Drogas que podem agravar o TDAH

O uso de drogas pode agravar o TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) torna difícil manter a atenção e o foco e faz com que a pessoa seja mais inquieta, agitada, impaciente e, com frequência, impulsiva. Além disso, o transtorno pode aumentar o risco do consumo de drogas. Mas, qual o efeito do consumo de drogas nos sintomas do transtorno?

O que são drogas?

Droga é um termo genérico usado para designar qualquer substância que altere a função biológica e, possivelmente, a estrutura do organismo. Já as drogas psicotrópicas, também chamadas de drogas psicoativas, são as que têm o potencial de alterar o funcionamento do cérebro e provocar:

  • Modificação do sistema nervoso central (SNC) e comprometimento das estruturas cerebrais;
  • Alterações no humor;
  • Alterações em estados da consciência;
  • Alterações na percepção;
  • Alterações no comportamento.

Existem drogas psicotrópicas que são lícitas e outras que são ilícitas. Essas últimas se dividem entre as drogas que são ilegais e as drogas ou substâncias que, embora sejam lícitas para determinado uso, tornam-se ilícitas quando utilizadas com finalidades para as quais não são permitidas.

Drogas lícitas:

  • Medicamentos psicoativos usados para fins medicinais – medicamentos desse tipo têm uso controlado e, quando prescritos pelo médico para serem adquiridos para o paciente usar, é necessário receituário especial para isso;
  • Drogas psicoativas legais – não são proibidas por lei, como a cafeína, ou não totalmente, como o cigarro e o álcool, que só podem ser vendidos para maiores de idade no Brasil.

Drogas ilícitas:

  • Drogas psicoativas ilegais – a produção, importação e comercialização é proibida por lei, a exemplo de anfetaminas, ecstasy, cocaína e heroína;
  • Medicamentos psicoativos usados para fins não medicinais – embora sejam lícitos para utilização médica, o uso é ilícito quando a finalidade é outra;
  • Substâncias que não são para uso em pessoas – são lícitas quando usadas para o que foram criadas, mas podem ser psicoativas quando consumidas por alguém, sendo ilícita essa utilização, por exemplo: inalantes, como o solvente da cola de sapateiro, que evapora na temperatura ambiente e tem efeito psicoativo quando inalado.

As drogas psicotrópicas são classificadas em três tipos básicos, de acordo com a forma com que elas afetam a atividade cerebral:

Drogas depressoras – diminuem a atividade cerebral, o que reduz a atenção, concentração, tensão emocional e capacidade intelectual. Exemplos:

  • Tranquilizantes (ansiolíticos);
  • Álcool;
  • Inalantes;
  • Narcóticos, como morfina e heroína.

Drogas estimulantes – aumentam a atividade cerebral. Exemplos:

  • Cafeína;
  • Tabaco;
  • Anfetaminas;
  • Cocaína;
  • Crack.

Drogas alucinógenas – alteram a percepção. Exemplos:

  • LSD;
  • Ecstasy;
  • Substâncias derivadas de vegetais, como maconha, ayahuasca, sálvia, mescalina etc.

As alterações causadas por drogas psicotrópicas podem variar de acordo com uma série aspectos, que são:

  • As características biológicas e psicológicas do usuário;
  • O efeito que o usuário espera ter;
  • As circunstâncias em que a droga psicoativa é consumida.
  • A quantidade consumida desse tipo de droga;

Atenção! Mesmo as drogas consideradas leves, como calmantes e maconha, podem causar danos, dependendo de quem usa e do contexto em que é consumida.

O uso de drogas é mais comum em quem tem TDAH?

Existe um consumo maior de drogas entre pessoas que têm o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em relação às que não têm. Já foram feitas várias pesquisas a respeito, e alguns dados apurados sobre o uso de certas drogas em pessoas com TDAH são os seguintes:

  • Pessoas com TDAH, geralmente, começam a ter problemas com drogas e álcool mais cedo;
  • 25%, aproximadamente, dos adultos que estão em serviços de recuperação para abuso de álcool ou outras substâncias têm TDAH;
  • Crianças com TDAH são mais propensas a iniciar o abuso de álcool na adolescência;
  • Pessoas com TDAH têm quase três vezes mais probabilidade de se viciar em nicotina;
  • Pessoas com TDAH têm quase duas vezes mais probabilidade de desenvolver um transtorno por uso de cocaína.

Não se sabe exatamente o motivo de o consumo de drogas ser maior entre as pessoas com TDAH e existem várias teorias de cientistas a respeito, tais como: problemas comportamentais causados pelo transtorno que poderiam aumentar a vulnerabilidade às drogas; algum aspecto genético relacionado ao TDAH que pudesse tornar a pessoa mais suscetível; e, ainda, a tentativa de diminuir os sintomas do TDAH por meio do uso de drogas.

Seja como for, o que se sabe é que o tratamento precoce do TDAH pode diminuir o risco de abuso de substâncias psicoativas. Quanto mais cedo as crianças forem tratadas, menor é a probabilidade de desenvolver transtornos por uso de drogas em comparação com as que iniciam o tratamento mais tarde.

Também é importante tratar distúrbios de saúde mental que, com frequência, as pessoas têm junto com o TDAH, como ansiedade e depressão. Pois isso, o tratamento precoce do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade ajuda a diminuir o risco do consumo de drogas.

As medicações para TDAH podem viciar?

Embora medicamentos que podem fazer parte do tratamento de quem tem transtorno do déficit de atenção com hiperatividade sejam substâncias psicoativas, a pessoa com TDAH que toma a medicação corretamente, ou seja, na dosagem e na frequência prescrita pelo médico, não desenvolve dependência dela.

Além disso, tomar um medicamento psicoativo como parte do tratamento de TDAH na infância não leva a desenvolver transtornos de dependência mais tarde. Não há evidência alguma, até hoje, de que isso possa acontecer. Muito pelo contrário: o que existe são evidências de que os medicamentos para transtorno do déficit de atenção com hiperatividade protegem de desenvolver transtornos viciantes depois, na adolescência e quando adulto.

O uso de drogas pode piorar os sinais e sintomas do TDAH?

Pessoas com TDAH têm, ao longo da vida, uma prevalência alta de transtorno por uso de drogas, e isso está associado a níveis maiores de sintomas de hiperatividade-impulsividade e desregulação emocional. Entre as drogas utilizadas, as mais bem representadas são canabioides, estimulantes e álcool.

Maconha – pessoas com TDAH podem buscar os efeitos relaxantes e prazerosos que a cannabis provoca. Entretanto, elas são mais vulneráveis aos efeitos da maconha e, em longo prazo, o uso leva a um agravamento dos sintomas, como impulsividade e instabilidade de humor.

Cocaína – é uma droga estimulante que atua nos sistemas que parecem estar danificados em pacientes com TDAH. Como esses sistemas são o alvo principal do tratamento farmacêutico do transtorno, o uso da cocaína pode ser reforçado na pessoa por mecanismos associados ao desejo de alívio de disfunções típicas do TDAH. Por outro lado, a cocaína pode mascarar vários sintomas do TDAH, podendo dificultar o reconhecimento do transtorno e, consequentemente, da definição de uma estratégia para o tratamento dele.

Álcool – embora o álcool seja um depressor, pode ter o efeito oposto em quem tem TDAH. O consumo afeta o lobo frontal, que é responsável pelo pensamento claro e pela tomada de decisões. O álcool pode potencializar comportamentos compulsivos da pessoa com TDAH e levar a consequências prejudiciais. Além disso, pode intensificar os sintomas de desatenção e inquietação e, com o uso prolongado, é possível que a pessoa apresente sintomas de ansiedade intensificados e ter dificuldade em controlar as emoções dela.

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Referências

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8038274/ – acesso em 11/04/2023;

Menino brincando e pais observando sorrindo depois de o médico explicar para ela se o TDAH é um ou não um transtorno hereditário

O TDAH é um transtorno hereditário?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) provoca dificuldade no nível de atenção e foco da pessoa, fazendo com que ela seja mais inquieta, agitada, impaciente e, frequentemente, impulsiva. O transtorno tem uma forte influência genética, o que significa que existe uma tendência para que ele seja transmitido de pais para filhos, mas há vários fatores que podem influir se ele vai se manifestar ou não e de que forma.

O que é um uma doença ou transtorno hereditário?

