TDAH: o papel de cada profissional da saúde no tratamento e diagnóstico

A dificuldade em focar, iniciar ou finalizar alguma atividade por inquietude pode ser um sinal de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o TDAH. Esse distúrbio neurológico atinge 5,9% das crianças do mundo todo e costuma afligir pais que não o conhecem, já que ele costuma se manifestar na infância. Continue a leitura e confira informações importantes sobre os profissionais responsáveis pelo diagnóstico e tratamento do TDAH.

Quais profissionais da saúde podem ajudar no diagnóstico do TDAH?

O processo de diagnóstico do TDAH pode envolver diferentes áreas e profissionais da saúde, como psicólogos, médicos neurologista, psiquiatra e neuropediatras, fonoaudiólogos, psicopedagogos e fisioterapeutas. Em geral, a avaliação da presença do TDAH é clínica e baseada em alguns critérios já previamente definidos dentro dessas especialidades.

Conheça um pouco sobre o papel de cada um desses profissionais no diagnóstico do TDAH:

Psicólogos – a avaliação psicológica é fundamental para identificar os fatores emocionais que podem estar relacionados aos sintomas do TDAH. Além disso, esse profissional também avalia as funções cognitivas por meio da neuropsicologia.

Médicos neurologista e psiquiatra – O diagnóstico de TDAH é fundamentalmente clínico, realizado por profissional que conheça profundamente o assunto e que necessariamente descarte outras doenças e transtornos, para então indicar o melhor tratamento. Podem ser solicitados exames de imagem para analisar se há a presença de alguma comorbidade. Os profissionais também podem pedir para conversar com familiares do paciente para entender padrões de comportamento.

Fonoaudiólogos – Inicialmente analisam se há algum problema na audição do paciente que possa interferir nas situações de desatenção.

Psicopedagogos Por serem profissionais com conhecimentos que unem a psicologia e a pedagogia, junto com a família, são essenciais para a coleta de dados sobre o comportamento do paciente no dia a dia.

Fisioterapeutas – são responsáveis pela avaliação do desenvolvimento motor do paciente para avaliação das habilidades motoras, de percepção, de equilíbrio, além de concentração e atenção.

Em geral, o diagnóstico do TDAH inclui a anamnese, testes psicológicos, , avaliação do histórico de vida e exames clínicos. Assim que o TDAH tem o seu diagnóstico concluído, os profissionais responsáveis devem encaminhar o paciente para diferentes profissionais para um tratamento multidisciplinar ou transdisciplinar.

Quais profissionais da saúde podem atuar no tratamento do TDAH?

Os profissionais responsáveis pelo tratamento do TDAH são, em geral, os mesmos que são capazes de realizar o diagnóstico do distúrbio neurológico. Psicólogos, médicos psiquiatra e neuropediatras, além de fonoaudiólogos, psicopedagogos e fisioterapeutas que são fundamentais para o acompanhamento multidisciplinar do transtorno.

Conheça um pouco sobre o papel de cada profissional na saúde para o tratamento do TDAH:

Médicos

O tratamento para o TDAH geralmente envolve terapias e medicamentos. O médico poderá fazer uma análise histórica para chegar a um diagnóstico e tem o conhecimento pertinente para tratar o transtorno com medicamentos, porém não se deve esquecer que o ideal é um tratamento multidisciplinar ou transdisciplinar, e por isso normalmente o médico orienta a procura por especialistas.

Inclusive, a recomendação mencionada na Portaria da Secretaria Municipal de São Paulo, de número 986, indica que o uso de medicamentos para o tratamento do TDAH só deve ser indicado quando o tratamento não medicamentoso não está sendo satisfatório para o paciente.

Além da indicação de medicamentos, os médicos também podem acompanhar o caso do paciente para avaliar se há a existência de outros transtornos associados ao TDAH. Alguns dos mais comuns são:

  • Transtorno de depressão;
  • Transtorno de ansiedade generalizado;
  • Transtorno de conduta;
  • Transtorno desafiador opositivo.

Psicólogos

O mais recomendado por especialistas da equipe multidisciplinar é sempre contar com tratamentos terapêuticos, como a terapia cognitivo-comportamental, a TCC. Esse tipo de terapia é conduzido por um psicólogo e costuma apresentar avanços na melhora do quadro de pacientes com TDAH, já que o objetivo principal é transformar o comportamento do paciente.

O tratamento com psicólogos também pode ajudar os pacientes que julgam ser incapazes de realizar determinadas tarefas devido ao TDAH, modificando esse rótulo.

Psicopedagogos e Neuropsicopedagogos

Para minimizar os sintomas do TDAH no dia a dia do paciente, especialmente quando falamos de crianças, as intervenções no ambiente escolar são fundamentais. Quando feitas ainda no início do tratamento por psicopedagogos e Neuropsicopedagogos, o paciente pode ter menos dificuldades de aprendizado e desenvolvimento escolar.

Fisioterapeutas

Esses profissionais podem aplicar o Programa de Estimulação Psicomotora (PEP) nos pacientes com TDAH. Esse método trabalha habilidades práticas finas (envolvem músculos pequenos e coordenação olhos-mão) e globais (envolvem grandes músculos) – por meio de atividades manuais e também com bola, cordas, corridas, circuitos etc – equilíbrio, noção corporal e organização espacial e temporal. O conjunto dessas práticas ajuda a criança com TDAH a reduzir alguns sintomas do comportamento hiperativo e desenvolver aspectos psicomotores.

Fonoaudiólogo

O papel desse profissional no tratamento do TDAH é, principalmente, melhorar as habilidades de comunicação oral do paciente, que podem ser prejudicadas pelo distúrbio neurológico.

 Qual a importância do acompanhamento destes profissionais da saúde com a pessoa com TDAH

Estudos já comprovaram que o tratamento do TDAH deve ser multidisciplinar ou transdisciplinar para um bom resultado na qualidade de vida do paciente. Já foi comprovado que utilizar algumas terapias ou medicamentos de forma isolada, ou seja, sem o acompanhamento multidisciplinar, pode não ser o mais eficaz para o tratamento.

Com uma equipe completa, os especialistas poderão ter uma visão completa sobre o paciente, observando como ele se comporta em diferentes contextos e indicando se o tratamento está sendo efetivo, fazendo ajustes quando necessário. Cada método de tratamento, seja ele terapêutico ou medicamentoso, precisa estar em harmonia com os outros indicados pelos profissionais para o sucesso do tratamento e melhora da qualidade de vida do paciente. Só assim o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade poderá ser bem controlado ainda na infância.

Outro fator de muita importância do tratamento multidisciplinar é a vida adulta do paciente. Estima-se que cerca de 60% dos pacientes com TDAH entrarão na fase adulta ainda com alguns sintomas, como hiperatividade, desatenção, desorganização e falta de foco.

É comum que na idade adulta os pacientes com TDAH não consigam planejar atividades simples com facilidade, tenham problemas de concentração e dificuldade em priorizar as tarefas mais importantes que devem ser realizadas. Quando identificado precocemente e tratado de forma correta, o TDAH na fase adulta do paciente não será uma dificuldade tão grande para que ele possa ter uma boa qualidade de vida, mantendo suas habilidades sociais, psicoeducacionais e relacionamentos com outras pessoas.

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Os sinais e sintomas de TDAH mudam ao longo da vida?

