Bem-estar, Saúde
25/04/2022
Quando procurar um gastroenterologista?

Dor de estômago, enjoo, azia e má digestão são problemas recorrentes, que acometem a maior parte das pessoas e, na maioria das vezes, se resolvem sem intervenções médicas. No entanto, quando esses sintomas se tornam recorrentes a recomendação é procurar pelo gastroenterologista – o médico especialista no diagnóstico, prevenção e tratamento de problemas do aparelho digestivo. Continue a leitura e saiba mais sobre essas e outras situações em que é indicado procurar um gastroenterologista.

O que faz um gastroenterologista?

O gastroenterologista é o profissional da medicina com especialização no sistema digestivo. Isso significa que ele possui conhecimento aprofundado nas seguintes partes do corpo humano:

  • Boca;
  • Esôfago;
  • Estômago;
  • Pâncreas;
  • Fígado;
  • Intestinos;
  • Reto.

Assim, o gastroenterologista está preparado para diagnosticar, tratar e prevenir doenças que afetam todos os órgãos listados. Portanto, esse profissional pode cuidar desde pacientes com sintomas de refluxo gastroesofágico ou diarreia até casos mais complexos, como o câncer de estômago.

Quais as principais doenças tratadas pelo gastroenterologista?

Os problemas mais recorrentes do sistema digestivo diagnosticados, acompanhados e tratados pelo gastroenterologista são:

  • Gastrite – irritação na parede interna do estômago causada pelo aumento de ácido gástrico, geralmente provocado por maus hábitos – como tabagismo e ingestão de álcool em excesso – infecção pela bactéria H. pylori e estresse.
  • Refluxo gastroesofágico – é o mau funcionamento do esfíncter – válvula de conexão entre o esôfago e o estômago. Isso faz com que a acidez do estômago migre até o esôfago, causando sensação de queimação devido à mucosa irritada do tubo gástrico. As principais causas são má alimentação, hérnia de hiato e obesidade.
  • Intolerância à lactose – é deficiência na produção da enzima responsável por metabolizar o açúcar do leite, essencial para a digestão correta de alimentos lácteos. As pessoas intolerantes à lactose, quando consomem leite ou derivados, podem ter reações como cólica e distensão abdominal, diarreia e náusea.
  • Síndrome do intestino irritável – alteração do funcionamento do intestino de causa ainda pouco conhecida, que provoca episódios de dor, inchaço abdominal, diarreia, gases e constipação.
  • Intolerância ao glúten – incapacidade ou dificuldade do organismo em digerir o glúten – presente no trigo, cevada e centeio – que provoca danos à parede do intestino. Entre os sintomas estão diarreia, dor e inchaço abdominal e dificuldade na absorção de nutrientes.
  • Pancreatite – inflamação no pâncreas, geralmente causada por pedras na vesícula ou consumo crônico de álcool.
  • Hepatite – inflamação no fígado que pode ser causada por abuso de substâncias tóxicas – bebidas alcoólicas, medicamentos e drogas ilícitas – infecções virais e até mesmo por uma deficiência do sistema imunológico (hepatite autoimune).
  • Cirrose – lesões no fígado persistentes que evoluem para um quadro inflamatório crônico, principalmente devido ao uso abusivo de álcool, acúmulo de gordura no órgão e hepatite crônica.

De todas as doenças listadas, a gastrite e o refluxo gastroesofágico são as de maior incidência. A segunda, inclusive, acomete cerca de 12% da população brasileira, segundo levantamento do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Vale ressaltar também que o câncer de estômago é o terceiro tipo mais comum entre os homens. Em 2019, a doença vitimou 9.636 pacientes do sexo masculino e 5.475 mulheres no país.

Quais sinais e sintomas indicam a necessidade de procurar um gastroenterologista?

A consulta ao médico especializado em gastroenterologia deve ser feita quando os sintomas abaixo se tornarem frequentes:

  • Cólicas abdominais;
  • Diarreia persistente;
  • Má digestão;
  • Excesso de gases;
  • Prisão de ventre;
  • Sensação de bolo na garganta;
  • Ânsia de vômito;
  • Náusea;
  • Urina escura;
  • Fezes claras;
  • Olhos amarelados;
  • Dor abdominal persistente, principalmente se acompanhada de febre.

Atenção: na presença dos sintomas citados, evite a automedicação, mesmo que uma dor persistente possa ser contida pelo remédio, por exemplo. Medicamentos sem a orientação médica e em excesso, como o anti-inflamatórios e antibióticos podem causar danos ao aparelho digestivo.

Quais exames o médico gastroenterologista pode pedir?

Além de exames mais comuns como o de sangue, fezes, urina e raio-x, o gastroenterologista pode precisar de outras análises para chegar ao diagnóstico do paciente. Por isso é possível que o médico solicite os seguintes exames:

Endoscopia – nesse exame o médico insere um tubo bem fino e longo, com uma câmera na ponta, na boca do paciente e até o estômago. Assim ele consegue enxergar e registrar imagens dos órgãos do aparelho digestivo para constatar alterações. É recomendado quando há suspeita da gastrite e refluxo, por exemplo.

Colonoscopia – consiste na inserção de uma espécie de tubo – com uma câmera na ponta – no ânus do paciente. Assim como na endoscopia esse exame permite mapear os órgãos internamente, observando alterações do tecido do intestino grosso. Esse exame é comumente solicitado em casos de diarreia persistente, alteração das fezes e dores abdominais persistentes.

Deglutição de bário ou enema – neste exame o paciente ingere um líquido (bário) que destaca áreas dos órgãos nem sempre visíveis nos exames de raio-x comuns. Assim, o médico tem mais precisão para detectar inflamações, tumores e obstruções, principalmente no intestino. Pode ser importante para investigar a causa de sintomas variados, como dores abdominais, fezes com sangue, entre outros.

Como prevenir problemas do aparelho digestivo?

É válido destacar que alguns sintomas e doenças relacionadas ao trato digestivo podem ser evitadas com medidas relativamente simples. Má alimentação, tabagismo e alcoolismo estão entre os principais fatores de risco. Assim, a recomendação é:

  • Adotar uma dieta rica em nutrientes – verduras, frutas e proteína magra;
  • Evitar o consumo de alimentos gordurosos e com muito açúcar;
  • Não fumar;
  • Consumir bebidas alcoólicas com moderação;
  • Realizar atividade física com frequência;
  • Dormir ao menos sete horas por noite;
  • Controlar o estresse;
  • Consultar um médico e realizar exames de rotina;
  • Evitar a automedicação.

Em casos que não é possível evitar um problema de saúde, como os de intolerância ao glúten e à lactose, será preciso seguir uma dieta específica e fazer uso de medicamentos. Mas, via de regra, com um estilo de vida mais saudável e mudanças de hábitos, é possível diminuir e até evitar problemas no sistema digestivo. 

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