Uma doença hereditária ou um transtorno hereditário, é uma condição de saúde causada por alterações genéticas passadas dos pais para os filhos. Essas alterações podem ser de diferentes tipos, incluindo mutações em genes específicos, cromossomos anormais ou anormalidades no número de cromossomos.

Embora os transtornos ou doenças hereditárias possam ser transmitidos de geração para geração em uma família, nem todas as pessoas que herdam a mutação genética desenvolvem a doença ou transtorno hereditário associado a ela. Existem vários fatores que podem determinar se uma doença hereditária se manifestará ou não em uma pessoa, tais como:

Penetrância – refere-se à probabilidade de uma pessoa com uma mutação genética desenvolver a doença ou transtorno que essa mutação tem a possibilidade de causar, sendo que a probabilidade pode variar dependendo da mutação e da doença ou transtorno em questão.

  • Penetrância alta – alguns genes podem ter uma penetrância alta, o que significa que a maioria das pessoas com a mutação desenvolverá a doença;
  • Penetrância baixa – outros genes podem ter uma penetrância baixa, o que significa que apenas algumas pessoas com a mutação desenvolverão a doença;
  • Fatores que podem afetar a penetrância – além disso, a penetrância também pode ser influenciada por fatores genéticos e ambientais adicionais.

Expressividade – diz respeito à gravidade dos sintomas da doença em pessoas com a mutação. Algumas pessoas podem ter sintomas graves, enquanto outras podem ter sintomas leves ou nenhum sintoma.

Fatores ambientais – alguns fatores ambientais, como dieta, estilo de vida, exposição a substâncias tóxicas ou a presença de outras doenças, podem influenciar se uma pessoa desenvolverá ou não a doença ou o transtorno hereditário.

Herança genética – a forma como a doença é herdada também pode influenciar se ela se manifestará ou não.

  • Gene dominante – algumas doenças ou transtornos são herdados de forma dominante, o que significa que uma única cópia do gene mutado é suficiente para causar a doença;
  • Gene recessivo – outros são herdados de forma recessiva, o que significa que ambos os pais devem transmitir uma cópia do gene mutado para que a doença se manifeste.

Ou seja, a manifestação de um transtorno ou doença hereditária é determinada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A presença de uma mutação genética em si não é necessariamente suficiente para garantir o desenvolvimento da doença.

Qual a diferença entre doença hereditária e doença genética?

Embora as doenças ou transtornos hereditários e as doenças genéticas estejam relacionadas à genética, elas têm diferenças importantes:

Doença hereditária – é uma doença que é passada de pais para filhos através dos genes. A doença pode ser causada por mutações genéticas, mas também pode ser causada por outros fatores, como traumas ou exposição a substâncias nocivas. As doenças hereditárias podem ser dominantes ou recessivas, dependendo de como são transmitidas pelos genes.

Doença genética – é uma doença causada por uma ou mais mutações genéticas. As mutações genéticas podem ocorrer espontaneamente ou serem herdadas dos pais. As doenças genéticas são causadas por alterações no DNA que afetam a produção ou a função de proteínas no corpo. Algumas doenças genéticas são hereditárias, mas outras podem ser causadas por mutações que ocorrem aleatoriamente.

Então, todas as doenças hereditárias são genéticas, mas nem todas as doenças genéticas são hereditárias. Isso porque as doenças hereditárias só podem ser transmitidas de pais para filhos por meio de genes, enquanto as doenças genéticas podem ser herdadas ou acontecer espontaneamente.

O TDAH é ou não um transtorno hereditário afinal?

O que se sabe atualmente é que o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade tem uma forte influência genética, o que significa que há uma tendência para que ele seja transmitido de pais para filhos. Mas o TDAH não é um transtorno hereditário no sentido de que é causada por um único gene. As pesquisas mostram que há vários genes envolvidos e que o risco genético depende da interação com fatores ambientais para levar a um quadro de TDAH, por exemplo:

  • Consumo de substância na gestação – alguns estudos indicam que fumar cigarro durante a gravidez aumenta o risco para o transtorno no bebê;
  • Prematuridade e baixo peso – bebês que nascem antes do tempo e/ou com baixo peso ao nascer, ou seja, menos do que 2,5 kg, têm mais risco de desenvolver o problema.

Em resumo, embora haja uma forte influência genética no TDAH, ele não é uma doença hereditária causada por um único gene, sendo influenciado por uma variedade de fatores genéticos e ambientais.

Quais são os sinais e sintomas de TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um quadro neurobiológico que provoca dificuldade no nível de atenção e foco da pessoa, fazendo com que ela seja mais inquieta, agitada, impaciente e, frequentemente, impulsiva. A estimativa é que até 8% da população mundial tenha TDAH, cujos sintomas podem ser divididos em duas categorias de questões comportamentais:

  • Desatenção (dificuldade de concentração e foco);
  • Hiperatividade e impulsividade.

É possível que o transtorno se manifeste sem os sintomas de uma das duas categorias comportamentais. O TDAH é mais comum em meninos, sendo que nas meninas é mais frequente que o transtorno cause apenas sintomas de desatenção, o que faz com que seja mais difícil de ser percebido e diagnosticado.

Principais sintomas de desatenção em crianças e adolescentes

  • Ter dificuldade em organizar tarefas
  • Conseguir manter a atenção só por um período curto e distrair-se facilmente;
  • Não conseguir se dedicar a tarefas tediosas ou demoradas;
  • Cometer erros por descuido;
  • Parecer esquecido ou perder coisas;
  • Parecer que não consegue ouvir ou executar instruções;
  • Mudar constantemente de atividades ou tarefas.

Principais sintomas de hiperatividade e impulsividade em crianças e adolescentes

  • Estar constantemente inquieto;
  • Ser incapaz de ficar parado, movimentando-se excessivamente;
  • Conversar excessivamente;
  • Interromper conversas;
  • Ser incapaz de esperar a sua vez;
  • Ser incapaz de se concentrar em tarefas;
  • Agir sem pensar;
  • Ter pouca ou nenhuma noção de perigo.

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Referências

https://www.nhs.uk/conditions/attention-deficit-hyperactivity-disorder-adhd/symptoms/ – acesso em 13/02/2022.


Como o TDAH é diagnosticado em crianças e por que isso deve ser feito o mais cedo possível?

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, ou simplesmente TDAH, é um quadro neurobiológico que provoca dificuldade no nível de atenção e foco do indivíduo, fazendo com que ele seja mais inquieto, agitado, impaciente e, frequentemente, impulsivo. O TDAH é bastante comum, estima-se que entre 4 e 12% das crianças e adolescentes (entre 6 e 12 anos) tenham a condição. A estimativa é que até 8% da população mundial conviva com o quadro. Para que o diagnóstico seja feito, são levados em conta alguns critérios específicos. Continue a leitura para saber:

Qual a importância de diagnosticar o TDAH o mais cedo possível?

O TDAH pode afetar pessoas de qualquer idade, mas ele é diagnosticado com mais frequência nas duas primeiras fases da vida. Os impactos dele são significativos, veja alguns exemplos do que o déficit de atenção com hiperatividade pode ocasionar em crianças e adolescentes:

  • Dificuldade de aprendizado causado pela baixa capacidade de foco e concentração;
  • Dificuldade de socialização na escola provocada pela impulsividade;
  • Dificuldade em se relacionar com professores por não conseguir executar ou planejar tarefas em sala de aula);
  • Baixa autoestima.

O diagnóstico precoce do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade é fundamental para reduzir o sofrimento psicológico dos portadores do quadro e ainda auxiliar na construção de adaptações que ajudem a pessoa a conviver com o problema.

O diagnóstico precoce de TDAH pode causar problemas?

Embora o diagnóstico precoce do TDAH seja muito importante, quando ele é feito de forma precipitada, sem levar em consideração as evidências disponíveis e até mesmo investigar outras possíveis condições de saúde com sintomas semelhantes (como o transtorno de ansiedade), pode provocar um quadro de medicação desnecessária e até atrasar a ajuda adequada da qual a criança realmente precisa.

Para evitar um diagnóstico apressado do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade em crianças, sem a devida investigação e o envolvimento dos profissionais de saúde necessários para que ele seja feito com segurança, pais e responsáveis devem:

  • Não confiar em evidências inconclusivas, pois o diagnóstico do TDAH não é simples e rápido;
  • Questionar o médico sobre a possibilidade de ser outra condição que pode provocar sintomas semelhantes ou até mais de uma;

Quais são os critérios para que o diagnóstico de TDAH seja feito?