Cerca de 60% dos jovens diagnosticados com TDAH continuarão a ter sintomas do transtorno, como desatenção e hiperatividade, ainda na vida adulta. Mas, isso não significa que os sintomas não podem mudar, pelo contrário. Conforme hábitos e responsabilidades se adaptam ao longo dos anos, a pessoa com TDAH passa a sentir o impacto do transtorno em outras atividades da rotina. Continue a leitura e entenda mais sobre os sinais e sintomas do TDAH quando se é adulto.

O que é o TDAH e como se manifesta?

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é um distúrbio do desenvolvimento neurológico, que afeta de 3 a 5% de crianças no mundo todo e, muitas vezes, continua a se manifestar na idade adulta. A doença pode ser dividida em três subtipos:

  • Predominantemente desatento – em que a maioria dos sintomas está relacionada a desatenção e distração.
  • Predominantemente hiperativo – maioria dos sintomas está relacionada à hiperatividade e impulsividade.
  • Combinado – há uma mistura de sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

De forma geral, o TDAH tem impacto em diversas esferas da vida da criança e do adulto, repercutindo na autoestima, relacionamentos e até mesmo baixo desempenho escolar.

Existem casos de pessoas que foram crianças com TDAH e na vida adulta os sintomas reduziram e se tornaram imperceptíveis, mas, por outro lado, algumas pessoas nunca superam completamente seus sintomas de TDAH. No entanto, é possível elaborar estratégias que facilitam a rotina e tornam a vida das pessoas com o transtorno completamente normal.

Quais são os sintomas de TDAH na infância e na adolescência?

Geralmente, os sintomas do TDAH na infância começam antes dos 12 anos e em alguns casos são perceptíveis a partir dos três anos de idade. Os sintomas podem ser sutis, confundidos com apenas uma característica de pessoas “esquecidas”, mas é preciso atenção. Entre os principais sintomas de TDAH na infância, no caso do predominante desatento, podemos citar:

  • Deixar de prestar atenção aos detalhes;
  • Cometer erros por descuido nos trabalhos escolares;
  • Problemas para manter o foco em tarefas ou alguns jogos;
  • Parece não ouvir, mesmo quando se fala diretamente a pessoa;
  • Dificuldade em seguir as regras;
  • Dificuldade em finalizar trabalhos escolares ou tarefas domésticas;
  • Problemas de organização;
  • Evitar ou não gostar de fazer tarefas que exijam esforço mental focado, como lição de casa;
  • Perder itens necessários para tarefas ou atividades, como brinquedos e materiais escolares;
  • Ser facilmente distraído.

Para os casos de TDAH predominantemente hiperativo, os sintomas costumam ser:

  • Ter mãos ou pés muito inquietos;
  • Dificuldade em ficar sentado na sala de aula ou em outras situações;
  • Estar em constante movimento;
  • Correr em situações que não são apropriadas;
  • Dificuldade em fazer atividades em silêncio;
  • Falar muito;
  • Dificuldade em esperar pela própria vez em atividades ou filas;
  • Interromper ou se intrometer nas conversas, jogos ou atividades de outras pessoas.

Muitos desses sintomas são inicialmente percebidos na escola, por professores e outros profissionais presentes nesse ambiente. Por isso, é fundamental que pais estejam presentes na rotina escolar e participem ativamente das atividades escolares levadas para casa.

Como e por que os sintomas de TDAH podem mudar na fase adulta?

Existem fatores genéticos e de estilo de vida que interferem na intensidade do TDAH e, de forma geral, o transtorno não tem cura. O que muitos adultos experienciam é a redução de alguns sintomas, como a hiperatividade, mais comum na infância.

Porém, outros sintomas, como a distração e impulsividade, podem permanecer e impactar de forma negativa a vida da pessoa, caso o problema não seja tratado. Os adultos costumam ter dificuldade em organizar e planejar atividades do dia a dia, por exemplo, sentindo dificuldade inclusive na priorização de atividades.

Com receio de não darem conta de tudo, é comum deixarem trabalhos incompletos ou interromperem o que estão fazendo para iniciar outra atividade, se esquecendo do que estava sendo feito anteriormente. Em outros casos, o adulto com TDAH pode manifestar comportamento impulsivo, tendência a abuso de álcool e drogas e exposição a situações de risco. Todas essas situações podem causar problemas no trabalho, estudos e/ou relacionamentos com outras pessoas.

Embora o tratamento não cure o TDAH, ele pode ajudar muito com os sintomas. O tratamento geralmente envolve medicamentos, psicoterapia e intervenções comportamentais com outros profissionais da saúde – de acordo com as necessidades específicas de cada paciente – como fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. O diagnóstico e o tratamento precoces podem fazer uma grande diferença no resultado.

Como é feito o diagnóstico de TDAH em cada faixa etária?

Quando há a suspeita do TDAH na infância, inicialmente por professores e outros profissionais da escola, é orientado que os pais busquem apoio psiquiátrico e neurológico para a confirmação do diagnóstico de TDAH. Esse processo é clínico, baseado em sinais e sintomas que consideram diversas fontes de informação, entre pais, educadores e a própria criança.

Alguns profissionais podem usar também um questionário conhecido como SNAP-IV, construído a partir dos sintomas do Manual de Diagnóstico e Estatística – IV Edição (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiátrica. Este questionário, porém, é apenas um ponto de partida para levantamento de alguns possíveis sintomas primários do TDAH.

Normalmente o ideal é ter a visão de diversos especialistas para ter um entendimento em conjunto e completo das características, comportamento e sinais que podem indicar o transtorno. Porém, apenas um médico realiza o diagnóstico.

Já no caso dos adultos, há um processo parecido de entrevista e investigação dos sinais e sintomas que a pessoa sente ao longo dos anos. Há, também, um questionário chamado ASRS-18, desenvolvido por pesquisadores em colaboração com a Organização Mundial de Saúde. Assim como no caso da infância, os sintomas só podem se confirmar com o apoio de um profissional da saúde especializado.

Se você suspeita que você ou alguém próximo tenha o transtorno, é importante encaminhar para um profissional que saiba lidar com a situação da melhor forma, investigando o problema e orientando para o tratamento adequado.

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Como explicar para meu filho o que é o TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) costuma surgir na infância e acompanhar a pessoa durante toda a vida e ter impacto nas atividades do dia a dia, como estudos, sociabilização e, mais tarde, no trabalho. Por isso, se o seu filho foi diagnosticado com essa condição, é importante conversar com ele a respeito. Continue a leitura e veja dicas de como abordar o assunto!

Por que devo falar com meu filho sobre TDAH?

É muito importante que as crianças com TDAH sejam informadas, de maneira apropriada, a respeito do diagnóstico. Isso permite que elas entendam a causa de seus sintomas, aprendam como gerenciá-los e se tornem mais engajadas no tratamento.

  • Explicar o TDAH aos pequenos tambémajuda a desconstruir os mitos e preconceitos relacionados ao transtorno, deixando claro que isso não é motivo de vergonha ou para se sentir inferior.

Dicas para conversar com as crianças sobre TDAH

É comum que os pais tenham dúvidas sobre como e o que falar ao abordar o TDAH. Seja como for, procure seguir algumas recomendações que ajudam no processo:

Escolha um bom momento – é importante que você e seu filho possam conversar com calma, sem distrações ou interrupções. Mas o ritmo da criança deve ser respeitado – ela pode não estar pronta para receber todas as informações de uma só vez.

Transmita tranquilidade – é essencial conduzir a conversa de modo que seu filho não sinta que há algo errado com ele. Enfatize todas as qualidades e conquistas dele. Explique que o TDAH nada tem a ver com sua inteligência ou capacidade – seu cérebro apenas funciona de uma maneira diferente. Assegure, ainda, que o transtorno não define quem ele é ou quem se tornará quando crescer.

