Manter relacionamentos amorosos pode ser um desafio para pessoas com ADHD, transtorno neurológico que atinge entre 5% e 8% da população brasileira. Alguns dos sintomas do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade – como desatenção, problemas com gerenciamento de tempo e até a facilidade em esquecer datas importantes ou atrasar-se para compromissos – podem causar conflitos nas relações. Então, continue a leitura para saber mais sobre as orientações para a família após o diagnóstico de TDAH.
Como o TDAH pode se manifestar em adultos?
O ADHD pode se manifestar de maneira diferente em adultos em relação às crianças. Embora muitos dos sintomas associados ao ADHD sejam semelhantes, as manifestações específicas podem variar. Os sinais e sintomas mais característicos são:
- Dificuldade em manter o foco em tarefas que exigem esforço mental contínuo;
- Tendência a cometer erros por descuido;
- Dificuldade em organizar atividades;
- Inquietude e incapacidade de ficar parado;
- Impulsividade, tomada de decisões rápidas sem considerar as consequências;
- Problemas com organização de tarefas e atividades diárias;
- Procrastinação crônica;
- Desafios no gerenciamento do tempo;
- Problemas de comunicação devido à impulsividade;
- Dificuldade em lembrar compromissos e prazos;
- Facilidade em distrair-se durante tarefas importantes.
Saiba mais sobre se o TDAH é transtorno ou sintoma.
Quais os desafios que as pessoas com TDAH enfrentam na vida afetiva?
O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade certamente cria alguns desafios para casais. Sinais como distração ou hiperatividade podem resultar em quebra de expectativas, decisões impulsivas e arriscadas, ou problemas com a distribuição de tarefas em casa. Outros desafios enfrentados podem dizer respeito a:
- Dificuldade de manter o foco – pode resultar em problemas de comunicação e atenção;
- Hiperfoco – concentração intensa e sustentada em interesses específicos pode levar a momentos em que a pessoa com ADHD parece distante ou desinteressada nas necessidades do parceiro;
- Impulsividade – comportamentos inconsequentes podem levar a decisões precipitadas, palavras impulsivas e dificuldades em lidar com conflitos de forma ponderada;
- Desorganização e dificuldade de gerenciar o tempo – podem resultar em esquecimento de datas importantes e compromissos;
- Dificuldade de estabelecer e manter rotinas – pode afetar a estabilidade emocional e as responsabilidades compartilhadas em um relacionamento;
- Dificuldade de administrar estresse e ansiedade – pode impactar diretamente a dinâmica emocional do relacionamento;
- Diferenças na forma como o cérebro processa informações – podem levar a mal-entendidos e falta de compreensão mútua.
Como melhorar convivência, compreensão e o apoio mútuo no casal que lida com o TDAH?
Melhorar a convivência, a compreensão e o apoio mútuo durante o relacionamento amoroso de quem tem o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade pode envolver várias estratégias. Algumas delas são:
- Educação sobre o TDAH – ambos os parceiros devem buscar informações sobre o transtorno para compreender os sinais e sintomas, os desafios e as estratégias de enfrentamento;
- Comunicação aberta – é fundamental estabelecer um ambiente de comunicação aberta e honesta, como falar sobre os desafios enfrentados, compartilhar sentimentos e preocupações;
- Rotinas e estrutura – a pessoa com ADHD pode se beneficiar de rotinas e estruturas claras, o que ajuda a minimizar a desorganização e facilita a previsibilidade na vida diária;
- Divisão de tarefas – deve-se discutir e dividir responsabilidades de maneira equitativa, evitando sentimentos de ressentimento e assegurando que ambos contribuam para as tarefas domésticas e compromissos;
- Reconhecimento dos pontos fortes – apreciar e celebrar as qualidades e habilidades do parceiro com ADHD ajuda a construir a autoestima e melhorar a dinâmica do relacionamento;
- Prática da empatia – os parceiros devem se esforçar para compreender a perspectiva um do outro, desenvolvendo empatia e tolerância;
- Tempo para o casal – é importante reservar momentos para atividades agradáveis juntos, sem focar apenas nos desafios do ADHD;
- Flexibilidade – o ADHD pode apresentar variações, então, a adaptabilidade e a flexibilidade são fundamentais para lidar com diferentes situações.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento do TDAH em adultos?
O diagnóstico do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em adultos, geralmente, envolve várias etapas, já que as manifestações podem ser facilmente confundidas com sinais e sintomas de outros transtornos neurológicos. Antes de diagnosticar o TDAH, é necessário fazer algumas avaliações:
- Avaliação clínica – um profissional de saúde mental realiza uma avaliação clínica detalhada, coletando informações sobre a história médica, sintomas atuais e histórico de vida do paciente;
- Entrevistas – conversas com o paciente, familiares, parceiros ou amigos para obter uma visão abrangente do comportamento e dos desafios enfrentados;
- Critérios diagnósticos – o diagnóstico segue critérios específicos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) para o ADHD.