Tanto em adultos como em crianças, o diagnóstico de TDAH é feito de forma clínica, ou seja, com base na avaliação especializada dos sinais e sintomas. Atualmente, não existem exames de imagem ou laboratoriais que possam indicar o transtorno. Por isso, o diagnóstico do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade pode e deve ser feito de forma interdisciplinar, com a participação de diversos especialistas, tais como:

  • Psiquiatra;
  • Pediatra;
  • Neurologista.

Mas também os professores e os pais ou responsáveis podem colaborar para o diagnóstico ao observarem o comportamento das crianças e adolescentes com base em um questionário, chamado SNAP-IV, que divide os sintomas em dois grupos: desatenção e hiperatividade e impulsividade. Para cada sintoma, é importante graduar em “nem um pouco”, ‘só um pouco”, “bastante” e “demais”. São eles:

Déficit de atenção

  • Desatenção a detalhes; comete erros por descuido na escola e nas tarefas;
  • Dificuldade de sustentar atenção na escola ou atividades de lazer;
  • Parece não estar ouvindo quando estão falando;
  • Dificuldade com instruções, regras e prazos;
  • Dificuldade de planejamento e organização;
  • Evita/reluta em fazer tarefas que necessitem de esforço mental;
  • Perde/esquece objetos;
  • Se distrai facilmente com estímulos externos;
  • Não consegue automatizar tarefas do cotidiano.

Hiperatividade e impulsividade

  • Movimento excessivo do corpo enquanto sentado na cadeira;
  • Dificuldade em permanecer sentado;
  • Dificuldade em se expor a situações de lazer de forma calma;
  • Exposição a atividades perigosas;
  • Acelerado, realiza todas as atividades “a mil”;
  • Fala demais, se intromete nas conversas e responde perguntas de forma precipitada;
  • Dificuldade em esperar;
  • Interrompe os outros durante as conversas.

Se existem seis itens marcados como “bastante” ou “demais” para cada grupo, satisfaz-se os critérios para o diagnóstico de sintomas de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade. Mas não é só isso. Os sintomas também precisam:

  • Manifestarem-se durante seis meses ou mais;
  • Serem mais pronunciados do que o esperado pela idade;
  • Ocorrerem na escola e em casa;
  • Interferir de forma importante na funcionalidade, prejudicando o desempenho do indivíduo.

Quais são as possíveis causas de TDAH?

O TDAH é um problema de origem neurobiológica que causa alterações principalmente na região frontal do cérebro, a área responsável pelo controle de impulsos e pela capacidade de concentração, de atenção, planejamento e memória, entre outros.

Os cientistas sabem que esse problema está ligado aos baixos níveis de dois neurotransmissores responsáveis por “ativar” essas atividades: a noradrenalina e a dopamina. No entanto, ainda não está claro o que causa essa alteração no sistema nervoso. Algumas hipóteses que já foram levantadas por estudos científicos são:

  • Fatores genéticos – ter familiares com TDAH;
  • Consumo de substância na gestação – alguns estudos indicam que fumar cigarro durante a gravidez aumenta o risco para o transtorno no bebê;
  • Prematuridade e baixo peso – bebês que nascem nessas condições têm maior risco de desenvolver o problema;
  • Presença de TPS (transtorno do processamento sensorial) – estudos indicam que crianças com TDAH podem ser dificuldades de integração social; sendo assim, crianças com diagnóstico de TPS podem também receber o diagnóstico de TDAH posteriormente;
  • Outros transtornos e lesões no cérebro – pacientes com epilepsia ou alguma lesão cerebral, por exemplo, podem ser mais risco de receber o diagnóstico.

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Referências

https://www.additudemag.com/3-truly-terrible-and-common-way-to-diagnose-adhd/ – acessado em 311/01/2023.

Os desafios enfrentados por mães de crianças com TDAH

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) atinge cerca de 5% das crianças de todo o mundo e os sintomas persistem na vida adulta na maioria dos casos. A condição traz desafios não só para os pequenos, que podem enfrentar dificuldades durante a realização de tarefas escolares e cotidianas, mas por mães e pais que também lidam com atitudes estigmatizantes da sociedade. Continue a leitura para saber:

O que é TDAH e como identificar?

O TDAH é um transtorno, de causas genéticas, que se manifesta na infância e acompanha o indivíduo ao longo de toda a vida. Os sintomas mais comuns são a falta de atenção, inquietação e impulsividade. A condição está dividida em três subgrupos, de acordo os sintomas apresentados. São eles:

  • Desatento – quando a maior parte dos sintomas está relacionada com a desatenção e distração;
  • Hiperativo – quando os sintomas prevalecentes têm relação com hiperatividade e impulsividade;
  • Combinado – quando há uma mistura de desatenção e hiperatividade.

Quais os sintomas do TDAH infantil?

Os sintomas do TDAH costumam aparecer antes dos seis anos de idade. As crianças podem demonstrar sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade, ou podem ter sintomas de apenas um desses tipos de comportamento.

Entre os principais sintomas de desatenção estão:

  • Distrair-se facilmente;
  • Esquecer de tarefas com frequência;
  • Ser incapaz de fazer tarefas que exijam muito tempo ou concentração;
  • Ter dificuldade para ouvir e seguir instruções;
  • Ter problemas para organizar tarefas.

Entre os sinais de hiperatividade e impulsividade estão:

  • Ser incapaz de ficar parado, especialmente em ambientes calmos ou tranquilos;
  • Inquietação constante;
  • Ter dificuldade de se concentrar em tarefas;
  • Fazer movimentos físicos excessivamente;
  • Agir sem pensar;
  • Ter pouca ou nenhuma sensação de perigo.

Quais são os desafios encontrados pelas mães com um filho diagnosticado com TDAH?

Mães com filhos diagnosticados com TDAH encontram desafios não só em relação às características das crianças, que apresentam problemas comportamentais e escolares, mas nos relacionamentos familiares e na parte financeira.

Desempenho acadêmico das crianças – baixa performance dos filhos na escola devido à distração, hiperatividade e comportamento resistente.

Problemas financeiros – falta de dinheiro para assegurar o cuidado adequado à criança, que envolve a busca de ajuda profissional, medicação e tratamento.

Impacto no bem-estar – preocupação e cuidado constante exigidos por crianças com TDAH causam sobrecarga e estresse. Também é possível apresentar frequentemente dores no corpo, de cabeça e nas costas.

Limitação das atividades sociais – menos tempo para lazer e compromissos sociais devido ao cuidado intenso com os filhos e família. Redução do envolvimento em atividades com amigos, maior seletividade quanto a reuniões sociais e estabelecimento um limite de tempo para ficar fora de casa.

Sensação de impotência – sentimento de incapacidade, impotência e inadequação ao tentar controlar o comportamento dos filhos.

Quais as necessidades das mães com filhos com TDAH?

Filhos com TDAH demandam cuidado especial, mas mães também precisam de apoio psicológico e financeiro para amenizar situações de estresse que surgem no dia a dia.

Rede de apoio – auxílio de parentes e amigos próximos para a atender às necessidades básicas da criança e diminuir a carga de estresse da mãe.

Conhecimento sobre o transtorno – procura por informações sobre o TDAH e ajuda profissional.

Coordenação familiar – distribuição das tarefas do cuidado diário do filho entre demais membros da família.

Apoio de outras mães com filhos TDAH – construção de um grupo ou rede de apoio entre mães que têm filhos com o transtorno para troca de informações e criação de vínculo e amizade entre elas.

Como as mães podem lidar com filhos com TDAH?

A presença dos pais e demais familiares na vida da criança com TDAH é tão importante quanto o tratamento, já que o convívio em casa pode ajudar a melhorar os sintomas. Uma convivência conturbada pode piorar os sinais do TDAH.

Envolva-se no dia a dia de seu filho – identifique os problemas que seu filho tem por causa do TDAH. Algumas crianças precisam ter mais atenção e aprender a ouvir os adultos, enquanto outros precisam melhorar a hiperatividade. Peça ajuda ao terapeuta da criança para dicas e maneiras de ajudá-lo.

Ensine uma coisa de cada vez – não tente trabalhar em todos os problemas de seu filho de uma vez. Comece aos poucos, escolha um ponto de cada vez para ter como foco e elogie a evolução da criança.