Adeque as informações para a idade – a linguagem que os pais devem utilizar e a quantidade de detalhes que devem fornecer dependem da faixa etária da criança.

Deixe seu filho saber que ele não está sozinho – deixe claro que vocês trabalharão juntos para ajudar a melhorar as coisas em casa e na escola.

Explique os benefícios do tratamento – mostre ao seu filho que o tratamento é uma forma de ajudá-lo a superar as dificuldades que ele enfrenta por causa do TDAH. O plano terapêutico inclui consultas com equipe multidisciplinar e, quando indicado pelo médico, medicamentos específicos.

Procure ajuda profissional – contar com a ajuda de um psicólogo para conversar com o seu filho sobre TDAH também é importante, pois ele pode ajudar a lidar com as situações e dúvidas da melhor forma para seu filho e você, conforme surgirem.

Mantenha o canal de comunicação aberto – para que seu filho possa fazer perguntas e expor os próprios medos. É recomendável que novas conversas ocorramà medida que seu filho cresce e se confronta com situações novas, próprias da idade.

Como ajudar seu filho a lidar com desafios comuns do TDAH

É essencial que a criança diagnosticada com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade receba tratamento adequado, que pode envolver psicoterapia e medicamentos. Os pais e professores também são peça-chave para ajudar os pequenos a lidar com a condição. Confira algumas estratégias que podem ser úteis para ajudar seu filho com TDAH:

  • Transmita informações de maneira clara e precisa;
  • Repreenda comportamentos inadequados de forma construtiva;
  • Incentive a prática de exercícios físicos;
  • Evite sobrecarregá-lo com excesso de atividades extracurriculares;
  • Programe atividades diferentes, mas prepare-o para eventuais quebras de rotina;
  • Subdivida tarefas escolares para que elas possam ser realizadas com maior facilidade e em menor tempo;
  • Reserve um espaço arejado e bem iluminado para a realização da lição de casa.

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Como é feito o diagnóstico do TDAH, e por quem é feito

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é bastante comum, a estimativa é que cerca de 4 a 12% das crianças e adolescentes entre os seis e doze anos no mundo têm a condição. Continue a leitura para saber quais são as possíveis causas, do TDAH como é feito o diagnóstico e como o transtorno afeta a vida dos pacientes.

O que é TDAH?

O TDAH é uma desordem neurobiológica que pode ser causada por fatores genéticos, entre outros. O transtorno faz com que a pessoa tenha dificuldade em sustentar o nível de atenção e o foco, além de ser muito mais inquieta e impulsiva. Então, a pessoa fica mais agitado, impaciente e tem dificuldade com atividades longas ou repetitivas.

Na maior parte das vezes, o TDAH é identificado durante a infância ou adolescência. Entretanto, mesmo com algumas intervenções e, consequentemente, melhoria nos sintomas, 40 a 80% das pessoas que recebem o diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade ainda mantêm características na adolescência. E até 66% delas preenchem critérios do diagnóstico na vida adulta.

Quais as possíveis causas de TDAH?

Os pacientes com TDAH têm alterações na região frontal do cérebro, que é responsável pela inibição do comportamento, capacidade de atenção, autocontrole, planejamento e memória.

Apesar de o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade ser uma desordem neurobiológica, não se sabe exatamente por que isso acontece. Existem estudos indicando que as principais causas dessas alterações ocorrem no sistema de neurotransmissores, cuja função é passar informações entre os neurônios. Existem alguns fatores que aumentam o risco de isso acontecer, tais como:

  • Hereditariedade – ter na família alguém que tenha TDAH ;
  • Consumo de determinadas substâncias durante a gravidez – pesquisas apontam que consumir tabaco, álcool e cocaína durante a gravidez pode causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, inclusive na região frontal;
  • Outros problemas que afetam o cérebro – pessoas que têm epilepsia ou alguma lesão cerebral possuem maior chance de receber o diagnóstico de TDAH;
  • Prematuridade – o bebê que nasce antes do tempo tem um risco maior de apresentar o transtorno;
  • Baixo peso ao nascer – os bebês que nascem com peso menor que 1,5 kg também possuem um risco maior.

Quais os impactos do TDAH?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade afeta crianças, jovens e adultos de formas diferentes no que diz respeito à vida social e relações interpessoais. Geralmente, o TDAH é investigado e diagnosticado em pessoas mais jovens devido ao comportamento na escola ou em ambientes coletivos.

Crianças e adolescentes com TDAH – apresentam maior dificuldade de aprendizado por serem mais distraídos e possuírem curtos períodos de foco e atenção, o que pode limitar o desenvolvimento educacional. Eles também sentem o impacto social por não conseguir ouvir e executar instruções, o que afeta o relacionamento com professores, pais e outras pessoas da mesma idade.

Adultos – os maiores problemas enfrentados são ligados à inquietação, impulsividade e, muitas vezes, memória fraca. Adultos com TDAH sentem os impactos, principalmente, nas relações pessoais e no trabalho. O descuido, falta de atenção e a incapacidade de priorizar tarefas podem afetar projetos e responsabilidades, trazendo uma mudança rápida de humor e impaciência no ambiente de trabalho.

Independentemente da idade, em muitos casos, o portador de TDAH tem dificuldade em avaliar o próprio comportamento e o quanto ele afeta as pessoas ao seu redor. Assim, colegas, parceiros e familiares podem acabar se irritando caso não conheçam o transtorno do déficit de atenção e os sinais dele. Como o transtorno afeta o comportamento, ser diagnosticado com essa desordem pode contribuir para uma autoestima mais baixa e relacionamentos problemáticos.

Quando suspeitar de TDAH?

A suspeita do TDAH pode ser levantada caso os sinais sejam desproporcionais à idade da pessoa. Ou seja: quando a hiperatividade, falta de atenção, impulsividade, falas excessivas etc. atrapalham o desenvolvimento, as relações interpessoais e o trabalho, sendo recomendável procurar um especialista.

Entretanto, é importante considerar que diagnosticar o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade em crianças com menos de cinco anos é uma tarefa complicada. Isto ocorre porque muitas delas possuem reações parecidas com os sintomas pela pouca idade.

E em alguns casos, o comportamento que parece ser causado pelo transtorno do déficit de atenção pode ser provocado por outras situações, por exemplo: mudança brusca e na vida por causa de divórcio ou morte de alguém próximo, outras desordens médicas, depressão, transtorno bipolar ou ansiedade. Por isso, é muito importante que a possibilidade de TDAH seja investigada por especialistas.

Então, mesmo que alguém apresente sinais de hiperatividade, tenha dificuldade em manter a atenção e o foco nas atividades do dia a dia e fale muito, isso não significa que tenha TDAH.

Como é feito o diagnóstico de TDAH?

O diagnóstico de TDAH, seja em crianças ou adultos, é inteiramente clínico, com base nos sinais e sintomas. Não existem exames laboratoriais ou de imagem para isso. Então, para chegar em um diagnóstico efetivo, são realizadas avaliações levando em conta as interações do paciente com o médico, a rotina da pessoa, os comportamentos e as atitudes dela. O processo do diagnóstico pode envolver profissionais de diferentes especialidades, como:

Psiquiatra – é o especialista que diagnostica, trata e acompanha condições que afetam as funções psíquicas. O médico avalia o paciente por meio de um histórico clínico detalhado, onde observa aspectos do comportamento, fala, humor, atenção, entre outros. O psiquiatra também pode complementar o diagnóstico com testes, questionários e conversas com o paciente e/ou familiares.

