ADHD
25/08/2023
Como a sociedade vê o TDAH e como evitar os estigmas em relação ao transtorno?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) atinge entre 5% e 8% da população mundial. Mas, mesmo sendo uma condição que acontece com frequência, existem vários mal-entendidos, preconceitos e estigmas relacionados ao TDAH ainda bastante arraigados, que podem prejudicar o diagnóstico e o tratamento, assim como os relacionamentos, estudos e a vida profissional de quem tem o transtorno. Continue lendo para saber:

Quais estigmas no TDAH ainda existem na sociedade?

O TDAH é uma condição que ainda é muito estigmatizada. Ou seja, existe um conceito bastante arraigado na sociedade de forma geral, sem fundamento sério ou imparcial, que leva a uma percepção negativa do transtorno e pode afetar negativamente a saúde mental, os relacionamentos, os estudos e vida profissional do portador. Algumas ideias equivocadas sobre o TDAH que persistem na sociedade e levam ao estigma são:

  • Não é um distúrbio real;
  • Afeta apenas crianças, não adultos;
  • Afeta apenas meninos ou não é tão grave em meninas e mulheres;
  • É diagnosticado com muita frequência;
  • A má educação leva ao TDAH;
  • Pessoas com TDAH são supermedicadas;
  • Sintomas do TDAH são fruto de falhas pessoais;
  • Minimização dos desafios enfrentados por indivíduos com TDAH;

Quais prejuízos os estigmas no TDAH podem causar?

O estigma no TDAH pode ter efeitos negativos significativos nas pessoas que têm o transtorno, tais como:

Autoestima baixa – internalização de crenças e percepções negativas sobre si mesmos, com sentimentos de vergonha ou inadequação. Afeta negativamente a autoestima, valor próprio e senso geral de identidade.

Saúde mental e bem-estar emocional – aumento dos níveis de estresse, ansiedade e depressão. Atitudes sociais negativas podem fazer com que as pessoas com TDAH se sintam isoladas, incompreendidas e julgadas.

Relações sociais e aceitação social – discriminação, rejeição ou exclusão por parte de colegas de trabalho e estudo ou mesmo familiares que não compreendem ou têm ideias estigmatizantes sobre o transtorno. Isso pode levar ao isolamento social e sentimentos de solidão.

Acesso a suporte e recursos o estigma pode criar barreiras para buscar ajuda e receber o tratamento necessário. Indivíduos com TDAH podem temer revelar seu diagnóstico devido a preocupação de serem discriminados.

Desafios educacionais e profissionais – pessoas com TDAH que sofrem com o estigma podem enfrentar equívocos sobre suas habilidades, ter que lidar com atitudes preconceituosas de professores ou empregadores e serem submetidos a julgamentos e expectativas injustos, prejudicando o sucesso acadêmico e profissional.

O que fazer para neutralizar estereótipos e estigmas no TDAH?

A educação é uma ferramenta poderosa que auxilia a reduzir o estigma. Aqui estão seis maneiras de ajudar a lidar com essas ideias equivocadas sobre a doença:

  1. Compartilhe sua própria história – se você vive com TDAH ou cuida de uma criança com o transtorno, aumente a conscientização ao compartilhar sua história nas redes sociais, círculos de amizades e ambientes acadêmicos e profissionais.
  • Seja positivo – destaque os pontos fortes e atributos positivos de indivíduos com TDAH, compartilhando histórias de sucesso, conquistas e contribuições de pessoas com o distúrbio em vários campos. Enfatize suas habilidades únicas, criatividade e resiliência para enfrentar estereótipos negativos e mostrar seus diversos talentos.
  • Eduque sobre saúde mental – promova o conhecimento sobre o distúrbio entre o público em geral, incluindo educadores, empregadores, profissionais de saúde e a mídia. Isso pode ser feito através de palestras e compartilhamento de conteúdo sobre o tema.
  • Preste apoio – ajude organizações e iniciativas que trabalham para aumentar a conscientização, promover a compreensão e defender os direitos e necessidades de indivíduos com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.
  • Reduza o auto estigma – aborde o tema promovendo a autoaceitação e a autocompaixão entre indivíduos com TDAH. Incentive-os a buscar a ajuda adequada, participar de grupos de apoio e compartilhar experiências para reduzir sentimentos de vergonha, isolamento e culpa.
  • Promova linguagem e comunicação adequadas – incentive o uso de uma linguagem respeitosa ao discutir o TDAH, evitando termos depreciativos ou rótulos negativos que reforcem estereótipos.

Mas, afinal, o que é TDAH e quais as causas do distúrbio?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um distúrbio do neurodesenvolvimento que aparece na infância e, frequentemente, acompanha a pessoa por toda a sua vida. Caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade, pode trazer impactos em muitos aspectos da vida, incluindo o desempenho acadêmico, profissional e relacionamentos interpessoais.

Não se sabe ao certo qual a causa exata do TDAH, mas há alguns fatores genéticos, neurológicos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio, como:

  • Genética;
  • Diferenças na estrutura e funcionamento do cérebro, como alterações nos neurotransmissores envolvidos na atenção, controle de impulsos e funcionamento executivo;
  • Exposição à fumaça do tabaco e uso de álcool ou drogas durante a gravidez;
  • Complicações pré-natais como parto prematuro e peso baixo;
  • Lesão cerebral precoce e interrupções no desenvolvimento inicial do cérebro;

Quais os principais sinais e sintomas do TDAH?

Existem três subtipos de TDAH que apresentam sinais e sintomas característicos:

Subtipo desatento – pessoas com este subtipo lutam principalmente contra a desatenção e apresentam dificuldade em manter o foco, organizar tarefas e seguir instruções. Podem parecer esquecidos e têm dificuldade em prestar atenção aos detalhes.

Subtipo hiperativo/impulsivo – é caracterizado pela dificuldade em permanecer sentado, inquietação constante ou ficar se contorcendo. Pessoas com esse subtipo costumam interromper os outros e agem impulsivamente, sem pensar nas consequências.

Subtipo combinado – este é o subtipo mais comum, no qual os portadores apresentam sintomas de desatenção e hiperatividade com impulsividade.

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Referências

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