No Brasil, cerca de 7,6% das crianças e adolescentes convivem com o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. O TDAH pode trazer dificuldades no dia a dia, principalmente se os pais ou responsáveis não sabem lidar com a situação de forma apropriada. Após o diagnóstico, é essencial compreender e adotar orientações específicas para apoiar o desenvolvimento e o bem-estar da pessoa afetada. Continue a leitura para saber:
- O que é o TDAH?
- Quais são os sinais e sintomas de TDAH?
- Qual o impacto do TDAH no dia a dia da família?
- Como é feito o diagnóstico do TDAH?
- Como é o tratamento do TDAH?
- Quais estratégias podem ajudar os pais de quem tem TDAH?
O que é o TDAH?
O TDAH é um dos transtornos do neurodesenvolvimento mais comuns em crianças e adolescentes. Geralmente, é diagnosticado pela primeira vez na infância e, muitas vezes, dura até a idade adulta. É considerado um transtorno crônico e debilitante, que afeta diversos aspectos da vida da pessoa, como as relações interpessoais, estudos e o trabalho.
Não se sabe exatamente o que causa o transtorno, mas há cada vez mais evidências de que a genética contribui para o TDAH. Mas, seja qual for a causa ou as causas, crianças com TDAH podem ter dificuldade para prestar atenção, manter o foco, seguir orientações, controlar comportamentos impulsivos ou hiperativos. O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade pode se manifestar de três formas diferentes, dependendo de quais tipos de sinais e sintomas são mais fortes.
- Predominantemente desatento – caracterizado pela falta de atenção, dificuldade em manter o foco, organização e seguir instruções;
- Predominantemente hiperativo-impulsivo – marcado por hiperatividade, impulsividade, inquietude e dificuldade em controlar impulsos;
- Combinado – apresenta uma combinação de sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Quais são os sinais e sintomas de TDAH?
O transtorno envolve uma variedade de manifestações, que podem se apresentar de formas diferentes, dependendo da idade. As mais comuns são as seguintes:
- Cometer erros descuidados ou assumir riscos desnecessários;
- Dificuldade em se dar bem com outras pessoas;
- Esquecimento de atividades cotidianas;
- Dificuldade em manter o foco em tarefas ou atividades;
- Evitar ou resistir a tarefas que exijam esforço mental prolongado;
- Inquietude constante ou dificuldade em ficar sentado;
- Correr ou subir em lugares inadequados;
- Falar em excesso;
- Interromper os outros frequentemente;
- Agir impulsivamente.
Qual o impacto do TDAH no dia a dia da família?
O TDAH pode impactar na rotina e relacionamentos de uma forma que afeta toda a família, não apenas a pessoa que tem o transtorno. Alguns dos desafios mais comuns incluem:
Estresse e sobrecarga – muitas vezes, pais e familiares enfrentam estresse emocional e físico devido à necessidade de lidar com as manifestações do TDAH dos filhos, incluindo hiperatividade, impulsividade e desatenção.
Dificuldades educacionais – crianças com TDAH podem ter dificuldade em se concentrar na escola, seguir instruções e concluir tarefas acadêmicas, resultando em um baixo desempenho escolar.
Relações familiares tensas – os comportamentos impulsivos e a inquietude podem criar tensões nas relações familiares. Os pais podem se sentir frustrados ou impotentes ao lidar com os desafios comportamentais.
Demanda de tempo – cuidar de uma criança com TDAH exige mais tempo e energia dos pais, que podem precisar supervisionar de perto as atividades dos filhos e ajudar com a organização.
Impacto financeiro – o tratamento do TDAH, incluindo terapia e, possivelmente, medicamentos, pode representar um custo financeiro maior para a família.
Como é feito o diagnóstico do TDAH?
Descobrir se uma criança tem TDAH é um processo que envolve várias etapas, já que não existe um teste único para diagnosticar o transtorno. É necessário consultar um médico experiente nesse tipo de diagnóstico, como um psiquiatra ou neurologista, pois os sinais e sintomas variam e podem vir acompanhados de manifestações de outros problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, que as pessoas com TDAH tem mais risco de desenvolver. O diagnóstico pode ser feito da seguinte forma:
Avaliação clínica – inclui entrevista com o paciente e seus pais ou responsáveis. O objetivo é obter informações sobre os sintomas e seus impactos no cotidiano.
Histórico médico e comportamental – o médico coleta informações sobre o histórico de saúde e comportamental desde a infância. Perguntas sobre sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade são comuns.
Questionários – podem ser preenchidos pelo próprio paciente ou pais, para avaliar a presença e a gravidade dos sintomas.
Acompanhamento – em alguns casos, o diagnóstico pode envolver um período de acompanhamento para observar como os sintomas se manifestam ao longo do tempo.
Como é o tratamento do TDAH?
O tratamento do TDAH envolve uma combinação de abordagens terapêuticas e, em alguns casos, medicamentos. O médico especialista deve orientar sobre as melhores alternativas para cada paciente, de acordo com as necessidades.
Terapia comportamental – ensina habilidades específicas para gerenciar o comportamento e transformar padrões de pensamento negativos em positivos. Pode ajudar a lidar com os desafios da vida, como problemas nos relacionamentos, nos estudos e no trabalho.
Apoio psicossocial – oferece suporte emocional e orientação para a família aprender tanto a lidar com o estresse de viver com alguém que tem TDAH quanto auxiliar essa pessoa a administrar os desafios provocados pelo transtorno.
Apoio educacional – pessoas com TDAH que estejam estudando também podem ser beneficiadas com um apoio educacional específico, que contemple planos de educação individualizados ou acomodações na sala de aula para ajudar a atender às necessidades acadêmicas delas.
Medicação – o uso de medicamentos, como psicoestimulantes, pode ser indicado, principalmente, quando outras doenças neurológicas estão associadas. Embora, no Brasil, as diretrizes terapêuticas adotadas na rede pública de saúde foquem somente em terapia cognitivo comportamental, apoio escolar, orientação tanto para o paciente quanto para a família dele e hábitos alimentares.
Quais estratégias podem ajudar os pais de quem tem TDAH?
A criação de estratégias para ajudar os pais de crianças com TDAH é essencial para proporcionar um ambiente de apoio e desenvolvimento saudável para seus filhos, como por exemplo:
Eduque-se sobre o TDAH – aprenda sobre o transtorno para compreendê-lo melhor, suas características e como ele afeta os filhos.
Comunicação eficaz – mantenha uma relação de diálogo com os filhos. Ouça suas preocupações e sentimentos e incentive a expressão de emoções.
Rotina e estrutura – crie uma rotina consistente em casa, pois isso ajuda as crianças com TDAH a se sentirem mais seguras e previsíveis. Use horários e listas de tarefas para ajudar na organização.
Reforço positivo – elogie e recompense o bom comportamento, pois crianças com TDAH muitas vezes respondem bem ao reforço positivo.
Tempo de qualidade – reserve tempo de qualidade com seu filho. Isso pode fortalecer o relacionamento e ajudar a reduzir o estresse.
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Por que é importante discutir sobre o TDAH?[MG2]
Adaptação da criança com TDAH na escola[MG3]
Referências