Acompanhe o desenvolvimento escolar – converse com o professor de seu filho para ficar por dentro das dificuldades dele na escola e quais medidas podem ser adotadas para que ele melhore o desempenho acadêmico.

Informe-se sobre como falar com seu filho – algumas abordagens podem ser melhores para uma criança com TDAH e outras podem piorar o transtorno. Então, é importante conversar com  o médico sobre a melhor maneira de responder aos comportamentos da criança de forma encorajadora e solidária.

Converse sobre o TDAH – não tenha medo de falar com seu filho sobre o transtorno. Ajude as crianças a entender que ter TDAH não é culpa delas e que elas podem aprender maneiras de melhorar os problemas que isso causa.

Reserve um tempo na agenda para curtir seu filho todos os dias – deixe um momento reservado para realizar atividades relaxantes e divertidas com seu filho, mesmo que seja por alguns minutos.

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Referências bibliográficas

https://kidshealth.org/en/parents/parenting-kid-adhd.html – Acessado em 29/01/2023.

Dicas de organização para quem tem TDAH

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que atinge cerca de 5% a 8% da população mundial, de acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA. Caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade, pode ser difícil para pessoas com TDAH manter uma rotina organizada, mas algumas mudanças no dia a dia podem trazer grandes melhorias. Continue a leitura para saber:

O que é TDAH?

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode ser causado por fatores genéticos, entre outros. É caracterizado pela desatenção, comportamentos impulsivos e hiperatividade, fazendo com que a pessoa fique mais agitada e sinta dificuldade em realizar tarefas longas e repetitivas.

Geralmente, é diagnosticado ainda na infância ou adolescência. Apesar do tratamento promover melhorias no dia a dia, é comum que as pessoas com TDAH mantenham algumas características do transtorno na vida adulta.

Quais os principais sinais e sintomas de TDAH?

Os sintomas do TDAH podem ser caracterizados em dois tipos de problemas comportamentais: desatenção (dificuldade de se concentrar e manter o foco) e hiperatividade.

É normal que crianças sejam mais ativas e tenham problemas para se concentrar em alguns momentos, mas aquelas com TDAH apresentam esses sintomas de forma persistente, o que pode causar problemas na escola, em casa e com amigos. Os sinais do transtorno geralmente são bem perceptíveis e aparecem antes dos seis anos de idade.

Os principais sintomas de TDAH em crianças são:

  • Ter um curto período de atenção e ser facilmente distraído;
  • Cometer erros por descuido em trabalhos escolares;
  • Sempre esquecer ou perder coisas;
  • Incapacidade de cumprir tarefas mais demoradas;
  • Incapacidade de ouvir ou executar instruções;
  • Dificuldade de organizar brinquedos ou exercícios.

Já em adultos, que geralmente possuem TDAH desde a infância, os sintomas são parecidos, mas se manifestam de forma diferente. Por exemplo, é comum que a desatenção e a hiperatividade continuem, o que causa impacto no trabalho e relações interpessoais.

Os sintomas manifestados por adultos são:

  • Descuido e falta de atenção aos detalhes;
  • Iniciar novas tarefas antes de terminar as antigas;
  • Dificuldade de organização;
  • Incapacidade de se concentrar ou priorizar atividades;
  • Perder ou esquecer coisas recorrentemente;
  • Inquietação e nervosismo frequentes;
  • Dificuldade em ficar quieto;
  • Interromper os outros continuamente;
  • Mudanças de humor rápida;
  • Impaciência;
  • Facilidade em assumir riscos em atividades;
  • Ter pouca atenção pela segurança pessoal ou dos outros, por exemplo, dirigindo perigosamente.

Como a falta de organização impacta a rotina da pessoa com TDAH?

A falta de organização pode trazer problemas principalmente na vida profissional e nos estudos, mas também em outras áreas, como nas relações com a família, amigos e companheiros.

Alguns dos impactos que a falta de organização típica do TDAH pode trazer para a vida dos adultos são:

  • Falta de limpeza e organização na casa, fazendo com que itens necessários fiquem perdidos entre lixos e/ou objetos espalhados;

  • Esquecer de pagar as contas do mês;

  • Deixar projetos inacabados, gerando frustação;

  • Baixo desempenho educacional;

  • Sentir-se sobrecarregado e exausto o tempo inteiro.

Como a pessoa com TDAH pode se organizar melhor no dia a dia?

As estratégias organizacionais são muito importantes para quem tem TDAH, tornando o trabalho, a rotina de estudo e a vida doméstica mais agradáveis. Um sistema de organização bem-sucedido deve ser projetado individualmente para atender às necessidades específicas de uma pessoa e abordar áreas mais problemáticas em sua vida. Algumas dicas para organizar melhor o dia a dia são:

Use um planejador de tempo – quem tenta fazer tudo de uma vez, acaba não fazendo nada. Para fugir de cair nessa cilada, use um calendário ou um planejador para gerenciar o tempo, seja digital ou em papel. Todas as atividades que envolvem agendamento (compromissos, eventos sociais, prazos, rotina de exercícios etc) devem ir para o planejador. Evite o erro de tentar programar todas as horas do dia, o que geralmente é contraproducente e leva à frustração e ao desânimo. Deixe espaços em branco em sua agenda para pausas, horários flexíveis e imprevistos.

Organize as tarefas por prioridade- a baixa produtividade de pessoas com TDAH está relacionada a falhas no planejamento, na priorização e no acompanhamento das tarefas. Para eliminar esse problema, faça um cronograma definindo o que é prioridade e não pode ser feito depois. Para conseguir completar as obrigações da rotina, é necessário realizá-las em horários regulares.

Fragmente as tarefas – projetos ou afazeres maiores são mais gerenciáveis quando são “fragmentados”, divididos em partes menores, com cada uma destinada a um período de tempo. Exemplo: escrever um artigo. Comece definindo um prazo para a conclusão e estime a quantidade total de tempo que você provavelmente precisará. Depois, faça a divisão da tarefa em vários dias e crie metas de tempo para concluir cada “pedaço”.

Crie um “lar” para cada item – chaves perdidas, contas, documentos são um pesadelo par quem tem TDAH, pois podem facilmente se perder pela casa, causando horas de perda de tempo. A regra básica para controlar isso é que cada item precisa de um “lar”. As chaves vão para o chaveiro, localizado logo após a porta da frente, e nunca são guardadas no bolso do paletó ou na cômoda. Carteiras, relógios, bolsas e outros itens usados com frequência vão para uma bandeja ou outro recipiente aberto na cômoda do quarto ou na escrivaninha.

De que forma o tratamento para TDAH pode auxiliar nos sintomas de desorganização?

O tratamento para TDAH auxilia a diminuir os sintomas, mas é importante lembrar que a medicação não funciona para todos e, mesmo quando funciona, não resolve todos os problemas ou elimina completamente os sintomas.

Embora a medicação para o TDAH, muitas vezes, melhore a atenção e a concentração, normalmente faz muito pouco para aliviar os sintomas de desorganização, má administração do tempo, esquecimento e procrastinação. Sobre o tratamento para TDAH, é preciso saber que:

  • Medicação para TDAH é mais eficaz quando combinada com outros tratamentos, como a psicoterapia;

  • As pessoas respondem de maneira diferente à medicação para TDAH;

  • A medicação para o TDAH deve sempre ser monitorada por um profissional de saúde;

  • O tratamento para TDAH com remédios não precisa ser feito por toda a vida. Caso opte por interromper a medicação e escolher outras formas de tratamento, consulte o médico antes.

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Referências bibliográficas


Como escolher atividades de lazer para quem tem TDAH?

As atividades de lazer contribuem enormemente para a saúde física e mental. Ajudam a diminuir o estresse e a fadiga, a regular o humor e a melhorar a qualidade do sono.

Pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) também são igualmente beneficiadas, mas alguns tipos de atividades podem ser mais ou menos agradáveis, levando em consideração os sintomas comuns do transtorno, como impulsividade, agitação e dificuldade de concentração.

Confira neste artigo algumas possibilidades de entretenimento e o quanto eles fazem a diferença para pessoas com TDAH.

O que são atividades de lazer?

As atividades de lazer são todas aquelas realizadas nos momentos de folga do trabalho, estudos, entre outras obrigações cotidianas. A ideia é que proporcionem satisfação/prazer e, por isso, cada pessoa terá as próprias predileções.