Neurologista/Neuropediatra – é o especialista que diagnostica, trata e acompanha distúrbios que afetam o sistema nervoso. No caso de suspeita de TDAH em crianças na fase pré-escolar até o ensino fundamental, o neuropediatra é o profissional adequado para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Pediatra – é o especialista por diagnosticar, tratar e acompanhar doenças e transtornos em crianças e adolescentes.No caso de suspeita de TDAH, o pediatra pode ajudar no diagnóstico e/ou encaminhar o paciente a um especialista.

Uma importante ferramenta para os especialistas chegarem ao diagnóstico de TDAH é o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que está na quinta edição e foi elaborado pela American Psychiatric Association, que é a associação de psiquiatria dos Estados Unidos.

O DMS-5 também é adotado no Brasil e estabelece critérios de diagnóstico divididos em dois grupos: desatenção; e hiperatividade e impulsividade. Cada um deles tem uma relação de nove sinais e sintomas, sendo que a pessoa precisa apresentar seis ou mais em cada um dos dois grupos para ser diagnosticada com TDAH.

Mas não é só isso! Esses sinais e sintomas precisam ter determinadas características, que são as seguintes: manifestarem-se muitas vezes durante seis meses ou mais, serem mais pronunciados do que o esperado para a idade, ocorrerem em dois ambientes diferentes ao menos (como casa e escola), alguns deles precisam ter se manifestado antes dos 12 anos e, por último, devem interferir na funcionalidade da pessoa em casa, na escola ou no trabalho.

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TDAH: como educadores e pais ajudam na identificação e no tratamento?

Pais e professores são muito importantes tanto para a identificação do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) quanto para o tratamento. Eles ajudam fornecendo informações valiosas para que os especialistas possam chegar ao diagnóstico e também na fase do tratamento, pois crianças e adolescentes apresentam comportamentos distintos em casa e na escola. Então, continue a leitura para saber exatamente como os pais e os professores podem ajudar as crianças e os adolescentes com TDAH.

O que é TDAH e qual o impacto na vida de crianças e adolescentes?

Antes de saber mais sobre o papel de pais e professores em relação ao TDAH, é preciso entender como ele impacta na vida das crianças e dos adolescentes. Por ser uma condição neurobiológica que interfere na capacidade de manter a atenção e o foco, além de provocar inquietação e impulsividade, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade afeta a aprendizagem, os relacionamentos e, mais tarde, o trabalho. Veja os sinais mais comuns de TDAH:

  • Falta de persistência em atividades;
  • Falta de atenção;
  • Falta de concentração;
  • Estar “no mundo da lua”;
  • Dificuldade em terminar atividades;
  • Agitação excessiva;
  • Desorganização;
  • Imprudência;
  • Dispersão;
  • Constante movimento de mãos e pés.

Muitos desses sinais podem ser facilmente confundidos com comportamentos normais da idade. Inclusive, apresentar um ou mais deles não quer dizer que a pessoa tem TDAH. Porém, quando eles são mais intensos e recorrentes do que o esperado, podem ser sinais de alerta e é muito importante que os pais e os educadores estejam atentos, pois isso pode acelerar o processo de identificação e tratamento do transtorno, contribuindo para o bom desenvolvimento das crianças e adolescentes.

Como alguns dos comportamentos provocados pelo TDAH podem parecer indisciplina, há uma chance grande do aluno acabar recebendo o rótulo de “problemático”. Isso pode dificultar na criação de laços de amizade na escola e também existe o risco de ele ser ignorados por professores que, sem paciência, o veem como caso perdido e que não merece a dedicação deles.

Como pais, familiares e professores podem ajudar no diagnóstico do TDAH?

Como não existem exames laboratoriais e de imagem que ajudem no diagnóstico do TDAH, ele é feito com base nos sinais e sintomas. Por isso, é fundamental que o médico tenha uma visão de como é o comportamento do paciente em diferentes ambientes. Nesse sentido, educadores e familiares são uma excelente fonte de informação. Mas, para isso, devem ficar atentos a possíveis sinais do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

Exemplos do que educadores devem ficar atentos na escola:

  • Aluno com dificuldade em se organizar ou se planejar para atividades de aprendizado;
  • Quem esquece regularmente do dever de casa;
  • Quem não lê as perguntas até o fim antes de responder;
  • Quem fala muito durante as lições, não parar quieto na cadeira e ficar distraído nos próprios pensamentos.

Exemplos do que pais ou responsáveis devem ficar atentos no dia a dia:

  • Indícios de impulsividade, como quando a criança não consegue esperar sua vez para brincar ou receber algum objeto;
  • Se a criança ou adolescente interrompe outras pessoas durante conversas com muita frequência;
  • Esquecer quase sempre o material escolar ou outros recados da direção da escola e de professores.

Se você é professor ou pai e observa esses comportamentos em alguma criança, é importante procurar um médico para que a criança ou o adolescente passe por uma avaliação – que pode envolver diferentes especialistas, como pediatra, psiquiatra e neurologista. E, no caso de o diagnóstico ser positivo, seja elaborado um plano de tratamento.

O médico responsável por conduzir o processo de diagnóstico vai combinar os relatos de professores e pais, além das conversas diretamente com a criança ou o adolescente, para avaliar se o paciente cumpre todos os critérios clínicos para TDAH. A identificação do transtorno, porém, não deve ser vista como uma sentença, pois há formas de tratar a condição e de melhorar a qualidade de vida da pessoa.

Como pais, familiares e professores podem ajudar no tratamento do TDAH?

O tratamento do transtorno de atenção e hiperatividade não tem uma solução única. É feito por uma combinação de estratégias como medicamentos, psicoterapia e, em alguns casos, fonoaudiologia. Além de se familiarizarem com tudo o que envolve o tratamento, pais e professores treinados em estratégias comportamentais podem ajudar a criança ou o adolescente a lidar com o TDAH.

Os pais, em especial, podem participar da terapia de gerenciamento de comportamento e aprender estratégias para gerenciar o autocontrole, a impulsividade e o comportamento do paciente.

Na rotina, algumas ações podem ser colocadas em prática:

Pais e familiares:

  • Evitar repreender a criança por comportamentos característicos de TDAH;
  • Agir sempre da mesma forma, independente das oscilações de humor e comportamentos da criança;
  • Reconhecer e recompensar o progresso escolar;
  • Usar um quadro de lembretes e/ou cronograma para organizar o dia a dia. Para chamar mais atenção e ser mais colorido e divertido, use post it;
  • Anotar compromissos importantes da criança com TDAH, como datas de prova, passeios e atividades em uma agenda;
  • Evitar barulhos externos enquanto a criança estuda, para não atrapalhar a concentração;
  • Seguir tratamento medicamentoso sempre conforme instrução médica;
  • Manter o auxílio dos profissionais da saúde (equipe multidisciplinar), caso seja parte do tratamento e acompanhamento.

Educadores:

  • Orientar os alunos de forma clara e objetiva;
  • Colocar a criança com TDAH para sentar mais próxima da lousa, longe de porta e janelas, para que não se distraia facilmente;
  • Fazer anotações em provas para que o aluno entenda os erros e acertos;
  • Evitar instruções muito longas em atividades e provas;
  • Pedir que o aluno com TDAH repita as instruções, mas sempre evitando a exposição negativa diante dos outros alunos;
  • Caso o aluno se comporte de forma negativa, conversar constantemente com ele, explicando os prejuízos que as atitudes causam para ele e demais colegas.

