;
  • Anotar compromissos importantes da criança com TDAH, como datas de prova, passeios e atividades em uma agenda;
  • Evitar barulhos externos enquanto a criança estuda, para não atrapalhar a concentração;
  • Seguir tratamento medicamentoso sempre conforme instrução médica;
  • Manter o auxílio dos profissionais da saúde (equipe multidisciplinar), caso seja parte do tratamento e acompanhamento.

Educadores:

  • Orientar os alunos de forma clara e objetiva;
  • Colocar a criança com TDAH para sentar mais próxima da lousa, longe de porta e janelas, para que não se distraia facilmente;
  • Fazer anotações em provas para que o aluno entenda os erros e acertos;
  • Evitar instruções muito longas em atividades e provas;
  • Pedir que o aluno com TDAH repita as instruções, mas sempre evitando a exposição negativa diante dos outros alunos;
  • Caso o aluno se comporte de forma negativa, conversar constantemente com ele, explicando os prejuízos que as atitudes causam para ele e demais colegas.

Como existem períodos decisivos para o desenvolvimento e formação da pessoa, é preciso que pais e professores conheçam as características do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e entendam o papel que cada um deles tem no diagnóstico, tratamento e convívio.

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