Por exemplo: enquanto para alguns andar de bicicleta no parque é uma maneira de descontrair, outros encaram a atividade como uma prática que exige muito esforço, ou seja, nada prazeroso.  As atividades de lazer ainda podem ser divididas em dois grupos:

  • Lazer casual – engloba atividades para relaxar e se distrair da rotina de maneira despretensiosa. Por exemplo: encontrar uns amigos para jantar, reunir a família para uma tarde na praia, ler um livro, passar o dia à toa;
  • Lazer sério – envolve práticas com um significado além da diversão, como proporcionar aprendizado, pertencimento a um grupo, conexão com novas pessoas. Alguns exemplos: praticar um esporte, aprender a tocar um instrumento, ser voluntário em uma ONG.

Qual a importância das atividades de lazer? 

Grande parte das pessoas vive uma rotina atribulada de compromissos e, no dia a dia, precisam lidar com conflitos e situações de pressão. Nessa dinâmica, é comum o surgimento de problemas físicos e emocionais, especialmente quando não existe o equilíbrio entre as tarefas diárias e os momentos de descontração.

As atividades de lazer contribuem para produção de hormônios que controlam o humor, como a dopamina e adrenalina, provocando a melhora no bem-estar físico e mental. Além disso há outros benefícios específicos, como:

  • Redução do estresse;
  • Melhora da memória;
  • Diminuição da fadiga mental;
  • Melhora da qualidade do sono;
  • Controle dos sintomas de ansiedade e depressão.

Esses benefícios podem ser percebidos por qualquer pessoa, mas, no caso daqueles que têm TDAH, é uma forma de atenuar os principais sintomas: agitação, dificuldade ou excesso de foco e impulsividade.

Atividades de lazer podem ajudar a controlar os sintomas de TDAH?

As atividades de lazer têm potencial para controlar os sintomas de TDAH porque ajudam a liberar a adrenalina, um hormônio capaz de provocar a sensação de satisfação. Esse processo, de certa forma, compensa o déficit dos neurotransmissores responsáveis pelo humor e prazer (dopamina e noradrenalina) observados em pessoas com o transtorno.

Além dos processos químicos e biológicos, as atividades de lazer são uma forma lúdica e diferente de lidar com os impulsos, a agitação e a dificuldade de concentração, comportamentos que podem trazer prejuízos para o aprendizado e convívio social de pessoas com TDAH.

Para que funcionem como mecanismo capaz de controlar os sintomas em pessoas com TDAH, as atividades de lazer devem:

  • Proporcionar gasto de energia;
  • Apresentar desafios;
  • Serem objetivas;
  • Oferecer algum tipo de recompensa.

Com isso, os ganhos incidem principalmente na saúde mental das pessoas com TDAH, pois durante esses momentos exercitam:

  • O controle das emoções;
  • A autoconfiança;
  • A capacidade de resiliência;
  • As habilidades sociais.

Atividades de lazer podem ajudar quem tem TDAH a socializar?

A convivência é uma questão delicada para pessoas com TDAH. Comportamento impulsivo, desatenção e inquietação podem gerar situações desconcertantes, ainda que familiares, amigos e colegas de trabalho saibam do diagnóstico e conheçam os sintomas. Uma forma de lidar com essas questões é buscar atividades de lazer que promovam a socialização.

Por se tratar de um momento de descontração, sem pressões comuns do cotidiano, o contato com outras pessoas durante as atividades de lazer tem mais chances de se tornar uma experiência positiva. Embora pessoas com TDAH costumem apresentar melhor desempenho em atividades individuais, os esportes coletivos são uma opção para a interatividade.

As práticas esportivas também ajudam a controlar outros sintomas de TDAH como a agitação, uma vez que o gasto de energia física e mental é grande. Fazer parte de um coral de música, grupo de dança ou teatro são outros exemplos de atividade de lazer que contribuem para a socialização.

Importante: pessoas com TDAH precisam ter clareza das regras e dinâmicas dessas atividades, pois, do contrário, podem perder o interesse.

Existem atividades de lazer mais recomendadas para quem tem TDAH?

Os sintomas de pessoas com TDAH podem variar. Alguns são mais inquietos, enquanto outros apresentam muita dificuldade em controlar a atenção. Por isso, ao escolher uma atividade de lazer é importante saber quais dos comportamentos prevalecem:

  • Predominantemente desatento – a desatenção e a distração têm maior intensidade
  • Predominantemente hiperativo – a hiperatividade e a impulsividade prevalecem
  • Combinado – desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos estão no mesmo nível de intensidade.

A partir desses subgrupos fica mais fácil estabelecer as atividades de lazer. No caso do predominantemente desatento, por exemplo, vale apostar em algo lúdico, desafiador, estimulante. Jogos de tabuleiro, por exemplo, exigem concentração e no fim há uma recompensa: ganhar do adversário.

Para atenuar a hiperatividade, a prática de esportes individuais costuma surtir efeito. Na natação, por exemplo, a atenção estará voltada ao desempenho na piscina, sem espaço para a ociosidade. Além disso, ajuda a atenuar a impulsividade, pois é preciso o controle para atingir os objetivos: seja uma marca pessoal ou em competição.

Os esportes coletivos podem ser uma alternativa para lidar com os três sintomas: hiperatividade, impulsividade e controle da atenção, porque ajudam no gasto de energia, melhoram a condição física, a concentração e as habilidades sociais.

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Volta às aulas: como lidar com o TDAH na escola?

Ficar quieto, ouvir em silêncio, concentrar-se. Essas são tarefas que toda criança tem que cumprir quando está em sala de aula. Por isso, o ambiente escolar pode apresentar desafios para uma criança com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Ele atinge entre 3% e 5% das crianças no mundo e é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Como o TDAH pode atrapalhar a aprendizagem em sua maneira tradicional, a atenção dos pais e professores precisa ser redobrada no retorno de crianças e adolescentes às aulas.

Como preparar quem tem TDAH para a volta às aulas?

Estrutura e rotina são as chaves para o sucesso de um aluno com TDAH. Portanto, antes da volta às aulas, procure seguir três recomendações que ajudarão na transição do fim das férias para as aulas:

  • Restabeleça a rotina de sono

Depois de um período sem horário para dormir e acordar, reajustar o organismo a fazer isso mais cedo pode deixar as crianças cansadas e irritadas. Algumas semanas antes do fim das férias, comece a retornar a esses horários aos poucos.

  • Tire um tempo para organizar os materiais escolares e a área de estudo

Fazer isso com a participação da criança permite que ela volte a se envolver com os estudos. Certifique-se de que seu filho tenha uma área de trabalho adequada, com boa iluminação.

  • Converse com seu filho

Seja claro sobre as regras de estudo na volta às aulas e explique as consequências de desrespeitá-las.  Deixe a criança saber que a aplicação das regras nada mais é do que um ato de amor.

Como o TDAH interfere na aprendizagem?

Sete a cada 10 crianças com TDAH apresentam distúrbios de aprendizagem. Isso acontece porque o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade causa um desequilíbrio nos níveis de neurotransmissores que, na maioria dos casos, é combinado ao subdesenvolvimento da porção frontal do cérebro da criança. Com isso, há uma maior dificuldade em manter a atenção, necessidade de estar constantemente se movimentando e falta de comportamento racional, sintomas que afetam a aprendizagem de diversas maneiras:

Concentração – a desatenção é um sintoma clássico do TDAH. Crianças com TDAH enfrentam problemas na realização de tarefas que exijam concentração. Por isso, muitas vezes procuram desculpas para não estudar.

Comunicação e interação – devido à sua natureza impulsiva, as crianças com TDAH têm dificuldade em lidar com outras pessoas. Elas ficam irritados com frequência e, quando isso acontece, podem apresentar comportamentos desafiadores e violentos. Dessa forma, podem ficar isolados no ambiente escolar.

Memória – devido à desatenção e impermanência características do transtorno, a criança com TDAH tende a ter dificuldade em guardar o que aprendem. Mesmo que pareça que estão ouvindo, algo atrapalha sua capacidade de reter a informação.

Habilidades de escrita – entre as crianças com TDAH que apresentam dificuldade de aprendizagem, pelo menos 6 a cada 10 delas apresentam deficiência mais profunda nas habilidades de escrita.

Como alunos com TDAH devem ser tratados na escola pública?