Como existem períodos decisivos para o desenvolvimento e formação da pessoa, é preciso que pais e professores conheçam as características do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e entendam o papel que cada um deles tem no diagnóstico, tratamento e convívio.

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Autismo e TDAH: qual a relação entre os transtornos?

O autismo e TDAH são distúrbios neurológicos que costumam se manifestar logo nos primeiros anos de vida das crianças, podendo afetar aspectos como o desenvolvimento social e o aprendizado escolar. Continue a leitura e saiba como esses transtornos podem estar relacionados, além das diferenças principais dos sinais e sintomas aplicados à rotina.

O que é TDAH?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio de desenvolvimento neurológico, com causa genética, que se manifesta por meio de comportamentos classificados em dois grandes grupos: desatenção e impulsividade-hiperatividade. É estimado é que 3 a 5% das crianças do mundo todo tenham TDAH, sendo que metade dos casos são perpetuados ao longo da vida adulta.

Geralmente, os sinais do TDAH são percebidos antes dos sete anos de idade pelos pais ou responsáveis da criança, como os professores e outros funcionários da escola, uma vez que o transtorno interfere diretamente no comportamento e desempenho escolar. É comum que o diagnóstico seja um pouco mais demorado em pessoas que manifestam somente os sinais de desatenção na rotina, que podem ser:

  • Distração – falta de atenção a detalhes, tendência em iniciar uma tarefa antes de terminar outra, incapacidade de se concentrar, dificuldade em realizar tarefas demoradas.
  • Dificuldade de aprendizado – erros em trabalhos e provas escolares devido a descuidos, dificuldade em organizar brinquedos ou exercícios, incapacidade em ouvir ou executar instruções.
  • Disfunção da memória – perda recorrente de pertences devido ao esquecimento, dificuldade em lembrar instruções e estudos.

Já as pessoas que possuem os sinais da hiperatividade-impulsividade em conjunto com os de desatenção costumam ser diagnosticados mais facilmente devido à intensidade da manifestação no dia a dia:

  • Inquietude e agitação – dificuldade de permanecer quieto, como na própria carteira escolar, por exemplo; interrupções durante conversa com outras pessoas; correr e escalar móveis, muros e objetos; fala excessiva; mãos e pés inquietos.
  • Atitudes impulsivas – realiza ações arriscadas sem se importar com a segurança pessoal ou de outras pessoas, interrupções durante conversas com outras pessoas, responder antes que concluam a pergunta.

O que é autismo?

O autismo não é uma doença, mas sim um distúrbio neurológico conhecido como transtorno de espectro do autismo (TEA). Ele pode dificultar a comunicação e a interação social, além de fazer com que a pessoa tenha padrões restritos e repetitivos de comportamento. O TEA pode ter vários níveis de intensidade e cada uma provoca dificuldades diferentes ao longo da vida da pessoa.

Segundo a Organização das Nações Unidas, estima-se que 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo – e a maioria ainda não sabe. No Brasil, estudos indicam que a idade média para diagnóstico é de quatro anos e 11 meses de idade, [GP1] [NU2] [NU3] mas, em geral, os primeiros sinais do distúrbio podem ser notados em bebês de poucos meses até os primeiros anos da infância. São eles:

  • Dificuldade em manter contato visual e expressar emoções;
  • Dificuldade na comunicação, como uso repetitivo da linguagem;
  • Não atender quando chamado pelo nome;
  • Apego excessivo a rotinas e/ou a determinados objetos;
  • Ações repetitivas;
  • Interesse intenso em coisas ou assuntos específicos;
  • Sensibilidade sensorial – podem se incomodar ou ter forte interesse por ruídos, luzes, cheiros, toque, texturas;
  • Capacidade de memória acima da média.

Quais as semelhanças e diferenças entre autismo e TDAH?

Padrão de concentração – crianças com autismo ou TDAH podem apresentar alguma dificuldade de concentração. No entanto, crianças com TEA costumam ter dificuldade em focar em atividades que não gostam, mas podem se fixar intensamente em objetos, brinquedos ou outras atividades preferidas. Já crianças com TDAH resistem em se envolver com qualquer coisa que exija concentração, principalmente se levar tempo.

Comunicação – ambas condições podem interferir na comunicação da criança em certo ponto, mas as crianças com TEA costumam ter mais dificuldade em interagir socialmente com as pessoas ao redor, acham difícil manter o contato visual ou podem falar por horas apenas sobre um objeto ou tema de interesse. Ao contrário, as crianças com TDAH (principalmente se manifestar o comportamento hiperativo) tendem à fala excessiva e interrupções de conversas.

Rotina – pessoas com TEA são propensas ao apego a uma rotina específica e ficam descontentesquando precisam mudar.Por exemplo, podem querer sempre brincar com os mesmos brinquedos, comer determinado tipo de alimento de tal restaurante, vestir determinada roupa. Já pessoas com TDAH tendem a ficar impacientes em ter que seguir a mesma rotina por muito tempo ou repetir a mesma coisa várias vezes seguidas.

Quem tem autismo pode ter TDAH?

Sim. É possível que os dois distúrbios ocorram ao mesmo tempo em uma pessoa. Pesquisas indicam que entre 30% e 50% de pacientes com autismo também apresentam TDAH. Nesses casos, os sinais podem ser mais confusos, uma vez que a pessoa pode apresentar sintomas como foco intenso e concentração em um determinado assunto de interesse ou um objeto – característica que está fora do diagnóstico de TDAH, mas que faz parte do quadro de autismo.

Pode acontecer de um dos transtornos ser mais presente que o outro: por exemplo, a criança demonstrar os sinais e sintomas de desatenção e hiperatividade-impulsividade do TDAH combinados, mas apenas algumas características do TEA. 

Importante: somente um médico especialista é capacitado para diagnosticar uma criança com suspeita de TDAH, autismo ou ambos os distúrbios. No caso do autismo e TDAH combinados, o diagnóstico pode ser um pouco mais demorado. O médico fará uma análise dos sinais e sintomas relatados pelos pais, poderá conversar com educadores ou outras pessoas envolvidas na rotina da criança, para traçar um padrão de comportamento. Só assim é possível determinar o melhor tratamento, que pode envolver medicamentos, psicoterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outras.

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TDAH: como identificar os sintomas de hiperatividade na rotina?

Dificuldade para manter o foco nas atividades, agitação motora, impulsividade e falta de atenção e são os sintomas clássicos do TDAH – transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O distúrbio acomete cerca de 5,9% das crianças e adolescentes e 2,5% da população adulta mundial. No Brasil, o TDAH atinge cerca de 2 milhões de indivíduos adultos.

Continue a leitura e entenda mais sobre a doença e como os sintomas da hiperatividade podem se manifestar na rotina.

Categorias de TDAH – todo mundo manifesta falta de atenção e hiperatividade?

O quadro de TDAH é marcado, na maior parte das vezes, pela dificuldade da pessoa em manter-se atenta durante alguma atividade. No entanto, o transtorno pode ser dividido em dois tipos de manifestação de comportamento:

  • Dificuldade de concentração e de foco;
  • Hiperatividade e impulsividade.

Muitas pessoas possuem características que as enquadram em ambos os tipos, mas isso não é obrigatório. Por exemplo, cerca de dois entre três indivíduos com essa condição apresentam dificuldade de concentração e foco, mas não manifestam hiperatividade ou impulsividade.

Quando isso acontece, o quadro também pode ser chamado de TDA, sigla que significa transtorno de déficit de atenção. Como os sintomas desse quadro costumam ser menos óbvios e a pessoa tende a esconder sua desorganização ou guardá-la para si, é um problema que pode passar desapercebido pela maioria dos pais e professores.

Quais são os sintomas de hiperatividade no TDAH?

O TDAH com apresentação predominante de hiperatividade em crianças costuma provocar comentários como “ele/ela é elétrico” ou “ligado no 220” por não se manterem inativos por muito tempo. Os meninos tendem a apresentar mais hiperatividade e impulsividade em comparação às meninas, mas todos são desatentos e podem apresentar problemas de comportamento como, por exemplo, dificuldade em seguir regras e respeitar limites.

Os principais sintomas de hiperatividade em crianças e adolescentes incluem:

  • Mexer pés e mãos ou se contorcer na cadeira escolar constantemente;
  • Dificuldade para permanecer sentado;
  • Correr e escalar objetos, móveis, muros etc;
  • Dificuldade em se envolver em atividades silenciosas;
  • Fala excessiva;
  • Responder antes que as perguntas sejam concluídas;
  • Interrupções durante conversas com outras pessoas.

Em adultos, os sintomas do TDAH predominantemente hiperativo costumam ser mais difíceis de diagnosticar pela falta de estudos sobre o transtorno nesse grupo e porque os sinais tendem a ser mais sutis após o fim da adolescência. A hiperatividade tende a diminuir conforme a pessoa envelhece.

Alguns sintomas de hiperatividade em adultos incluem:

  • Inquietação e nervosismo;
  • Irritação;
  • Dificuldade em avaliar o próprio comportamento;
  • Necessidade de começar novas atividades sem terminar as antigas;
  • Dificuldade de permanecer quieto;
  • Interrupções durante conversa com outras pessoas;
  • Oscilações de humor;
  • Inabilidade em lidar com situações estressantes;
  • Impaciência;
  • Realizar ações arriscadas sem se importar com a segurança pessoal ou de outras pessoas.

A hiperatividade e impulsividade em adultos também está associada a outros problemas, como o abuso de drogas e álcool e ainda a uma alta incidência de outros transtornos associados, como ansiedade e depressão.

Como diagnosticar o TDAH?

Se você desconfia que uma criança ou mesmo que você tenha sintomas que podem ser associados ao TDAH, é fundamental buscar uma opinião especializada. No caso das crianças, o apoio da escola é importante para entender qual o desempenho dela nas atividades e se o comportamento em sala de aula indica algum problema.

Se, de fato, houver uma forte suspeita, você pode consultar neurologistas, neuropediatras (no caso de crianças e adolescentes), psiquiatras ou psicólogos especializados nesse tipo de diagnóstico. Isso vale tanto para crianças como para adultos, que são avaliados pelos mesmos especialistas.

É importante ressaltar que o diagnóstico do TDAH não é feito somente com base nas características de comportamento da pessoa. O profissional irá avaliar todo o histórico de combinação, frequência e intensidade das manifestações dos sintomas.

Qual é o tratamento do TDAH?

Por ser uma condição neurobiológica com impactos comportamentais, o tratamento do TDAH, especialmente quando combinada a condição de desatenção com hiperatividade, deve ser feito de modo múltiplo, com medicamentos, terapia e sessões de fonoaudiologia (quando a fala ou a escrita também são afetados).

Medicações – ajudam a amenizar os sinais e sintomas de impulsividade e a hiperatividade.

Terapias – ajudam a amenizar os sintomas do TDAH, além de ensinar técnicas específicas para o paciente lidar com as questões comportamentais. Algumas terapias que podem ser usadas são:

  • Psicoeducação;
  • Psicoterapia;
  • Terapia comportamental;
  • TCC (Terapia cognitivo comportamental);
  • Grupos de apoio.

Quem vai indicar a melhor forma de proceder é o médico especialista, que poderá prescrever a abordagem adequada para cada caso e ajudar o paciente a ter mais qualidade de vida ao conviver com o TDAH.

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O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (ADHD) afeta cerca de 5,9% de crianças e adolescentes e 2,5% de adultos em todo o mundo. Geralmente, quem sofre com esse tipo de transtorno, tem os primeiros sinais e sintomas ainda na infância, que se desdobram na vida adulta. Continue a leitura e entenda mais sobre a doença, suas causas e como identificar os sintomas de desatenção provocados pelo TDAH na rotina de pessoas próximas a você ou até em si próprio.

Quais são os principais sinais e sintomas de TDAH?

O TDAH é uma das maiores causas de evasão e expulsão nas escolas, dificuldades de aprendizado escolares e acadêmicos, obstáculos para manter habilidades sociais, e outros problemas que afetam as crianças e adolescentes em suas vidas sociais.

Entender os principais sintomas do TDAH é muito importante para que os pais avaliem o comportamento dos filhos, e para que adultos em geral evitem que alguns dos sintomas da doença, como a dificuldade para concentração, prejudique o desenvolvimento nos estudos, relacionamentos e trabalho.

De forma geral, os sintomas do TDAH são comportamentais, abrangendo desatenção, hiperatividade e impulsividade. Nem sempre a pessoa vai sofrer com todos eles ao mesmo tempo – é possível que um paciente com TDAH tenha sintomas de desatenção, mas não de hiperatividade, por exemplo. Além disso, os sintomas variam de acordo com a etapa da vida.

TDAH em crianças e adolescentes – normalmente, os jovens com TDAH apresentam sintomas antes dos seis anos de idade. É normal que crianças, no início da fase de aprendizado, encontrem algumas dificuldades e, por isso, é importante encontrar um profissional que saiba diferenciar o que é natural da idade e o que pode ser considerado um sintoma do TDAH. Veja, a seguir, alguns sintomas relacionados à desatenção que podem ajudar a identificar o TDAH em crianças:

  • Ter um curto período de atenção e ser facilmente distraído;
  • Cometer erros por descuido em trabalhos escolares;
  • Sempre esquecer ou perder coisas;
  • Incapacidade de cumprir tarefas mais demoradas;
  • Incapacidade de ouvir ou executar instruções;
  • Dificuldade de organizar brinquedos ou exercícios.

TDAH em adultos – geralmente, adultos com TDAH já possuem o transtorno desde a infância, porém nunca foram diagnosticados. Ainda que os sintomas sejam parecidos, é importante entender que a forma como a desatenção afeta um adulto é muito diferente de como afeta uma criança. Em pessoas mais velhas, os sintomas de desatenção permanecem e se manifestam de formas diversas, sendo que o trabalho e as relações pessoais são frequentemente impactados. Alguns sintomas relacionados à desatenção em adultos com TDAH são:

  • Descuido e falta de atenção aos detalhes;
  • Iniciar novas tarefas antes de terminar as antigas;
  • Dificuldade de organização;
  • Incapacidade de se concentrar ou priorizar atividades;
  • Perder ou esquecer coisas recorrentemente;
  • Inquietação e nervosismo frequentes;
  • Dificuldade em ficar quieto;
  • Interromper os outros continuamente;
  • Mudanças de humor rápida;
  • Impaciência;
  • Facilidade em assumir riscos em atividades;
  • Ter pouca atenção pela segurança pessoal ou dos outros, por exemplo, dirigindo perigosamente.

Como ajudar a apoiar o desenvolvimento de uma pessoa  com TDAH?