De acordo com a Lei 14.254/21, escolas da rede pública e privada devem garantir acompanhamento específico às crianças com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. A legislação também determina que o acompanhamento deve ser feito pelos profissionais da rede de ensino, mas também por profissionais da rede pública de saúde, em uma parceria multidisciplinar. 

  • Os sistemas de ensino são responsáveis pela capacitação dos professores para identificação dos sinais de prejuízo à aprendizagem por TDAH.

Como professores podem ajudar alunos com TDAH?

Confira como os professores podem ajudar alunos com TDAH a lidar com cada um dos principais sintomas do transtorno:

Gerenciando a distração – ajudar uma criança a manter a atenção na aula envolve que um professor dinamize as atividades e pense estrategicamente. Algumas maneiras de fazer isso são:

  • Sentando a criança longe de portas e janelas para que não se distraia com o que acontece do lado de fora;
  • Quebrando longos períodos de exposição da matéria ou de trabalho em partes mais curtas;
  • Alternando atividades sentadas com aquelas que permitem que a criança mova seu corpo pela sala;
  • Anotando as informações importantes onde a criança possa lê-las facilmente, lembrando-a constantemente onde a matéria está localizada.

Gerenciando a impulsividade – para evitar que uma criança com TDAH aja impulsivamente e interrompa as atividades, é preciso guiá-la sobre um plano de comportamento, disciplinar imediatamente as infrações e dar a ela a sensação de controle sobre seu dia com planejamento de atividades. O professor pode fazer isso:

  • Garantindo que instruções de comportamento em sala de aula estejam escritas e fiquem em um lugar perto do aluno (na parede ou na mesa da criança);
  • Escrevendo a programação do dia na lousa e riscando cada item à medida que for concluído;
  • Repreendendo imediatamente o mau comportamento, certificando-se de que a criança saiba por que ela se comportou mal;
  • Reconhecendo o bom comportamento em voz alta, garantindo que a criança saiba o que fez certo.

Gerenciando a hiperatividade – as estratégias para evitar que a criança se mantenha sentada e concentrada na aula consistem em maneiras criativas de permitir que ela se mova, mas apenas em momentos apropriados. Liberar energia dessa forma pode tornar mais fácil para a criança manter o corpo mais calmo. Algumas maneiras de fazer isso são:

  • Pedindo que completem uma tarefa na lousa, para que caminhem pela sala;
  • Incentivando a prática de esportes no recreio das aulas;
  • Oferecendo uma bola antiestresse ou outros objetos que elas possam manusear discretamente em sua mesa enquanto assistem à aula.

A correção do comportamento de crianças com TDAH deve ser feita com cuidado para que a autoestima seja mantida, principalmente na frente dos outros. Desenvolver códigos com a criança para que ela entenda o que quer dizer através de gestos e palavras combinadas pode ser uma boa alternativa.

Em geral, há estratégias de ensino que tornam o processo de aprendizado mais divertido, o que facilita o interesse da criança. Veja alguns exemplos:

  • Conecte a matéria ensinada a curiosidades da vida real;
  • Insira jogos no processo, especialmente nas operações matemáticas;
  • Desenhe para ilustrar e tornar as informações palpáveis;
  • Invente siglas bobas ou músicas para elas guardarem as informações;
  • Conte histórias de maneira ativa, atuando e deixando as crianças participarem.

Como pais e/ou responsáveis podem ajudar o aluno com TDAH?

Confira como pais e responsáveis podem ajudar a criança com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade:

Trabalhe em conjunto com a escola – o objetivo das duas frentes é descobrir a melhor forma de ajudar a criança a ter sucesso na escola. É essencial que você comunique suas necessidades aos adultos na escola e é igualmente importante que você ouça o que os professores e outros funcionários da escola têm a dizer. Faça reuniões, crie metas juntos, ouça com atenção e compartilhe informação.

Incorpore pequenas recompensas no sistema de estudo em casa – crianças com TDAH respondem melhor a objetivos específicos e uso de presentes (sejam materiais ou não) como afirmação positiva. Crie um plano que incorpore o reconhecimento de pequenas e grandes vitórias.

Ensine a criança a absorver o aprendizado – não basta ter um planejamento de ensino na escola. Com o seu apoio, a criança pode usar o tempo de lição de casa não apenas para problemas de matemática ou redações, mas também para praticar as habilidades organizacionais e de estudo necessárias para prosperar na sala de aula. Alguns exemplos são:

  • Ajude seu filho a organizar seus pertences diariamente, incluindo mochila;
  • Ajude seu filho a aprender a fazer e usar listas de verificação, riscando os itens à medida que os realiza;
  • Escolha um horário e local específicos para a lição de casa que seja o mais livre possível de desordem e distrações;
  • Permita que a criança faça intervalos a cada dez a vinte minutos durante o horário de estudo.

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Qual a importância das atividades extracurriculares para quem tem TDAH?

Fazer atividade física e praticar um hobby no tempo livre são sempre recomendados para melhorar a saúde mental e ter mais qualidade de vida. Mas, manter atividades extracurriculares na rotina diária tem um impacto especialmente importante para quem tem TDAH, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Estima-se que entre 3% e 5% das crianças apresentam o transtorno, que causa dificuldade em manter a atenção e o foco. Continue a leitura para entender como essas atividades podem ajudar quem tem o transtorno e quais são as práticas mais recomendadas.

O que é TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é uma condição neurobiológica caracterizada por sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade. Embora a causa do TDAH não seja clara, os fatores que podem estar envolvidos em seu surgimento incluem a genética, o ambiente ou problemas no sistema nervoso central em momentos-chave do desenvolvimento.

Geralmente, o transtorno se manifesta ainda na infância e pode acompanhar a pessoa por toda a vida. Atualmente, é cada vez mais frequente o diagnóstico em adultos, que provavelmente manifestaram os primeiros sinais quando eram menores, mas não foram corretamente avaliados.

O TDAH pode ser dividido em três subtipos, conforme a predominância de determinados sinais e sintomas:

  • Subtipo predominantemente desatento – quando a maior parte dos sintomas está relacionada com desatenção e distração;
  • Subtipo predominantemente hiperativo – quando a maioria dos sinais e sintomas tem relação com hiperatividade e impulsividade;
  • Subtipo combinado – quando há uma mistura de desatenção e hiperatividade.

Atividades extracurriculares são importantes para quem tem TDAH?

Diversos estudos demonstram que realizar 30 minutos de atividade esportiva por dia ou participar de outros tipos de atividade extracurricular, como pintura e meditação, podem reduzir os sintomas de crianças com TDAH, melhorando sua qualidade de vida.

Uma das explicações para isso é que a prática esportiva ajuda a liberar hormônios ligados ao bem-estar no nosso corpo. Um deles é a dopamina, que costuma estar em níveis mais baixos em pacientes com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

  • Dopamina – é um neurotransmissor que tem várias funções, como regular o humor, o estresse e a concentração, bem como estimular a memória e o raciocínio.

No caso de outras atividades extracurriculares, como meditação e educação artística, são estimuladas habilidades como foco, atenção e criatividade. Além disso, as atividades extracurriculares podem ser um importante meio para a criança se expressar e aprender a lidar com sentimentos intensos e desafiadores, além de auxiliar no desenvolvimento da autoestima e de habilidades sociais.

Praticar esportes é bom para quem tem TDAH?

A prática de exercícios físicos e atividades esportivas auxilia no controle dos sintomas do TDAH ao elevar os níveis de dopamina e noradrenalina no cérebro – duas substâncias que costumam estar em baixa em pessoas com o transtorno.

  • Noradrenalina – atua como hormônio e neurotransmissor, preparando o corpo para a reação de “luta ou fuga” em situações de perigo ou fortes emoções. Mas ela também age no cérebro na parte da atenção, memória de dados, aprendizado e processamento de informações.

A escolha do melhor esporte, no entanto, vai depender da personalidade e do tipo de TDAH que a criança possui. Isso porque é importante que ela tenha interesse em praticar aquela modalidade e que a prática seja benéfica para fortalecer as habilidades únicas que cada criança possui. Veja, a seguir, algumas opções de esporte e os benefícios delas:

Natação – estimula a disciplina e o foco, além de oferecer interação social e sentimento de pertencimento de grupo.

Artes marciais – autocontrole, disciplina e respeito ao próximo são estimulados nas aulas, que também possuem rituais que ajudam a estruturar uma rotina e dar menos chance de distração.