  • Certifique-se de que seu médico ou especialista saiba e te ajude a entender a diferença entre TDAH e quaisquer outros problemas relacionados à doença que a pessoa  possa ter;
  • Informe que a pessoa  tem TDAH para outras pessoas que precisam saber disso, como na escola ou na creche;
  • No caso de medicamentos, pesquise e peça orientações sobre os efeitos colaterais de qualquer medicamento prescrito para o seu filho;
  • Conhecer pessoas em grupos de apoio locais é importante para você não se sentir isolado e ajuda a lidar com a situação.

Qual é a causa do TDAH?

Não existe uma causa única para o TDAH, mas especialistas entendem que o transtorno pode ter relação com uma série de fatores, tais como:

  • Genética – pessoas que têm familiares com TDAH têm maior predisposição;
  • Função e estrutura cerebral – alguns estudos sugerem que o tamanho de certas partes do cérebro pode ter impacto direto na doença;
  • Grupos de riscos – algumas pessoas correm mais risco de ter TDAH, tais como os que nascem prematuramente, epiléticos e pessoas com danos cerebrais.

Como diagnosticar o TDAH?

Se você desconfia que uma criança ou você mesmo possa sofrer com o TDAH, é fundamental buscar uma opinião especializada. No caso das crianças, converse com os professores da escola para saber se eles têm alguma preocupação.

Em caso positivo, você pode consultar neurologistas, psiquiatras ou psicólogos especializados. No caso de TDAH em adultos, é aconselhável buscar a opinião dos mesmos especialistas. 

Qual é o tratamento do TDAH?

Fazer o tratamento do TDAH de forma adequada alivia os sintomas e permite que o paciente tenha um cotidiano muito mais tranquilo. Mas, para isso, pode ser necessária a combinação de alguns tipos de tratamento. Quem vai indicar qual é o tratamento do TDAH ideal para cada caso é o especialista, que poderá prescrever, para adultos e crianças, medicamentos e a necessidade de terapia, conforme o caso.

Medicação – ajudam na concentração e amenizam a impulsividade. Eles podem ser tomados diariamente ou nos dias em que a pessoa necessita, como em períodos de de aula ou estudos, por exemplo.

Terapia – diferentes tipos de terapia também ajudam no controle do transtorno e amenizam os sintomas mais graves. Algumas terapias que podem ser usadas são:

  • Psicoeducação;
  • Terapia comportamental;
  • Terapia cognitivo comportamental (TCC);
  • Grupos de apoio.

Outros fatores também podem auxiliar no controle da doença, como manter uma dieta adequada, de acordo com a orientação do médico especialista. Ainda que o transtorno dificulte algumas atividades, é possível ter uma vida normal controlando os sintomas e tomando algumas precauções que ajudem, por exemplo, a lembrar de compromissos. Para isso, é fundamental que o diagnóstico seja feito e o tratamento orientado por um médico especialista de confiança.

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Referências

O que é TDAH? Veja as respostas das principais dúvidas sobre o transtorno

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio de desenvolvimento neurológico, com componente genético, que atinge entre 3 e 5% das crianças do mundo e se perpetua na vida adulta em metade dos casos. Por apresentar sintomas que são subjetivos, como desatenção e impulsividade, é comum que o TDAH gere questões aos envolvidos. Neste artigo, você confere as respostas para as principais dúvidas sobre TDAH, como o que é e quais os direitos daqueles que o possuem.

O que é TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade se manifesta por meio de comportamentos que são classificados em dois grupos:

Desatenção – como distração, dificuldade de aprendizado, disfunção da memória;

Hiperatividade-impulsividade – como inquietude, agitação e atitudes exacerbadas.

Os sinais do TDAH geralmente podem ser percebidos antes dos sete anos de idade e, em alguns casos, se prolongam durante a vida adulta. Para que seja o mais assertivo possível, diagnóstico de TDAH deve ser feito com base em avaliações médicas, de desenvolvimento e educacionais.

É importante diagnosticar o transtorno, porque a longo prazo ele pode causar disfunções de atenção, memória, linguagem, interação social e resolução de problemas de uma criança. Isso tudo impacta também no aprendizado, que é dificultado, já que a aquisição, retenção ou aplicação de informações e habilidades fica prejudicada.

Quais os direitos dos alunos com TDAH?

Crianças e adolescentes com TDAH têm direito a acompanhamento específico direcionado às dificuldades de aprendizagem em escolas da rede pública e privada. Isso é estabelecido através da Lei 14.254.21, publicada em 1º de dezembro de 2021 no Diário Oficial da União, que obriga:

  • O poder público a oferecer um programa de diagnóstico e tratamento precoce aos alunos da educação básica com TDAH ou qualquer outro transtorno de aprendizagem;
  • O poder público a garantir que as necessidades do aluno com TDAH sejam atendidas pelos profissionais da rede de ensino em parceria com profissionais da rede de saúde;
  • Os sistemas de ensino a capacitar professores da educação básica para identificação precoce dos sinais e sintomas de TDAH.

Além disso, a Constituição Federal assegura o direito à Educação a toda população brasileira e veda quaisquer formas de discriminação. Ela estabelece que é dever do Estado garantir atendimento especializado aos portadores de deficiência – o que inclui aqueles que possuem TDAH.

Dessa forma, as escolas devem desenvolver projetos pedagógicos que contemplem a diversidade de alunos e cabe às famílias, aos profissionais da educação, às instituições escolares e à sociedade fazer com que o ensino inclusivo se cumpra. Caso contrário, é possível provar na justiça a violação de direitos reconhecidos por lei.

Quem tem TDAH pode receber benefício de prestação continuada (BPC)?

Sim. No entanto, como o Benefício de Prestação Continuada é socioassistencial e pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é preciso que a pessoa que irá receber seja reconhecida como incapacitada. Para que isso aconteça, é necessário um diagnóstico de TDAH em mãos, realizado por um parecer médico. Segundo a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, só são reconhecidos aqueles diagnósticos emitidos após ouvir especialistas multiprofissionais.

Além disso, a regulamentação para este benefício estabelece que a pessoa deve:

  • Ser portador de deficiência ou ter idade mínima de 65 anos para o idoso não-deficiente;
  • Renda familiar não superior a um quarto do salário mínimo em vigor por pessoa (incluindo o próprio requerente);
  • Não estar vinculado a nenhum regime de previdência social;
  • Não receber benefício de espécie alguma, salvo o de assistência médica;
  • Comprovar não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.

O que acontece se não tratar TDAH?

O TDAH não tratado pode causar problemas ao longo da vida. Por apresentarem tendências impulsivas e dificuldade de concentração, se não tiverem acompanhamento adequado, as pessoas com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade podem ter dificuldade em obter sucesso na escola, no trabalho, nos relacionamentos e em outros aspectos da vida.

Para uma criança, o TDAH não tratado pode causar:

  • Notas baixas e dificuldade de aprendizado;
  • Dificuldade de controlar as emoções;
  • Lesões físicas devido à impulsividade de alguns atos;
  • Problemas sociais por reagir impulsivamente em algumas situações simples, como compartilhar brinquedos;
  • Dificuldade para fazer e manter amizades;
  • Baixa autoestima;
  • Depressão.

Para adultos, o TDAH não tratado pode causar:

  • Dificuldade em cumprir compromissos de trabalho;
  • Tendência a comportamentos perigosos, como uso de drogas e escolhas sexuais arriscadas;
  • Tendência a vícios, como álcool, cigarro e jogos de azar;
  • Transtornos alimentares;
  • Dificuldade de convivência com amigos e colegas de trabalho;
  • Maior propensão a acidentes e problemas com a lei.