Tênis – além de estimular a atenção, a força necessária para as rebatidas pode ser uma forma de extravasar a raiva e a frustação, sentimentos comuns em quem vive com TDAH.

Ginástica olímpica – além de necessitar de muita atenção para executar os movimentos, os aparelhos de ginástica também podem ajudar a desenvolver força e equilíbrio, questões sensoriais que podem se apresentar para algumas pessoas com TDAH.

Futebol – assim como outros esportes em time, é uma forma importante de estimular o trabalho em equipe e as habilidades sociais.

Hipismo – os cavalos têm a habilidade de copiar os comportamentos e as emoções do cavaleiro. Assim, a criança com TDAH vai aprender a observar e responder ao comportamento do animal em vez de reagir da mesma forma.

Atividades artísticas são indicadas para quem tem TDAH?

Crianças e adolescentes com TDAH com frequência sentem-se irritados e frustrados pelas dificuldades que enfrentam no ambiente escolar e em seus relacionamentos, além de possuírem baixa autoestima e pouca habilidade de interação social.

Por outro lado, essa faixa etária é conhecida por se expressar muito bem por meio de desenhos, pinturas e outras atividades artísticas. Dessa forma, esse tipo de atividade pode ajudar quem tem TDAH a se acalmar e a extravasar os sentimentos de forma não-verbal.

Atividades como pintura, desenho, escultura e outras envolvendo as artes ajudam a melhorar o bem-estar e a confiança nas crianças na medida em que as auxilia a modular o próprio humor, reduzir o estresse e expor problemas emocionais.

Além disso, esse tipo de atividade estimula os relacionamentos interpessoais e a criatividade – o que ajuda a equilibrar neurotransmissores importantes no cérebro, como a serotonina, ligada à sensação de prazer e bem-estar.

Por fim, as atividades artísticas também engajam as crianças e os adolescentes em ações que trabalham os sentidos. Para muitas pessoas com TDAH, equilíbrio, noções de orientação espacial e outras deficiências sensoriais são comuns, o que torna a atividade artística importante para fortalecer esse lado também.

Meditação ajuda quem tem TDAH?

Com frequência, crianças e adolescentes com TDAH precisam lidar com sintomas de ansiedade generalizada pelo excesso de pensamentos que têm ou pela hiperestimulação sensorial que sentem. Dessa forma, a meditação pode, sim, se tornar uma boa ferramenta para lidar com esses sentimentos, especialmente quando essas pessoas sentirem-se perdendo o controle e precisando de uma “âncora” contra pensamentos intrusivos.

A meditação também é importante para ajudar a pessoa com TDAH a se conectar melhor com o corpo, reduzindo a necessidade que algumas têm de se mexer ou levantar a todo momento, por exemplo, e melhorado o foco e a atenção nas atividades que estão realizando.

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Referências


Quais as profissões mais escolhidas por quem tem TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é caracterizado pela desatenção, inquietude e hiperatividade, afetando de 5% a 8% da população mundial. A condição pode trazer consequências para a vida pessoal e profissional do paciente, que sente dificuldade em realizar algumas tarefas do dia a dia. É por isso que algumas carreiras são mais atraentes e escolhidas por quem tem TDAH, pois aproveitam melhor as características específicas dessas pessoas. Continue a leitura para saber:

  • Quais características de trabalho são mais adequadas para pessoas com TDAH?
  • Quais são profissões interessantes para pessoas com TDAH?
  • Quais desafios pessoas com TDAH podem encontrar no trabalho?
  • Quais estratégias podem ajudar pessoas com TDAH no trabalho?
  • Qual a importância de um diagnóstico e tratamento adequados?

Quais características de trabalho são mais adequadas para pessoas com TDAH?

Ser um adulto com TDAH significa ter alguns traços de comportamento que divergem da maioria das pessoas. Ao mesmo tempo que pode ser difícil passar muito tempo focado em uma só tarefa devido ao déficit de atenção, por exemplo, algumas características do transtorno podem ajudar a ter sucesso em algumas carreiras específicas. A dica é escolher uma carreira que melhor aproveite as características do TDAH no trabalho e cujos desafios não criem grandes problemas. Alguns pontos fortes podem ser:

Energia lá em cima – um dos sintomas mais comuns do TDAH é a hiperatividade. Existem muitos empregos no qual essa energia extra que pessoas com o transtorno tem pode ser muito aplicada.

Criatividade – pessoas com TDAH tendem a ser visionárias e criativas, e conseguem ter novas ideias com facilidade. Por “pensarem fora da caixa”, podem trazer benefícios para seus empregadores ao trazerem estratégias inovadoras para o negócio.

Soluções inovadoras em situações de crise – um estudo publicado em 2016 sobre diferenças de poder eletroencefalográfico (EEG) entre crianças com TDAH e crianças sem o transtorno indica que os cérebros das primeiras produzem mais ondas Theta (que indicam um estado de relaxamento profundo) do que as sem o transtorno. Essas diferenças no cérebro significam que aqueles com a condição podem pensar em soluções diferentes dos demais. Em meio a algum problema, podem ser mais controlados que seus colegas.

Cuidados – quem cresce já tendo sido diagnosticado com TDAH e trabalhado os aspectos comportamentais causados pelo transtorno, como a hiperatividade e falta de atenção, pode se tornar mais atencioso e compreensivo, que são características valiosas para trabalhos que demandam cuidar de outras pessoas. O desenvolvimento pessoal em meio às dificuldades da própria condição pode fazer com que a pessoa tenha um olhar mais empático em relação ao outro.

Quais são profissões interessantes para pessoas com TDAH?

Entre as profissões que podem ser interessantes para quem tem TDAH estão:

Assistente social, cuidador ou terapeuta – são trabalhos que exigem empatia e paixão por ajudar outras pessoas mais vulneráveis. Podem se destacar nessas áreas por serem pessoas mais compreensivas, principalmente ao atender crianças com TDAH, que se sentem mais acolhidas por um adulto que as entende genuinamente.

Policial ou bombeiro – por serem altamente intuitivos, indivíduos com TDAH podem se sair bem em cargos que é interessante conseguir pensar em resoluções diferentes para problemas e em que não há uma rotina rígida.

Professor ou pedagogo – já que as escolas são lugares que exigem muita energia, pessoas com TDAH podem se sair bem em ambientes hiperativos, além de precisarem exercer toda sua empatia para lidarem com crianças e adolescentes.

Empreendedor – indivíduos com TDAH podem se dar bem na carreira de empreendedores, já que eles tendem a ser impulsivos e mais propensos a correrem riscos, o que pode ser uma vantagem nessa carreira. Outro ponto que atrativo é a flexibilidade da rotina, que permite à pessoa definir os próprios horários e regras de trabalho.

Jornalista – a carreira envolve conhecer muitas pessoas, estar constantemente em movimento e ser criativo. Por estarem sempre em movimento, evita a rotina típica presente em muitos empregos, que pode ser desafiadora para quem luta contra os sintomas de desatenção e hiperatividade.

Quais desafios pessoas com TDAH podem encontrar no trabalho?

Enquanto algumas características podem ajudar indivíduos com TDAH no trabalho, outros problemas podem fazer com que a rotina se torne mais difícil para quem convive com o transtorno.

  • Distração – as distrações internas, como os devaneios, e as externas, como os ruídos do ambiente, podem afetar o raciocínio e a produtividade no trabalho. Uma dica é usar fones de ouvido para reduzir a interferência e fazer uma lista de tarefas que precisam ser cumpridas, para manter o foco nas metas concretas. Estabelecer um tempo entre produtividade e pausas também pode ser uma solução para evitar o excesso de interrupções – para acessar as redes sociais ou tomar café, por exemplo.
  • Hiperatividade – o TDAH no trabalho pode fazer com que os indivíduos não consigam se manter quietos por muito tempo. Quem puder, pode escolher carreiras que exijam mais atividade física. Para aqueles que precisam se manter em um escritório, uma solução é fazer pequenas pausas durante o expediente para se movimentar, fazer alongamentos ou caminhar no horário de almoço.
  • Memória fraca – é comum que o TDAH faça com que as pessoas esqueçam prazos e detalhes de projetos, comprometendo o desempenho. A melhor forma de se lembrar é anotando e criando lembretes para todas as obrigações do dia.
  • Tédio – um dos maiores problemas para quem trabalha em cargos sem muita estimulação é o tédio. É possível dividir longas tarefas em curtas, por meio de checklists, e fazer pausas para evitar ficar muito tempo focado em uma coisa só.
  • Gerenciamento do tempo – adultos com TDAH têm mais dificuldade em controlar o tempo que gastam em suas atividades do que os adultos sem a condição, podendo não perceber quanto tempo uma tarefa leva. Para evitar esse problema, projetos maiores podem ser divididos em partes menores com datas de vencimento individuais.
  • Procrastinação – é muito comum entre adultos com TDAH. Outros colegas de trabalho podem ajudar o colega com o transtorno a administrar melhor o tempo.

Quais estratégias podem ajudar pessoas com TDAH no trabalho?

O TDAH no trabalho pode ser uma questão para muitas pessoas que escolheram carreiras mais rotineiras, que precisam passar o dia todo em um escritório. No entanto, algumas dicas podem ajudar a tornar a rotina menos maçante:

  • Opte por horários mais flexíveis ou em que menos pessoas estão na empresa, para não sofrer tantas interferências;
  • Identifique o horário em que você consegue ficar mais focado;
  • Use um cronômetro para definir o tempo de cada tarefa;
  • Deixe ao seu alcance objetos que o ajudem a relaxar, como bolas de massagear;
  • Faça pausas para se exercitar e respirar;
  • Tenha uma pessoa de confiança e que seja sua “âncora” no ambiente de trabalho;
  • Organize sua rotina e crie uma lista de tarefas;
  • Faça anotações para evitar perder prazos e detalhes importantes;

Qual a importância de um diagnóstico e tratamento adequados?

Muitos adultos podem conviver com o TDAH e não sabem, já que não foram devidamente diagnosticados ainda na infância. O diagnóstico é de extrema importância para que o indivíduo possa receber o tratamento correto e reduzir significativamente os sintomas que aparecem no dia a dia, melhorando a qualidade de vida.

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TDAH – O que é hiperfoco?

Referências

  • https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/  – acessado em 17/10/2022;
  • https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/entre-5-e-8-da-populacao-mundial-apresenta-transtorno-de-deficit-de-atencao-com-hiperatividade – acessado em 17/10/2022;
  • https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4973024/ – acessado em 17/10/2022;
  • https://www.medicalnewstoday.com/articles/adhd-jobs#job-characteristics – acessado em 17/10/2022;
  • https://chadd.org/for-adults/succeeding-in-the-workplace/ – acessado em 17/10/2022;
  • https://tdah.org.br/tdah-no-trabalho-algumas-estrategias/ – acessado em 17/10/2022.

O que é o hiperfoco que o TDAH pode causar e como isso pode ser positivo?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é uma desordem neurobiológicaque, na maioria das vezes, causa dificuldade em manter a atenção e o foco em algo. Estima-se que entre 3% e 5% das crianças apresentam o transtorno, que pode continuar a se manifestar na fase adulta. Entretanto, o TDAH também pode provocar o hiperfoco, que é quando a pessoa passa horas concentrada em uma única tarefa e não presta atenção a mais nada. Embora isso pareça um problema a princípio, pode ser uma vantagem. Continue a leitura para saber como!

O que é TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é uma condição neurobiológica de causas genéticas que, geralmente, provoca sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade. O TDAH pode ser dividido em três subtipos, conforme a predominância de determinados sinais e sintomas.

Quando a maior parte deles está relacionada com desatenção e distração, o TDAH é do subtipo predominantemente desatento. Já quando a maioria dos sinais e sintomas tem relação com hiperatividade e impulsividade, o subtipo é predominantemente hiperativo. E quando há uma mistura de desatenção e hiperatividade, o TDAH é do subtipo combinado.

O TDAH costuma se manifestar ainda na infância e pode acompanhar a pessoa pela vida toda. Atualmente, é cada vez mais frequente o diagnóstico em adultos, que provavelmente manifestaram os primeiros sinais quando eram menores, mas não foram corretamente avaliados.

O que é o hiperfoco no TDAH?

Uma característica comum do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é a pessoa não conseguir se concentrar por muito tempo em uma mesma tarefa. Entretanto, o oposto também pode acontecer, o que é chamado de hiperfoco, um estado mental em que a pessoa “esquece” de tudo ao seu redor e se dedica horas a uma única tarefa ou projeto.

O hiperfoco é algo que pode acontecer com qualquer pessoa em algum momento, mas é associado com mais frequência ao TDAH, ao transtorno do espectro do autismo e à esquizofrenia. Embora as pesquisas a respeito ainda sejam muito limitadas, acredita-se que tanto a distração quanto o hiperfoco sejam resultantes dos níveis baixos de dopamina em todos que têm o transtorno.

  • Dopamina – é um neurotransmissor que tem várias funções, como regular o humor, o estresse e a concentração, bem como estimular a memória e o raciocínio, entre outras.

Então, essa deficiência de dopamina pode fazer com que a pessoa com TDAH apresente dificuldade em transferir a atenção para atividades menos que ela considere menos agradáveis, permanecendo naquilo que é considerado mais divertido e prazeroso. Ou seja, em algo que proporcione uma recompensa imediata.

O hiperfoco no TDAH é um problema ou pode ser positivo?

O hiperfoco no TDAH se torna um problema quando não há um freio e o objeto dele é uma atividade improdutiva ou que pode prejudicar a pessoa. Por exemplo, quando ela deixa de fazer outras coisas que considera desinteressante, como preencher relatórios e fazer trabalhos de escola. Em casos extremos, é possível até que a pessoa não tome banho e não durma para continuar focada em determinada atividade, como jogar videogame.

Entretanto, o hiperfoco no TDAH pode ser positivo nos casos em que os portadores do transtorno consigam ter foco em atividades, como na produção acadêmica e na carreira.

Isso porque é possível canalizar o hiperfoco para algo produtivo, por exemplo: cientistas e escritores com o transtorno e que se tornaram bem-sucedidos devem isso, em parte, à capacidade de focar por muito tempo seguido em algo que estavam desenvolvendo.

Quais outras qualidades estão associadas ao TDAH?

O cérebro do indivíduo com TDAH costuma apresentar um funcionamento diferente em comparação às pessoas sem o transtorno. Algumas características típicas da condição são comportamentos considerados positivos e desejáveis tanto na vida pessoal quanto nas relações sociais e profissionais, tais como:

  • Empatia;
  • Criatividade;
  • Espontaneidade;
  • Bom humor;
  • Resiliência.

Como gerenciar o hiperfoco no TDAH?

Veja algumas dicas para ajudar a gerenciar o hiperfoco no TDAH em crianças:

  • Converse com a criança sobre o hiperfoco para que ela entenda o que é e que precisa aprender a lidar com isso;
  • Estabeleça um cronograma claro de atividades para limitar o tempo da criança em cada uma;
  • Defina atividades que retirem a criança do isolamento e estimulem a interação.

A seguir, veja algumas dicas que podem ajudar com os adultos:

  • Fique atento a como se comporta e no que pensa para conseguir identificar que está em hiperfoco;
  • Movimente-se quando perceber que está no estado de hiperfoco, pois isso pode ajudar a interrompê-lo;
  • Defina as prioridades para não ficar focado só em uma coisa;
  • Estabeleça o tempo para cada tarefa conforme as prioridades e programe alarmes e coloque lembretes para ajudar a concluí-las;
  • Evite começar algo que possa fazer entrar em hiperfoco perto da hora de dormir ou antes de alguma tarefa que precisa ser feita.

Qual a importância do tratamento do TDAH?

O tratamento do TDAH deve envolver uma equipe multidisciplinar de saúde e pode incluir diferentes profissionais, como psicólogo, psiquiatra, neurologista, fonoaudiólogo, psicopedagogo e fisioterapeuta – com a utilização de terapias comportamentais e de medicamentos, dependendo do caso.

O objetivo é ajudar a pessoa com TDAH a lidar com a desatenção e com comportamentos como hiperatividade e excesso de fala, fortalecendo as qualidades e pontos positivos. O tratamento auxilia na tomada de decisões, na priorização de atividades e no planejamento de rotinas – o que pode ser bastante desafiador para quem tem o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

  • O tratamento aumenta a qualidade de vida e reduz o risco de desenvolver comorbidades, como ansiedade e depressão.

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Referências