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TDAH em crianças na escola: o que você deve saber?

Estudos nacionais e internacionais indicam que cerca de 3% a 7% dos estudantes apresentam o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), que envolve a dificuldade de concentração, organização, persistência e inclinação à impulsividade. Assim, o TDAH em crianças e adolescentes pode interferir no rendimento escolar.

A seguir aprofundaremos o tema e por isso convidamos você a continuar a leitura para saber como lidar com as crianças com TDAH na escola.

O que é TDAH?

O TDAH é um transtorno de comportamento que envolve a dificuldade de concentração e a hiperatividade/agitação. Em geral, crianças com TDAH não conseguem focar nos estudos por muito tempo, se distraindo facilmente. Os sinais e sintomas podem ser caracterizados em três subgrupos:

  • Desatento – se caracteriza pela falta de atenção nos detalhes. Dessa maneira, a pessoa pode perder a concentração com qualquer barulho externo, por exemplo.
  • Hiperativo/Impulsivo – se caracteriza pela dificuldade em ficar parado no mesmo lugar por muito tempo e esperar que as coisas aconteçam no ritmo programado. É muito comum também uma inquietação ou movimentação constante das mãos e dos pés.
  • Combinado – se caracteriza pela junção dos sintomas do desatento e do hiperativo e impulsivo.

As crianças com o tipo “combinado” de TDAH costumam apresentar primeiro os sintomas de impulsividade ou hiperatividade e depois a desatenção. Vale ressaltar que com o passar do tempo essas características são amenizadas, principalmente se houver o tratamento adequado. Além disso, são observados altos e baixos ao longo dos anos, dependendo do contexto de vida da pessoa.

O tratamento adequado envolve uma equipe multiprofissional, além de apoio da família e da escola. Em alguns casos, medicamentos também são necessários para o controle dos sintomas, já que o déficit de atenção com hiperatividade não tem cura.

Diagnóstico do TDAH em crianças

Em geral o diagnóstico acontece na primeira infância, por volta dos seis anos de idade, fase na qual a criança está passando pelo processo de alfabetização. É neste momento que ela começa a ser cobrada e pressionada para manter um maior nível de concentração para reter os conteúdos de sala de aula e aprender a ler e a escrever.

Por isso é bastante comum que os educadores sejam os primeiros a perceber os sintomas e recomendar aos pais que procurem pelo diagnóstico e tratamento. Vale ressaltar que TDAH não é um problema de aprendizagem e sim um distúrbio com características que afetam esse processo. O diagnóstico de TDAH deve ser feito por um profissional da saúde capacitado, com base em avaliações médicas, de desenvolvimento e educacionais, para que seja assertivo.

TDAH em crianças: como se dá o convívio escolar?

É comum que crianças com TDAH na escola sejam confundidas com alunos bagunceiros. O comportamento hiperativo e a dificuldade de seguir regras muitas vezes são vistos como atitudes de displicência e pura falta de interesse nos estudos.

Sem o diagnóstico, o convívio da criança com gestores escolares, educadores e demais profissionais da escola, costuma ser conflituoso, já que ela “não obedece”. Em algumas situações, o relacionamento com outros colegas de classe também fica prejudicado, seja pela impulsividade ou a desatenção, resultando no bullying escolar.

As crianças com TDAH também estão mais sujeitas a baixa autoestima e problemas relacionados com a ansiedade e a depressão, que certamente interferem no desempenho escolar ao longo da vida. Nesse sentido, é extremamente importante que profissionais da educação observem os seguintes comportamentos:

  • Desatenção e distração constante;
  • Erros em avaliações por puro descuido;
  • Esquecimento e perda frequente do material escolar;
  • Extrema dificuldade em organizar os materiais;
  • Ações impulsivas ou inconsequentes;
  • Interrupção contínua enquanto outras pessoas falam;
  • Mudanças de humor rápida;
  • Impaciência e irritabilidade;
  • Incapacidade para realizar tarefas demoradas;
  • Extrema dificuldade em ouvir e cumprir regras;
  • Levantar toda hora na sala, sem qualquer estímulo;
  • Movimentos físicos excessivos;
  • Conversar enquanto todos estão quietos;
  • Dificuldade em esperar.

Porque o TDAH pode interferir no aprendizado da criança?


Todas as características apontadas no tópico anterior podem interferir no processo de aprendizagem. A atenção, por exemplo, é fundamental para que o aluno processe as informações e organize em sua mente o que está sendo ensinado. Dessa forma, a falta de atenção prejudica a assimilação dos conteúdos de sala de aula.

Nesse contexto, como o aluno não consegue reter as informações em sua totalidade, é comum acumular deficiências de aprendizagem com o passar do tempo. Afinal, a complexidade dos conteúdos só aumenta com o avançar da vida acadêmica.

Outros comportamentos como a impaciência e falta de persistência também refletem diretamente no processo de aprendizagem. Em geral, é normal que qualquer aluno tenha dificuldade diante de um novo conteúdo, mas aquelas que não apresentam qualquer problema de comportamento possuem mais facilidade em insistir e focar na explicação do professor. O mesmo não acontece com a criança ou adolescentes com TDAH.

Vale ressaltar que os alunos com TDAH conseguem, sim, concluir os estudos. A diferença pode estar no tempo em que levarão para ultrapassar todas as etapas. Isso porque muitas vezes precisam de um número maior de repetições e explicações para aprender. Nesse sentido é fundamental um acompanhamento especial de profissionais da educação, da saúde e da família como mostraremos na sequência.

Como a família, educadores e profissionais da saúde podem contribuir para o desenvolvimento escolar das crianças com TDAH?

Um ponto muito importante, especialmente para a família, é evitar as expectativas fora da realidade. Os sintomas de TDAH são bastante nocivos para o aprendizado e por isso, mesmo com todo o apoio, o desempenho escolar pode continuar aquém do esperado.

É valido considerar também que cada criança é um indivíduo único. Por isso é importante não confundir comportamento de TDAH com atitudes que correspondem a personalidade da pessoa. Pais e educadores devem estar atentos e informados sobre o que é exatamente o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade.

Para ajudar alunos com TDAH, os professores podem utilizar os métodos a seguir:

  • Colocar a criança para sentar mais próxima da lousa, longe de porta e janelas;
  • Fazer anotações em provas para que o aluno compreenda os erros e acertos;
  • Evitar instruções muito longas nas provas;
  • Usar uma linguagem clara e direta ao orientar os alunos;
  • Pedir que o aluno com TDAH repita as instruções, mas sempre evitando a exposição negativa diante dos outros alunos;
  • Conversar constantemente com o aluno, explicando os prejuízos de certos comportamentos para ele e demais colegas.

A família pode contribuir com o aprendizado das crianças com TDAH da seguinte forma:

  • Evitar broncas por comportamentos característicos de TDAH;
  • Agir sempre da mesma forma, independente das oscilações de humor e comportamentos da criança;
  • Reconhecer e recompensar o progresso escolar;
  • Acompanhar as tarefas de casa por meio de atividades que despertem o interesse da criança;
  • Anotar as datas de prova e tarefas em uma agenda;
  • Evitar barulhos externos enquanto a criança estuda.

Os profissionais da saúde devem ser munidos de todas as informações sobre o progresso escolar da criança. Assim, podem avaliar a necessidade de utilizar medicamentos específicos e/ou como promover uma terapia mais adequada para controlar e amenizar os sintomas de TDAH.

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